por Bruno Leonel
Lançado no fim de 2012, “Triste Cru”, álbum de estreia da banda paulistana Guido, é talvez um dos discos nacionais mais sensíveis lançados nos últimos tempos. Unindo referências como o folk, o rock brasileiro da última década (Mombojó e Los Hermanos) e boas letras cantadas em português, o trabalho apresenta um apanhado de canções de rara beleza. O tom introspectivo e as texturas delicadas calcadas em arranjos minimalistas dão um tom de profundidade às composições.
Formado por Gustavo Garcia (bateria), Lucas Guido (vocal e violão) e Guilherme Xavier (contrabaixo), o grupo passou cerca de 15 dias em estúdio gravando “Triste Cru” no ano passado com o produtor Kiko Bueno Guilherme Haddad. O processo buscava registrar faixas que foram escritas entre 2006 e 2010, e o trabalho foi disponibilizado gratuitamente para download no site oficial da banda – www.guidooficial.com.
O que interessa aqui não é falar sobre histórias de vencedores e de extravagâncias e sim de situações comuns, por vezes melancólicas. O esmero e o lirismo das canções impressiona. A distancia e as dificuldades das relações humanas ganham um registro reflexivo sobre situações e dramas que tanto povoam a vida de milhares de pessoas. Cada letra é como uma pequena crônica, repleta de impressões sobre situações do dia-a-dia. Polaroids instantâneas que capturam momentos específicos num esforço de prolongar e registrar impressões que insistem em se desfazer na memória.
“As coisas que a gente mais precisa dizer pra alguém são aquelas que a gente não pode, ou não deveria dizer”, diz Lucas ao Scream & Yell. As reflexões funcionam como uma pequena resistência à passagem do tempo. Resistência que se nota em belos versos como “Amanhã a gente engana a rotina, dá meia volta e alcança a vida”, como canta Lucas Guido na canção “Sem Nome II”. Ninguém melhor para falar do próprio trabalho do que os próprios integrantes, com vocês, Guido:
A banda surgiu em 2007, ainda com o nome de Catavento. Como foi a mudança da fase inicial até chegar a formação atual? Era uma coisa mais solo no início?
Realmente, no começo o projeto era exclusivamente solo, se é que é possível dizer que existia um projeto. A partir de composições que surgiram meio como necessidade de expressão do que era vivido, um lugar pra dialogar com o mundo, amigos foram associando-se ao conteúdo porque havia identidade entre as impressões que estavam colocadas ali. Éramos amigos da mesma turma, de uma cidade pequena, estávamos envolvidos na mesma realidade. Tanto a primeira formação do Catavento: Lucas Guido, Diego Max, Bruno Ternoval; quanto a segunda: Lucas Guido, Gustavo Garcia, Vinícius Garcia, Sanabria; todos ligados por essa mesma experiência musical num interior frustrante, individualmente, cada um com um ponto específico de conexão com os outros, mas principalmente a Cohab 4, em Assis. De lá pra cá, tem sido natural. Durante o período da faculdade, eu estava sozinho em Marília, sem nenhum desses amigos por perto, cada um fazendo outra coisa da vida. Fiquei parado nos dois últimos anos do curso, a banda deu uma parada das atividades, fiquei compondo, tocando só violão. Quanto terminei o curso, tinha um conjunto de músicas que eu considerava que poderiam virar um disco. Voltei pra Assis, o Gustavo Garcia tinha voltado a morar lá depois de ir fazer faculdade fora também, e chamei-o, montamos um home estúdio no meu quarto e fizemos a pré-gravação. Agendei com o Kiko, outro amigo desse mesmo pessoal, só que morava em São Paulo, e viemos gravar. Praticamente gravamos tudo em 15 dias. O Gustavo gravou a bateria, e dei um jeito de gravar o resto. Então, a “banda” não existia. Depois do disco que ela começou a se desenvolver. O Kiko (que nos gravou) hoje em dia toca conosco. O Guilherme Xavier, que sempre tocou com o Gustavo quando era mais novo, e o Paulo Cavalcante, conhecido por contato do Guilherme, também. Acredito que tenha fugido um pouco ou totalmente da pergunta, mas é que a mudança é essa, a gente se expõe e as pessoas aglutinam ou se afastam ao exposto, no que diz respeito à banda, o movimento de construção dela foi esse.
