#IGGY AND THE STOOGES#

TRIUNFO DEFINITIVO DA DISFUNÇÃO SOBRE A NORMALIDADE

por Diego Fernandes
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Foto: Site Oficial
25/05/2001


"Se você tivesse uma conversa séria com ele, a idéia que ele iria destacar é que você era ignorante e estúpido, e que ele era rápido como um chicote. Isto posto, ele usaria você da maneira que pudesse – fosse para arranjar comida, conseguir drogas ou te enrabar."
Angela Bowie, sobre Iggy Pop


Cena 1: por volta de dezembro de 2000. Estando sozinho em casa, meu aparelho de som rodava a todo volume "XTRMNTR", do Primal Scream – mais especificamente a segunda música, Accelerator. A mixagem desta faixa destoa do resto do disco; soa como uma fita demo de banda punk gravada com equipamentos da época em que Bill Halley ainda fazia sucesso, algo gravado em meio canal tentando soar da maneira mais barulhenta, suja e detestável possível. As guitarras estão nitidamente gravadas em primeiro plano, a bateria e o baixo, fundidos em algo único, ameaçador e tribal. Por cima de tudo, Bobby Gillespie se esgoela, urra, bota pra foder a seu modo. Em suma: descontando tecnologia de ponta e intenções mercadológicas embutidas, soa como uma música dos Stooges.

Cena 2: ainda por volta de dezembro de 2000. Minha irmã – fã confessa de boy bands e dance de Ibiza – chega em casa, ouve a massa intransponível de guitarras vindo do meu quarto e pergunta: "Não dá pra baixar um pouco esse troço? Essa música é simplesmente horrível."

Cena 3: aumento o volume de 15 para 25 e me preparo.

Soa deslocado? Nem tanto. Com a sonoridade ultra-crua de Accelerator, o Primal Scream inegavelmente tenta soar punk - retomando a sonoridade apresentada em seus dois primeiros álbuns e tentando reproduzir no século XXI o senso de ultraje primeiramente apresentado ao mundo por aquela que talvez seja a banda mais subestimada da história do pop: The Stooges - mais tarde rebatizados Iggy And The Stooges.

Traçando uma espécie de linha hierárquica na história do rock, é bem possível que, em termos de influência musical e comportamental, percam apenas para um certo quarteto de Liverpool.

Surgidos em Ann Arbor, estado de Michigan, EUA, os Stooges ('Os Patetas', nome inspirado nos pueris Três Patetas) eram o que possivelmente se poderia imaginar de mais abjeto, imediativo e vulgar em termos de entretenimento musical. Todavia, se hoje pode-se freqüentar um shopping vestindo uma calça apinhada de buracos de cigarro, ou então usando um corte de cabelo que mais parece um urso de pelúcia encharcado de querosene, é bem provável que isso se deva a Iggy e os Stooges: sem eles, a seqüência de eventos que culminou com o surgimento do movimento punk não teria dado seus passos mais elementar, e o mundo não teria conhecido a noção de 'subversão vendável'.

Os Stooges não eram músicos virtuosos: a princípio, mal sabiam como empunhar seus instrumentos; tampouco primavam pela inteligência: eram completamente apolíticos e dotados de um senso de humor demencial; como comentário final, cabe dizer que também não alcançariam sucesso como símbolos sexuais: eram, invariavelmente, feios feito o diabo. Em uma época onde o virtuosismo musical ligado ao flower power e à insurgência hippie começava a desabrochar, os Stooges apresentavam espasmos raivosos emoldurados em míseros três acordes. A seção rítmica, a cargo de Dave Alexander (baixo) e Scott Asheton (bateria) era um fiasco ambulante, produzindo uma ressonância primitiva, brutalmente rudimentar, enquanto Ron Asheton tocava sua guitarra basicamente como se ela fosse um instrumento de percussão. O vocalista era um sujeito esquálido de enormes olhos verdes chamado Iggy Pop – nome de batismo: James Jewel Osterberg -- , cujas performances foram o que realmente angariaram alguma atenção para o grupo na época. Suas apresentações não chegavam a ser taxadas como arte performática: eram sujeira sadomasoquista, sangue, agressão contra a platéia, uma verdadeira afronta contra a Liga Das Senhoras Católicas. Iggy se auto-mutilava com cacos de vidro, cuspia na platéia, copulava, nu, com o pedestal do microfone, vomitava na primeira fila, insultava a todos, se apresentava em vestidos de mulher que deixavam seus genitais à mostra, montava nas costas de fotógrafos, passava pasta de amendoim por todo corpo e rastejava pelo chão, convocava motoqueiros para a briga sem nenhum motivo aparente. Iggy subia ao palco usando uma coleira de cachorro; era uma selo de 'PARENTAL ADVISORY' ambulante.

