Textos, fotos e vídeo por Rafael Donadio e André Donadio
Depois de 17 anos de Festival Psicodália, muitos ainda pensam que o evento é a união de um bando de hippie com pés na lama. Pois muito bem, estão todos certos. Durante seis dias de carnaval – de sexta a quarta-feira de cinzas – cerca de 6 mil “hippies com os pés na lama” vivem intensamente, de peito e mente abertos, com todos os sinônimos possíveis de amar, e fazem daquela cidade erguida na Fazenda Evaristo, em Rio Negrinho (SC), um lugar de resistência, mostrando que é possível conviver em harmonia, com trocas, abraços, beijos e puro respeito pelas pessoas e o meio ambiente.
Eu me surpreendi na primeira vez e continuo me surpreendendo durante oito anos em que compareci ao festival, não consecutivamente, com tudo o que acontece ali, desde a estrutura, limpeza, união, shows, teatros, cinemas. Enfim, me surpreendo com esse banho de cultura, organização e amorosidade. Tive o prazer de ver o grito de guerra e a procura incessante pelo mais famoso psicodálico começar: “Wagneeeeeeeeeer”. Agora, na 21º edição, também pude presenciar o encontro deste ícone, o cessar da procura e o nascimento de um novo grito de extravaso da alegria, entoado pela banda Bixiga 70: “Uh-uh”.
Nessas oito vezes, também tive a alegria de ir com meu irmão, André Pinto Donadio, duas ou três vezes, sendo essa a primeira que botamos em prática a dupla que carinhosamente nomeamos Pinto’s Comunicações. Ele, um careca fotógrafo, eu, um careca observador.
9 de fevereiro – 1º dia (sexta-feira)
O sol entre nuvens e as mais de 1500 pessoas que trabalham para que a cidade Psicodália aconteça nos receberam muito bem na sexta-feira de carnaval. Saímos ileso de uma blitz policial. Infelizmente, nem todos tiveram a mesma sorte que nós e foram autuados, inclusive, por porte de rapé (!). Mas como ali ninguém deixa um psicodálico na mão, não foi por algumas perdas de guloseimas que a festa não caminhou como deveria.
Depois de armada a barraca, a chuva começou a dar os primeiros sinais, ainda que fracos. Preparamos tudo o que precisávamos, fizemos o cadastro, colocamos algumas dálias em nossos cartões – esse é o dinheiro que rola na cidade, um real vale uma dália – e pronto: estávamos preparados para o primeiro show da noite, Carne Doce (GO), às 20h, no Palco Lunar.
Com Salma Jô como frontwoman, a força que as mulheres demostrariam durante todo o festival chegou como uma paulada. A densidade que as músicas da banda goiana carregam, com letras fortes sobre aborto, assédio e violência às mulheres, foram ovacionadas, uma a uma.
Vale ressaltar que não só o line-up musical estava muito bem representado pelas mulheres. Desde a base da organização, passando pelo Biodália (gestão ambiental que trabalha com três frentes: banheiro seco, composteiras e lixo zero), financeiro, alimentação, refeitório, recreações, chegando aos postos de diretores, existe uma representatividade feminina cada vez maior, ano após ano.
Após o descarrego de Carne Doce, enquanto aguardávamos o show da banda paulistana Tutti Frutti, demos de cara com Franklin Paolillo fumando um cigarro e com baquetas em mãos. Ele é o baterista que, junto com Luis Carlini, gravou o icônico disco “Fruto Proibido” (1975), ao lado de Rita Lee. E seria exatamente este o disco apresentado logo mais, além de algumas releituras de Raul Seixas e outras canções do grupo.
“Festivais como esse a gente via na década de 1970, depois disso não teve muito”, relatou Franklin. Em coletiva, Carlini completou: “O Psicodália nos remete a década de 1970, a época de ouro da cultura. Época em que o mundo passou de preto e branco para colorido. Toquei há pouco tempo no Rock in Rio e aquele festival não deveria nem ser chamado de rock, é festival de grife. Aqui, sim, as pessoas estão preocupadas com a música, tem amor e identidade com o rock.”
Com Sol Ribeiro nos vocais, o Tutti Frutti colocou o público para dançar e curtir os velhos clássicos de “Fruto Proibido”: Ovelha Negra”, “Agora Só Falta Você”, “Esse Tal de Roque Enrow” e tantos outros. O caminho estava aberto para os pernambucanos da Mundo Livre S/A.
