texto de Marco Antonio Barbosa
fotos de Ricardo Nunes
De toda a geração britânica de melancólicos-pós-Radiohead, o Keane sempre foi o melhor espécime. Você sabe de qual geração estou falando. Um de seus expoentes se apresentou em São Paulo há pouco tempo. E o nome mais bem-sucedido da turma já se sente em casa no Brasil. Doves, Idlewild, Starsailor, Snow Patrol: imprensada entre o fim do britpop e a renascença do rock inglês pós-Strokes, essa galera equilibrava sentimentalismo desbragado e uma mal-disfarçada vocação para a grandiloquência. Hoje veterano, o Keane reafirmou em show no Vivo Rio (na noite de quinta, 07/11), sua maestria em manipular essas características, suficiente para colocá-los na vanguarda de sua classe.
Pois: da turma toda, o Coldplay é indubitavelmente o mais bombado. Só que Chris Martin daria um braço e uma perna para ser capaz de compor uma canção como “Can’t Stop Now”, a esfuziante abertura do show do Keane no Rio. O pop-rock do quarteto liderado por Tom Chaplin não tem mistério ou grandes complexidades. Tudo ali já foi feito. A diferença é a convicção (e a sinceridade) da banda ao repassar refrãos, acordes menores e pontes que soam, a um só tempo, familiares e novos.
A atual turnê do Keane celebra os 20 anos de seu primeiro e melhor álbum, “Hopes and Fears” (2004), com algumas concessões ao segundo LP, o inferior (mas ainda bom) “Under the Iron Sea” (2006), e pouca coisa dos trabalhos subsequentes. Ou seja, um set quase ideal. Onze das (12) faixas do LP de estreia compareceram, da já citada “Can’t Stop Now” a “Bedshaped”, a tradicional música de encerramento.
Os hitões, óbvio, levantam mais a galera. Chaplin mal precisa cantar “Everybody’s Changing”; a ovação consagrada a “This Is the Last Time” chega a surpreender a banda. “Somewhere Only We Know”, a última do tempo regularmentar, é precedida por “Is It Any Wonder?”, “She Has No Time”, “This Is the Last Time” e “Crystal Ball”. O encerramento é um bis alongado, com direito até a “Snowed Under” – implorada pela plateia.
A banda envelheceu tão bem quanto o repertório. Mal se nota a falta de guitarras – o baixista Jeff Quin empunha uma Telecaster durante a suingada “Spiralling”. As camas de synths e o piano elétrico levemente distorcido, aos cuidados de Tim Rice-Oxley, compensam a suposta falta de peso. As músicas mais dinâmicas, como “The Way I Feel” e “Untitled 1”, não escondem uma vontadezinha de ser U2. Mas é um pecado irrelevante. A desenvoltura e o entrosamento são tamanhos, que os caras arriscam um cover de “Under Pressure” (Queen & Bowie) no bis. E a versão sai impecável, da linha de baixo ao arranjo vocal.
E por falar em vocal, Chaplin encontra-se em grande forma, sem vacilar nos falsetes e nas subidas de tom. Como frontman, reforça a impressão de sinceridade e fofura que sempre caracterizou o grupo. Dedica “The Frog Prince” ao fã-clube local (“Não tocamos essa há 14 anos, estou um pouco nervoso”); faz piada com o corinho de “Olê-olê-olê-olê” (“Então aqui nós somos ‘Ki-Nê’?”): comanda um coral com a plateia antes de “You Are Young”.
“A cada vez que tocamos no Brasil, nos apresentamos em lugares maiores. Daqui a 20 anos, quem sabe, lotaremos um estádio?”, brincou Chaplin, visivelmente emocionado diante de um Vivo Rio bem cheio. Talvez ele estivesse se referindo à mais recente turnê do Coldplay por aqui. Liga não, Tom. Numa realidade alternativa, mais justa, o Keane é o verdadeiro Coldplay.
– Marco Antonio Barbosa é jornalista (medium.com/telhado-de-vidro) e músico (http://borealis.art.br).
Só que Chris Martin daria um braço e uma perna para ser capaz de compor uma canção como “Can’t Stop Now”, a esfuziante abertura do show do Keane no Rio.
