Entrevista: Vitor Ramil

por Renan Guerra

Em 1777, o Tratado de Santo Ildefonso delimitou que determinada faixa de terra desabitada no atual Rio Grande do Sul não pertenceria nem a Espanha nem a Portugal; esta faixa de terra passou a ser chamada de Campos Neutrais. A revelia dos mandos e desmandos da coroa, a região se tornou simbólica e ainda carrega, na contemporaneidade, sua condição libertária e esse imaginário de inconformismo, diversidade e anti-oficialismo. É sobre a alcunha de “Campos Neutrais” que o músico Vitor Ramil prepara seu novo disco, que está sendo construído através de um financiamento coletivo.

Definido por Vitor como seu trabalho mais alinhado a estética do frio, o disco trará participações de Chico César e Zeca Baleiro, além de releituras de canções de Bob Dylan e Xoel López, espalhando-se assim por múltiplas línguas e diferentes cenários, como Satolep, Buenos Aires, Montevidéu e Londres. Vitor Ramil afirma que é de sua natureza sempre cantar as cidades por onde passa e são esses cenários, as ruas, seus sons e suas místicas, que dão pano a criação do pelotense, que, nesses mais de 30 anos de carreira, já foi regravado por artistas como Ney Matogrosso, Milton Nascimento e Mercedes Sosa.

No ensaio “A Estética do Frio” — disponível para download no site oficial do músico — ele afirma que esta estética “tendo começado como reação a um estado de coisas em tudo paralisante, com a convicção de que uma concepção artística exige liberdade de movimentos e o oxigênio do correr dos acontecimentos para sobreviver, é uma viagem cujo objetivo é a própria viagem”, e é sobre esse deslocamento que se perpetua seu “Campos Neutrais”, disco que abarca distintos sotaques, encontros improváveis e que novamente nos apresenta esse olhar distinto de Vitor, sempre à margem, sempre no centro.

Vitor Ramil recebeu a reportagem do Scream & Yell em Santa Maria (RS), antes de seu show “Voz e Violões”, espetáculo em que ele apresenta-se sozinho no palco, acompanhado de três violões, com diferentes afinações e timbres. De caráter minimalista, o espetáculo mescla canções já conhecidas e novas composições, sempre entremeadas de pequenos ‘causos’ contados por Vitor, em seu modo tranquilo de falar. Com a mesma tranquilidade e simpatia, o músico encarou um longo papo, onde falou sobre sua produção, suas composições, sua família e trouxe seu olhar sobre a atualidade. Confira a entrevista abaixo:

Você fez um financiamento coletivo quando esse sistema ainda estava se firmando no Brasil [no disco “Foi No Mês Que Vem”, 2013]. Depois disso Nei Lisboa, o Apanhador Só e o próprio Ian Ramil usaram esse formato. Agora a família e os amigos do Nico Nicolaiewsky também estão produzindo um crowdfunding para organizar um projeto de homenagem para ele. Você enxerga essa possibilidade como catalisadora da atual produção musical do Rio Grande do Sul?
A minha visão do financiamento coletivo é a seguinte: se no futuro eu voltar a fazer, vou tentar mudar o nome de financiamento para alguma outra coisa. O mais importante — não querendo dizer que o dinheiro não é importante, por que não é verdade — é a mobilização do público em torno do trabalho, isso é o mais fascinante do negócio, é o que mais contribui de fato para o trabalho, e não falo isso de uma forma demagógica. Contribui muito a forma como elas se mobilizam, como isso chega até mim. E para mim, um artista que mora no interior do Rio Grande do Sul, que não é um cara de muito convívio social, para quem é muito desafiadora a comunicação com o público, escrever, me comunicar, fazer coisas ao vivo, expor as minhas sessões de gravação, meus erros e acertos, isso é um desafio muito bom. Então, em primeiro lugar, se pudesse chamar de outra coisa, como mobilização ou sei lá o que (talvez fosse melhor). O financiamento coletivo talvez não funcione para todos os perfis de artistas. Claro que se você é um artista super começando, completamente desconhecido, você terá uma dificuldade de mobilizar as pessoas para te apoiar. Por outro lado, se você é um artista muito popular, muito mainstream, talvez nem precise do dinheiro em si, nem se interesse tanto pela mobilização das pessoas. Mas acho que muitas pessoas têm um pouco de medo do julgamento. Por exemplo, você entra com a campanha de financiamento e ninguém vem te apoiar. Não quer dizer que eu também não fique inseguro em relação a isso: “Bah, vou fazer uma campanha de financiamento num período desses em que está todo mundo sem grana, todo mundo meio aborrecido, será que esse é o momento de se fazer uma coisa dessas?”. Só que tu faz e te dá conta de que as pessoas estão lá, estão querendo ouvir coisas novas, interessantes. As pessoas sentem: “Ai, que bom, um disco novo”. Um cara escreveu esses dias: “Finalmente vou ficar ansioso por um bom motivo”. Quer dizer, ele está ansioso se vão prender esse ou aquele político, quem é que vai cair não sei aonde, o que é que vai acontecer amanhã de desgraça, mas um disco legal também está pintando na parada. Não sei se te respondi, pois saio falando assim loucamente…

