Ao vivo em BH, Jinjer mostra músicas novas e pancadaria sonora

texto e fotos de Bruno Lisboa

Em uma terça-feira marcada por chuva intensa em Belo Horizonte, o público testemunhou um espetáculo memorável no Mister Rock. Mesmo com as adversidades climáticas, a banda Jinjer, formada na Ucrânia em 2008, lotou a casa recompensado os presentes com uma apresentação avassaladora, onde técnica e energia se encontraram em estado bruto.

A poderosa “Just Another”, do disco “King of Everything” (2016), abriu a sessão de pancadaria mostrando que os ucranianos não estavam interessados em economizar na performance. Canções como “Sit Stay Roll Over” e “Ape” demonstraram a precisão brutal dos músicos, especialmente a interação milimétrica entre o baixo groovado de Eugene Abdukhanov, a bateria destruidora de Vladislav Ulasevich e as guitarras dobradas de Roman Ibramkhalilov.

A performance da vocalista Tatiana Shmayluk, por sua vez, foi uma aula de versatilidade, alternando com maestria entre guturais intensos e vocais limpos em faixas como “Teacher, Teacher!” e “I Speak Astronomy”, prendendo o público em um transe hipnotizante.

Com influências que combinam metal progressivo e groove junto a elementos do jazz, a banda aproveitou essa passagem pelo país para testar novas faixas de um novo disco a ser lançado em janeiro de 2025 – que, inclusive, já tem nome: “Duél”. Dessa forma, os fãs puderam ouvir quatro faixas que já estão nas plataformas – “Green Serpent”, “Kafka”, “Rogue” e “Someone’s Daughter” – e, ainda, uma completamente inédita, “Fast Drawn”, canções que demonstram que a banda seguirá por caminhos sonoros ainda mais pesados para o ano que vem.

O ápice emocional veio com “Pisces”, escolhida para encerrar o show. A canção, que, de certa forma, sintetiza a proposta musical do Jinjer, une peso extremo e delicadeza melódica, tendo sido recebida com uma catarse coletiva, gerando um dos momentos mais belos da noite. Jinjer ao vivo não é apenas uma banda tecnicamente impecável, mas uma prova de que o metal extremo ainda pode se renovar e surpreender.

–  Bruno Lisboa  escreve no Scream & Yell desde 2014. Escreve também no www.phono.com.br

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