Três discos faixa a faixa pelos próprios artistas
“Lados B Holger” (2006-2013)”, faixa a faixa por Holger
01) Pedro (2011 – Produção Bonde do Rolê)
Essa foi a primeira música que surgiu do “Ilhabela”. Fizemos e gravamos em um sítio em Indaiatuba. Quem fez e produziu ela conosco foi o Bonde do Rolê, velhos parceiros do projeto Avalanche Tropical. Nessa mesma viagem fizemos também “Treta” e nesse momento foi dada a largada do nosso segundo disco, “Ilhabela”. Fomos regravar a música seis meses depois nos estúdios da Trama.
02) Gonna Get You (2011 – André Paste + Bonde do Rolê + Holger)
Em 2011, o André estava preparando seu primeiro EP, e contou com a ajuda do Bonde do Rolê. O disco, assim como a música, nunca saiu. Por gostarmos tanto dela, resolvemos colocá-la aqui no meio. A voz é do Pata, letra e música do Bonde do Rolê. Foi uma divertida tarde na Aclimação.
03) Recuerda de Ti (2008 @ Ugeda)
Talvez a música mais velha do Holger. A música, na verdade, foi composta pelo Eduardo Haddad, membro do Holger até 2008 e grande amigo até os dias de hoje. Essa versão foi gravada na nossa primeira visita aos estúdios do amigo e sempre ídolo Sérgio Ugeda. Sempre nos arrependemos de não a ter incluído no “Green Valley”. Fica a promessa de um dia regravá-la para um futuro disco.
04) Me Leva Pra Nadar (versão em italiano feat. Selton)
Em 2013, gravamos uma versão de “Me Leva Pra Nadar” em italiano para celebrar o dia dos namorados. Quem nos traduziu a musica e cantou conosco foram os amigos da banda ítalo-brasileira Selton.
05) Alagados (Paralamas vs Holger+Bonde do Rolê+Miss Bolívia+El Remolón)
Em 201,1 depois de uma Avalanche das mais legais que fizemos no RJ, fomos para Ilhabela, Holger, Bonde, Dago, Miss Bolivia e Villa Diamante. Lá, decidimos gravar vocais de todo mundo sobre um remix instrumental que o El Rémolon, de Buenos Aires, tinha feito pra “Alagados”, do Paralamas. Essa música é quase que uma Avalanche x ZZK. Acabou que nunca foi lançada. Achamos tão legal essa versão que fizemos questão de colocá-la aqui.
06) No Brakes (2009 @ Ugeda)
Em 2009 começamos a compor o que viria a ser o “Sunga”. A primeira música feita foi “No Brakes”, e essa é a primeira versão dela. Ainda com cara de “Green Valley”, foi gravada, mixada e produzida, não à toa, pelo mesmo homem que gravou nosso primeiro EP, Sérgio Ugeda.
07) Please Don’t Take The Guilt (2011 Holger vs Mumdance)
Quando o produtor inglês Mumdance veio ao Brasil para tocar em uma festa da Avalanche e terminar músicas com os amigos da Banda Uó e Bonde do Rolê, aproveitamos também para roubar um pouco do tempo livre dele. Essa música também foi feita em Ilhabela. Sempre gostamos muito dela, era para estar no “Ilhabela”, mas de última hora ficou de fora. O que restou foi essa demo, que gostamos bastante. Talvez outro caminho que pudéssemos ter seguido
08) Brand New T-Shirt (2006 1º versão)
Essa foi a primeira vez do Holger em estúdio. Curiosamente, o engenheiro de som é nosso amigo de infância, Geeza, dono dos Estúdios Canoa e idealizador do selo Risco. Ele também esteve presente como engenheiro de som nos nossos discos “Sunga”, “Ilhabela” e o atual que gravamos em janeiro. Longa vida. Nessa época nem sonhávamos em fazer shows (o primeiro show do Holger foi em maio de 2008).
09) Infinita Tamoios (2013 feat Karol Conká)
Lançamento do nosso 2º álbum, “Ilhabela”, maio de 2013 no SESC Pompéia. Se no disco temos a Li Saumet, do Bomba Stereo, nessa versão convidamos a amiga de Curitiba Karol Conka.
10) Mim Quer Tocar (2013 Ultraje a Rigor cover)
A convite da MTV Brasil gravamos um cover de Ultraje a Rigor para um especial de verão. Ela talvez indique um caminho entre o “Ilhabela” e o disco novo.
11) Wet Memories (2008 @ Ugeda)
Mais uma que não entrou no “Green Valley”, outro arrependimento. Chegamos a tocar essa música por pelo menos um ano em shows.