Respondeu sim. Então, essa relação que você constrói com o público é um dos pilares desse tipo de projeto?
Totalmente. Mas talvez não seja para todo mundo. Eu, por exemplo, ao longo dos anos, tenho desenvolvido uma relação bem próxima com meu público, seja através desse financiamento anterior que fizemos ou mesmo o tipo de trabalho que eu faço e a forma como eu me comunico nos shows. Tenho uma proximidade que é curiosa, por que quase não vou a TV, não toco na rádio, mas você acaba tendo um link com as pessoas que estão correndo por outro lado. Não sei se é pelo lado, por cima, mas ele está correndo.

No texto de lançamento do financiamento coletivo, você considera que “Campos Neutrais” seria a melhor aplicação da tese defendida no ensaio “A Estética do Frio”. Como você percebe que isso acontecerá?
Em primeiro lugar, este é o primeiro disco que eu consigo gravar em Porto Alegre. Se tivesse gravado em Pelotas ou até em Santa Maria, ainda seria o primeiro disco que gravei aqui no Sul. Até gravei coisas em Buenos Aires, mas o corpo do disco foi gravado aqui, consegui me colocar aqui geograficamente, e acho isso muito importante: que a produção local funcione dentro do lugar. É muito prazeroso tu gravar e ir para casa depois; você não está numa outra cidade, em que tu fica dois, três meses gravando o disco, como em Buenos Aires, que tu sai do estúdio e vai para o hotel, onde tu fica sozinho. Aqui não, primeiro dia de estúdio estávamos eu, minha mulher, minha netinha, o meu filho com a mulher, a minha filha e o marido, os amigos e os músicos ensaiando. Foi um prazer. Estou acostumado há anos a fazer discos totalmente sozinho com os músicos e o técnico. É um trabalho sempre solitário e sacrificado. Começa por aí, pela minha questão pessoal, em que consegui me colocar geograficamente aqui no Sul. Em “A Estética do Frio” falo que a gente não está à margem do centro, mas no centro de uma outra história. O que quero dizer é que se estou entre as culturas platinas e a grande cultura brasileira, com tudo isso convergindo na minha cabeça, pois a gente está numa área geograficamente privilegiada, culturalmente de transição entre esses mundos, então posso dizer que gravei um disco aqui, no centro de uma outra história e as pessoas vieram gravar comigo. Veio o Chico César, veio o Zeca Baleiro, e eu gravei uma música do Dylan, um poema de um português, outra de um galego, criei uma coisa diversificada com gente de várias culturas, mas feito aqui (no Sul). Fundamentalmente, em termos estéticos, acho que consegui chegar numa linguagem muito minha, autoral em termos de harmonia, de melodias, de letras, de arranjos — o Wagner Cunha fez os arranjos de metais sempre com meu acompanhamento. Ele é muito integrado na minha maneira de ver a música, então tive um parceiro, de certa forma, musical nesse momento. O percussionista, o Santiago Vázquez, fez todas as percussões também, então os dois estão correspondendo muito as minhas expectativas estéticas. Eu olho o disco e ele é cheio de sons, de coisas, mas tudo aquilo ali tem absolutamente a ver com a minha questão autoral. Então quando falo em estética do frio eu fico buscando uma linguagem que seja nossa, do Sul do Brasil, que fale de nós. Eu gostaria que daqui há algum tempo as pessoas ouvissem uma música dessas, que não é uma música regionalista, que não fala em gaúcho, que não fala em cavalo, alguma coisa assim, ou que não fala em nenhum outro clichê nosso, mas tu ouça e diga: “Uau, isso aí é bem do Sul, esse tipo de harmonia, essa maneira de cantar, essa fusão disso com aquilo, isso é bem do Rio Grande do Sul”.