Isso já me deu cansaço ao ler. De verdade. Aí fui ouvir a tal canção. E constato: nos dois primeiros discos do Coldplay há tantas canções melhores que essa que talvez a frase deveria ser ao contrário. Enquanto não houver uma clocks ou uma the scientist no repertório do Keane….
Acho que o Keane tem vantagem sibre o Coldplay em todos os quesitos. Eles nao precisam de mega estrutura nem de pulseiras coloridas pra fazer o publico entrar no clima do show. Basta a voz profunda e suave do Tom, acompanhado dos instrumentais sem parafernalha do Tim, do Richard e do Jesse. Eles sao gigantes na simplicidade e nao precisam ser comparados de forma perjorativa a nenhuma outra banda. Tem publico pra todas elas, mas Keane é a melhor de todas.
Concordo plenamente,sinto não estar presente a este show,voz de Tom é simplesmente divina.Fora o carisma que tem com o público.
Keane é uma banda ímpar. A voz do Tom Chaplin envelheceu como vinho, é uma voz clara, limpa que alcança as notas que Tom quiser. Não conheço outro cantor com a mesma habilidade.
As letras do Tim são profundas, não é para qualquer um, realmente. Muitas metáforas e músicas longas sem refrões repetitivos que parecem lavagem cerebral.
Keane não tem que ser comparado, tem que ser ouvido e interpretado.
Como eu disse anteriormente, é uma banda única, que toca bem lá no fundo do coração da gente.
“Try Again” é um exemplo do alcance desta banda incrível.
Coldplay tb não precisa de parafernalias (Rock in Rio 2011 maravilhoso, sem pirotecnia). Ambos tem a mesma vibe, mas tem espaço pros dois. Ambos são maravilhosos, as canções do show de 5a feira do Keane ainda estão ressoando na minha cabeça, e que bom que as duas bandas existem!
Após ter a oportunidade de conferir 4 shows de Coldplay, de 2007 a 2017, finalmente tive esta semana a oportunidade de riscar da minha lista de “bandas que ainda preciso ver ao vivo” logo duas delas, Travis e Keane. Estas últimas fizeram aquele tipo de show aconchegante. Tão bom não precisar chegar horas antes do show e enfrentar uma fila gigante debaixo de chuva ou de um calor escaldante. Espaços com tamanho ideal, sem aperto. Palcos simples para que a gente se concentre mais nas bandas do que nas firulas.
Travis e Keane tinham potencial para se tornarem “gigantes” no sentido de arrebatar um público bem maior caso tivessem optado por seguir um caminho mais comercial, assim como fez Coldplay. Que bom que não o fizeram. Ambos mantiveram suas essências. Quem deram Coldplay ainda fosse o mesmo lá daquele show em 2007 no Via Funchal.
Como fã, eu tenho consciência de que é um pensamento um tanto quanto egoísta não querer que a banda que você curte se torne gigante. Mas é que não há como negar que um show nos moldes que Travis e Keane fizeram é uma experiência muito mais agradável.
Olá! Concordo com você, mas adoro as duas bandas! São à altura uma da outra.
Greetings from Minas Gerais!
Engraçado que Cris Martin é quem tava sempre sondando o Tim para escrever músicas para ele . Queria o teclado do Tim na banda e não o contrário.
Mas essas coisas são assim né. Cada um com seu estilo
Na verdade o comentario vai um pouco além, pois o Chris Martin tentou varias vezes “roubar” o Tim Rice -Oxley pra fazer parte do Coldplay… mas isso é passado, hoje em dia, Keane, fiel ao seu estilo continua fazendo rock britanico de cepa. Ja Coldplay virou um hibrido de eletronica com pop, porém não é mais rock.. Nem vale a pena comparar.
Compararar as sonoridades paralelas é surreal demais para ambos,mas cá pra nós Keane sem toda a parafernalia espetacular que tanto Coldplay e U2 apresentam cai bem na dimensão de passado presente futuro…
Ah meu Deus!!!
Isso aqui está tal qual um campo de guerra, onde pessoas (fãs), que não se conhecem, se odeiam, lutam entre si, por causa de ídolos que se conhecem, não se odeiam e não entram em conflito entre si. Ahh!!! Só no Brasil para acontecer isso hein!!!
O coldplay é a melhor banda de todos os tempos, até hoje não um vi um show como o do coldplay.