Pode-se argumentar que os Stooges não foram os primeiros a injetar um senso de confrontamento urgente no rock: Stones, Doors, até mesmo os Beatles - todos, a seu modo, armaram o circo e tentaram insultar ao mundo com suas performances de palco desconcertantes, suas letras de teor junkie e/ou sexual supostamente patológico, suas roupas de brechó, e, principalmente, seus cortes de cabelo realmente ruins. O diferencial é que todas estas bandas pareciam ter um propósito mais ou menos definido, e suas táticas de choque apontavam para propósitos mais elevados. Um lance hippie, se é que me entendem. Os Stooges simplesmente acreditavam que o mundo se encontrava irremediavelmente povoado por idiotas - soube-se, então, que as coisas seriam um pouco diferentes.

Toda sujeira e escatologia forjadas por Iggy and the Stooges ao vivo não teriam absolutamente nenhuma relevância se sua música não estivesse à altura de tamanha injúria. É sabido que a técnica não se subordina à emoção - aqui estamos falando de emoções grandes demais para o homem mediano lidar – Stooges significa agressão primeva, uma nuvem de eletricidade estática percorrendo seu corpo em meio a uma tempestade de canivetes, distúrbios variados, extinção da chama através do vício, veneno, sexo degenerado à condição de cópula e poder tribal, instintos básicos o suficiente para fazer um adulto chorar, seu rostinho bonito está indo pro inferno e eu quero ser teu cachorro e lamber o chão no qual tu pisou e me perder em areia flamejante enquanto o mundo sangra e eu corro pra bem longe sem nem ao menos olhar para trás. Essas coisas. Hoje, isso é punk, mas em 1969 isso era o quê? Simples niilismo? Pós-hippie? Anti-hippie? Isso não era o Velvet Underground tentando bancar os beatniks versão rock’n’roll e empurrando isso goela abaixo nos universitários - isso era uma energia elementar grande demais para ser manipulada – simplesmente acontecia.