“Triste Cru” foi lançado no fim de 2012. Quão exatamente novas são as faixas do trabalho? O site menciona faixas escritas desde 2006.
“Triste Cru” é a reunião de composições minhas de 2006-2010, dos meus 17 aos 21 anos. A mais antiga é “Alameda das Flores”, feita em 2006, a mais recente é “Sem nome II”. “333” é de 2008, “Cala” e “Bom Dia” também – eu tinha gravado um EP com elas antes. “Búfalos e Hantaros” é de 2007, “Rê Bordosa”, 2009, “Amém”, 2010; o resto não lembro. Mas foram todas aleatórias, sem um projeto comum. Literalmente saíram. Foi difícil ficar com tantas músicas acumuladas. Depois de te-las composto, não consegui compor mais nada. Travei. A necessidade de jogar tudo para um álbum vem daí também, eu precisava objetivar isso na realidade e desobstruir minha cabeça. Tanto que depois de uma semana do disco gravado, eu tinha composto quase todas as músicas para o que será o segundo disco.
A banda teve várias formações e acabou dando uma pausa retornando novamente em 2011… Como foi essa fase? Chegaram a parar muito tempo e se dedicar a outros projetos?
Já vínhamos num ritmo lento, nunca fizemos muito shows. Essas oportunidades se reduziam a festas em períodos esparsos. Nunca tivemos uma rotina de banda, ensaio toda semana, sempre tocando e tal. Em 2007 eu ainda morava em Assis, os meninos também, então, quando chamavam pra alguma coisa, rolava alguma festa organizada por nós mesmos, aí a gente tocava. Em 2008 me mudei para Marília, já estava no segundo ano da faculdade, comecei a trabalhar por lá também, as coisas ficaram mais difíceis, mas mesmo assim eu sempre voltava pra rever os amigos, e, quando possível, tocar. O processo da banda foi perdendo sentido, fui me envolvendo mais na faculdade, tanto que nem lembro direito o que os outros estavam fazendo nessa época. Em 2009 começa a segunda formação do Catavento, porque eu já tinha gravado o “Triste Cru” antes, com as músicas que eu tinha até aquela época, em 2007, e meus amigos gostaram, escutavam sempre, comentavam comigo o que achavam. Fizemos alguns show entre o final de 2009 e o meio de 2010, e então encerramos de vez as atividades. Só retomei com o Gustavo ao final do curso, em 2011. Sobre outros projetos musicais, eu tocava numa banda, com a mesma turma de amigos, com o Kiko, que hoje toca com a gente, chamada Allice. Era instrumental, alternativo, experimental. O Gustavo e o Guilherme, que são da formação atual do Guido, tocavam com o Deathout, a banda que tiveram durante quase toda adolescência.
Tem algum sentido ou história em relação ao título “Triste Cru”? Por que esse nome?
Não me lembro muito bem como surgiu o nome. Sei que, em 2007, eu estava gravando, de um jeito completamente tosco as músicas que tinha, no meu quarto, tocando tudo – nem suporte da caixa da bateria eu tinha, apoiava na perna pra tocar – um microfone só, enfim, uma tristeza de produção. E precisava de um nome pra aquela gravação. Acho que triste e cru são adjetivos, estados que me definem, ou me definiam na época, e pra mim as músicas tinham essa imagem. Acho que é basicamente isso, diz respeito a como eu escutava a sonoridade.
Como foi o processo de gravação? O processo todo demorou muito? Deu tempo pra testar e experimentar ou simplesmente gravaram tudo direto?
