"Entre Seus Rins" é o Ira! brincando de ser grande
Por Alexandre Petillo

A primeira audição, "Entre Seus Rins", o primeiro disco de inéditas do Ira! em três anos, não me convenceu. Mas eu ouvi no carro, com outras preocupações além de prestar atenção na guitarra de Edgard Scandurra e no que Nasi estava cantando. 

Mas depois, no quarto, ouvindo com calma, consegui entender o que o quarteto queria. Com vinte anos de estrada e uma seqüência inédita de discos bem sucedidos comercialmente na carreira ("Isto é Amor", de 1999 e "Ao Vivo MTV", de 2000), o Ira! volta flertando com elementos de eletrônica e rap. 

Como o próprio Nasi quer proclamar, chegou a hora de afugentar o estigma de "último bastião do rock". O vocalista garante que a banda vive o seu melhor momento, e isso pode ser refletido em músicas como "O Bom e Velho Rock’n’Roll". Mesmo com 20 anos de estrada, a banda ainda consegue compor boas músicas e têm fôlego para se manter com um frescor de novidade."A relação entre nós está cada vez melhor e esse disco é um dos melhores na carreira do Ira!. Com certeza é um dos melhores. Compomos as músicas em dois meses, gravamos e saiu exatamente como a gente queria. Já estamos como aquele time de futebol, que de tanto jogar junto, já toca a bola para o companheiro sem olhar", contou.

A banda também está tranqüila quanto a receptividade dos novos fãs, que conheceram a banda com o "Ao Vivo MTV" e ainda engatinhavam quando o quarteto gravou sucessos como "Flores em Você" e "Envelheço na Cidade". "Existe um público fã do Ira!, que sabe da nossa qualidade. Esses dias nós tocamos entre o CPM 22 que é uma banda que faz um sucesso enorme entre a molecada e o Capital Inicial, que é da nossa safra mas está em alta com o público jovem. E nós fizemos o show mais potente da noite, com o Edgard enfiando a guitarra no amplificador e explodindo em microfonias. A garotada que estava na frente saiu de cabelo em pé. Esse é o Ira! que apesar de 20 anos nas costas ainda faz muito moleque comer poeira", brincou. 

De olho no efervescente cenário independente a banda gravou a agitada "Naftalina", um bom rock composto pela banda mineira Radar Tan Tan. Como virou tradição nos três últimos discos da banda, o Ira! gravou uma música de um compositor gaúcho. No disco novo, foi a vez de Frank Jorge com "O Homem de Neanderthal". 

Apesar das novidades modernas, o Ira! coloca como contraponto boas baladas românticas, com um pé no lirismo como "O Tempo", "Milhas e Milhas" e "Mistério", esta última, em colaboração com o compositor Alvin L. 

Outro destaque é a faixa "Um Homem Só", que fala de um personagem perplexo com o quão difícil se tornou os relacionamentos sociais e amorosos. A música é conduzida pela guitarra de Scandurra, modificando o andamento a cada instante. 

Mesmo cansados de serem taxados de juvenis, a banda não esconde a ingenuidade na faixa "A Vida Por Um Fio", que clama "Meu Deus, o que eu vou ser/Quando parar de crescer?". 

Em entrevista exclusiva ao Scream & Yell, Nasi fala sobre ingenuidade, rock alternativo, sexo e, claro, o novo disco. 
 


Scream & Yell – Qual a diferença entre o Ira! do início de carreira e o Ira! de "Entre Seus Rins"?

