Outro Futuro, Leoni (Warner)
Preço em média: R$ 20
O Brasil tem pouquíssimos artistas que praticam o pop perfeito, um tipo de canção que gruda no inconsciente e fica por ali dias e dias até fazer casa na memória. Existem muitos cantores e bandas que conseguem – num fragmento de tempo – criar uma canção perfeita, e passam anos e anos tentando recria-la, em vão. Em um momento em que a música brasileira atravessa um caos de falta de criatividade, Leoni se firma como artífice pop de primeira grandeza com “Outro Futuro”, seu terceiro trabalho solo composto apenas de inéditas.
Após pagar as contas com o passado exorcizando demônios nos projetos “Áudio-Retrato” (2005) e “Leoni Ao Vivo” (2005), que recriavam sucessos do compositor ao lado de Cazuza (“Exagerado”), com os Heróis da Resistência (“Duble de Corpo”, “Só Pro Meu Prazer”) e Kid Abelha (banda que ele mesmo formou no começo dos anos 80, e foi responsável por praticamente 100% do repertório dos dois primeiros álbuns, incluindo “Fixação”, “Lágrimas e Chuva” e “Como Eu Quero”), Leoni viu a luz do sucesso brilhar novamente.
Agora, o compositor retorna recriando o pop perfeito com 13 canções (11 delas completamente inéditas) essencialmente acústicas, que destacam arranjos delicados que pedem não mais que dois violões, baixo e um quarteto de cordas. Porém, mais do que sua vocação acústica, “Outro Futuro” brilha pela maneira direta que o compositor disseca o amor. “Já está ficando escuro meu amor / Melhor sair daqui enquanto é tempo”, diz a faixa título em formato de soneto. “Sempre Por Querer”, parceria de Leoni com Alvin L., despe a inocência romântica: “Se agora eu cato a alma pelos cantos / A culpa não foi sua eu te garanto / Eu sei você não vai querer saber: A gente sempre sofre / A gente sofre sempre por querer”.
“Quem, Além de Você?” risca as linhas de um fim de romance, mesma temática da desiludida, bonita e quase brega “50 Receitas” (“O que me dá raiva são as flores e os dias de sol / São os seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós”). A letra de “40 Dias no Espaço” traz um dos versos mais bonitos do disco: “Se tudo passa depressa / Só o que é novo interessa”. Só quem sofreu pode valorizar o amor e escrever algo como “Delicadeza e doçura / Não fazem muito sucesso / Nem alegrias de bolso / E nem amor que deu certo // Fiz uma lista sem fim/ De como sem perceber / Você me deixa / Imensamente feliz” (da canção “Lado Z”) ou escorregar docemente no piegas como em “Soneto do Teu Corpo” (parceira com Paulinho Moska). O álbum ainda traz parcerias com Frejat (“A Chave da Porta da Frente”) e Cris Braun (“Saudade de Você”).
Mac, meu velho…
Vc sabe que eu sou fã do Leoni…
Achei esse disco meio lento demais, no sentido Damien Rice do termo. É bonito, pena que a “maturidade musical” cobre esse pequeno preço às pessoas…
Ainda assim é um disco a ser considerado.
Salve, salve…
Comprei esse disco do Leoni, mas confesso que achei muito mais do mesmo as formulas das canções e no formato que estão apresentadas…gostei mas achei um pouco cansativo demais…
Abraços