por Marcelo Costa
A Cerveceria Guayacán começou como um sonho do mestre cervejeiro Christopher Holmgren, enólogo e engenheiro agrônomo que começou a produzir cervejas em casa em 2005. Em 2006 ele mudou-se para Vale do Elqui, uma bacia hidrográfica (eximia produtora de Pisco) delimitada de um lado pelo Vale do Atacama e, pelo outro, por Valparaiso (a oeste, estende-se o Pacífico). A cervejaria só foi nascer oficialmente em 2009, após Holmgren afinar suas receitas. No cardápio da Guayacán, apenas quatro rótulos que merecem atenção: Guayacán Pale Ale, Guayacán Stout, Guayacán Golden Ale e Guayacán One. As três primeiras estão disponíveis em bons empórios (online e físicos) brasileiros com preços que variam de R$ 15 a R$ 19 (garrafas de 330 ml). Ótima pedida para se aprofundar na cada vez mais surpreendente escola chilena (Szot, Quimera, Kunstmann e Kross merecem atenção também).
A Guayacán Pale Ale tem com âmbar e é totalmente turva devido a não filtração. A espuma branca sobe generosa, e permanece durante um bom tempo no copo – inclusive criando algumas rendas belgas. No aroma, algo entre cítrico e frutado disputam. É possível perceber caramelo e toffee herdados do malte (são três aqui: Pilsen, Caramelo e Munich) e um pouco de herbal derivado de lúpulo (Golding e Fuggles). No paladar, o corpo é médio e frisante. Há uma acidez picante e pronunciada provavelmente pela levedura (que, arisca, parece ser o destaque do conjunto) enquanto o frutado despeja notas suaves de pêssego, mel e maçã verde. O final é ácido, amargo e levemente melado em uma cerveja personal e provocante. A indicação é para combinar com carne de porco ou frango assado (aquela camada caramelada deve combinar muito bem), mas arrisco que a acidez combinanda com a refrescância segura alguns pratos indianos levemente apimentados.
Cerveja mais premiada da casa chilena (Terceiro lugar no “Australian International Beer Awards, Prata na Copa das Cervezas das Américas e Bronze no South Beer Cup), a Guayacán Stout honra o estilo que carrega. A cor é um denso preto com toques acobreados quando colocado na luz. A espuma bege é intensa e encorpada com ótima durabilidade. No aroma, as notas clássicas de café e chocolate amargo bailam alegremente podendo-se perceber, também, alguma coisa de nozes e ameixa. No paladar, há uma deliciosa confusão de sabores. Há o amargo, proveniente do lúpulo muito bem inserido, e também o adocicado característico do malte torrado. E os dois são tão concisos em suas aparições que a única coisa que resta é… beber novamente. O corpo é alto e a textura suave. O retrogosto é um resumo do paladar: meio amargo, meio doce, totalmente provocante. Fácil entender porque já recebeu alguns prêmios. Acredite: são merecidos.
Guayacán Pale Ale
– Produto: Pale Ale
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 3,11/5
Guayacán Stout
– Produto: Stout
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 6%
– Nota: 3,61/5
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