Nasi – Hoje o Ira! tem muito mais horizontes musicais. Já flertamos com rap, eletrônico, e rock em todos os seus segmentos. Estamos com muito mais elementos em nossas canções. Existe uma tendência das pessoas no chamarem de "os últimos guardiões do verdadeiro rock". Eu brinco com isso na nossa música "O Bom e Velho Rock’n’Roll", que abre o novo disco. Falo dessa relação edipiana que a gente tem com o rock. É amor e ódio. O rock é ao mesmo tempo nosso pai e nosso padastro. Esse tipo de elogio as vezes nos incomoda. Esse tipo de coisa, das pessoas chegarem e dizerem "obrigado por continuarem tocando rock". Isso soa para os meus ouvidos como se eles estivessem dizendo "obrigado por terem ficado 20 anos fazendo a mesma coisa". E não foi isso que aconteceu.

S&Y – Então o fã do Ira! tem que ser menos xiita...

Acho que isso acontece com os mais jovens, apenas. O Ira! tem um estilo próprio, um estilo próprio de se fazer rock. Existe o estilo Ira!. Quando começamos, éramos muito ortodoxos. E isso não é errado. Geralmente a tendência, quando a gente é jovem, é ser ortodoxo. Acredito que isso seja bom, porque quando você começa, tem que ter uma personalidade definida, não ficar apenas atirando para todos os lados. Mas com o tempo, você vai envelhecendo e conhecendo coisas legais, tendo outras experiências. Não dá para ficar sempre sendo a mesma pessoa.

Como você define o novo disco?

Um dos melhores trabalhos do Ira!. É um dos melhores discos da nossa carreira. Geralmente, quando terminamos um disco, não temos paciência de ouvi-lo inteiro, de novo. Eu confesso que não consigo ouvir alguns discos da banda inteiro. Passo uma, pulo outra. Mas esse disco é bom inteiro e não me canso de ouvir.

Saiu da maneira que você queria?

Sim, a banda está vivendo o seu melhor momento, tanto artisticamente, como musicalmente e até pessoalmente. A relação entre a gente está redonda, fluindo perfeitamente. Sabe, estamos como um time de futebol que joga junto há muito tempo. Tocamos a bola um pro outro sem precisar olhar a posição do companheiro. 

E quanto a produção do Marcelo Sussekind? Ele é conhecido por limar guitarras...

O Marcelo tem um mão pesada para o pop, mas é um roqueiro das antigas, que gosta da guitarra, da bateria pesada, também. Mas fizemos tudo em conjunto. Teve um momento em que o produtor pegava a guitarra e a gente mexia na mesa de som. Misturamos todas as funções e fizemos exatamente da maneira que achamos melhor.  Em uma música, o engenheiro de som chegava e falava que tinha uma idéia e isso é legal, gosto disso. Esse disco ia se chamar "Equilíbrio Natural". Geralmente quando pensamos em escolher um título para um disco, a tendência é de se usar um verso que dê uma noção geral sobre a obra. Mas apesar do título refletir o momento da gravação, o nosso momento, ele era muito didático, muito careta. Mas "Equilíbrio Natural" define bem o disco.

Como chegaram a "Entre Seus Rins"?

É um verso que foi extraído do mega-clássico "Je T Aime Moi Non Plus", do Serge Grainsburg. É melhor, dá margem para várias interpretações. Chega a ser bem mais viril, uma declaração de amor poderosa, vibrante: quero estar entre os seus rins. 

Mas algumas letras são um pouco ingênuas para uma banda com 20 anos de estrada como o Ira!, não acha?

