Posts from — maio 2019
Great Divide chega ao Brasil
Quarta cervejaria que a importadora curitibana Suds Insanity traz ao Brasil (após a sueca Nils Oscar, a inglesa Thornbridge e a espanhola Edge Brewing), e primeira norte-americana de seu catálogo, a Great Divide Brewing foi fundada em 1994 em Denver, Colorado, e de lá para cá conquistou prêmios, apareceu em listas de melhores cervejarias do mundo e colocou alguns de seus rótulos na lista dos mais desejados pelos bebedores, alguns deles chegando finalmente ao Brasil agora.
“Começamos a conversar com a Great Divide em 2015”, contou Adriano Wozniaki. “Eles tinham muito receio em importar para o Brasil, pois as cervejas da Great Divide tem uma validade de quatro meses – apenas a Yeti tem uma validade mais longa – para manter o frescor”, explica Adriano. “No ano passado eles passaram a enlatar, e isso aumentou fez com que a validade passasse a seis meses”, completa Ricardo Magno Quadros, outro sócio da Suds. “Com isso vimos a possibilidade de concretizar a parceria”, diz Adriano.
Para adiantar o processo de fiscalização e inspeção dos técnicos do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que analisam todos os produtos importados que chegam ao país, a Suds Insanity importou em janeiro apenas uma caixa de cada um dos rótulos, o que acelerou a liberação deste container, que chegou na primeira quinzena de maio – apenas a Yeti Imperial Stout Chocolate Cherry, lançada em fevereiro nos EUA, precisou fazer todo o percurso e ainda aguarda liberação do MAPA (que pode sair a qualquer momento).
Com isso, sete rótulos estão disponíveis para o consumidor no momento: Samurai Rice Ale, que se encaixa na categoria das Speciality Grain, devido a adição de arroz. São 5.5% de álcool, bastante frescor e muita presença herbal no paladar. Leve e refrescante. A lata, em São Paulo, está chegando por R$ 32! A Colette é uma Farmhouse Ale produzida com quatro leveduras mais trigo, malte e arroz. O aroma é sensacional, bem belga, e o perfil é menos arisco do que as Saisons belgas, destacando o equilíbrio de doçura, acidez e refrescancia. Lata a R$ 33. Taça de 400 ml no EAP a R$ 30.
A Denver Pale Ale é uma APA que está chegando fresquissima, com cítrico sobressaindo de maneira leve. Está… crocante! A lata dela está chegando em SP a R$ 35 e o pint de 400 ml está por R$ 30 no EAP. Uma das favoritas da mesa, a Great Divide Claymore é uma Scotch Ale de 7.7% que combina caramelo e sensação nítida de café derivado do malte torrado (café gelado, não grão de café verde, como costuma aparecer nas receitas) com álcool. Uma cerveja incrível! A lata está chegando ao preço de R$ 35 e a taça de 300 ml no EAP tá R$ 22. Mergulha.
Agora as duas IPAs do lote, notáveis filhas da revolução cervejeira norte-americana, potentes, amargas e alcoólicas. A Great Divide Titan IPA é uma West Coast IPA tradicional, lúpulo e malte na cara, intimando o bebedor. Uma deliciosa porrada de lúpulo (R$ 35 a lata, R$ 32 o pint de 400 ml no EAP) que abre caminho para a próxima, a Hercules Double IPA. Quando estive em Nova York em 2013, trouxe uma dela na mala. É uma Double IPA da velha escola made in USA, amarga e alcoólica (10%!) ao extremo. Como dizia o site da Great Divide, é uma cerveja indicada “para quem não tem coração fraco”. R$ 54 a lata, R$ 36 o pint de 400 ml.
Fechando o passeio com as lendárias Yeti, que chegam apenas em garrafas de 650 ml. Grande ícone da Great Divide, a Yeti é uma American Imperial Stout lendária. É uma RIS de 9.5%, 75 IBUs e corpo beeem macio, leve no que é possível uma RIS ser – me impressionou. E tudo aquilo que o estilo propõe: notas que remetem a café bem presentes (com um ponto adstringente na garganta), chocolate amargo, presença extra de lupulagem e rubor nas faces! Uou! Uou! A garrafa está chegando a R$ 104 e a taça de 300 ml no EAP tá saindo por R$ 32.
Prestas a ser liberada para os pontos de venda, a Great Divide Yeti Chocolate Cherry é sublime. Os itens adicionados, o cacau e a cereja, amaciam a adstringência da torra da versão normal tornando essa cerveja impecável e absolutamente perfeita. Novidade até nos EUA, a Yeti Chocolate Cherry está chegando ao Brasil em garrafas de 650 ml (R$ 122 em média em São Paulo) e também em chopp – o preço na capital paulista da taça de 300 ml deverá estar em torno dos R$ 35.