Aliás, a Estética do Frio é algo que tem se difundido e sido adaptada por outros artistas, como a curitibana Juliana Cortes. Você tem acompanhado essas outras leituras da estética?
Sim, acho interessante que essa ideia da estética do frio é que cada um tem a sua estética do frio, porque não posso pretender definir valores estéticos ou dizer como se tem que fazer música ou literatura ou o que for, e as pessoas vão se enquadrar. Por isso nunca disse que é um movimento. Há gente que me cobra: “Por que você não faz um manifesto?”, mas eu não quero engessar minhas ideias, quero que as minhas ideias fiquem abertas e que elas recebam contribuições, e que elas contribuam também. No caso da Juliana, ela vem lá de Curitiba, eu sei que os curitibanos se identificam muito com as ideias da estética do frio, é uma maneira que eles encontraram também de se posicionar perante o Brasil, o país tropical, que é uma imagem um pouco inadequada para nós, pois a gente não se reconhece muito nela e sabe que não contribuímos muito para que ela exista. Ninguém pensa em nós quando fala do Brasil tropical, as pessoas pensam na Bahia, elas nunca vão pensar numa praia nossa aqui, na praia do Cassino ou na serra do Paraná. Então recebo sempre bem todo mundo, as contribuições, ouço muito os comentários de gente do Uruguai, da Argentina, de todos os lados; inclusive de gente de Belém do Pará e do Nordeste que se identificam com a estética do frio, e acho isso muito interessante. Estive agora em Belo Horizonte, conversei com muitos compositores lá, e muita gente afinada com essas ideias, nem que seja no sentido de que o fato de eu pensar a nossa condição de sulistas, como nós somos, dentro do contexto brasileiro, provoca as pessoas nos outros lugares do país a pensarem em si mesmas dessa maneira, inclusive paulistas. conheci um paulista que disse que depois que leu “A Estética do Frio” ele se deu conta de pensar nas coisas dele, de São Paulo, de como ele se via dentro do Brasil, dos preconceitos que ele tinha em relação a isso ou aquilo. Essa coisa de tu tirar o centro do lugar é muito legal, essa coisa do “não, não estou à margem do centro, isso aqui é um centro”. Tu pode determinar o teu centro em qualquer lugar: se tu é do Piauí, tu pode enxergar esse centro. Eu acho que todo mundo que cria, por mais que tu esteja ligado com o mundo — e eu acho que tu tem que estar ligado com o mundo, sabendo tudo — tu tem também que saber o que está acontecendo na tua rua; o universo passa na tua rua. Tu tem que estar ligado plenamente nas coisas.