A meia noite, a banda fechou o Palco Lunar com músicas que permeiam os mais de 20 anos de carreira. E logo entoaram “Pastilhas Coloridas” aos menos sortudos que perderam parte da bagagem na blitz: “E a marcação cerrada / Dos prestativos / Mas nem sempre gentis homens da lei (…) E quando a erva faltava / Qualquer droga era boa!”
Depois de um dia cheio e acordado desde às 5h30, os gaúchos da Bloco da Laje conseguiram fazer eu e mais alguns milhares de foliões pularem no primeiro cortejo carnavalesco oficial do festival. Com a raiz das celebrações populares, a festa da carne, do povo, anárquica, libertadora, democrática, pública, horizontal, visceral, teatral, musical e carnavalesca, o grupo se divertiu – e nos divertiu – com encenações de Jesus Cristo nu, e com o pênis brilhante e prateado, cantando “eu tô pregadão”. Ou com canções como Cordão da Idade Média: “Não pode fumar um / Não pode dar o cu / Esse é o cordão da idade média.”
A banda Machete Bomb (PR) não me segurou. O “cavaquinho envenenado” não me deixou acordado nem com qualquer pastilha colorida que o mesmo instrumento da Mundo Livre havia me entregado. Meu primeiro dia terminou perto das 3h.
10 de fevereiro – 2º dia (sábado)
Com a garoa embalando um sono pesado, foi difícil acordar para os primeiros shows. Mas lá estávamos nós, sem banho e dente escovado com chiclete, para a nossa primeira fritura do dia. E que fritura. Os cariocas do Beach Combers colocaram todos do Palco do Lago para dançar, protegidos sob a estrutura ou pulando e se jogando na lama, debaixo da primeira chuva torrencial que o festival enfrentava.
Com músicas do primeiro e do novo disco, “Beach Attack” (2018), e homenagem ao The Who, o trio aproveitou tanto quanto a plateia. Contaram, inclusive, com participação especial da baterista da Ventre, Larissa Conforto, que se apresentaria no dia 13, mas já estava por lá, junto com o pessoal da Sêla, aproveitando a transcendência psicodálica.
Agora era hora de escovar os dentes, tomar banho e se alimentar devidamente. Foi tempo também de dar uma volta e aproveitar e conhecer um pouquinho de cada espaço: teatro, cinema, oficinas, recreação infantil, recreação adulta, tirolesa, materdália e diversas jams que rolavam em todos os “bairros”.
Cada acampamento era povoado por artistas tão bons quanto aqueles que estavam nos palcos. Terreno Baldio – onde morei por esses dias –, Mutantes, Casa das Máquinas, Secos e Molhados e Tutti Frutti. Todos tinham seus palcos provisoriamente montados. Isso quando, no próprio caminho para o banheiro ou praça de alimentação, você não esbarrava em uma apresentação teatral ou musical, ali mesmo na “rua”.
Zé Pretim (MS) abaixou os ânimos e embalou a tarde chuvosa com blues a lá tupiniquim no Palco do Sol, fazendo releituras de Luiz Gonzaga, Djavan e entoando músicas próprias. Com o cérebro menos acelerado e corpo e alma preparados, Boogarins (GO) expandiu a mente dos habitantes e abriu o Palco Lunar com muita lisergia.
Palco aberto, mente estendida, era a vez de Lô Borges (MG) fazer a releitura do famoso “Disco do Tênis”, de 1972. “O público do Psicodália é um público psicodélico. É uma grande honra tocar e ser reconhecido por um público desse e tocar num festival com toda essa história”, relatou, após o show, visivelmente emocionado, Lô Borges. Dos mais novos aos contemporâneos do mineiro do Clube da Esquina, as músicas eram cantadas do começo ao fim.
E nas tormentas de emoções, Bixiga 70 (SP) fechou o Palco Lunar com uma apresentação que ficou para a história do festival. Não só pela criação de um novo grito de guerra – “Uh uh”, entoado em toda e qualquer situação após o show e até o final do evento –, mas também pela catarse avassaladora.
“O Bixiga e o público brasileiro acabam sendo uma coisa só e a gente se diverte junto, porque a gente está consagrando a mesma resistência. A gente sabia que o show no Psicodália ia ser bom, mas não foi bom, foi muito mais”, disse Daniel Gralha, trompetista.
Tulipa Ruiz, na sua apresentação de terça-feira, acrescentaria: “Encontrei o Cris (Scabello, guitarrista da Bixiga 70) nos bloquinhos de São Paulo, no domingo, e ele me disse algumas coisas sobre o Psicodália: vá preparada para o calor do público, leve galocha e chegue de peito aberto, porque foi o melhor show da minha vida”.