Baixe gratuitamente “Lados B Holger” (2006-2013)” no Soundcloud da banda
“Alexandre”, faixa a faixa por Mombojó
01) Rebuliço
“Rebuliço” mostra, como uma faixa de abertura, exatamente o que vem a ser o resto do disco: um emaranhado de referências num mesmo contexto, com a introdução de som de bateria de carnaval seguida por um som mais eletrônico, um verdadeiro rebuliço na construção da melodia. Foi uma música concebida totalmente em estúdio, durante as gravações, que teve participação fundamental de Vitor Araújo no teclado. A batida dessa música foi feita aleatoriamente, com um aplicativo do iPad de sons de baterias eletrônicas, e teve o Radiohead como maior influência.
02) Me Encantei por Rosário
A letra de “Me Encantei por Rosário” foi feita com base na recombinação de trechos de textos do Movimento dos Direitos Urbanos, criado em 2012, em Recife, para discutir e solucionar diversos problemas urbanos da cidade. É a primeira faixa que Vicente (bateria) canta junto com Felipe S (vocal) desde a criação da banda. Outro ineditismo é a participação do guitarrista Yuri Queiroga, convidado para criar todos os arranjos de guitarra. A maior referência musical de todos da banda, o Stereolab, está presente também. A melodia foi feita pensando muito no disco deles chamado “Not Music”.
03) Hello
“Hello” conta com a participação de Samuel Vieira, ex-baixista da banda, e China na composição. É a primeira música que tem letra em inglês. Uma faixa curta, cheia de referências e elementos eletrônicos. É a música mais antiga do disco, feita antes de todas as outras. Outro ineditismo é Marcelo Machado (guitarra) cantar no começo e no final da música.
04) Summer Long
“Summer Long” foi composta em parceria com Laetitia Sadier, vocalista do Stereolab, que também cantou e tocou guitarra. Laetitia recebeu da banda a música quase pronta, apenas dizendo a ela o mote da canção, que era falar das memórias da infância. Ela inseriu letra e voz em todas as partes sem a voz do Felipe S e Laetitia se tornou a voz principal da música. Foi a grande comoção do disco para nós. Laetitia é uma das pessoas que mais admiramos na música. As maiores referências sonoras em “Summer Long” são Stereolab e Nação Zumbi, nossas duas maiores influências musicais de todos os tempos.
05) Ping pong
“Ping Pong” chega como que um respiro para o disco, uma vinheta que sai dos padrões da banda por não ser uma canção com letra. O título da música surgiu primeiro. Tínhamos que mandar uma lista das músicas, mas nem todas existiam. Colocamos esse título porque já pensávamos em fazer uma música em que o ritmo fosse guiado por um sample do som de um jogo de ping pong. Ele tem quase uma levada de baião com um piano Rhodes, dando um tom sofisticado à música.
06) Diz o leão
Essa faixa tem a participação de Céu (voz), Pupilo (drum synth) e Yuri Queiroga (guitarra). A letra é a imaginação de um leão selvagem que na primeira parte vive uma vida normal e que, num segundo momento, é atingido por tranquilizantes e levado para uma jaula. É uma faixa que tem a clássica mudança de clima que tanto fizemos em nossos discos anteriores e que provavelmente ajudaram a construir a identidade da banda. Uma música que entra mais no quesito storytelling, com começo, meio e fim.
07) Hortelã
Essa foi uma música feita durante a gravação do disco, numa semana inteira de muito calor em São Paulo. Surgiu da necessidade de dar um frescor na vida. É uma música mais lenta, calma, curta; apenas voz, violão, guitarra e metalofone.
08) Dance
“Dance” foi gravada quase sem intervenções de edição e ganhou uma individualidade muito grande depois que passamos para Buguinha Dub mixar. Ela foi, então, “adubada” por Buguinha.
09) Alexandre
É uma vinheta criada por Chiquinho e tem uma fala em alemão de Phillip Vohringer, um amigo nosso da época de escola, que conhecemos por conta de um intercâmbio que ele foi fazer em Recife. Hoje em dia virou clown e sempre que vem ao Brasil participa dos nossos shows.
10) Cuidado, Perigo!
Convidamos Dengue (Nação Zumbi) para gravar essa música e fizemos uma primeira sessão de baixo, bateria e guitarra ao vivo e assim a música nasceu. Depois fomos inserindo “overdubs” de outros elementos até que o arranjador de cordas Pedro Mibielli chegou e deu à música a identidade que faltava. Uma música feita de uma das formas que mais gostamos, com a colaboração de vários músicos em sua estrutura. Identificamos uma influência grande de Tortoise nessa faixa.
11) Pro Sol
Foi uma música composta por encomenda. O roteiro era sobre uma atriz que vinha de Natal para tentar a vida em São Paulo. É a música mais canção com refrão forte desse disco. Inserimos barulho de carros andando em alta velocidade para criar uma sensação de roadie movie.
