por Cainan Willy
Felipe S, conhecido por seu trabalho ao lado da banda Mombojó, lançou seu primeiro disco solo no começo de 2017. Intitulado “Cabeça de Felipe”, o álbum saiu pelo selo Jóia Moderna e as apresentações ao vivo começaram recentemente, mas essa seria a primeira vez que Felipe se mostraria no palco acompanhado por banda em um lugar aberto, amplificado – os shows anteriores, mais intimistas, aconteceram em lugares menores.
Desta vez, na última quinta-feira de março, o publico de São Paulo foi presenteado com um show bem preparado e muito divertido de Felipe S acompanhado por um quarteto instrumental e com participações especiais (planejadas e improvisadas), tudo isso em um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade, o MASP, pra ser mais especifico no Vão Livre. E o melhor: gratuito.
Pontualmente às 20h, Felipe S e sua banda subiram ao palco e “Anedota Yanomami”, faixa que abre o disco “Cabeça de Felipe” e nasceu sob o impacto da tragédia em Mariana (MG), foi escolhida para também abrir o show dessa noite. O fato de a apresentação acontecer em um ambiente totalmente aberto (quase na calçada da Avenida Paulista) e com entrada gratuita acabou por chamar a atenção de quem passava, e quem optava por ficar alguns minutinhos era conquistado pelo som brasileiro e empolgante que saia das caixas.
A decoração do Vão Livre exibia uma iluminação feita com luzes no estilo pisca pisca (que não piscavam), uma feirinha com food trucks e comidinhas deliciosas e um bar com diversos rótulos da cerveja ribeirão-pretana Colorado. Leo Cavalcanti, comemorando seu aniversário, foi resgatado do meio do público para fazer uma participação especial (e improvisada) na música “Nova Bandeira” (da qual ele também participa no disco), um quase frevo modernista, com guitarra e muita percussão. A voz doce e imponente de Ana Sartori (responsável pelos backings e teclados) se faz presente na faixa “Da Capoeira pro Samba”, outra música bastante dançante do disco “Cabeça de Felipe”.
Abordando diversas facetas de sua cabeça e de sua carreira, Felipe ainda abriu um espaço de seu show para Ana Sartori (em sua primeira vez num palco em São Paulo) encantar o publico com uma de suas canções próprias. O repertório ainda teve ainda música do projeto Trio Eterno (Felipe S, André Edipo e Missionário José – o último, com uma camiseta #ForaTemer, assumiu o baixo no show), numa pegada leve e mais lenta e até surf music. Num dos momentos divertidos do show, Felipe usa uma mascara para interpretar a instigante “Tigre Palhaço” enquanto Habacuque Lima (Ludov) se alterna entre samplers, programações e guitarra.
Para o final do show, o samba “Santo Forte” e um improviso dançante para apresentar a banda. O show (já com um bom público tomando o vão do MASP) termina sem bis e deixa uma impressão extremamente positiva, tanto por sua boa execução quanto pela capacidade de improviso de sua banda e, ainda, a simpatia do pernambucano Felipe. A tour do projeto desse disco incrível ainda está só começando, mas com toda certeza vale a pena conferir: tudo que ouvimos no disco está presente no show, só que ainda mais divertido, com o calor do palco aquecendo o friozinho de uma noite de outono paulistana.
– Cainan Willy (www.facebook.com/CainanWily) e editor chefe do site Pacovios
Acho que existe um problema de divulgação nesses shows que ocorrem no vão do Masp. Eu trabalho do lado e sempre que passo em frente em dia de show tem pouco público. Ontem mesmo nesse show do Felipe S. passei por lá umas 19:40 e só tinha uns gatos pingados