Michel Teló, Vai Pra P…
Sob O CEL #11
por Carlos Eduardo Lima
Eu sei que você não deve ter mais saco para outro texto sobre o nosso amigo Michel Teló. E também imagino que, das duas, uma: ou você conhece e não aguenta mais “Ai, Se Eu Te Pego” ou nunca ouviu falar dela até a avalanche de opiniões sobre a música mais popular do país nesses últimos meses. Sim, parece que é a mais popular, a que mais tocou no rádio, nos rodeios, nos bailões, nos aparelhos de som da periferia das cidades, nos alto-falantes do interior do Brasil.
Eu pergunto: e daí? O que há de tanta surpresa nisso? O que aconteceu com o país para que essa música fosse a mais popular? Eu te respondo: nada. Ou você pensava que canções como “Alegria, Alegria”, “Sol de Primavera”, “Eu Te Devoro”, “O Segundo Sol” ou qualquer hit “seguro” da música popular nacional foi popular em alguma época? Você imaginou um país que deu as mãos ao som de “Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores” ou que vibrou com o pouso do primeiro avião da anistia em 1979 cantando “O Bêbado E A Esquilibrista”? Surpresa, esse país nunca existiu, filho/a. O que deu as cartas aqui na Terra de Santa Cruz sempre foi o oposto do que o teu ouvido classe média te disse que era pop e sensacional. Claro que houve momentos em que a conjuntura sócio-econômica atuou para que sucessos como “Alagados” ou “Louras Geladas” vendessem muito e tivessem a segurança de uma qualidade mínima em termos de melodia, letra e, hum, atitude.
Michel Teló não tem nada a ver com a inclusão digital ou com o aumento do poder de compra das classes C e D, fatores que, claro, viabilizaram o crescimento de sua popularidade e a divulgação massiva de seu sucesso pelo país e o mundo afora. Tem um monte de gente gostando disso, além, claro, do próprio Teló: Lucianos Hucks, Faustões, Gugus, todos esses moedores de carne estão se regozijando e tilintando cifrões em contratos de apresentações e participações especiais nos programas de auditório, nos Criança Esperança e Teletons da vida. Sim, porque, Teló é um popstar nacional, tem mais é que aparecer cantando a mesma música mil vezes para lobotomizar mesmo a audiência e mostrar bem clara a linha que divide a antiga classe média da nova classe média. Nada desses fatores, no entanto, deve te fazer gostar da música do Teló e esse é um ponto que eu não vi ser abordado em nenhum lugar.
As pessoas – mesmo os formadores de opinião sem rabo preso – parecem engessadas por essa maldição do politicamente correto. Mais ainda: não parecem dispostas a romper algum mandamento de redação que diga “não pode falar mal do Teló”. Pois bem, eu não tenho nada a perder e, por mais que a gente aqui seja nanico, devo dizer que tenho horror à música do cara, acho o fim da picada e não me vejo obrigado a ser polido ou versado em etiqueta para dizer que jamais ouviria essa droga (pra não falar “merda”, que fique claro). Nem você é obrigado, leitor/a a gostar da música e não deve ser mais um do rebanho do colégio, trabalho, academia, grupinho de amigos, só porque há uma coletividade acéfala que gosta e você, sabe-se lá por que cargas d’água, não clicou ao ouvir essa meleca.
Sim, a música é ruim, como são os sucessos popularescos. Eu não tenho culpa de estabelecer um padrão de análise superior, fruto de mais de 30 anos de audição de boa música para me inserir numa realidade social ou musical de 2012, que teime em ser ruim aos meus ouvidos. Logo, elitista, diferente ou alienígena, vou sendo o que gosto de ouvir. No meu caso, ainda sou mais cri-cri porque teimo em gostar de velharias, coisas lá dos anos 70, irremediavelmente velhas e destinadas a sumir do mapa por conta dos mandamentos do não futuro e não passado de hoje. Quer saber? Não me interessa. Dia desses um amigo falava que uma das grandes coisas da modernidade e dos tempos digitais era a independência que eles nos concediam em termos de ouvir e ver o que gostamos, nos desvinculando do rebanho, do rádio, da TV, do Youtube ou, quem sabe, usando essas ferramentas para o nosso favor.
Vai dizer que você aí não se sente um peixe fora d’água quando o assunto é música, cinema ou TV? Não há um grupo de pessoas, seja em casa, no colégio ou no trabalho que só ouve, vê e dá atenção para produtos que você considera horríveis? Sim, é assim mesmo, o gosto é individual, é pra ser cultivado, regado, levado em conta. A gente não precisa seguir tendências, a menos que queira, algo que é legal também, se você quiser.
O Michel Teló e sua música, assim como a Ivete Sangalo, o Tchan, o Parangolé, o Zezé Di Camargo, o Latino, a Paula Fernandes, o ……. seja lá quem for, em sua época, em sua conjuntura, em seu nicho, representou uma maioria de ouvintes de é só isso que está acontecendo. O resto é propagação de mensagem por gente que tem poder aquisitivo para tal, sempre lembrando que arte não tem a ver com grana, seja pra fazer, para ter ou pra passar. Talvez pra viabilizar, mas aí já é uma outra e enorme discussão.
Muito mais que o Teló e sua música ruim, o grande vilão do mundo é o politicamente correto e suas amarras de liberdade de expressão, enquanto apregoa a igualdade e supostamente garante autonomia para os que não têm vez ou voz. Se é o seu caso, liberte-se disso e mande, sem medo, com gosto, com felicidade, o Michel Teló e toda essa gente pra p……, certo?
CEL é Carlos Eduardo Lima (siga @celeolimite), historiador, jornalista e fã de música. Conhece Marcelo Costa por carta desde o fim dos anos 90, quando o Scream & Yell era um fanzine escrito por ele e amigos, lá em sua natal Taubaté. Já escreveu no S&Y por um bom tempo, em idas e vindas. Hoje tem certeza de que o mundo como o conhecíamos acabou lá por volta de 1994/95 mas não está conformado com isso.
não entendi o que tem o politicamente correto a ver com a história. Concordo q eu não tenho q gostar de uma música ou tipo de música só porque é popular e tb acho a música em questão uma m…. e eu não ouviria de livre e espontânea vontade nunca.