Mais uma vez as bandas do Palco dos Guerreiros seguraram a galera animada até de manhã: Consuelo (DF), Mustache os Apaches (SP) e Apicultores Clandestinos (SC) instigaram o público com música cigana, folk e surf music. Cambaleando e quase sem sentir os pés, voltei para meus aposentos, agora já com as primeiras poças e algumas goteiras.
11 de fevereiro – 3º dia (domingo)
Mais um dia, mais uma caminhada até o Palco do Lago, mastigando a escovação de dente e com um copo de água jogado na cara. Mas agora com uma capa de chuva. Ela não perdoou mais ninguém a partir daquele momento. Nada que atrapalhasse o show da banda de Londrina (PR), Aminoácido. Um quinteto que pela primeira vez estava presente no festival, tanto como público quanto como atração.
“A gente tem 19 anos agora, então a gente conhecia e tinha vontade de vir, mas nossos pais não entendiam muito bem a situação (risos)”, relatou o guitarrista, Thiago Franzim. O baterista Douglas Labigalini completou, imitando os próprios pais: “Seis dias acampados no meio do mato? Nem pensar!”.
Mas a idade ali não fez diferença alguma. Desconhecidos de mais da metade das pessoas que lotavam o palco, o quinteto surpreendeu com um show elétrico e animado. Até uma borboleta branca passou para dar mais alegria à apresentação. E no meio de breaks insanos da música “Flamingo Gentil”, um grito da plateia poderia resumir o que foi um dos shows mais marcantes do festival: “Cê chupa droga forte, hein!”.
Joe Silhueta (DF) e Aninha Martins (PE) tornaram o Palco do Sol um dos mais viscerais daquela tarde de domingo. Gaivota Naves, vocalista da banda de Brasília, e Aninha foram responsáveis por grande parte dessa visceralidade. Entregues de corpo e alma, com veracidade, teatralidade e muito talento, as duas artistas viraram o público do avesso.
A segunda chuva torrencial, que inundou de vez nossa morada, encharcando travesseiros, malas e colchões, e derrubando o gazebo, foi encarada como uma simples garoa pela população, ansiosa pela primeira atração do Palco Lunar, às 22h: Zé Ramalho (PB).
Ali, impulsionados por clássicos da música brasileira, nordestina e do movimento Udigrudi, os psicodálicos se desligaram definitivamente do desconforto da chuva. Esbaldavam-se como se estivessem debaixo de um sol escaldante, dentro de uma piscina, com drinks e petiscos. Chuva virou diversão.
E assim continuou no Palco dos Guerreiros, que abriu com Pata de Elefante (RS). Power trio instrumental que não só voltava ao Psicodália, depois de seis anos, como também, voltava a ativa, depois de anunciar o fim da banda em 2013. Mais um show para marcar a 21º edição do Psicodália. Psicodelia e patada para ninguém colocar defeito.
Graveola (MG) chegou quietinho, como são conhecidos os mineiros. Empolgou e preparou o público com toda alegria com a qual também são conhecidos os mineiros. E fez barulho elétrico e psicodélico como é conhecida a banda. Colocaram no palco, e na plateia, ritmos do maracatu, frevo, ijexá, pagode baiano e samba-reggae. Da barraca, já derrotado, ouvi Technobrass (RJ) arrebentar tudo na finaleira dos guerreiros.
12 de fevereiro – 4º dia (segunda-feira)
No quarto dia já se criava uma rotina. Lá estava eu, sendo acordado com tapas musicais por mais uma surpresa que o Palco do Lago proporcionou durante todo o festival. E mais uma vez o local estava lotado, desta vez para assistir André Prando (ES). Ele havia se apresentado no extinto Palco de Dentro, ano passado, na marra e na persistência, quando ainda era público e perambulava pela cidade com seu violão. Agora estava oficialmente em um palco.
E além de músicas do disco “Estranho Sutil” (2015) e algumas novas, o capixaba entoou a capela “Como O Diabo Gosta”, de Belchior – artista que foi lembrado diariamente nas jams e na Rádio Kombi, rádio oficial do Psicodália. Música que poderia ser o hino do festival:
“Não quero regra nem nada \ Tudo tá como o diabo gosta, tá \ Já tenho este peso, que me fere as costas \ e não vou, eu mesmo, atar minha mão \ O que transforma o velho no novo \ bendito fruto do povo será \ E a única forma que pode ser norma \ é nenhuma regra ter \ é nunca fazer nada que o mestre mandar \ Sempre desobedecer \ Nunca reverenciar.”