A banda que lhe acompanhará na gravação de “Campos Neutrais” traz desde caras mais novas, como o Felipe Zancanaro [Apanhador Só], até antigos parceiros, como o Carlos Moscardini. Como você definiu essa nova formação?
Eu tinha há muito tempo, desde o meu disco “Longes” [2004], vontade de fazer um disco todo com metais, mas eu sabia da complexidade disso. Reunir um grupo bom, afinado, é difícil. Primeiro fiz as músicas e pensei em começar pela percussão, pensei em gravar toda a percussão antes com o Santiago [Vázquez], lá em Buenos Aires. Gravamos todas as percussões e aí eu previ, a partir das percussões, o trabalho de arranjo de metais. Os arranjos de metais foram trabalhados sobre a percussão e os violões, então tudo foi se encaixando como se fossem arquiteturas, tudo foi se juntando. Depois o Zancanaro e o Moscardini entraram como duas figuras com quem eu estou muito vinculado musicalmente, para dar um toque específico em uma música ou outra. O Moscardini é um violonista especializado nos ritmos crioulos da Argentina, e ele vem tocar uma música que é praticamente um samba, composto com um poeta lá da Amazônia. Pedi a ele para tocar algo trazendo um sabor milongueiro dentro dessa música onde tu espera que aconteça um samba, mas esse samba nunca acontece, fica sempre numa tensão, os metais sugerindo uma coisa meio nordestina e aquele violão sugerindo uma coisa milongueira. O Zancanaro entrou numa outra música, que é a “Palavra Desordem”, em que reflito sobre o meu próprio processo criativo. É uma provocação que fiz para mim mesmo, mas como se estivesse me dirigindo a geração dele, do meu filho — o Ian, o Zancanaro, da minha filha Isabel. A música parece um grande chamado ao protesto político e social, então a presença dele tem também um significado geracional.

Falando nesse sentido de gerações, a Gutcha Ramil estará no “Campos Neutrais”. Além disso, no ano passado, o Ian recebeu o Grammy Latino; prêmio ao qual o Thiago Ramil também foi indicado. Como você tem acompanhado esses caminhos que a nova geração dos Ramil tem trilhado?
A nossa família é muito próxima, é tipo família de circo: todo mundo acompanha todo mundo que sobe no trapézio, embala e vai. Está nesse clima. Todo mundo vem chegando e já vai pegando seu instrumentinho e começando a tocar. Com os guris não foi diferente, e eles não deixaram de nos surpreender, e (surpreender) não é fácil. Por exemplo, profissionalmente eu vim depois do Kleiton e do Kledir. Eu tinha 10 anos e via meu irmãos fazendo show, gravando discos e tudo mais, então imagina, eu era bem pequeno. Me criei naquele ambiente e, claro, você fica um pouco intimidado, pois já tem irmãos que são conhecidos, então todo mundo (fala): “Ah, o Vitor Ramil, irmão de Kleiton & Kledir”… Toda a vida foi isso e só mais recentemente pararam de me chamar de “irmão de Kleiton & Kledir”. Então o Ian e o Thiago, eles irão ouvir isso por muito tempo. “Filho de Vitor Ramil”, “sobrinho de Kleiton & Kledir”… Esse processo é duro, inicialmente, para tu se afirmar, mas isso já te fortalece na origem: você tem que enfrentar esse pessoal, tem que chegar lá, tocar e compor direito. Ao mesmo tempo eles vão crescendo com a gente, vendo a gente produzir e nós vamos crescendo com eles, vamos observando a nova geração, como eles pensam a música, como é o gosto deles. A gente troca muita informação de música. O Ian me diz: “Ouve isso aqui”, e é um rapper que ele está escutando sei lá de onde. Daí eu digo: “Uau, que genial”. E ele ouve o que eu estou ouvindo, a gente passa o tempo todo trocando coisas. A Gutcha mesmo é uma cantora extraordinária, toca percussão, e ela está nos aproximando muito — a todos em casa — da cultura negra, por exemplo. Ela é antropóloga e está metida nas questões da cultura negra e indígena, então isso é muito legal.