Recomendo um texto sobre o que é politicamente correto e sua origem p mostrar a causa da minha falta de entendimento, ok?
http://migre.me/7Gp3J
Boa chará. Mas sinceramente essa música do Teló nem chegou a liderar as paradas brasileiras. Ela nem está entre as cinco mais tocadas no país e terminou 2011 em sexto lugar. Todo o frisson está no fato da grande vizualização no youtube. Ele não está nem entre os 10 maiores caches da música Sertaneja. Essa enorme exposição na mídia está ocorrendo mediante o grande jabá. Até mesmo aquele vídeo dos soldados Israelenses descobriu-se se tratar de uma montagem. Só pra você ter uma idéia de como essas coisas estão sendo feitas. Existe sim uma curiosidade gringa com relação à música dele, mas será que essa curiosidade vai se refletir em público nos Shows ou será que terá somente brasucas que moram no exterior como ocorrem com os outros artistas? Vamos ver. Nesse ponto um blogueiro de música Sertaneja já comunicou que irá fazer a turne com o Teló pra saber o que realmente está acontecendo.
Claro, farei um dia um texto politicamente incorreto sobre o politicamente correto. Eduardo, realmente achei que a música havia chegado ao fim de 2011 com esse status. Vou dar uma reolhada.
CEL, não tem nada a ver com o politicamente correto o tal do “não pode falar mal do Teló” que você apontou.
Essa subserviência a tudo que rende fama e/ou fortuna vem dos tempos em que éramos colônia.
Se você não gosta do Teló, faça igual a mim e a tantos outros: desembuche!
Certamente você não irá perder seu emprego nem ser chutado na rua.
Digo isso porque moro em Goiânia, onde todo dia tocam dezenas de músicas que são tão ruins ou piores do que “Ai, Se Eu Te Pego”. Portanto, mais do que vocês aí do eixo SP-RJ, sei muito bem o quanto é desagradável ouvir essas coisas por todo lado.
O que por aí é modinha, por aqui é regra, praticamente uma ditadura musical.
Mas não vem querer botar culpa no PC, como se o mundo anterior a ele fosse pleno de respeito
e certas palavras não tivessem o dom de ferir.
Daqui a pouco, serei obrigado a dizer que o combate ao politicamente correto será o penúltimo refúgio dos canalhas.
“Eu não tenho culpa de estabelecer um padrão de análise superior, fruto de mais de 30 anos de audição de boa música…”
É sério isso aí?
André, é bem por aí mesmo. É que, dentre todos os textos sobre o Teló, não vi alguém dizendo deslavadamente que a música do cara é ruim. Como eu assumo que sou um cara ultrapassado em termos de gosto musical, resolvi aplicar essa condição ao texto e fazê-lo parecer … incorreto, se comparado ao que aí está.
William, para quem começou a ouvir música mais ou menos a sério lá por 1981, posso dizer que é impossível não desenvolver um padrão de análise “superior” (as aspas melhoram?) em relação à música pop. É aquela coisa de vivenciar as experiências e não ler sobre elas. Desculpe se soou ofensivo, meu caro.
Acho que o x da questão não está no fato de dizer que a música mencionada é ruim. Acho que o que realmente provoca a discussão é dizer que a música é ruim e indagar “como as pessoas pdem estar ouvindo isso?”. Ao se fazer esse questionamento, presupõe-se que existe um tipo de música que é a correta de se ouvir, a “boa música”, e quem não enxerga isso está errado. Acaba se estipulando regras de bom gosto (“Eu não tenho culpa de estabelecer um padrão de análise superior, fruto de mais de 30 anos de audição de boa música…”), que geralmente estão associadas a uma faixa da população de maior poder aquisitivo. Se tal tipo de música “de baixa qualidade” causa tanta indignação, qual seria a solução? Censurar a mesma? Ou simplesmente não ouvi-la? Por isso que essa coisa de enfatizar que a culpa é do politicamente correto é muito dúbia, pois para uma grande parcela da população, a forma de se lidar com algo que fuja dos seus padrões estéticos e morais é simplesmente censurando a obra “ofensora”. Ou seja, na pretensão de ser subversivo atacando o politicamente correto, acaba se justificando atitudes fascistas (o que não seria algo muito rock and roll, não é??). E quem disse que de repente essa não seria a real intenção desse pessoal tão contestador? Cabe ressaltar que o próprio funk carioca sofre muito desse patrulhamento moral/estético.
Oba. O comentário do André é a essência do politicamente correto ao qual me referi. E ele traz todos os argumentos necessários como relacionar cultura com poder aquisitivo – o que é falso, uma vez que jogadores de futebol milionários ao redor do mundo ouvem e gostam a canção mencionada;. também une contestação e respeito ao estabelecido, além de pregar liberdade de expressão. Eu me pergunto: por que não é possível tolerar a opinião negativa, dentro dessa lógica que vivemos hoje? Por que apenas a tolerância – que é uma palavra negativa, vejam no Aurelio – deve ser a alternativa para a vida em conjunto? Enfim, o texto – que é muito mais profundo que uma mera crítica de estilo e formato – pretende questionar essas situações.
Quando aquele carinha dos Los Hermanos escreveu aquela carta irônica para o Michel Teló foi impossível não lembrar daquela vez que um cara da mesma banda afirmou que sentiu que alguma coisa estava errada quando viu sua empregada doméstica cantando “Ana Julia”, como se aquilo estivesse comprometendo sua integridade artística. Falar algo assim é uma atitude de combate ao politicamente correto? Se ser preconceituoso e elitista representa ser um cara que luta contra a “mediocridade” do politicamente correto, bem daí eu acho que temos de rever os nossos conceitos.
No mais, toda essa coisa de querer fazer manifestos, abaixo assinados e discussões alongadas sobre aquilo que está fazendo sucesso (Michel Teló, Big Brother, a novela da moda) mais coloca em evidência o objeto de desgosto em questão. Será que a melhor arma não seria simplesmente ignorar tais coisas?
CEL, o meu questionamento está no fato de que eu já vi/ouvi muita gente gente usar os teus argumentos sobre o que representa algo ser ruim ou não para propor soluções autoritárias. No mais, eu não disse que necessariamente pessoas de maior poder aquisitivo teriam um “bom gosto”, mas que o discurso do “bom gosto” é adotado geralmente por pessoas dessa faixa social.