Confira abaixo as datas de lançamentos da Great Divide em todo o Brasil:
24/05 – EAP (São Paulo)
25/05 – Beer4U (São Paulo)
25/05 – Loja do Cervejeiro (Cascavel)
28/05 – Let’s Beer (São Paulo)
01/06 – Empório Confrades (Goiânia)
02/06 – Uber Ale (Curitiba)
06/06 – Albanos (Belo Horizonte)
06/06 – Mestre Cervejeiro (Foz do Iguaçu)
06/06 – Yeasteria (Rio de Janeiro)
06/06 – Bier Vila (Blumenau)
08/06 – Mercado da Cerveja (Curitiba)
08/06 – Mestre Cervejeiro (Balneário Camboriú)
13/06 – Mestre Cervejeiro (Shopping Vila Velha)
14/06 – Mestre Cervejeiro (Vila Velha)
18/06 – Beer Market (Jundiaí)
19/06 – Beer House (Itajaí)
21/06 – Mestre Cervejeiro (São Luís)
28/06 – Yellow Dog (Curitiba)
maio 25, 2019 No Comments
Startup Brewing apresenta a UX Brew
Promovendo-se como a primeira startup cervejeira do país, que funciona não somente como fábrica, mas também como provedora de tecnologia e aceleradora para marcas cervejeiras ciganas, a Startup Brewing lançou sua segunda marca de cervejas: após o sucesso da linha Unicorn (que conta com quatro rótulos, Premium Lager, Witbier, IPA e American Pale Ale, todos em latas de 473 ml custando menos de R$ 20), a Startup Brewing lança a série UX, com cervejas mais experimentais, complexas e inovadoras.
“Decidimos começar a fazer cerveja em 2016”, contou André Franken, um dos dois sócios principais que vivenciam o dia a dia da cervejaria – “Ele foca mais a produção da fábrica e eu nas receitas”, completou André Kunrath, o mestre cervejeiro da casa. “Em 2017 decidimos fazer algumas receitas ciganas na Süd Brau, em Bento Gonçalves, para experimentar o mercado, e dado ao sucesso dessa produção resolvemos construir uma fábrica – que foi inaugurada em junho de 2018”, continuou Franklen.
A fábrica inclui áreas para produção, envase e armazenagem e tem capacidade de produção para 120 mil litros / mês – atualmente produz 66 mil litros / mês. “É uma fábrica feita para crescer”, observou André Franken, que explicou a diferença entre as duas linhas de cervejas da Startup: “A Unicorn é uma linha mais democrática, com uma proposta de drinkability e custo benefício. Já a UX Brew é uma linha mais Premium, de cervejas mais elaboradas, que pensam na experiência do usuário”.
Para apresentar os três primeiros rótulos da marca UX, os sócios da Startup Brewing reuniram a imprensa no Empório Alto de Pinheiros, revelando planos futuros da empresa, que inclui a utilização de uma cave subterrânea climatizada construída com capacidade para até 120 barricas de 220 litros cada (25 mil livros!) na fábrica da marca, em Itupeva, interior de São Paulo. A linha UX será uma das marcas que mais utilizará essa cave, revelaram os sócios.
Primeira da UX Brew a ser apresentada, a 17 The Brightest Star é uma Saison com lúpulos Sorachi, Nelson Sauvin e Hallertau Blanc (mais dry hopping do segundo). Tem adição de suco de maçã numa tentativa de aproximar com vinho branco. São 8.5% de álcool e 20 IBUs. E a maçã não amacia o conjunto, como eu esperava, mas sim ressalta uma leve rusticidade do estilo, que combina perfeitamente com o dry hopping de Hallertau Blanc. Está deliciosa (e uma parte do lote segue envelhecendo na cave) e o preço está ótimo: R$ 27 a lata de 473 ml.
“Fizemos essa receita inicialmente numa panelinha de 10 litros no fogão de um apartamento”, relembra André Kunrath. “E ali ela já tinha ficado legal. Só fomos incrementando, corrigindo”. A 17 The Brightest Star não é centrifugada nem filtrada, seguindo a regra tradicional do estilo. “E está bem enquadrada no estilo Saison, mas entrega um pouco mais”, acredita Kunrath, “devido a adição do suco de maçã e do dry hopping. Tentamos trazer as notas de um vinho branco delicado”, revela.