Também no texto de lançamento você afirma que vivemos “tempos de solidões”. Quais seriam essas solidões que você tem percebido?
Quis me referir ao estado em que está o mundo atualmente. Estamos vivendo um grande período de conflitos sociais, que são grandes conflitos humanos, na verdade, se estendendo pelo mundo todo, dos mais variados tipos. E, ao mesmo tempo, todo mundo se comunicando muito. Vivemos uma época de hipercomunicação, e tudo que é hiper tem o outro lado também. Uma pessoa que está socada em sua casa falando com um milhão de pessoas, ela está sozinha também. Então nós temos desde essa solidão física, o afastamento das pessoas entre si, com as pessoas se comunicando via celular dentro de casa, o que é comum hoje em dia, até o acirramento das posições entre as pessoas, entre amigos, amizades se desfazendo por questões políticas que não mereceriam a nossa atenção. É um período de muito exacerbamento de tudo e, ao mesmo tempo, um período de problemas concretos no mundo. E nós temos que reagir a esses momentos sempre, pois a humanidade vai passando por fases. Tu vê os Estados Unidos: eles deixaram para o mundo uma imagem de um país quase libertário. São sempre as duas coisas: por um lado, via-se os Estados Unidos como um imperialismo e, por outro lado, vê-se como o país do movimento hippie, do paz & amor, da vanguarda tecnológica, literária e musical. Aí, de repente, depois de todo o avanço que culminou no Obama, tu passa por aquilo que parece ser o extremo dele, que é o Trump. Nós, no Brasil mesmo, depois do fim da ditadura tivemos o processo democrático, foi indo, aí de repente conquistas sociais, “opa, o Brasil vai crescer”, e olha o que nós estamos vivendo nesse momento, que é claramente um retrocesso. Então são momentos que são de solidões mesmo, sobre muitos aspectos.

Esse disco possui canções em português, inglês e espanhol. Há algum motivo específico para isso ou foi uma consequência natural de suas atuais escolhas e influências?
Isso foi acontecendo. Eu tinha essa música “Campos Neutrais” e quando me dei conta do conceito, do significado histórico de campos neutrais, do que ele poderia representar como imagem, com um significado muito contemporâneo, fui ver o repertório que tinha e me dando conta justamente disso: “Opa, aqui tem uma música em inglês”. Quando estava em Londres, eu andava muito pela Angel Station, que é uma estação do metrô, e fiz uma música. Lá tem o “mind the gap” na frente de tudo, o trem para e tem “mind the gap”, “mind the gap” todo tempo, e passou um cara por mim dentro do metrô com uma camiseta escrito “fuck the gap”, e fiz essa música e no refrão falo o “fuck the gap”. Coisas que fui pegando por aí… Fiz uma música em espanhol, em Barcelona; tinha outra música minha que falava em Montevidéu, que mistura o espanhol com português, e fui me dando conta que eu falava em muitos lugares, no Uruguai, em outros países, e fui me dando conta da diversidade desses lugares, de mais de uma língua… A música desse galego [Xoel López] que mencionei, tudo conflui para o conceito dos “Campos Neutrais”, e me ajudou a selecionar o repertório.

Como você já mencionou, o novo disco ainda contará com as participações de Chico César e Zeca Baleiro. Como surgiram essas parcerias?
São parcerias antigas. Eu já fiz com o Zeca uma ou duas músicas no passado que não deram em nada — a gente às vezes faz músicas que vão ficando. Com o Chico mais ainda, meu amigo mais próximo, temos umas cinco músicas e também nunca gravamos nada do que fizemos juntos; e somos em princípio muito diferentes, mas somos na realidade muito parecidos. Chegamos a uma música muito boa e eu fiquei muito feliz de, justamente nesse momento, quando estou com essa ideia de “Campos Neutrais”, ter parcerias com eles. Essa parceria com esse poeta do Macapá também… Estive na Amazônia há pouco, trouxe um tambor de lá, uma caixa de marabaixo, e incorporei isso e fiz uma música meio amazonense, na coisa rítmica dela. Isso é curioso pra quem me imagina sempre tocando milonga ou sendo extremamente melancólico. De repente esse disco abre brechas a essa diferença.

Acredito que seriam essas as perguntas…
Dá pra tu fazer uma minissérie com essa minha entrevista. 15 edições! [Risos]

Renan Guerra é jornalista e colabora com o sites A Escotilha e Scream & Yell. A foto que abre o texto é creditada a Satolep Press

Leia também:
– “A Linha Fria do Horizonte”: singularidade estética, musical e de costumes (aqui)
– “Foi No Mês Que Vem”, de Vitor Ramil, é um disco de vários e vários anos (aqui)
– “Gris”, de Juliana Cortes, é um disco de extrema complexidade (aqui)
– Ian é Ramil desde cedo, nas filipetas de peças de teatro em Porto Alegre (aqui)

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