Considero ainda que o que estamos discutindo agora talvez faça parte de um determinado universo temático (música pop), mas que reflete uma série de conflitos culturais, políticos e sociais que se espalham pelo mundo e que tem a ver com a ascensão de um pensamento mais conservador, o que se evidencia em comportamentos de xenofobia, de intolerância, de violência. É claro que em determinadas situações algumas posições ditas “politicamente corretas” revelam uma falta de discernimento do razoável, de ignorância, e até mesmo de tendências mais autoritárias. Mas em outras, é o discurso do ser contra o politicamente correto é que justifica uma série de medidas autoritárias.
André, não é isso, meu amigo. É, sim, assumir que essas manifestações culturais que você está associando, são ruins, mal feitas, se julgadas por pessoas que têm mais experiência, visão, noção, cultura. Não é porque classes mais baixas – tão produtoras de cultura quanto as classes mais altas – gostam de determinada obra, que há que se respeitar ou gostar ou detestar. A experiência do texto é pessoal, minha, que tenho a oportunidade de conviver com muita gente e vejo como esses mecanismos operam. Eu não preciso concordar com toda manifestação cultural, seja ela um filme iraniano, uma música do Teló ou o programa Esquenta, da Globo. O que o texto fala, justamente, é a possibilidade de se livrar dessas manifestações quando elas se tornam onipresentes. Ninguém precisa concordar com isso só porque é oriundo de uma camada mais popular. Eu não preciso gostar de funk carioca para entendê-lo como manifestação cultural importante. Não preciso gostar de Teló para saber que ele é um produto da mídia. E não preciso ouvir – e ninguém precisa, daí o texto – se acomodar diante disso e gostar dessas coisas porque todo mundo parece estar gostando. Onde está a liberdade de expressão de quem não gosta dessas coisas?
CEL, para a discussão não ficar circular, vou tentar resumir as minhas ideias: em nenhum momento eu quis dizer que tu tens de se adequar ao gosto vigente e que não podes criticar a tal música. O que eu questiono é que alguns pontos de vista que colocas no teu comentário para justificar o teu não apreço pela tal canção são argumentos também de pessoas que tem uma visão autoritária sobre o assunto, principalmente no sentido que a crítica sobre a ditadura do politicamente correto tem uma natureza muito ambígua.
Eu até te confesso que não tenho muito o costume de escrever questionando artigos. Mas acho que o teu texto e teus posteriores comentários de respostas trazem algumas frases que realmente me deixaram intrigados (“Eu não tenho culpa de estabelecer um padrão de análise superior, fruto de mais de 30 anos de audição de boa música…”, “É, sim, assumir que essas manifestações culturais que você está associando, são ruins, mal feitas, se julgadas por pessoas que têm mais experiência, visão, noção, cultura”), incapazes de me deixar impassível por tocarem em assuntos que me são caros. É provável que a tua intenção tenha sido justamente essa, mexer com os brios das pessoas, e eu tenha caído na arapuca. Mas, como já te disse, não consegui fugir da discussão.
Deixem o Teló em paz! Vão ter o que fazer, vão.
CEL, concordo plenamente com o que você disse sobre o excesso de zelo dos que escreveram sobre o Teló antes de você. Porém, a origem da postura desses textos está em algo mais profundo e pernicioso do que o politicamente correto: o problema dos brasileiros com a palavra “não”.
Se alguém diz “não” para um convite, para um encargo, para um oferecimento de cartão de crédito, para aderir a uma igreja ou qualquer outra coisa, nota-se uma animosidade automática da maioria das pessoas ao redor. E o emissor do “não” passa a ser visto como um antipático em último grau, sem direito a apelo.
Dizer “sim” é uma regra de ouro para quem deseja passar o próximo para trás, entrar na carreira política e outras finalidades torpes.
Mesmo que você não contasse com tanto conhecimento musical, dizer “não” a toda música que o desagrada seria plenamente justificável. Afinal, são poucos os que dizem “não” a coisas que muitos pensam ser sagradas apenas por agradarem ao povão.
É bom deixar claro que sou contra excessos de toda espécie, inclusive do politicamente correto. Apenas lamento que algumas pessoas por aí (você, felizmente, não está nesse grupo) que se valem da oposição ao PC estejam, no fundo, desejando que voltássemos a um mundo onde chamar um portador da síndrome de Down de “mongoloide” era algo aceitável, dentre outras impropriedades.
Aleluia, André LDC. Foi no alvo, amigo. É sobre isso que o texto fala, a ditadura cordial do “sim”, da “tolerância”, da “coexistência”.
Apesar de concordar com o texto, e com parte de opiniões expressas aqui nos comentários, minha pergunta é bem simples: Será que essa discussão ainda é válida??? E o mais importante: quem será o próximo Michel Teló??? Daqui a seis meses ninguém mais lembra desse…
A essencia do povo brasileiro é a idiotice, nunca esqueçam disso. Ou vcs acham que se fossemos inteligentes fariamos de gente como Neymar, Xuxa, Faustão, Gugu e outra pragas, milionários? A ignorância é a nossa essencia. Claro que existem “anomalias” como as pessoas que estão discutindo aqui, que podem ver algo um pouco além da merda toda. No mais é isso aí mesmo. A classe média me envergonha profundamente, as pessoas de onde eu trabalho, gente que estudou e que compactua com essa lástima toda. E não só culturalmente, socialmente também. Estão todos emburrecidos…
Poucas vezes vi o Cel tão equivocado. E olhe que a parada é dura. rsrsr
Só faltou querer mandar pra câmara de gás quem escuta/gosta do Teló.
Lamentável, cara.
Eu me considero bem politicamente incorreto. Agora, tolerância e coexistência pra mim são palavras de ordem.
Música tem várias serventias – recomendo a audição de Música Para Ouvir do Arnaldo Antunes.
Além do mais, é sempre bom colocar de vez em quando os neurônios se balançando numa rede na beira do mar.
Além de refrescá-los, evita que eles entrem em curto circuito e tenham surtos de superioridade.
O Amaury disse a infeliz frase: “A essência do povo brasileiro é a idiotice”
Como se nos EUA – o país que domina ou ao menos dominava o mundo – não tivesse similares a Faustões, Gugus e Telós.
PS: Assino embaixo das idéias do André Kleinert.
Falar mal também ajuda a promover essas merdas. Vejam Rebecca Black. Quando se trata disso, evito falar, mesmo que seja pra abominar. Big Brother também, quanta gente assiste “porque não tem nada pra fazer”. Quando tá passando eu desligo a TV, não vou dar audiência praquela bosta.
Concordo Zé Henrique, fui infeliz mesmo. A idiotice é algo mundial. Os EUA vendem imbecilidade pro resto do mundo. Mas o lugar que eu vivo é esse, eu não conheço outros países a fundo. No Brasil não resta dúvidas, a imbecilidade é generalizada.
