por Mac
Pra muita gente, o fim de um ano e o começo de outro marca um recomeço. Aquele texto atribuído ao Drummond, mas que não é dele, é bem oportuno quando diz que “doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez”. Pra mim, isso acontece no meu aniversário. O começo de ano é sempre bom para planejar coisas, mas julho, por mais que eu tente insistir em não levar a sério o inferno astral, é costumamente um mês pesado. As pernas não querem se mexer, o corpo não quer se mover. Mas, bem, chega agosto e a vida começa de novo. E, desta vez, sem ser um setênio… : )
Ando bastante reflexivo nos últimos tempos. Cada vez me enxergo menos neste espaço, que deveria ser mais ego(ista) do que é (e basta uma passada na versão antiga da Calmantes pra ver que algo mudou: foi o mundo ou fui eu?). Mas falar sobre o que? Cinema? Até poderia, mas quero refrescar ainda mais as ideias para escrever longamente sobre “Hannah Arendt” e “Tabu”, dois filmes excelentes que vi neste fim de semana. Música? Talvez. Gostei muito do Selton (falei dele aqui) e acho que “Primavera”, do The Gift, caiu como uma luva na sonoridade que minha solidão particular buscava. Vou ouvir mais.
Vou retomar a leitura de “Bling Ring”, de Nancy Jo Sales. Estava adorando o caminho que a jornalista escolheu, e gostei bastante do filme da Sofia Coppola sobre o livro (humm, verdade, ele entra no Top 5 do ano, preciso arranjar um espacinho pra ele), mas no meio do caminho havia uma pedra, havia uma pedra no meio do caminho, e a leitura foi interrompida. Sei lá. Ando meio vivendo movido pelo sem querer, que me atrapalha, me distrai e me leva pela mão por territórios inóspitos do pensamento. Preciso de um hobby… Talvez. Talvez fazer cerveja em casa. Quem sabe. Está em standby. Como a vida…