Isso também é engraçado. Existem três frases que os jornalistas usam sempre para nos definir, sempre. São: letras ingênuas, banda sincera e temática juvenil. Cara, sempre dizem isso. Mas foda-se, quer saber? No fundo, talvez sejamos pessoas ingênuas. Nós fomos ingênuos em muitos momentos da carreira. Não nos vendemos, procuramos manter a nossa imagem intacta, seja ao preço que for. Durante esses 20 anos nós compramos muitas brigas, mantemos essa nossa ferocidade, de quebrar tudo e mandar tudo para o alto. Essa é a nossa imagem, isso é o Ira!. Acho o Ira! tão importante quanto qualquer outra banda do rock nacional. Não existe diferença entre a gente e os Paralamas, ou o Barão, ou a Legião Urbana. Não vendemos tanto quanto eles, mas estamos sempre por aí. Pagamos um preço consciente. É claro que gostaríamos de vender 1 milhão de cópias do nosso disco, porque não somos contra dinheiro, nós gostamos de dinheiro, principalmente porque todo mundo aqui vive do que faz. Mas não nos vendemos. A gente pode olhar para trás, hoje, e não ter vergonha de nada. Somos donos dos nossos sucessos e dos nossos fracassos. Invejamos muito a carreira da Marisa Monte, por exemplo. Mas invejamos numa boa. Porque ela grava as músicas que quer, não aparece na TV, toca onde quer e ainda vende pra caramba. É isso que procuramos fazer. Mas se você ouvir "Para Ser Humano", vai ver que não tem nada de ingênuo ali. É uma das melhores letras que o Edgard escreveu. Eu ia fazer um rap ali no meio, mas ele mesmo fez, mandou e ficou do caralho. 

Quando foram compostas as músicas novas? Durante a turnê?

Cara, não conseguimos compor durante a turnê. Essas duas últimas foram muito exaustivas. Todos temos casas, para sair de São Paulo é difícil. Cria uma saudade além-mar (risos). E eu sei como funciona o Ira!. Como homem de frente da banda, sei como funciona tudo, sei como o Edgard funciona como compositor. E a coisa que mais prezamos nessas loucuras de turnês é o silêncio, é chegar e relaxar. Então a gente se determinou em compor sem estresse. O Edgard passou por uma crise de inspiração durante esses meses, mas eu sabia que quando pintasse a primeira, as outras apareceriam compulsivamente. E foi o que aconteceu. Ouvimos algumas coisas, uns artistas novas. Gravamos "Naftalina" do Radar Tan Tan, que é uma banda que gostamos bastante, e o Edgard produziu o  disco deles. Eu achei legal gravar o Frank Jorge. Gostei pra caralho do disco solo dele, o "Carteira Nacional de Apaixonado" e quando ouvi "Homem de Neanderthal", acabei pirando. Quando ouvi ele cantando os versos "pelo menos estou tão distante da truculência executiva de um yuppie", pensei: é nois na fita! (risos). Isso é puro Ira!. É a nossa cara. Dá licença que é nossa! Tínhamos que gravar. Apesar de serem músicas que foram lançadas nos discos dos respectivos autores, elas ainda mantém um frescor independente, de novidade. Sobre o processo de criação, sabe, não existe fórmula. Alguns dizem que vem da inspiração, já para mim é um trabalho racional. Fico trabalhando paulatinamente nos versos, até chegar a um resultado final. Eu estava lendo um livro em que um jornalista da Rolling Stone compilou declarações de diversos roqueiros, falando sobre o processo de criação. Gente como Pete Townshend, Keith Richards, Paul McCartney... E os caras se contradizem tanto, que dá para chegar a seguinte certeza: não existe certeza.
Mas no disco nós começamos de uma maneira bem simples, tranqüila. Chegamos a 16 músicas e escolhemos 12. Eu acho que 12 é um número legal. No meu tempo, que é a época do vinil, o máximo eram 10. Agora está existindo uma mania entre os artistas de fazerem discos com um monte de músicas. Encher mesmo. Eu não entendia, mas me explicaram. E me deixou muito preocupado, uma história muito estranha. E o que eu estou falando, foi um executivo da Abril (Music) que me contou. 
Fizeram uma pesquisa entre o público comprador de discos e descobriram que o cara, quando chega na loja e se depara com um disco de dois artistas que ele gosta, o cara olha na contracapa e vê a quantidade de músicas que cada um tem. Se um tem 14 e o outro 10, ele leva o que tem 14, independente da qualidade ou se ele gosta mais do outro. Cara, isso é muito esquisito e eu fiquei preocupado. Onde já se viu? Mas as músicas do novo disco foram compostas 1 ou 2 meses antes da gravação. São trabalhos recentes, não é nada de baú. Não tem nenhuma música resgatada do Edgard dos anos 90 ou dos anos 80. É tudo coisa nova. A mais antiga é "Superficial (Como Um Espinho)", que tinha no disco ao vivo.