Iggy and The Stooges conseguiram alastrar seus tentáculos viciosos através do subconsciente púbere americano em pouquíssimo tempo (a banda lançou três discos oficiais - todos definitivos - entre 1969 e 1973), deixando uma marca indelével e cujo impacto encontra sua maior definição em duas palavras: justiça poética. Na época, seus discos não venderam nada, embora – ou justamente por isso – seja comumente apontado, juntamente com o MC5, de Detroit, como o primeiro grupo a introduzir o noise, o barulho perverso e de vanguarda no rock. Basicamente, o som da banda era uma versão mais tosca e desesperada do rock com raízes no blues praticado por grupos como Rolling Stones e Cream – Iggy tinha tocado bateria em uma banda de blues chamada The Iguanas. Ao passo que o MC5 tentava ostentar ares politizados – viviam em uma comunidade hippie-socialista, suas letras falavam sobre 'irmãos e irmãs' – os Stooges não estavam nem aí para coisa alguma. Sua fúria e sua postura de redução a nada foram o que realmente meteram a noção de subversão e afronta através da música na cabeça de dezenas de novas bandas. Imagine uma banda que vendeu dez discos, e cada um dos sujeitos que comprou o disco montou uma banda influente, e então pode-se ter uma idéia aproximada do que foram os Stooges. Todo o punk nova-iorquino é cria da banda: do som despojado e repleto de fúria descabida às performances de palco plageando Iggy. Sem Stooges, não haveria Ramones, ou Patti Smith Group, ou New York Dolls – ao menos, não do modo como os conhecemos. Os Sex Pistols foram um caso à parte: embora Malcom McLaren, o empresário por trás da projeção do primeiro grupo punk comercialmnete viável tivesse como parâmetro sua primeira incursão no rock business (os já citados New York Dolls), os Pistols tinham os Stooges como ídolos máximos, executando ao vivo covers funestas de No Fun e I Wanna Be Your Dog. Afora isto, Iggy e sua banda podem ser considerados a pedra angular do rock alternativo; um sem-número de bandas os cita como influência primordial, à sua escolha: de Sonic Youth a Guns'n'Roses, passando por Nirvana, Red Hot Chili Peppers, Royal Trux, Boredoms, Make Up, Demolition Doll Rods, Spiritualized, Mudhoney, Monster Magnet, Queens Of The Stone Age, At The Drive-In, Delta 72, Guitar Wolf, Girls Against Boys, Nine Inch Nails, Butthole Surfers, Big Black, Rage Against The Machine, Jon Spencer Blues Explosion, Flaming Lips, Mercury Rev, Ministry, Black Flag, Six By Seven, Marilyn Manson. The Strokes? Vale aqui a máxima do Public Enemy: ‘don’t believe the hype’. Talvez – e só talvez – se os Stooges tivessem sobrevivido à implosão do punk e tomado o rumo diluidor da new wave, chegassem a soar tão mal quanto os superestimados Strokes.

DISCOGRAFIA

"Quando chegamos a Nova York, Jac Holzman, o presidente da Elektra, me perguntou: 'Vocês têem material suficiente para um álbum, certo?'. A gente disse: 'Claro.' Tínhamos só três canções. Voltei para o hotel e em uma hora bolei os riffs de Little Doll, Not Right e Real Cool Time. Ron Asheton

Em seu primeiro disco (The Stooges, 1969), produzido por John Cale, o verdadeiro cérebro maligno e arrojado por trás do barulho do Velvet Undeground, os Stooges deram o primeiro passo: a canção punk definitiva, I Wanna Be Your Dog. Uma introdução entremeada de distorção e som cacófato que se tornou o cartão de visitas de qualquer banda de feedback do mundo após eles. Os versos de abertura repousam – repousam? – entre os mais retumbantes da história do rock: "Tão confuso / Te quero aqui / No meu quarto / Te quero aqui". Simples, direto. Drogas? Pode apostar. Sexo? Definitivamente. A canção se expande ("Agora vamos ficar cara-a-cara / E descansar no meu lugar favorito") até a explosão do refrão: "Agora, eu quero ser teu cachorro". A letra não é tanto uma mensagem de amor à dominatrix amada; soa mais como um voto de descrença completa: dane-se, vou ser teu cachorro, Foda-se o resto, vou ser teu maldito cachorro. Há ainda a emblemática No Fun, o longo uivo de We Will Fall, o sarcasmo de Little Doll. Uma estréia sem precedentes na história do rock, apresentando uma banda entrando com os dois pés – ainda que não soubesse exatamente onde. Apesar das críticas majoritariamente positivas, o disco não vendeu o esperado, tendo como pico apenas a centésima sexta posição na parada da Billboard.

O segundo disco, Funhouse (1970) apresentava a banda com uma nova aquisição: Steve Mackaye, saxofonista devoto dos improvisos de John Coltrane, que acabou por conduzir os Stooges por território jazzy e inesperado. Segundo o guitarrista Ron Asheton, a real intenção da banda, repassada ao produtor Don Gallucci, era reproduzir em estúdio o som de seu show na época. Todos os takes de Funhouse surgiram a partir de jams, praticamente sem overdubs, tal qual fazia James Brown com sua banda - fonte de inspiração confessa da banda. Embora não conte com um hino definitivo como I Wanna Be Your Dog, o resultado final soa mais coeso, centrado e furioso do que no álbum anterior, com músicas do calibre de TV Eye (Twat Vibe Eye, olhar de comedor), a auto-explicativa Dirt e a psicodélica e interminável L. A. Blues. Funhouse é considerado o maior legado da banda.

