por Marcelo Costa

Maior cervejaria da região de Bamberg, na Bavária, inaugurada em 1718, a Kaiserdom Brauerei orgulha-se de produzir cervejas apenas com ingredientes naturais, sem qualquer aditivo, seguindo a Lei de Bamberg de 1849, que surgiu 27 anos antes da Lei da Pureza da Bavária. Em 1953, a cervejaria alemã produzia cerca de 600 mil litros por ano. Hoje, 25 milhões de litros (por ano) abastecem o mercado alemão e mais de 50 países (nos cinco continmentes). No Brasil, é possível encontrar praticamente toda a linha da Kaiserdom: Kaiserdom German Dark Lager, Hefe-Weissbier Naturtrüb e Premium foram as primeiras, mas agora também é possível encontrar as versões Kellerbier Unfiltriert, Pilsener Herb e a sazonal invernal Winterbock. Para fãs da escola alemã, é uma boa pedida. Vendida em latas de 500 ml e 1 litro (e garrafas de 500 ml), as cervejas da Kaiserdom podem ser encontradas entre R$ 8 e R$ 20.

A versão Kellerbier Unfiltriert da Kaiserdom tem por base um estilo bastante popular na Alemanha (e incomum fora dela), que reúne cervejas não filtradas (algumas não pasteurizadas, o que não é o caso desta) que seguem técnicas antigas de produção. No caso da Kaiserdom, a Kellerbier Unfiltriert apresenta um líquido de cor âmbar acobreado e uma boa formação de espuma, de média permanência. No aroma, malte e cevada remetem a pão e biscoito enquanto fermento marca presença ao lado de uma interessante sensação de lúpulo velho, que concede algo de cítrico (laranja), herbal (feno, grama) e floral ao conjunto. O paladar, tímido, é levemente adocicado, com o malte comandando as sensações (cereais, cereais) e pouca percepção de lúpulo. O final é… pasto (risos). Muito trigo, muito feno. O retrogosto traz algo de fermento e nozes em uma cerveja meio rústica e bem interessante.

Já a Kaiserdom Pilsener Herb é tudo aquilo que você espera de uma tradicional German Pilsner. Na taça, um liquido dourado e transparente exibe uma bela formação de espuma, de média permanência. No aroma, malte e mais malte em notas herbais que remetem a trigo, pão e biscoito, mais um leve cítrico. O paladar traz o amargor do lúpulo abrindo caminho desde o primeiro toque no céu da boca – remetendo, levemente, a notas cítricas (limão, mas sem intensidade) e herbais (grama). Pouco depois, a suavidade do malte (trigo) bate ponto, sem muita nitidez. O corpo é levíssimo e a textura, quase frisante. O final é levemente amargo e refrescante enquanto o retrogosto é suavemente maltado. Eis uma daquelas cervejas perfeitas para refrescar em dias quentes e acompanhar, com seu altíssimo drinkability, na praia ou no churrasco.

Entre outubro e março, quando o inverno rigoroso abraça a Alemanha, a Kaiserdom coloca no mercado a versão Winterbock da casa, uma cerveja mais robusta apresentada em latões de 1 litro e com 7.5% de álcool, que depois é distribuída para alguns países. Tradicionalmente, o rótulo é comemorativo e muda de ano para ano. Na versão 2013, três amigos passeiam de treno abastecidos com canecas de Winterbock. Na taça, um liquido dourado, quase âmbar e translucido, exibe uma boa formação de espuma, de média permanência. No aroma, o malte se destaca remetendo a trigo e feno enquanto o lúpulo e o álcool surgem na retaguarda. O paladar é levemente amargo, com lúpulo abrindo caminho. O malte (com leve sensação tostada) surge na sequencia acompanhado pelo álcool, que encorpa a cerveja e domina a atenção até o final, levemente adocicado e alcoólico. O retrogosto reforça a sensação.

Kaiserdom Kellerbier Unfiltriert
– Produto: Keller Bier
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 4,7%
– Nota: 2,97/5

Kaiserdom Pilsener Herb
– Produto: German Pilsener
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 4,7%
– Nota: 2,58/5

Kaiserdom Winterbock
– Produto: Bock
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 7,5%
– Nota: 3,12/5

Leia também
– Top 1001 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
– Leia sobre outras cervejas (aqui)