Vocês vêm de dois discos bem sucedidos comercialmente, rolou alguma pressão da gravadora para que vocês fizessem um trabalho de apelo comercial?

Existe um respeito grande entre o Ira! e o Departamento Artístico da Abril. A gente sabe até aonde a gente pode ir. Eles nem esperavam que esse disco saísse agora, estavam esperando para o ano que vem. Nós fizemos com que saísse agora, porque nós precisávamos desse lançamento. Mas fizemos tudo como quisemos. Foi um disco feito rápido, mas sem pressa. Levamos a pré-produção totalmente pronta para o Sussekind, já que tínhamos gravado tudo no estúdio do Gaspa, que ele montou em casa. Esse estúdio, porém, contribuiu muito para que fizéssemos da melhor maneira. Podíamos parar, discutir, quebrar o pau, conversar sobre futebol e o caramba. Enquanto o Edgard estava fazendo uns shows solo no Sul, eu ligava pra ele e falava de algumas idéias para umas músicas, foi fluindo assim.

O público jovem que conheceu o Ira! agora, com o "Ao Vivo MTV", não vai torcer o nariz?

Acho que não. O público de rock é jovem e aberto, não importa a idade real...

Mas eles não conhecem o Ira! bem a fundo...

O que é um erro. Existem centenas de coletâneas porcas que a Warner lançou no mercado e muita gente comprou no embalo do sucesso do nosso disco ao vivo. Há males que vem para o bem. Poderiam ter pedido a nossa ajuda, os nossos conselhos, não iríamos cobrar nada por isso. Agora, com o trabalho do (Charles) Gavin, é que estão dando o tratamento que esses discos merecem. Saiu o "Psicoacústica", que é um dos melhores discos da nossa carreira e um dos mais fundamentais. E é um dos mais fundamentais discos da história do rock nacional também, modéstia a parte (N. do E.: Scream & Yell concorda com ele). Mas sempre tivemos um pé na MTV e no seu público. Acho muito melhor a gente se conhecido na MTV, se conhecido num veículo específico, do que ficar pulando de programa de auditório em programa de auditório. A MTV não é perfeita, tem que ser criticada, merece ser, mas é o veículo específico que mais importa no País para bandas de rock. Queiram ou não. Mas dane-se. A gente faz o que quer. Se não gostarem, fazer o quê? Sobrevivemos a tudo nessa estrada. Sobrevivemos ao excesso de álcool e drogas. Sobrevivemos às brigas internas feias, bem feias. Nós fizemos a nossa parte, ficamos sempre por aí. Lançamos discos, alguns bons outros não, mas sempre estivemos por aí. Vender 80 mil discos de um ("Isso é Amor") e 120 mil de outro ("Ao Vivo MTV") pode ser petisco para a enorme boca do mercado fonográfico, mas pra gente isso é um puta sucesso.

Vocês gravaram o Frank Jorge e o Radar Tan Tan. Que outros independentes vocês têm ouvido?

