Top 5 do Primavera Sound 2011
Top 5 – Marcelo Costa (Scream & Yell)
1) Jon Spencer Blues Explosion
2) Pulp
3) Mercury Rev
4) Grinderman
5) M. Ward
Melhor momento: “Yoshimi”, do Flaming Lips, em versão voz, violão e efeitinhos. De chorar.
Top 5 – Tiago Agostini (Rolling Stone)
1) Jon Spencer Blues Explosion
2) Pulp
3) Flaming Lips
4) Él Mató a un Policía Motorizado
5) Yuck
Melhor momento: Jarvis Cocker, do Pulp, dedicando “Common People” aos revolucionários
Top 5 – Rodrigo Levino (Veja)
1) Sujfan Stevens
2) Grinderman
3) Pulp
4) Yuck
5) M. Ward
Melhor momento: Tyler The Creator dando um mosh sobre a galera no comeco do show do Odd Future
Top 5 – Marco Tomazzoni (iG)
1) Grinderman
2) PJ Harvey
3) Pulp
4) Flaming Lips
5) National
Melhor momento: Jarvis Cocker, do Pulp, dedicando “Common People” aos revolucionários
Leia também
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2010 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2011 (aqui)
maio 29, 2011 No Comments
Barcelona, um barril de pólvora
O clima continua tenso na capital da Catalunha. Centenas de pessoas continuam acampadas na praça principal da cidade, e na sexta a polícia tentou retirar os manifestantes com bala de borracha e bombas de efeito moral em uma ação que contou até com helicópteros. Em vão. A praça ficou sem as faixas de protesto por poucas horas, pois os manifestantes voltaram com força total no fim da tarde e ocuparam novamente a região.
A tensão aumentou no sábado. Após o Barcelona despachar o Manchester United e garantir o título da Champions League, a torcida catalã baixou nas Ramblas e na praça para comemorar, e encontrou todas as entradas da praça fechadas com manifestantes segurando cartazes que diziam, entre outras coisas, “Resistência Pacifica”, “Paz” e “No violência”. A polícia cercou o local fechando o acesso a Rambla e a outras três avenidas.
De um lado, os manifestantes. Do outro, a polícia. Entre eles, a torcida (e dezenas de indianos vendendo cerveja). E repórteres e fotógrafos (com capacete) do mundo todo registrando imagens e histórias da revolução silenciosa. No sábado de madrugada, na Praça da Catalunha, a linha fina que separa a paz do caos estava absurdamente visível. Qualquer gesto equivocado poderia causar uma reação exagerada e, talvez, trágica. Barcelona parece um barril de pólvora prestes a explodir.
maio 29, 2011 No Comments
Primavera Sound 2011: Dia 3
O terceiro dia do Primavera Sound 2011 começou cedo em um sábado ensolarado (mas com um vento refrescante do Mediterrâneo) na capital da Catalunha. Cedo naquelas: John Cale iria se apresentar no Auditório do Parc Del Fórum às 17h30, e aqueles que quisessem ver poderiam reservar um lugar pagando 2 euros. As bilheterias abriam às 16h30, e cinco minutos depois os ingressos de reserva estavam esgotados. Para quem não conseguiu a reserva restava apenas tentar a sorte na fila de espera do auditório, e outra fila enorme se formou lotando os 3 mil lugares do local.
John Cale entrou de saia escocesa acompanhado dos 20 integrantes da orquestra BCN216 mais guitarra, bateria e contrabaixo. No teclado, o ex-Velvet Underground soltou a música que abre seu disco mais famoso seguindo faixa a faixa álbum à dentro. Em 1973, seu ex-parceiro Lou Reed narrava a desventura romântica de um casal em Berlim, um história de amor e drogas que acaba de forma trágica. Neste mesmo ano, John Cale colocou nas lojas “Paris 1919”, um disco cujo mote era um acordo de paz entre nações, fazia uma ode à vida no campo e visava a contemplação.
A excelente acústica do auditório valorizou as melodias das canções de “Paris 1919” e números como “Hank Panky Nohow” e “Paris 1919” soaram tão líricos e intocáveis que chegaram a emocionar. Cale e orquestra tocaram as nove músicas do álbum original, um b-side das sessões do disco, e seguiram para mais meia hora revisitando a carreira do músico no mesmo horário em que os novíssimos garotos do Yuck aumentavam as guitarras no palco sob curadoria do festival All Tomorrow Parties (dava para ouvi-los da entrada do festival, e o palco é bem distante).
Na direção contraria, no palco Llevant, o Warpaint conseguiu arrebatar um bom público, que assistiu a um ótimo show no palco que iria exibir a final da Champions League enquanto o palco Ray Ban flagrava a reunião do Papas Fritas, grande pequena banda do indie norte-americano dos anos 90. Quase oito da noite, e com o sol brilhando, o Fleet Foxes mostrou bastante classe no palco principal enquanto Dean e Britta faziam um set acústico em uma pequena tenda (eles iriam repetir a apresentação, mas de forma elétrica, no palco ATP três horas depois).
Novamente no auditório, mas desta vez com a turma de Jonathan Donahue, que tinha como missão executar as canções do clássico “Desert’s Songs” (que retorna às lojas em versão remasterizada e dupla), e quem viu o Mercury Rev em Curitiba, 2005, sabe que eles podem muito ao vivo. E o grupo não decepcionou abusando do gelo seco e das luzes climáticas, mas tocando com intensidade boas versões de “Holes”, “Tonite The Shows”, “Opus 40” e “Goddes In The Highway”, quatro cavalos de batalha do grande disco.
PJ Harvey voltou a apresentar quase a integra do repertório do excelente “Let England Shake” para um público que parecia ter aprovado o disco. Os hits “C’mon Billy”, “Down By The Water” e “Big Exit” marcaram presença em um dos shows hors-concours de 2011. Pausa para pizza, hambúrguer e batatas fritas, e na sequencia o grande show de todo o fim de semana: Jon Spencer Blues Explosion, que levou quase 5 mil pessoas para o palco do ATP e fez um show venenoso e intenso, uma porrada movida a duas guitarras e bateria seca que garantiram ao power trio a medalha de ouro do rock and roll no Primavera Sound 2011.
Ainda rolou de ver duas músicas do Odd Future no palco curado pela Pitchfork, mas a festa já estava com os minutos contados. Apesar dos contratempos do primeiro dia, o Primavera Sound conseguiu entrar nos eixos na sexta-feira e o sábado viu uma festa sem igual no parque aos pés do Mediterrâneo naquele que é considerado por muitos (músicos inclusive) um dos grandes festivais de música do planeta. 140 mil pessoas passaram pelo Parc Del Fórum, e ainda rolam shows no domingo no Poble Espanol, mas já é possível cravar que o Primavera Sound 2011 baixa as cortinas com saldo positivo. Que venha 2012.
Top 5 do Dia 3
1) Jon Spencer Blues Explosion
2) John Cale
3) Mercury Rev
4) Fleet Foxes
5) Warpaint
Leia também
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2010 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2011 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2012 (aqui)
Todas as fotos por Marcelo Costa
maio 29, 2011 No Comments