Após a gravação do segundo disco, Steve Mackaye caiu fora do grupo – aparentemente, o estilo excêntrico e junkie da banda foram demais – e o baixista Dave Alexander foi sumariamente demitido por Iggy por ter se entorpecido demais antes de um show e esquecido de todas as músicas. Como resultado, foi agregado ao grupo James Williamson, amigo de longa data da banda que assumiu o posto de guitarrista, deslocando Ron Asheton para o baixo. A banda foi chutada pela Elektra Records, devido às baixas vendagens de seus dois álbuns. Iggy se internou numa tentativa de se desintoxicar - e o fim se esboçou.

Em 1972, David Bowie veio a Nova York, encontrou Iggy e, por motivos até hoje cercados de névoa e boataria, resolveu tirá-lo da sarjeta. Iggy e James Williamson foram para a Inglaterra gravar sob a batuta de Bowie, que havia lhes arranjado um contrato com a CBS através de sua produtora, traiçoeiramente abandonando os irmãos Asheton à própria sorte. No entanto, após inúmeras audições com músicos locais (com resultados insatisfatórios), Iggy resolveu voltar atrás e convocar Ron e Scott a gravar aquele que seria o derradeiro álbum dos Stooges: Raw Power. Lançado em 1973, Raw Power apresentava uma produção fria e meticulosa por parte de Bowie, que, inegavelmente, amaciou o som da banda visando obter alguma execução junto às rádios. No entanto, a guitarra tosca de Williamson impediu que a 'sofisticação' se instaurasse: neste disco estão contidas aquelas que talvez sejam as canções mais conhecidas dos Stooges: Search and Destroy, Gimme Danger, Your Pretty Face Is Going To Hell e Raw Power. O disco recebeu críticas extremamente elogiosas e tornou-se um marco definitivo: muitos consideram Raw Power o primeiro álbum verdadeiramente punk da história. Pouco depois, a banda foi novamente demitida, desta vez pela produtora Mainman, de propriedade de Bowie e do empresário Tony Defries. Uma vez mais, os motivos alegados foram as baixas vendagens e o fato da banda ser um verdadeiro escoadouro de dinheiro. Pouco tempo depois, o grupo dissolveu-se definitivamente, deixando como legado póstumo uma estensa lista de bootlegs com gravações tão preciosas quanto mal-divulgadas. Um belo exemplo é Metalic Knock-Out, registro de seu último show ao vivo, onde foram agredidos ferozmente pela platéia, com o arremesso de todo tipo de objeto contundente conhecido pelo homem sobre o palco. Dá pra se ouvir uma garrafa se espatifando contra um amplificador, Iggy chamando a platéia de "chupa-rolas idiotas, as namoradas de vocês me amam!" e outros ruídos/atritos incômodos.

"O que eu queria era que a música saísse do auto-falante e te agarrasse pela garganta e batesse tua cabeça contra a parede e, basicamente, te matasse - e nunca era o bastante para mim. Não importava o que eu fizesse, nunca conseguia chegar lá, não conseguia chegar ao agudo que ferisse o bastante, não conseguia chegar ao grave que te atingisse o bastante, não conseguia chegar a uma batida dura o bastante, e assim por diante. Então eu fazia uma mixagem atrás da outra até ficar mais e mais maluco. Basicamente eu tinha perdido a perspectiva – artistas têem disso."
Iggy Pop, sobre o período pós-Raw Power


O que se seguiu é conhecido por todos: o boom punk; new wave; pós-punk; no-wave; hardcore; gótico; technopop; grunge; new new wave; punk melódico; etc, etc, etc, ad nauseum. Banda certa, momento errado, etc, etc, etc.