Ouça “Alexandre” na Deezer Brasil: http://www.deezer.com/album/7815608
“La Na Nana”, faixa a faixa por Naná Rizinni
01) Me Deixa Dançar
Essa música abre o disco e é um pedido de licença pra deixar dançar: deixar falar o que pensa, usar a roupa que gosta, beijar a boca de uma pessoa com detalhes de uma estranha física. Enfim, deixar se expressar, sem querer ser julgada pelas pessoas em uma sociedade com tantas diferenças. Escutar mais os astros e menos os outros.
02) Prejudicada
No começo era quase um chorinho. Aí virou brega. No final virou uma espécie de ska/ surf/ rock e uma típica história de frustração amorosa, e não tem quem não passe por uma decepção amorosa. E dói pra qualquer um, mesmo sendo rock, surf ou brega. Me inspirei em alguns personagens que passaram na minha vida e que me deixaram humilhada e prejudicada.
03) Manda Me Prender
É hipócrita dizer que só deseja bem quem só quer amor. Na essência, não tenho dúvidas. Desejo só amor, paz e felicidade. Verdade. Mas já sonhei cada coisa horrorosa… Nessa música o sonho foi do Adriano Cintra, mas eu já tive sonhos parecidíssimos.
04) Sometimes
Às vezes a gente perde a nossa dignidade e tem que correr atrás dela pra não perdê-la de vez. Aí você recupera e fica tudo bem. Um pouco exagerado, mas quando a gente tá na merda, a sensação é essa. Aqueles relacionamentos que adoecem e que você não consegue sair dele, e você entra nesse buraco. É quase um masoquismo: “I let you walk all over my body” (“Eu deixo você andar pelo meu corpo”).
05) Feio
“Feio” é uma espécie de brincadeira, só que séria. Brinquei com a sonoridade das palavras na melodia. Mas falo de padrões de julgamentos e da importância do diferente. Basicamente, em meio a tantos “não seis”, afirmar que o feio é bonito é, ao mesmo tempo, assumir as contradições, questionando os padrões e os absurdos que temos que lidar todos os dias.
06) Ten Miles
É tipo uma ficção que se passa no faroeste. É uma música contraditória: a parte musical é alegre, feliz, calma, cantada tranquilamente, com coros e assobios; mas, na letra, a personagem não aguenta mais seu ex-namorado. Ela está tão de saco cheio que ameaça matá-lo se ele não ficar a mais de 10 milhas de sua cidade. Me inspirei na música “My Girl” (The Temptations).
07) Give Me Your Love
Escrevi para o amor da minha vida, pedindo a ela que me mostrasse seu amor, para que eu pudesse terminar a música. Ela vem me mostrando desde então, e a música continua pra gente. É, no fundo eu sou super romântica brega…
08) Sujeira
Me inspirei em pessoas próximas que amo e que são hipócritas e sofrem com isso. A necessidade de viver engessada, viver num mundo de mentiras. As pessoas tem um potencial, mas não usam, e isso as afasta delas mesmas.
09) Momesco
Esse é o axé do disco, que conta sobre um amor de carnaval que rolou em Recife. Foi um amor de adrenalina, igual é o Carnaval. Histórinha que aconteceu alguns anos atrás comigo. Mas esse até que durou alguns meses e ela conseguiu se divertir um pouco.
10) Cala Sua Big Boca
Meu punkizinho de menos de dois minutos que conta de uma forma mais rebelde o mesmo que conta “Sometimes”. Só que em “Cala Sua Big Boca” a “personagem” está um pouco mais atenta ao relacionamento que a está levando para o buraco. Ela consegue enxergar por trás da porta, através da fechadura e se protege dessa relação que pode acabar com ela.
11) Tingles
Essa música aconteceu porque Tiê, Liz (sua filha, que na época tinha menos de dois anos) e eu ficamos ilhadas na praia, dentro de casa por causa da chuva forte. Não tinha o que fazer, além de música. A Liz chorando de tanto tédio. E assim foi, até que saiu essa música. “I see myself at home just going crazy” (me vejo trancada em casa e ficando louca). Claro que a letra vai embora, entrei numa viagem meio da depressão: “eu pasmo, eu giro, mas não saio do lugar… Esse formigamento na minha cabeça brinca com a minha mente e cega meus olhos…”. Uma depressão mesmo. Quando a gente se fecha numa casinha dentro da gente e não consegue sair, a gente fica um pouco assim, cega.
12) Rock ‘n’ Roll
Eu sou uma defensora do rock! Sempre falo: escuta um rock, vai te tirar dessa onda ruim e tal… Dança, toca, canta, rebola que tudo passa. Eu fiz essa música numa época que estava completamente obcecada por Jack White, ouvindo o disco “Blunderbuss” em loop. “I wanna play some rock n roll with you” é pra ele.
Ouça o disco “La Na Nana” no Soundcloud da artista
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