Depois desse banho de água fria, era hora de seguir para o Palco do Sol e assistir Mulamba (PR). O que aconteceu nesse dia, às 16h, é quase indescritível. Um grito ainda maior de resistência que o Psicodália já faz por si só, dia a dia. Foi um grito de força das mulheres. Um grito que ecoa na cabeça de todos até hoje. Finalizado com diversas mulheres no palco: atrizes, público, compositoras, cantoras, instrumentistas, mães, todas. Uma celebração e demonstração da potência feminina.
Sempre desconsiderei a diferença entre palco principal e palcos “menores” no Psicodália, apesar das mudanças de nomes. Portanto, tudo acontece como e onde deve acontecer. E o que a Mulamba fez, junto a dezenas de outras mulheres, iria comover e emocionar onde quer que fosse. No Palco Lunar, Do Sol, Dos Guerreiros, nas jams ou nas “ruas”. No Psicodália, todo canto é palco.
O Som Nosso de Cada Dia (SP) fechou o Palco do Sol com muito estilo e emoção, acompanhado pelo público cantando as músicas de cabo a rabo. Depois disso a ansiedade começou a bater nos psicodálicos. Chegaria a hora do Palco Lunar, com Francisco, El Hombre, Jorge Ben Jor e Bandinha Di Dá Dó.
Já conhecidos e acostumados com o calor do festival, Francisco e Bandinha continuaram impressionando e não deixando ninguém parado. E aos 72 anos, o carioca Jorge Duílio Lima Meneses, mais conhecido como Jorge Ben Jor – sinônimo de samba rock –, mostrou uma energia que até os mais jovens se esforçam para alcançar. Com clássicos que não acabam mais, o show durou cerca de duas horas e meia. E para quem estava na chuva todo esse tempo, “Chove Chuva” foi a celebração. Quase como Gene Kelly em “Cantando na Chuva”. Água era confete, barro era maquiagem. Adultos se juntavam às crianças e se divertiam nas poças.
Os curitibanos da Bananeira Brass Band mantiveram a energia no Palco dos Guerreiros e jogaram a bola para os pernambucanos do Mabombe, que infelizmente tiveram que tocar praticamente metade do show, por causa do avanço de Jorge Ben no horário. Depois de tudo isso, a energia era tanta que ainda acabei no Saloon, comendo pizza e ouvindo alguns artistas, que dedicavam músicas aos “porcos filhos da p… que pegaram minha maconha na blitz”.
13 de fevereiro – 5º dia (terça-feira)
Não teve água gelada e café que me fizesse comparecer ao Palco do Lago nesse último dia, infelizmente. Me disseram que o show do power trio Ema Stoned (SP) foi tão poderoso e surpreendente como as outras apresentações que este palco nos reservou. Acordei e fui direto ver outro power trio, Ventre (RJ). Os cariocas Gabriel Ventura, Hugo Noguchi e Larissa Conforto começaram a psicodelia no Palco do Sol, que seria seguida por Pedra Branca.
Larissa também foi uma forte representante do poder feminino e lembrou a todos que não existem só compositoras e cantoras mulheres, mas também instrumentistas, como ela, que devem ser reconhecidas. Ainda chamou amigas artistas para subir ao palco, para cantar, dançar e compartilhar da canção “Mulher”. Seminuas, elas protestaram contra o ato de Jorge Ben Jor na noite anterior, que, como já é de costume em seus shows, chamou meninas do público para dançar no palco ao som de “Gostosa”.
O Palco Lunar foi aberto com Arrigo Barnabé (PR), às 18h30. Não por acaso, imagino eu, uma das grandes atrações do Festival Psicodália 2018 tenha ficado para o último dia. A banda Claras e Crocodilos, que faz releitura da principal obra do paranaense, “Clara Crocodilo” (1980), desde 2013, é a representação legítima deste experimento psicodá(é)lico.
O grupo realiza um encontro harmônico de gerações e gêneros, fluindo de forma caótica e organizada e com muita experimentação. Estão ali a geração da Vanguarda Paulista (Arrigo Barnabé, Paulo Braga e Mario Manga) e a geração atual (Ana Karina Sebastião, Joana Queiroz, Maria Beraldo Bastos e Mariá Portugal). Juntos, os sete colocam a dramaturgia do álbum de estreia de Arrigo em cima do palco. Apresentação que amplifica espírito, funde a mente e quem sabe um dia será entendida da maneira que deve ser. Arrigo ainda está em outro nível.