Iggy é o único que continua gravando até hoje. Administrando sua esporádica carreira de ator, e tendo lançado discos flertando com todos estilos possíveis e imagináveis (da new wave ao lounge, passando pelo heavy metal), parece ter se fixado numa inusitada mistura de nu-metal com proto-punk em seu mais recente álbum, Beat Em Up (2001). Os irmãos Ron e Scott Asheton se mantiveram à base de royalties e dinheiro ocasional proveniente de bootlegs, eventualmente tocando em bandas locais. Ron tornou-se também ator e produtor de filmes B. "São sujeitos excêntricos", diz Iggy. James Williamson montou um negócio de computadores e tornou-se um bem-sucedido yuppie no Vale do Sílicio, em San Fernando, Califórnia. O baixista da formação original, Dave Alexander, morreu ainda nos anos 70, devido à complicações causadas pelo alcoolismo.

"Sempre achei 'Heart Full of Soul' uma bela canção. Por isso me perguntei: meu coração está cheio de quê? Concluí que estava basicamente cheio de Napalm." Iggy Pop

Diego Fernandes, 21 anos recém-completos, gostaria de declarar que suou PRA CARALHO para escrever este texto. As declarações foram retiradas do livro "Mate-Me Por Favor".



Mate-me Por favor
por Manuela Colla

Lou Reed: "Estou completamente sozinho. Ninguém pra conversar. Dá uma chegada aqui, daí posso falar com você..."

Quem se atreveria a não ler um livro cuja primeira frase fosse a transcrita acima? Você pode até não se interessar pelo punk rock, nem saber quem são as pessoas que fizeram história nesse movimento, mas Mate-me Por Favor (L&PM) é uma leitura obrigatória pra quem gosta de histórias orais e literatura pop. São 443 páginas que mudaram a minha vida, ridiculamente. A partir dessa leitura, eu comecei a amar o punk rock, eu descobri quem era Iggy Pop, as groupies, as drogas. A música.

O livro não é nada maniqueísta e faz um retrato fiel da época em que o punk rock esteve no seu auge: o final da década de 60, começo da de 70. Na realidade, o livro, de Legs McNeil e Gillian McCain, faz o grande favor de esclarecer que, ao contrário do que muitos pensam, o punk não é londrino, e sim americano. Lá pelos idos de 1968, a Factory de Andy Warhol dava o tom da pop art, e inspirou a criação do Velvet Underground, banda liderada pelo mutley de plantão Lou Reed.

Mas a estrela do livro é outra: Iggy Pop. Ele aparece como o grande star do movimento punk, o cara mais cool de todos, sempre detonado, selvagem e brilhante. Ele (e os Stooges), os New York Dolls, o MC5, Patti Smith Group, Television, Ramones e muitas outras bandas fizeram o autêntico rock and roll sair daquele mundo de virtuosismo e posers do Led Zeppelin e dos The Doors. Eles eram junkies de verdade, ao contrário dos oportunistas dos Sex Pistols. Só pra se ter uma idéia:

Legs McNeil: 'Ah, Sid, você acha que daria pra se juntar a Johnny no sofá pra fazer uma foto dos dois?'
Sid Vicious disse: 'Vá se foder'.
'Ok, então, Johnny (Rotten), dá pra eu fazer uma sozinho de você no banheiro?'
'Dá o fora!'
'Mas é pra capa da Rolling Stone...' disse o fotógrafo.
'Bem, e então meu cabelo está bom?' guinchou Johnny enquanto puxava aquele cabelo seboso e fosco, formando dois chifrinhos. Foi muito engraçado, mas na real a cena toda era muito deprimente.

Enfim. O livro é todo romanceado, e também é cheio de fofocas picantes, que interessam a qualquer pessoa familiarizada com os principais personagens do punk rock. Mas eu sou suspeita - costumo dizer que esse é o livro da minha vida. Tanto que, apesar do peso, ele é figurinha fácil na minha mochila.