Musica realmente tem várias serventias, mas acho esse argumento muito fraco, pq se trata de supervalorizar algo. A música do Teló pode ser feita para diversão, mais é supervalorizada em termos de sucesso, em exposição na mídia,e pricipalmente, pela massa. É assim com o funk carioca, com o axé. A massa consome Claudia Leite, Ivete Sangalo e Mc Naldo como se fosse algo soberbo. Aqui no Rio é assim, o Exaltasamba por exemplo, é “Beatles”, se é que você me entende. Vc pode escutar uma música do Bon Jovi e gostar, mas porra, vc sabe o que ela significa, vc sabe que o Bon Jovi é porra nenhuma. acho que a diferença está aí. Se uma música é boa para momento de lazer e diversão, que seja tratada como tal apenas. Emburrecimento geral…
Zé Henrique, me responde aí, existe algum grupo música brasileiro surgido nos ultimos 5 anos que vc acha que vai ser lembrado por algo daqui a dez anos???? (O mundo não vai acabar em 2012!!!!) Honestamente eu não sei de nenhum. A música vem sendo tratada dessa forma, alguém aparece, lança um hit merda de verão, e pronto. Vc lembra de coisas como Braga Boys???? E da Luka??? Foram grandes hits de um ano qualquer e sumiram (Com toda justiça!!!). Nem a democracia e a liberdade serve de defes pra tanta porcaria que é aceita pelo povo…
A década passada foi fraquíssima nesses quesitos. O problema vai além da música, o povo está acostumado a receber tudo melhor de outros países e aceita isso na boa. Tomara que isso mude, porque não é que não tenha gente corajosa pra tentar deixar sua marca, é que essas pessoas não tem chance na mídia, graças à bobagens como Michel Teló. Como disse o Amaury no comentário acima, dá pra deixar rodando um disco do Coldplay pra relaxar, porque você sabe o que está sendo dito – é como ver uma comédia romântica de 90 minutos e sair sorrindo do cinema, e a vida continua. Mas lembra de quando botaram os caras no topo do mundo, chamando de banda da década? E isso nem foi só aqui, foi pra lá do mundo também. Major Minus, uma das últimas músicas lançadas, é ótima. O resto do disco, até vai. Mas é só.
As pessoas tem medo de falar mal do Michel Teló? E do Criolo? Todo mundo mundo tem que achar o máximo! Vai falar que não suporta! hahaha
Nossa, a coisa tomou rumos que nem o próprio CEL imaginou eu acho rs. Na minha humilde opinião de não crítico musical nem tão pouco intelectual, pois moro bem longe de onde a cultura em geral é bem mais diversificada(moro no interior do Pará e não, não tenho jacarés em casa) confesso que ainda fica meio difícil de entender a discursão que ha aqui. Politicamente correto ou incorreto…
Eu tabém sou do tempo que chamar alguem com sindrome de down de mongoloide era aceito, mas confesso que achava uma palavra um tanto quanto ofensiva, feia, mais daí vem a questão, chamava tbm o deficiente fisico de “aleijado” ainda chamam eu acho pelo menos aqui, o deficiente visual de “cego” … e aí?
Entendo a vontade do CEL de mexer com a essencia das pessoas, de buscarem algo alem do que se ve na tv, mas tbm entendo como muitos falaram aqui, que tbm existem maneiras, acho que a palavra é respeito.
Eu não gosto do Teló mas tbm não ataco, pra mim é insignificante, mas aí parece que é o problema, vejo que meu pensamento de garoto do interior é o tal politicamente correto, comentado aqui e em todo lugar, mas o que é certo então?
Assim como vc poderá falar mal do que escrevi, vou continuar lendo seus textos pq me identifico, acho vc e tantos outros aqui pessoas inteligentes com algo a dizer e respeito as opiniões.
Se pra vocês é dificil compreender o que se passa nos dias de hj imagina pra quem é tido como “alienígina” como eu ouvindo coisas que ninguem entende…
Vá desculpando minha ignorancia…
Fala, Amaury, o argumento que música tem várias serventias não supervaloriza nada. Pelo contrário, dá o devido valor a cada tipo dela.
A massa consome música basicamente como entretenimento. Ponto. Nada mais que isso.
Não é uma questão de escolha, claro. A maioria não sabe da existência de um Cartola, então vai de Exaltasamba.
Mas aí é uma questão de educação – no sentido amplo da palavra.
Agora, se achar superior porque ouve John Coltrane e não Tetó é sinal que o “educado” não entendeu nada.
Que a vida lhe ensine.
PS: Respondendo a sua pergunta: Criolo, Céu e Lucas Santtana fazem um som bastante relevante pra mim. Mas aí é uma questão de gosto e eu não vou ter a má educação de querer impor nada.
Por que será que as pessoas confundem educação e respeito com gosto pessoal? Não é mais possível emitir opinião de valor – logo, subjetiva, apaixonada, individual – que já cai na esparrela da “falta de educação”, “desrespeito”, “mesquinhez”? Por que é possível a gente ler o que escreve nosso amigo Zé e não achá-lo soberbo e elitista por ser tão compreensivo no seu conhecimento musical e sobre todas as coisas? Sei lá, emitiu opinião, está julgando. Se o fã do Teló disser que acha o Coltrane um ruído incompreensível, todos nós, sem qualquer exceção, vamos pensar que o cara é burro e não foi “devidamente educado” para compreender a música do Coltrane. Ou eu estou, mais uma vez, sendo nazista e partidário do National Front?
Amigo Cel, a sua pergunta em relação a minha pessoa é fácil de responder.
A soberba se revela mais na forma como se diz algo do que no que é dito.
Ou seja, em mim ela não se revela em nenhuma das formas.
Já no seu caso, ao menos nesse artigo, ela lhe acomete pelas duas maneiras.
Eu jamais vou pensar que uma pessoa que não goste do Coltrane seja burro.
Jamais! É uma questão de gosto!
Quando falei em educação não foi para as pessoas seguirem o “bom gosto” dos “eleitos”, e sim para elas terem o direito de optar no que vão gostar e não ficarem somente a mercê da mídia.
Que elas optem pelo Exaltasamba porque não gostam do Cartola e não por deconhecê-lo.
PS: Vc anda muito infeliz nas suas opiniões, cara.
