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Primavera Sound 2011: Dia 2

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No segundo dia de sua edição 2011, o Primavera Sound, em Barcelona, corrigiu os erros que tumultuaram a abertura e o festival foi quase irretocável. A produção abandonou a ideia do cartão recarregável e devolveu o dinheiro daqueles que chegaram a colocar cash liberando assim o pagamento de alimentação via dinheiro. E ainda colocou muito mais ambulantes vendendo cerveja festival afora. Muito mais cheia que a primeira noite, a segunda só não foi perfeita porque a limpeza durante o festival (que no ano passado já havia deixado a desejar) ainda não funciona, e ali pela meia-noite o Parc Del Fórum parece mais um depósito de copos de plástico do que um local de shows.

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O line-up do segundo dia também parecia melhor que a noite de abertura e a festa começou com o retorno do The Monochrome Set (o plano era pegar o Fiery Furnaces no Llevant no mesmo horário, mas as pernas disseram não). Até o casal Dean Warehan e Britta Phillips assistiu ao show em meio a galera. O som é totalmente Smiths e fica a dúvida: Morrissey e Marr copiaram eles ou eles decidiram copiar os Smiths neste show de volta? Se a queixa não der em nada, afinal o Interpol segue impune tocando após tantas CPIs, fica o comentário: o Monochrome Set se esforçou muito para parecer Smiths no Primavera Sound. Não precisava.

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Distribuindo sorrisos e felicidade, M. Ward, que veio ao festival sem a Zoey (sua cara metade no She and Him), fez um show arrebatador no palco principal para uma audiência de respeito ainda com o dia claro. No set list, canções de sua carreira solo, do supergrupo indie Monsters of Folk e covers de Daniel Johnston e Chuck Berry que fizeram muita gente arremessar o chapéu de palha (distribuído por um dos patrocinadores do festival) para o alto. Daqueles shows para estampar sorriso na cara de quem assiste.

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Já o National mostrou como está enorme ao levar uma multidão para o quinto dos infernos, ou melhor, o palco Llevant. O grupo de Matt Beringer (o homem que bebe uma garrafa de vinho por show) superlotou a área e o público espanhol foi brindado com uma apresentação matadora dos novaiorquinos, que em vários momentos lembrou a banda insana de dois, três anos atrás. No palco principal, o Belle and Sebastian distribuiu hits e fofurices em um show bastante parecido com a apresentação de São Paulo do ano passado enquanto o Explosions In The Sky chegou avisando que “o mar era nosso” para fazer um show bonito.

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1h30 da madruga, e uma multidão aguardava ansiosamente a grande atração da noite (e do festival). Frases no telão brincavam com o público: “Será que você está fazendo parte de uma piada?”. Pontualmente às 1h45, o nome do grupo foi acesso letra a letra no fundo do palco, e Jarvis Cocker entrou para deixar o público ainda mais enlouquecido: “Esse é o nosso primeiro show em 9 anos. Nós tocamos aqui 9 anos atrás. Nosso guitarrista entrou na banda 15 anos atrás. Mas hoje não vamos falar de história: vamos fazer história. Do You Remember The First Time?”.

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A postura de Jarvis como frontman impressiona. Ele se requebra e dança desajeitado, mas exprime um charme incomum. Ele provoca o público com gestos sexy mostrando que aprendeu direitinho tudo que viu das aulas de David Bowie. E canta, mas canta muito. E distribui um hit atrás do outro. “Disco 2000” fez a plateia inteira gritar a letra até ficar rouca, mas o show ainda reservava muitas surpresas, como um inusitado pedido de casamento no fosso no meio da apresentação. Jarvis desceu para cantar “Spy” com a galera da grade, depois perguntou o nome do casal que estava vendo o show na área de fotógrafos, e emendou: “Ele tem uma coisa para te falar”. Aproximadamente 30 mil pessoas testemunharam o pedido. E ela aceitou…

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Uma faixa no meio da galera dizia: “Spanish revolution: sing along with de common people”. Jarvis não desperdiçou o momento. “É complicado quando uma pessoa de fora chega em seu país e emite uma opinião, mas vi a faixa de vocês e só tenho a dizer que algo está errado quando a polícia entra em uma praça e pessoas inocentes vão para o hospital”. A audiência foi ao delírio, e o grande hit do Pulp ecoou com milhares de pessoas cantando junto a Jarvis em um momento realmente emocionante de um show que ainda vai crescer muito com as próximas apresentações, e deverá estar impecável quando a banda chegar no Hyde Park, em Londres.

Desde já, um dos históricos shows de 2011.

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Último dia de festival no Parc Del Fórum (o domingo ainda guarda shows no Poble Espanol), e a organização conseguiu resolver a pendenga futebolística, e a decisão da Champions League será transmitida pelo telão do palco Llevant. De shows, o sábado tem John Cale no anfiteatro, Yuck, Papas Fritas, Warpaint, Fleet Foxes, PJ Harvey, Dean Wareham e Britta Phillips, Jon Spencer Blues Explosion, Mogwai, Odd Future e Animal Colective. Partiu.

Top 5 do Dia 2
1) Pulp
2) M. Ward
3) The National
4) Explosions In The Sky
5) Belle and Sebastian

Leia também
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2010 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2011 (aqui)
– Os destaques dia a dia do Primavera Sound 2012 (aqui)

Todas as fotos por Marcelo Costa (exceto a terceira do Pulp por Inma Varandela / Divulgação Primavera Sound Festival)

maio 28, 2011   No Comments