A próxima é UX Brew Sparks, uma Brut IPA com suco de abacaxi, colab com o pessoal da Lamplighter Brew, de Cambridge, MA, nos EUA. “Tentamos colocar o abacaxi para dar uma polida nela e trazer aroma, mas ela continua delicada”, dizem os cervejeiros. São 8.5% de álcool, bem macios. Ela é bem seca (como manda o estilo), com um aroma incrível de abacaxi, que marca o paladar. O lúpulo estrela aqui é o Azzaca e o preço em média da garrafa de 750 ml é R$ 67. Em chopp, no EAP, está R$ 23 o copo de 400 ml.
“A Sparks é a nossa tentativa de fazer um espumante de cerveja”, comentou Kunrath. “Há adição de suco de abacaxi nela e a ideia é fazer uma linha com sucos diferentes”, explicou. Em fevereiro deste ano, eles fizeram uma versão da Sparks com pêssego com o pessoal da Lamplighter Brew, nos EUA. “Mas foi outra receita, porque eles acham a nossa muito ‘pegada’ devido ao álcool, e preferiram fazer uma mais leve. O pêssego dá uma explosão forte no aroma e no sabor, e pretendemos fazer aqui também”.
A UX Brew Words of Denderah é uma Double New England IPA colab da Startup Brewing com a Cervejaria Dogma. Na receita, um blend de lúpulos Citra, Victoria Secret e Simcoe. São 9% de álcool e, em média, 50 IBUs. O aroma está incrível, o paladar, bastante saboroso e o amargor, como uma boa NE, na medida, sem exageros. O nome é inspirado num templo egípcio sagrado com mais de 13 mil anos – o Denderah, onde foram encontrados hieróglifos de aviões, helicópteros e lâmpadas elétricas. O preço da lata de 473 ml, em média, sairá por R$ 40.
“Ela é uma Double NEIPA porque tem mais álcool e é mais encorpada do que uma NEIPA normal”, observou Kunrath. “Tentamos atingir uma turbidez e um aroma bem cítricos. O Simcoe traz um pouquinho de resinoso, mas ele tem muito aroma. Já o Citra potencializa as frutas que os outros lúpulos têm. Fizemos duplo dry-hopping. Queríamos uma cerveja tropical, equilibrada, com um pouco mais de amargor, um pouco mais de corpo, mas com um drinkability legal”, finalizou o cervejeiro.
maio 19, 2019 No Comments
O assunto é… Alice Cooper
Bem, não sou um especialista em Alice Cooper. Tenho o “School’s Out” (1972) em CD e o “Muscle of Love” (1973) em vinil, mas a editora do site da Red Bull, a Luana Dornelas, me mandou umas perguntas para comentar a efeméride dos 45 anos do show que Alice Cooper fez nesta terra arrasada chamada Brasil em 1974. O resultado ficou bem bacana (confira aqui) e eu ainda pude colocar umas listinha top 10 de shows gringos em território brazuca. Abaixo as perguntas dela e as minhas respostas:
– Primeiro, me conta um pouco sobre você! Quando começou a se envolver com a música e a criar conteúdos no Scream & Yell?
O Scream & Yell nasce como fanzine em papel em dezembro de 1996. Foram seis edições impressas, mais alguns informativos rápidos. A versão Web nasce em novembro de 2000 e seguimos em frente, resistindo, desde então. São 19 anos de cultura pop.
– Há anos você trabalha cobrindo a cena de música no Brasil. Qual foi o maior show gringo de rock que você assistiu aqui por aqui? Por que este show te marcou? Conta mais sobre a experiência.
Sinceramente, não consigo elencar um show só! (risos). É muito show! Dai eu fiz uma listinha com 10 dos anos 2000! Daria pra fazer uma outra só com shows do século passado, mas tem tanta coisa boa que já passou por aqui neste século, e a gente não lembra. Dai esses 10, por ordem alfabética, são alguns dos meus favoritos. E todos eles foram shows absolutos, impecáveis! Todos me emocionaram seja pelas canções, seja pelo clima, pois costumo dizer que um show aqui é muito melhor do que assistir ao mesmo show na gringa porque aqui você está acompanhado de seus amigos, tem um sentimento diferente.
– Brian Wilson no Tim Festival, São Paulo, 2004
– Bruce Springsteen no Espaço das Américas, São Paulo, 2013
– Elvis Costello no Tom Brasil, São Paulo, 2005
– Neil Young & Crazy Horse, Rock in Rio, 2001
– Pearl Jam no Pacaembu, São Paulo, 2005
– R.E.M. no Rock in Rio, 2001
– Radiohead em São Paulo, 2009
– Sonic Youth no Free Jazz, São Paulo, 2000
– Weezer no Curitiba Rock Festival, 2005
– Wilco no Auditório Ibirapuera, 2016
– O show do Alice Cooper no Brasil, que aconteceu em 1974, foi um marco histórico na história do rock do Brasil. Acha que ele foi um divisor de águas e abriu caminho para os megashows que vieram nos anos seguinte?