Zé Henrique, posso até supor que gostar de músicas popularescas não seja necessariamente burrice. Contudo, até para gostar do que há de mais bizarro no mundo é preciso uma justificativa mínima.
Mesmo uma fã pré-adolescente de Justin Bieber, ao associar a qualidade de sua música à beleza que ela enxerga nesse cantor, consegue justificar seu gosto, ainda que possa vir a se arrepender dessa escolha quando adulta.
Burrice, mesmo, é tocar “Ai Se Eu Te Pego” ad infinitum num carro tunado, com autofalante até no teto (o que já é um atestado de estupidez), unicamente porque está fazendo sucesso.
Igualmente burrice é ouvir John Coltrane e chamar sua música de “ruído incompreensível”, conforme o CEL apontou, reproduzindo o que muitos fãs do Teló diriam ao ouvir “A Love Supreme”. Burrice e insensibilidade.
Com base em comentários feito os seus, consegui compreender a verdadeira finalidade do CEL em seu artigo. E eu achando que ele estava exagerando…
Só agora percebi que, para certas pessoas, fazer pouco caso da música de Michel Teló é menos aceitável do que fazer o mesmo com um Coltrane ou qualquer outro artista realmente digno de nota.
Não me interessa o tempo de estrada do Teló no Grupo Tradição, porque a música desse grupo já antecipava o que levaria ao “Ai Se Eu Te Pego”. A instrumentação e os arranjos do sertanejo universiOtário são tão enervantes que fazem até mesmo o axé atualmente produzido na Bahia soar um pouco mais palatável. Pelo menos eles apresentam arranjos menos óbvios.
Não me importo, portanto, com o fato do Teló ser um artista batalhador, se o que ele produz é veneno para meus ouvidos.
E não é de ouvir falar, pois em Goiânia, onde moro, esse tipo de música é uma praga defendida por manguaceiros que lotam as casas de show do gênero e que são verdadeiros aiatolás musicais.
Para mim, Teló não passa de um “artista do momento”. E acho inconcebível que seja tutelado apenas porque alguns dos seus detratores apreciam apenas o que vai pelo hype da crítica.
Isso traduz outra idiotice, tão perniciosa quanto a ditadura do “sim”: a ideia de que o inimigo do meu inimigo é meu amigo. Em política, isso já fez muito fulano supostamente inteligente defender o Saddam Hussein apenas para demonstrar seu desapreço aos EUA.
Não curto muito o que anda saindo na tal “nova MPB”. Certos artistas desse grupo, aliás, só estão em evidência por seus bons contatos, inclusive entre a crítica musical.
Contudo, não vou passar a ouvir Teló só porque não gosto de ouvir Tiê, por exemplo.
Aliás, gostar de algo apenas por não ser popular também demonstra falta de inteligência.
P.S.: Eu pago para ver uma pessoa conhecer a música do Cartola (bem mais do que “O Mundo É Um Moinho” e “As Rosas Não Falam”) e, não obstante, preferir Exaltasamba. Imaginar isso é que é uma infelicidade.
André LDC, na boa, vc falou, falou e ficou fazendo círculos.
Vc falou tanto do Teló… Cara, eu nunca sequer ouvi essa música inteira. Nem muito menos sei do passado desse sujeito. A mim pouco importa seu passado, seu presente e seu futuro.
A questão não é esse fulano.
A questão é o preconceito escroto que alguns têm com os gostos populares.
Olha a arrogância do Cel:
“Eu não tenho culpa de estabelecer um padrão de análise superior, fruto de mais de 30 anos de audição de boa música…”
Como quem diz: O bom é o meu gosto. O meu mundinho.
Meu pai, por exemplo, só ouve música clássica. Tudo que tem nesse site, em termos de música, pra ele não importa. Mas ele não deprecia, ele simplesmente não se ineteressa.
Que cada um tenha o seu mundinho, ora essa. Mas que saiba conviver com os dos outros.
O inferno só são os outros pra quem não sabe (con)viver.
Ficam feito talibãs dizendo o que presta e o que não presta de acordo com seus valores e príncípios.
Ora, seus valores, princípios servem pra vc. Pra mais ninguém.
PS: Cuidado pra não jogar dinheiro fora. O ser humano é um bicho bem complexo.
Faz coisas, para o bem e para o mal, que até Deus e o diabo duvidam.
Por falar neles, esse maniqueísmo musical é tão babaca quanto o religioso.
Para quem não entendeu o que o Carlos quis dizer com politicamente correto é só ler os artigos do Hermano Vianna no Globo ou assistir ao Esquenta da TV Globo. É a ideologia do momento. O vale tudo da inclusão. Também me incomoda. Me sinto num enorme paredão, para não dizer, fora do partidão, do batidão. Tô fora mesmo!
Zé Henrique, o maniqueísmo que você se refere, bom x ruim, existe e depende de cada um. Só que optar por essa sua terceira via da convivência e da não-importância é pedir que vivamos num mundo sem crítica. E a crítica, cara, é um dos fatores que nos fizeram sair da caverna. Eu não posso viver num mundo em que as pessoas ignoram (i.e respeitam) as outras a tal ponto que deixam passar a importância de um fenômeno comportamental que profere que apenas as produções culturais fáceis, mal acabadas e pouco importantes estejam na ordem do dia. Dá pra tecer mil comentários, investigar mil nuances, entendendo simplesmente que há a necessidade – de vivência, experiência, conhecimento – de preparo para entender o que é feito em termos de cultura. A partir daí é possível estabelecer uma ordem de grandeza de valor – que é subjetivo – para a arte. O crítico é um cara que tem conhecimento e informação, coisas distintas e necessárias para o ofício. É preciso ler, ouvir, sentir para emitir opinião. A frase que te doeu nos bagos, sobre a arrogância do CEL, apenas atesta que eu, nascido em 1970, pude estabelecer um juízo de valores que alguém nascido em 1990 não pode, para o bem e para o mal. Já temos uma geração vivendo no planeta que nunca comprou um disco, só baixou arquivos. O mundo mudou, vive uma era unilateral como nunca. Vai me dizer que isso não influi na cultura que é feita hoje? Ficar entrincheirado nesses argumentos politicamente corretos te conferem a condição de conivência-vítima dessa lógica e, ao contrário do que tu pensas, te insere numa massa de manobra pseudo-esclarecida, mas que é estéril em termos de opinião e capacidade de argumentação. Nada errado se essa é a sua praia, entretanto.