Cada um tem seu estilo de fazer seu show, mas o Cris Martin não tem comparação e a pulseiras é mais um elemento que a banda da banda para interagir com seu público eu tenho certeza de quem vai no show do coldplay nunca mais esquece! É o chou mais.lindo que já vi em toda minha vida.
Não entendo a comparação entre as duas bandas, confesso que gosto das duas, acho estilos diferentes, só o fato do Keane não usar guitarra já diferencia ela de qualquer banda ou grupo, o Keane é uma banda que tem suavidade e peso musical ao mesmo tempo, os integrantes se completam musicalmente falando, essa é a força da banda.
Parabéns!!! Essa é minha linha de pensamento também!!! Ideologia de pessoas com cultura ampla, horizontal!!!
Como músico eu já expliquei minha atração pela sonoridade do Keane via redes sociais. O Keane tem uma combinação perfeita de timbres, melodias e harmonias numa unidade que surpreende. Não me refiro apenas aos clássicos deles.
A criatividade de ainda hoje encontrar belas melodias que surpreendem com harmonias simples, como em Atlantic, Bad Dream ou Try Again. A combinação perfeita da voz do Tom Chaplin com os teclados do Tim Rice. Tom tem uma das vozes mais belas da atualidade. Não sinto falta do peso. Isso define a banda. Tom tem um timbre ímpar. Uma voz versátil. Já deu provas cantando com o Queen. Mas claro que são os dois álbuns citados que melhor definem sua qualidade. Se coloco minha playlist do Keane no carro enquanto sento no banco ao lado e de repente encosta um senhor de meia idade, simples, rústico, que andava por ali e se dirige a mim: -“Eu não entendo nada do que ele está cantando, mas como é bonito esse som que eles fazem!” Essa é a linguagem da música, para além dos signos das palavras.
Olá!!!
Isso me fez lembrar do meu irmão, o qual é adepto da música sertaneja raíz, mas que se encantou com “Somewhere only we know”, dizendo : “Essa é legal, deixe-a rolar na íntegra!”isso aconteceu enquanto eu a reproduzia no meu carro um outro dia!!! Tamanha foi a surpresa para mim, ao ouvir isso!!!
Creio que não se pode comparar, em popularidade, uma banda com outra qualquer, mesmo tendo estilos parecidos. Sempre haverá público para todas. Coldplay é muito bom, Keane excelente l, U2 é demais. Mas, Pink Floyd é a melhor de todas. Rsrsrs.
EU AMO AS CANÇÕES DESTA BANDA
Keane é uma banda ímpar. A voz do Tom Chaplin envelheceu como vinho, é uma voz clara, limpa que alcança as notas que Tom quiser. Não conheço outro cantor com a mesma habilidade.
As letras do Tim são profundas, não é para qualquer um, realmente. Muitas metáforas e músicas longas sem refrões repetitivos que parecem lavagem cerebral.
Keane não tem que ser comparado, tem que ser ouvido e interpretado.
Como eu disse anteriormente, é uma banda única, que toca bem lá no fundo do coração da gente.
“Try Again” é um exemplo do alcance desta banda incrível.
Muitíssimos artistas do período, como The Killers, que não é britânico, ao contrário dos citados aqui, soam como U2; porém, sou fã de todos eles!
Se fizesse o show no estádio, com ingresso mais adequado a nossa realidade, lotaria com certeza.
Sou do Recife e infelizmente fica muito difícil…o brazil se resume ao Sul e Sudeste maravilhoso… aqui tudo é difícil.
Ahh,Amo música sem ela não sei como seria minha vida.Adoroooo o KEANE!!!! infelizmente não pude ir aos shows,mas acompanhei alguns trechos.sem palavras,eles são demais.a voz do Tom nossa!!!
Acho o Keane com mais balanço q o Coldplay. Chris Martin qdo canta parece q ta chorando, ja Keane ate as baladas da pra balançar o corpo em resumo, Keane n deprime
Gostaria de ter assistido.
Acho que a comparação foi feita pq no início as duas bandas tinham, digamos, a mesma essência. Keane se manteve fiel a isso e Coldplay se tornou mais comercial, o que fez dela uma banda que lota estádios. Amo as duas bandas, já fui a show das duas, mas a minha paixão é o Keane. E quer saber a verdade? Confesso que amo q ela lote espaços menores, o show fica muito melhor