Não acho que foi um divisor porque o mercado não se abriu como esperava – isso só foi acontecer com o Rock in Rio, em 1985. Mas é um show absolutamente histórico exatamente por isso: hoje é fácil, mas tinha que ter muito culhão para vir tocar no Brasil nos anos 70, investir no país.
– Você conhece alguém que esteve presente neste show?
Algum amigo já comentou comigo desse show, mas não lembro quem!
– Décadas atrás, as pessoas precisavam esperar anos para poder conferir um show de um artista gringo. Hoje em dia, isso se tornou algo comum, com shows acontecendo com bastante frequência, mas atraindo um público menor. Pra você, qual é a maior mudança entre aquela época e os dias atuais?
O mercado brasileiro de shows evoluiu, e isso foi uma conquista pós Rock in Rio 1, de 1985, que mostrou para o show business internacional que era possível investir no Brasil. De lá para cá, essa confiança só foi aumentando ao mesmo tempo que diversos produtores e artistas descobriram que o Brasil é um país importante na estratégia de marketing da música, é um mercado enorme com muito potencial. E isso possibilitou a abertura de casas pequenas com boa estrutura. Se antes só vinha artista para tocar em estádio, agora vários lugares menores recebem grandes artistas. Ou seja, agora há espaço para artistas de diversos tamanhos, o que se adequa a todo tipo de produtor e público. Quanto ao público menor, creio também que há o peso do preço do ticket, pois pagamos alguns dos ingressos mais caros do mundo para ver show, e nem todo mundo tem dinheiro para ver mais de um show. Se o ingresso fosse mais barato, muito mais gente veria show.
maio 3, 2019 No Comments
Top 10: Abril 2019 no Scream & Yell
TOP 10 TEXTOS MAIS LIDOS – ABRIL DE 2019
01) Lollapalooza Brasil 2019, por Renan Guerra (aqui)
02) Entrevista: Letrux, por Pedro João (aqui)
03) Três discos: Francisco El Hombre, André Prando e Baleia, por Leo Vinhas (aqui)
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05) Fafá de Belém ao vivo, por Renan Guerra (aqui)
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07) “The Dirt”,a história do Mötley Crüe, por Paulo Pontes (aqui)
08) Lupe de Lupe e Cloud Nothings, por Bruno Capelas (aqui)
09) Entrevista: Jain, por Pedro João (aqui)
10) Entrevista: Autoramas, por Janaína Azevedo (aqui)
DOWNLOAD
01) Selo Scream & Yell: “Dois Lados”, tributo ao Skank -> 17º link (aqui)
02) Selo Scream & Yell: Tributo a Belchior -> 33º link (aqui)
03) Selo Scream & Yell: Tributo a Milton Nascimento -> 50º link (aqui)
VIA GOOGLE
01) Entrevista: Duda Beat, por Renan Guerra (aqui)
02) Liam Gallagher x Noel Gallagher, por Herbert Moura (aqui)
03) Discografia comentada: Paul McCartney, por Wilsera (aqui)
O EDITOR RECOMENDA
01) Entrevista: Vitor Pirralho, por Ananda Zambi (aqui)
02) Entrevista: Birds are Indie, por Pedro Salgado (aqui)
03) Balanço: Festival Garotas à Frente 2019, por Carime Elmor (aqui)
TOP 10 2019 – (Primeiro Trimestre)
01) Melhores de 2018: Top 7 Scream & Yell (aqui)
02) Entrevista: Duda Beat, por Renan Guerra (aqui)
03) Como foi o Psicodália 2019, por Rafael Donadio (aqui)
04) Lollapalooza Brasil 2019, por Renan Guerra (aqui)
05) A ironia preguiçosa do Weezer, por Leo Vinhas (aqui)
06) Entrevista: Bernardo Vilhena, por Bruno Capelas (aqui)
07) Selo Scream & Yell: “Dois Lados”, tributo ao Skank (aqui)
08) O cinquentenário de Flávio Basso, por Leo Vinhas (aqui)
09) Discografia comentada: Paul McCartney, por Wilsera (aqui)
10) 11 points de cerveja artesanal em Buenos Aires, por Mac (aqui)
Confira os textos mais lidos no Scream & Yell nos meses anteriores
maio 2, 2019 No Comments