Acho a música inofensiva.
Zé Henrique, não percebi nenhuma arrogância na afirmativa do Cel. Quem ouve música há tanto tempo feito ele tem, mais que o direito, o dever de estabelecer um certo padrão de qualidade capaz de considerar uma música boa ou ruim. Desde que tenha argumentos para justificar sua opinião, o que o Cel demonstra com facilidade.
Se isso lhe soa antipático, o problema está em você, que parece não compreender que avaliar esteticamente uma obra artística equivale a classificá-la entre o que agrada e o que desagrada.
Se seu pai tivesse algum interesse no tipo de música comentado na S&Y, ele teria todo o direito de considerar boas as músicas que o agradam e ruins as que o desagradam.
Isso se chama senso crítico, caso não saiba.
E não vem com esse papinho do inferno ser os outros, porque os outros em questão dominam as ruas de um modo que ninguém fica a salvo de ouvir o Teló e outras nulidades musicais.
Se os outros não fossem tão massificantes e ditatoriais, garanto que não valeria a pena pegar no pé deles. Se duvida, passe num hipermercado ou numa loja de eletrônicos e tente pedir ao vendedor para não tocar alguma música que lhe seja intragável, caso ela esteja “na boca do povo”.
Puxa, o Teló e outros tantos têm milhões de fãs por aí, além dos ouvintes de ocasião. Por que lhe incomoda tanto eu, o Cel e outros tantos demonstrarem sua ojeriza a esse tipo de música?
Seu relativismo de boteco é cansativo.
Eu nunca disse nada sobre meus princípios valerem como regra geral. O que não impede que alguém neste mundo possa levá-los a sério além de mim.
É muita pretensão sua achar que aquilo que considero certo vale apenas para mim. Para mim, o talibã neste espaço tem sido você, com esse discursinho pseudotolerante e corolário do que falei sobre a ditadura do “sim”.
Cel, meu chapa, a coisa que mais admiro/prezo numa pessoa é a tal da opinião.
O que diabos foi o que fiz até agora?
A minha OPINIÃO é que vc com seu elitismo está equivocado. Ponto.
Não sou politicamente correto nem aqui e nem na China. Mas, como o Daniel disse, o cara e a música são inofensivos.
É só diversão, cara. Relax.
PS: Hermano Vianna é de fato a Regina Casé da música, Dulce.
Ele exagera.
Ditadura é sempre ruim.
Mas entre a do Sim e do Não eu fico com a primeira.
“Sim, são três letrinhas todas bonitinhas e fáceis de dizer”
Moraes Moreira/Galvão
Marisa Monte cantando.
Parafraseando o ditado: Discordar é viver. Porém, se irritar com besteira é perder alguns anos de vida.
Vida longa aos fenômenos populares!
Se Luiza tivesse aqui ela diria o mesmo. É que ela tá… rsrsrsrs
Abraço a todos.
Zé, crítica não é preconceito e vc está excluindo disso tudo o quesito evolução. Quantos “micheis telós” vc já viu na música brasileira??? E é sempre a mesma porcaria. Populeresco até a medula, sem mudar nada. As letras, as composições são sempre a mesma coisa. De a Latino a É o Tchan, o que vc tira de positivo??? A arte deve ser algo instigante, e esses caras ferem qualquer resquício de qualidade. É só manobra de gravadoras, rádio e televisão se aproveitando para ganhar em cima. E quem contribui com isso é o povão, infezlimente. São essas pessoas que foram criadas vendo a Globo e o SBT e não desenvolveram qualquer senso crítico. Não dá pra defender isso por respeito ao gosto do próximo. Como uma vez eu li alguém escrever por aqui: “-Gosto não se discute, gosto se lamenta”.
Pelo jeito vc é do tipo que achou lindo o Vampeta bêbado dando cambalhotas na rampa do planalto, ou o Alexandre Pires chorando na Casa Branca. Deve ter pensado: “- Isso é nossa essência”. Cuidado, o Brasil Tropical é uma mentira…
Quando eu coloquei que se trata de supervalorizar algo, não coloquei que foi o seu argumento. Acho que escrevi/expressei mal ali. O que eu quis dizer é que vc pode alegar que cada música tem sua serventia, mas as pesosas aqui dão valor excessivo para o banal. Eu não tenho visto a massa valorizar algo diferente de coisas que tocam em boates, em micaretas e na tv. Vc não vê um fenomeno popular legítimo como o RPM, que eu não gosto nem um pouco, mas respeito, mas que foi parar nas rádio pq as pessoas pediram. Tem algum tempo que é sempre ao contrário, as pessoas sempre engolindo os que lhe são empurradas.
Concordo com o CEL, ele não foi arrogante e o que mais sinto falta hoje em dia é do senso crítico.Michel teló é só a ponta do iceberg de artistas que recebem uma “ajudinha” de uma emissora tão manipuladora como a Rede Globo, ou mortos vivos como as rádios. Não dá para simplesmente ignorar fatos com Junior lima ganhando um prêmio de instrumentista do ano no multishow, isso é rídiculo.
PS: As revoluções só aconteceram/acontecem por causa de pessoas que simplesmente não ignoraram o que acontecia ao redor delas e vai ser sempre assim.
RPM fenômeno popular legítimo, Amaury?! Nossa! O Poladiam deve tá achando graça.
Cara, quem diabos tá falando em arte?! Teló e seus pares nada têm a ver com arte, óbvio!
O Vampeta dando gambalhotas bebaço na rampa do Planalto foi SENSACIONAL!
Agora, o Pires chorando para o Bush(ou qualquer outro presidente dos EUA ou de qualquer lugar) é uma BOSTA!
Me espanta vc colocar no mesmo balaio esses dois eventos tão distintos.
Não vê mesmo diferença?
Thiagão, eu não os ignoro. Pelo contrário, eu os aceito como são. Ou seja, café com leite.
Senso crítico, cara, é essencial numa pessoa. Isso me parece bem óbvio.
Eu mesmo meti o pau nesse site na Marisa Monte.
Deve-se meter o pau em quem a gente espera alguma coisa de relevante e não nos dá.
Meter o pau nos irrelevantes não tem cabimento, ora essa!
Lembrei de meu pai novamente: Certa vez há muitooooo tempo atras uma revista semanal desceu a lenha em um disco da Angélica.
Ele disse: “Falar mal do disco da Angélica? Pra que?”
O irrelevante, o banal, o descartável tem que existir, pô!
A vida é múltipla.
