por Marcelo Costa
“Bona Drag – Expanded”, Morrissey (EMI)
A EMI britânica não desiste de raspar o baú de Morrissey. “Bona Drag”, lançado em 1990 para abrigar os singles posteriores a estreia do cantor com “Viva Hate” (1988), tinha perdido sentido com o lançamento do box triplo “HMV/Parlophone Singles ‘88-’95” (2009), que reunia todos os singles lançados por Morrissey no período (“Bona Drag” inteiro e mais 48 músicas), mas ressurge em edição remasterizada com seis sobras inéditas de sessões entre 1987 e 1990. “Happy Lovers at Last United” coloca o bardo na função de cupido (“Estou orgulhoso de ter feito algo bom desta vez”). “Lifeguard On Duty” traz o cinismo habitual: “Sempre fui tão gentil… com doentes e parcialmente cegos”. “Please Help the Cause Against Loneliness” foi escrita para Sandie Shaw (que amou e a gravou em 1988), e surge numa versão demo deliciosamente smithiana. “The Bed Took Fire” é rascunho de “At Amber” e “Oh Phoney” aparece numa versão mais bacana que a contida no bootleg “Revelation”. E ainda tem “Suedehead”, “Everyday Is Like a Sunday”…
Preço em média: R$ 50 (importado)
Nota: 8
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“High Violet – Expanded”, The National (4AD)
Quase que simultaneamente ao seu lançamento nacional (via LAB344), o quinto álbum do National ganhou uma reedição na gringa em dois CDs, cujo CD bônus, composto por oito faixas, traz uma versão alternativa de “Terrible Love” (de começo mais climático e bonito), dois b-sides menores (“Sin-Eaters” carece de peso enquanto “Walk Off”, quase uma canção sacra que a banda deve ter tido preguiça de finalizar, serve para Matt Berninger desfilar seu vozeirão), duas canções inéditas (“Wake Up Your Saints”, a melhor, destaca um piano envenenado e aquele climão National enquanto “You Were A Kindness” não traz novidades) e três números ao vivo: “Anyone’s Ghost” ficou melhor com uma guitarrinha nervosa que compete com a voz de Matt; “England” segue o mesmo arranjo do álbum, mas a versão ao vivo (que antecipa os metais) mostra o quanto a banda cresce no palco (compare as guitarradas do final); o single “Bloodbuzz Ohio” surge em uma lírica versão acústica acompanhada de violino. O que era bom ficou melhor.
Preço em média; R$ 50 (importado)
Nota: 8,5
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“Nixon” e “Is a Woman” Deluxe Editions, Lambchop (City Slang)
Quando “Nixon” chegou às lojas em 2000 e apareceu no topo de diversas listas de melhores do ano, o Lambchop já tinha 14 anos de carreira e quatro álbuns nas costas. Comandado pelo desajeitado Kurt Wagner, o supergrupo (14 integrantes) tornou o começo do século mais lírico com “Nixon“ e “Is a Woman” (2002), dois discos que retornam às lojas em imperdíveis versões de luxo. “Nixon” traz um DVD com um show inteirinho no Royal Albert Hall, em Londres, em 2000. A qualidade visual é questionável, mas feche os olhos e deixe a alma levitar ao som de “My Blue Wave”, “The Distance From Her To There” e das covers de Curtis Mayfield (“Give Me Your Love”) e Al Green (“Love and Hapiness”) e dançar com “Up With People”. A reedição do belíssimo “Is a Woman” (o álbum que mostrou que o Lambchop era muito mais que altcountry) traz um CD extra com 16 faixas que destaca, entre boas faixas esquecidas, as covers de “Backstreet Girl”, dos Stones, e uma versão sensacional de “This Corrosion”, do Sisters of Mercy.
Preço em média: R$ 60 (importado)
Nota: 10
Leia também:
– Lambchop: entrevista em 2002 por Leo Vinhas e resenhas por Marcelo Costa (aqui)
– “O som do Lambchop é único”, diz Kurt Wagner em 2003, por Marcelo Costa (aqui)
Não comento sobre Morrissey. Eu tenho esta edição dupla do The National, meu mano trouxe dos States pra mim de presente. E Terrible Love ficou ainda melhor, se isso é possível.
Agora, o Nixon é daquelas bandas que sempre ouvi falar, mas até hoje não conheço. Vou baixar!
“Nixon” é o nome do disco, stupid.
haha
Obrigado por me corrigir de forma tão educada, Daniel. Logo se percebe que você não erra nada, né? 😉
Vai ver eu estava pensando naquela banda “fantástica”, Nixons. Alguém lembra dela?hehe
Eu lembro dos Nixons!!! ‘Sister’, ‘Don’t cry’ e a melhor, na minha opinião, ‘Calling yesterday’.
Apesar de nao achar ruim, sempre achei o Lambchop uma banda que foi exaltada exageradamente pela crítica. Lembro até hoje da minha decepção quando ouvi “Nixon” pela primeira vez. Esperava achar uma obra prima no que era apenas mais uma banda cujo bom gosto era maior que o talento.
genuino.
Lambchop é ótimo! quando Kurt Wagner e sua turma saem do country e partem para o soul, só dá pérolas!
Gustavo Martins dos Ecos Falsos?
Quem me dera, Fernando.
Ouvi LAMBCHOP, e não achei esta maravilha toda não. É muito agradável, mas nada genial. Talvez eu mude de idéia nas próximas audições. Abs!
“High Violet” é o melhor disco do ano passado na minha opinião. Agora é correr atrás da versão “Expanded”.
Lamchop é uma banda do caralho. Comprei este cd na época que foi lançado no Brasil. Muito bom, principalmente as canções mais puxadas para soul music. Mas não deve agradar a adolescentes rebeldes metidos a rockers.