Olha, não tenho ouvido tanta coisa assim. Não saio muito, quando estou em casa eu procuro relaxar, ficar numa boa. Mas sei que a cena independente brasileira está muito boa, sei que existem bandas e DJs legais despontando. Tem o Orbital, aqui em São Paulo, que tem realizado shows de gente nova legal. Mas não tenho ouvido tanta coisa. Uma banda que me chapou, me chapou muito, foi uma que eu ouvi em Salvador, chamada Dead Billies. Pirei no show dos caras, dei uma canja, foi muito bom. É legal ver uma banda dessas porque eu, como um roqueiro adulto, vendo essa molecada fazendo esse som do caralho, tenho certeza de que o rock não morreu. É uma banda muito boa. O problema é que eles fazem parte daquela estirpe de bandas nacionais que cantam em inglês. Cantar em inglês no Brasil é complicado. Nem sempre cantam bem ou certo e não acho que fique bom o resultado final. Eu acho que o cara tem que pôr na cabeça que cantar em português não é concessão alguma. Ninguém vai perder a independência por isso. Tem que escrever em português, dar a cara a tapa, renovar o rock brasileiro. Os caras do Dead Billies me disseram que sentem um pouco de dificuldade em verter as letras para o português. Aí eu falei que eu ajudo, sem problemas. Vou aproveitar e deixar um recado para todo as bandas que cantam em inglês: estão com dificuldades de compor em português? Liguem pro Nasi, liguem pro Edgard, liguem pro Marcelo Nova. Liguem mesmo! Eu ajudo, a gente ajuda. Esse papo me lembrou de uma piada que me contaram na clínica de recuperação. A piada é assim: um fazendeiro multi-milonário deu uma big festa numa de suas fazendas. A fazenda era enorme, com terras a perder de vista. Aí ele parou tudo, reuniu todos os convidados em volta da piscina e tirou a lona. Na piscina, estava cheio de jacarés, piranhas, tubarões e tudo quanto é bicho. Aí ele falou: "Quem atravessar essa piscina vivo, poderá escolher um entre três prêmios: ganhar um milhão de dólares, ganhar essa fazenda inteira ou casar com a minha linda única filha. 
De repente, caiu um cara na piscina. Nadou rápido pra caramba, se desvencilhou dos jacarés, das piranhas e saiu do outro lado. O milionário o abraçou e falou: "Parabéns, você ganhou. Qual prêmio você vai querer? Um milhão de dólares"? "Não", respondeu o cara. "Ah, já sei. Você é um cara esperto, vai querer toda essa fazenda..." . "Não, também", continuou. "Bom garoto. Vai se casar com a minha linda filha e herdar toda a minha fortuna" . "Também não", finalizou. "Então você vai querer o quê?", perguntou o milionário. "Vou querer saber quem foi o filha da puta que me empurrou na piscina!". (risos, muito mais por parte do Nasi). Entendeu qual é? Se o pessoal independente está precisando de um empurrãozinho, é só me ligar que eu jogo na piscina.

E o pique ao vivo?

Uma coisa eu garanto, ao vivo o Ira! é sensacional. Existe um público fã do Ira!, que sabe da nossa qualidade. Esses dias nós tocamos entre o CPM 22 que é uma banda que faz um sucesso enorme entre a molecada e o Capital Inicial, que é da nossa safra mas está em alta com o público jovem. E nós fizemos o show mais potente da noite, com o Edgard enfiando a guitarra no amplificador e explodindo em microfonias. A garotada que estava na frente saiu de cabelo em pé. Esse é o Ira! que apesar de 20 anos nas costas ainda faz muito moleque comer poeira. A galera saiu do nosso show com cabelo arrepiado. Parecia aqueles filmes de rock, onde colocam um ventilador na cara da galera.

Uma vez eu vi um show de vocês, ali por volta de 94 ou 95, e tinham umas vinte pessoas e foi um dos melhores shows de rock que eu já vi na vida.

Mas é isso aí. A gente não liga pra isso. Se chegarmos num lugar e existirem apenas 3 pessoas que gostam de rock, vamos fazer o melhor show da vida dos caras. Vamos detonar. E é isso que todos têm que ter em mente: tem que batalhar.

Já pensaram no novo show?

Vamos tocar todas as músicas do novo disco. Vamos fazer realmente uma turnê de lançamento do disco, tocando todas as canções dele. As que tiverem uma receptividade melhor, vão ficando no repertório.


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