Fico por aqui.
Abraço
Exagerei no RPM, rsss. Expressei errado novamente. Quis dizer o fato relacionado a música London London, que foi tocada num show e foi parar nas rádios sem ter sido gravada, e foi por causa do público. Logo acabou resultando num disco ao vivo. É um bom exemplo de legitimidade popular. Uma outra época, tudo bem. Eu acho o RPM lamentável, mas isso é um fato bacana, merece respeito.
Quer queira, ou quer não, música é cultura e diz muito sobre um povo. E um povo que só valoriza populacho não pode ser levado a sério.
Acho o Vampeta dando cambalhotas no planalto de uma mediocridade sem fim, tanto quanto o Pires chorando na Casa Branca, e de verdade, não vejo diferença.
Zé, respeito tua opinião, mas discordo dela. Vc está defendendo a pluralidade no que ela tem de pior.
Acho que, em 1986, o RPM era, sim, um fenômeno popular. Circunstâncias fizeram com que eles vendessem milhões de discos, tocassem em todas as rádios, aparecessem em todos os programas de TV, incluindo aí o Chacrinha, que era a maior vitrine das gravadoras nos anos 80. E não dá pra dizer de jeito nenhum que os dois primeiros discos da banda sejam ruins. O Ao Vivo é uma apelação visando capitalizar na venda do primeiro, mas, eram, sim, um fenômeno popular. Quando iam ao Chacrinha, todas as pessoas da platéia, de jurados globais a meninas de escola pública, passando pelas chacretes, cantavam as letras.
E, quer queiram, quer não, música é arte e deveria ser mais respeitada nos dias de hoje.
Zé Henrique para presidente!!!!! KKKKKKK. Mas, sério, acho a posição dele muito coerente, realista e equilibrada. Esqueçam o Teló, ele logo desaparece. Nesse meio tempo, divirtam-se com os milhares de mashups em cima dessa música. Ou então mastiguem cacos de vidro tocando fogo na casa enquanto perseguem a delícia de sua vida entre baforadas de cachaça em uma noite de estiletes e navalhas… Fui…
Falô, Amaury, “quem briga são as idéias.”
Mas, então, defendo a pluralidade no melhor e no pior. É a vida, porra! :>)
E como diria o filho do genial Gonzagão: É bonita e é bonita.
PS: Um chora como um zé mané deslumbrado e o outro quebra o protocolo de maneira sui generis e vc não vê diferença?!
Deve ser Bambi. rsrsrrss
Abração.
Uma coisa que poderia ser discutida: pessoas, que já foram alguma coisa algum dia e hoje ninguém lembra mais, pegando carona na marola do Teló para poderem ter mais 5 minutos de atenção. Pessoas que falam (olha aí o PC): “respeito o trabalho dele, mas não sou obrigado a ouvir, bláblá “.
Respeita por que? O cara provavelmente só tá lá por que alguém muito interessado ($$$) resolveu botar a música pra bombar e ele provavelmente não tem mérito nenhum nisso. Respeitar por que, se ninguém sabe por que, de repente, virou a “música do verão” ou “a expressão da cultura brasileira”. Não tenho rabo preso. Não devo na pra ninguém. Para mim é uma bosta e pronto.
Zé, nem sou bambi, sou Rubro Negro, e o Vampeta é símbolo de um dos momentos mais nefastos da história recente do meu clube. Mas juro que não é pessoal. Foi uma quebra de protocolo infeliz na minha ótica. Não consegui ver nada ali além de palhaçada gratuita pra massa. Mas tudo bem, talvez eu seja radical nesse ponto. Mas ainda acho que existem outras quebras de protocolo mais inteligentes (O governo FHC deu “bastante deixa” para quebras de protocolos mais criativas, não acha?) . Não acho que aquilo foi uma “fuga” do corriqueiro.
Só uma última questão: Pô, vc acha mesmo a vida tão bonita assim???
Pq pra mim a vida é foda (no sentido plural da palavra)
Outro dia vi uma declaração do Alceu Valença dizendo que nunca viu uma música tão burra tocando no Brasil. Ele mencionou que “o Brasil não é isso”. Lembro do tempo em que canções como “Morena Tropicana” ou “Solidão” eram hits populares. Não que a gente vá fazer o que o espirituoso Paulo Diógenes sugeriu, mas, se ninguém se importa com essa involução cultural…que fique indiferente.
Putz, eu tento zarpar daqui e não consigo…
Cel, pô, o Brasil é também isso. Com todo respeito ao meu conterrâneo Alceu(tenho mesmo) dizer que o “O Brasil não é isso” é que é bem burro.
Vejamos numa rápida sociologia de boteco:
Até os anos 90 a mídia pautava o gosto do brasileiro baseado na classe média. Chico/Caetano/Gil/Gal/Tom… nunca foram populares, nunca atingiram o povão.
Dos anos 90 em diante(sertanejo de araque, axé diluído e pogode mauriçola) a mídia passou a pautar de acordo com o povão.
– Não por acaso Chico Science passou em brancas nuvens para a maioria da população –
E, vejam que interessante, conseguiu tb atingir da classe média pra cima.
O Brasil é muito mais o que o Alceu nega do que o que ele diz ser.
Os Chicos, Caetanos, Miltons e Alceus de hoje são os alternativos.
Portanto, Cel, não houve involução cultural.
É só o Brasil mostrando sua face antes camuflada pelo padrão Plim Plim.
” Eu tava passando pelo quarto da empregada e vi no programa Sílvio Santos…” rsrsrrss
Hoje o vergonhoso, ao menos deveria ser, é dizer isso.
Vamos nos assumir pra daí, sim, melhorarmos.
Negar e espernear não resolve nada.
PS: Paulo, Cel seria o meu ministro da cultura. rsrsrrss
Ahh, ministro, música pode ser arte. Mas não é somente isso.
Ahh, Amaury, é bonita e tb foda.
As palavras não são excludentes.
Eu diria que é uma foda bonita. :>)
Houve involução cultural sim, oras. Cultural e social.
CEL, já que você citou o Chacrinha, interessante notar o quanto esse programa misturava diversas gerações e estilos musicais sem que se notasse um enorme abismo entre o que era popularesco e o que era mais refinado,
E isso porque ele era considerado um símbolo da baixa cultura para uma parcela rancorosa da crítica!