Tulipa Ruiz (SP) foi a próxima a subir ao Palco Lunar. Apresentando-se com a turnê Dancê, ela não deixou de lembrar que faltam também técnicas de som, roadies e mais mulheres no backstage. “E nós, como mulheres no palco, temos de ter o entendimento de que somos multiplicadoras, devemos fomentar a formação técnica dessas mulheres”, relatou, em coletiva.
Sobre o festival, era mais uma artista admirada com aquela experiência. “Só de chegar aqui – e olha que eu cheguei com chuva e já no final, quase na chepa – e ver todo mundo acampado, e nesse astral, já deixa a gente entusiasmado, deixa a gente muito bem.”
Terra Celta (PR), Cuatro Pesos de Propina (Uruguai), Casa de Velho (CE) e a Bandinha Alemã Max Jakush provavelmente não deixaram a desejar nessa última noite. Infelizmente o dever da vida real me chamava e tiver de levantar moradia. Cansado, precisando de muitas horas de sono, já lamentava o término desta edição, mas me preparando e guardando energias para a próxima.
Ali, naquela cidade de um mundo paralelo, nos despimos das fantasias e da capa protetora que nos protege das porradas do dia a dia para imergir e nos expor, sem medo de ser feliz, no que somos e no que nos move, interagindo olho no olho, pele na pele, sem wi-fi. Quem passa pela experiência psicodálica entende. Transforma e é transformado. Quem não quer passar e entender, paciência, continuaremos sendo apenas “hippies com pés na lama”.
– Rafael Donadio (Facebook: rafael.p.donadio) é jornalista do Diário do Norte do Paraná
Leia também:
– Cristiano Castilho conta como foi o Psicodália 2016
O Psicodalia é o melhor festival do Brasil com certeza e isso já há alguns anos. Mas vai dois adendos: Sacanagem rotularem o Jorge Ben como machista. O cara foi um dos músicos brasileiros que mais homenageou as mulheres em suas músicas, negras, pobres, batalhadoras e em uma época que ninguém estava preocupado com isso. O lance da música “gostosa” dele na verdade é uma ode a beleza e sensualidade da mulher brasileira, não um rótulo de objetificação. Segundo adendo: Que show é esse do Lô Borges do “Disco do tênis”? Sensacional! Repertório e banda maravilhoso. Show do ano!
Também fiquei surpreso com esse “protesto” que a banda sei-lá-o-que fez ao Jorge Benjor. Tudo bem que “Gostosa” não é de seus maiores clássicos, daí se ofender por ele chamar mulheres para subir ao palco é muito exagero e falta de noção, na minha opinião. Vão ser chatos assim lá longe.
É o lance do “lacre”. Vamos chamar de machista um cantor das antigas e ganhar uns “likes” nas redes sociais
Arrasaram!
Era um festival de rock, virou festival de MPB ximbalaiê-lacradora-diversificada. A qualidade da música não importa. Ter feito a fama em cima do público do rock e não ter mais quase nada de rock não. Importa é lacrar. Meu dinheiro e meu trabalho (sim, já trabalhei no festival) esses lixos lacradores não vêem mais.
Putz q viagem cara. A música brasileira eh milhões de vezes mais rica do q o pobre rock britanico e americano, que inclusive tambem esta morto. Se vc esta se referindo a guitarras distorcidas e agressivas pode ter certeza q rolaram pra caralho em todos os cantos do festival, muito mais fortes e profundas do q os tradicionais power chords de duas notas q se vê em pobríssimos festivais de “rock” como rocknrio e lola… viva a nova musica brazuca q eh swingueira e paulada pra caralho! Faltou Tim Bernardes ou O Terno, mas ver Lo Borges fazer o Tenis e Clube nos arranjos originais foi do caralho!! Mto massa o relato do festival tmb, tive experiência parecida!
O Lô Borges conseguiu montar uma banda foda que foi totalmente fiel as musicas do disco do tênis e do clube da esquina, que são demasiadamente complexas. Chega arrepiava. O melhor show que vi nos últimos tempos
Putz, que inveja gostaria de estar lá quem sabe o próximo ano, o line up de 2018 foi sensacional!!!
Realmente, Aminoácido foi um dos melhores shows do festival! Porrada na cara!
Chuelê de Buelê!
delícia reviver lendo a matéria… e as fotos! lindas! <3 obg
Gostei bastante dos shows do Aminoácido, André Prando e Yanay.
Mas quem lacrou mesmo foram as meninas da Ema Stoned com seu som instrumental galático. Sem discursinho, sem protesto e sem mimimi. Chute na cara!!!