Hoje, em um programa onde supostamente há vida inteligente na madrugada, praticamente toda semana tem algum sertanejo batendo ponto. Serginho Groissman, que sempre teve a fama de oferecer um diferencial de qualidade em seus programas, jogou a toalha ao aceitar duplas de cornos (com todo o respeito aos homens traídos) tomarem o espaço de artistas que antes ele fazia questão de apresentar ao grande público.
Eis um sinal de que estamos em tempos de involução cultural, conforme você apontou.
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Zé Henrique, o homem que só sabe dizer “sim”, ao minimizar o impacto de porcarias feito o sucesso do Teló, ignora que, ao se oferecer tanto espaço, muitas vezes gratuito, a tais nulidades musicais, a disposição do público em geral para abrir seus horizontes artísticos diminui. Eu poderia não me dar ao trabalho de dizer nada disso, pois procuro ocupar minha mente com produtos culturais mais substanciosos, apesar de ser obrigado a ouvir coisas pavorosas nos alto-falantes nas ruas. Porém, pessoas minimamente afeitas ao consumo de arte genuína se tornarão uma minoria cada dia mais acuada e discriminada, enquanto a podridão criada por pseudoartistas será a regra.
Talvez o Zé, que acha que não se pode espernear contra o atual estado de coisas, se sinta satisfeito por sua postura mezzo conformista/mezzo autoritária.
Se até falar mal do que não gosto é algo indevido, de acordo com sua alta sapiência, imagino que o seu ideal de sociedade é aquele no qual não há espaço para o dissenso e para o contraditório. Onde cada um só fala do que lhe agrada e no qual discordar de algo é tomado por perda de tempo, quando não um crime.
Essa implicância sua com a postura do CEL quanto a esse monturo musical mais parece uma forma de blindar certas pessoas de quaisquer críticas. A troco de quê, não faço ideia.
Michel Teló certamente ignora a minha existência, a sua e a de todos os demais que aqui comentaram. E isso é deveras libertador, pois fica mais fácil expor o que pensamos a respeito do seu sucesso e das condições que permitiram a algo tão irritante quanto “Ai Se Eu Te Pego” encher a paciência de tanta gente. Mas acho que a única liberdade que você admite é a sua própria.
Zé, na boa: sou mais meus equívocos autênticos do que as suas certezas ocas.
“Um chora como um zé mané deslumbrado”
Ué, cadê o Zezinho Tolerância dos outros posts? Por que o Alexandre Pires é automaticamente um mané deslumbrado por ter chorado no ombro do Bush? Será que o cara não pode ter chorado por ter percebido ali mesmo, na hora, o quão longe ele tinha chegado por mérito do seu próprio trabalho?
Pois é… é fácil exigir tolerância dos outros quando ela é necessária pra corroborar a sua própria ideologia. Quando, ao contrário, ela dá folêgo pra ideologia do “outro”, foda-se a tolerância e qualquer positividade do tipo. ESSE é o brazilzão lulopetista, hipócrita e dissimulado, que adora os Telós da vida.
Nem ia mais voltar nesse post…
Alipinho, eu acho o Teló, o Alexandre Pires, a Cláudia Leite… musicalmente falando uns bostas.
Defendi até agora, e defendo, a existência deles baseado na simplória e secular idéia que o que é bom pra mim não é necessariamente bom para os outros.
O debate era estritamente musical. Aí vem vc, parecendo um Reinaldo Azevedo da vida, e mete Lula no meio.
Entrando na seara da política, Alipinho, a tolerância muda um pouco. Realmente.
Até porque o mal que os reacionários fazem é bem maior que um banal hit de verão.
PS: Dissimulada e hipócrita é a galera dos casaquinhos de lã da Privataria.
Opa, só uma coisa: não fui eu que “joguei a discussão pra política”, não senhor. Você é que tirou uma onda com o Alexandre Pires, e este seu último comentário explica que o motivo pra ter feito isso foi (como eu havia antecipado) político, e não musical.
Eu apenas notei a incoerência de, agora usando os seus próprios termos, ser tolerante musicalmente e intolerante politicamente em relação ao mesmo artista, ou tipo de artista. Fica claro que a tal “tolerância puramente musical” é só pra inglês ver, já que é impossível separar o aspecto político de qualquer suposto aspecto não-político da realidade.
Alipinho, deixe de sofismo.
Vc colocou política partidária na roda, meu chapa.
Além do que, eu defendi a MÚSICA do Teló e zombei do gesto do Pires.
Os dois são otários de marca maior, mas são situações bem diferentes.
“Suas idéias não correspondem aos fatos” Cazuza
Mas, ao fim de tudo, que música do Teló? Ainda mais com letra maiúscula?
Aquela que o post cita.
As letras maiúsculas foram para o sofista aí de cima.
PS: Que bom que chegou ao fim. Já mais que deu, né?
“Ela já deu demais. Ela já mais que deu…”
O resto eu deixo para o Teló. rsrsrs
Sobrou ódio e faltou consistência ao seu texto.
Talvez um pouco menos de politicamente incorreto e mais de inteligência teriam melhorado sua exposição.
E olha só, veja você, também sei ser politicamente incorreto, dei uma cutucada acima.
Esse é o mal de se presumir “politicamente incorreto”, vira pedra e vidraça de um instante pra outro, sob pena de soar incoerente se reclamar.
CEL, quantos coments!!! (confesso que não consegui chegar ao último). Mas não sei se ficou evidente em algum deles, veja: certas músicas e arrisco até alguns “gêneros musicais” SÃO FEITOS OU EXISTEM PARA QUEM NÃO GOSTA DE MÚSICA!!!! Por que alguém que gosta de música e gosta de determinada música massacra a dita cuja em alto volume 35 vezes por dia? Por que o cara que gosta de música bota o carro com as portas abertas em frente ao colégio ou faculdade e massacra a música em super-alto (as vezes não) bom som? Simplismente porque ele está usando a música para outro fim. Precisaríamos de uma versão 2012 de Segmund Freud para elucidar isso, mas fechando: a maioria das pessoas que compra algum ou todos os “10 albuns mais vendidos do mês” não sente a música como nós, eles querem ouvir algo que a maioria está ouvindo, querem ouvir essa música enquanto conversam, lavam o carro, … Ouvi um cara dizendo que passou uma semana no sítio no reveillon só tomando cerveja e ouvindo o mesmo disco todo dia!!!! Garanto: ele não gosta de música, não entende de música: é um zumbi. Pense nisso: música para quem não gosta de música, para quem só executa (em mais de um sentido) a música.