Eu conhecia o Kiko (produtor do álbum) de Assis há um bom tempo, tocávamos junto já no Allice, ele conhecia as músicas, gostava, e quando perguntei se daria pra gravar no estúdio dele, ele se animou. Marcamos um período de duas semanas no começo de fevereiro de 2012. Eu, o Gustavo e o Haddad. Estávamos entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012 enfiados no meu quarto, ensaiando as músicas e gravando uma pré pra organizá-las. O Guilherme Haddad operava o computador, gravava, editava, equalizava e tal. Em São Paulo, os dois fizeram esse trabalho. O Kiko conhecia mais seu equipamento, então deu as instruções pro Haddad, e eles se alternavam, pois o Kiko trabalhava durante o dia e chegava só às 8 da noite. Gravamos tudo quase que correndo, eram 16 músicas no começo, 90 minutos pra gravarmos em 15 dias. Foi corrido, exaustivo, não deu tempo de experimentar. Todo dia, 40 minutos pra ir e voltar lá do Jabaquara. Tinha dias que mesmo o Kiko trabalhando, ficávamos o dia inteiro lá, chegávamos de manhã, a mãe dela fazia almoço pra gente. Mas foi o que deu pra fazer. Hoje vejo que foi complicadíssimo, muito difícil conseguir chegar a um resultado desejável com toda essa pressa e inexperiência. Mas é um retrato de quem a gente era naquele momento.
O som de vocês é introspectivo, com letras reflexivas, e temáticas que falam da vida a dois, da dificuldade de comunicação, de agonias… É difícil expressar esse tipo de coisa em uma canção? Como é trabalhar com tais temáticas na hora de compôr?
É muito mais fácil falar de suas angústias para um papel, para um doc no word, do que para uma pessoa. No calor da relação, do momento que se quer dizer, não sai elaborado, organizado, não há entendimento. Também as coisas que a gente mais precisa dizer pra alguém são aquelas que a gente não pode, ou não deveria dizer. Eu sempre tive dificuldade com isso, num momento anterior eu sempre precisei das palavras, precisava compartilhar minha experiência de vazio no mundo com alguém. Mas isso deixa a pessoa triste, reflexiva, e a maioria das pessoas põe mil barreiras antes desse ponto para viverem confortáveis. Não as julgo, entendo. É difícil aceitar o nada, a ausência de sentido – é necessária uma prática pra isso. A temática sobre duas pessoas, relacionamentos, era tudo que eu tinha disponível como experiência. Alguém pra amenizar o tédio da vida, alguém que te inspire, te dê um estalo. A partir disso, me envolvi em situações as mais diversas, e as músicas tratam disso, do que vivi em relação ao que seria o amor, nas diversas formas dele: amor platônico, amor romântico, amor burguês, não amor, enfim, várias facetas. Mas acho que não só isso também… De certo modo, as experiências eram reduzidas, mas em um momento ou outro acho que as músicas tratam das relações como um todo, da dificuldade de comunicação, da Babel que vivemos, da política nos relacionamentos, dos jogos, dos poderes, da dor que é ter um potencial enorme de felicidade de liberdade, e por medo, por burrice, de não observar o que em você não é seu, mas outra voz, outra vontade, escolhermos sempre a relação perversa, dominador e dominado, sádico e masoquista.
É complicado falar em rótulos no som, mas já chegaram a ouvir críticas falando sobre o tom melancólico de algumas faixas? Como a banda reage a esse tipo de coisa?
Eu, particularmente, tenho um apreço muito grande pelo sentimento de melancolia, é o tom que eu enxergo as coisas desde muito pequeno. Evidente que fica notável no tom das canções, na escolha das palavras, na entonação. Até gosto de reconheçam isso. Acho duro quando as pessoas não tem esse sentimento, e obviamente elas não se identificarão, e querem definir em outras alusões em que não me reconheço. A melancolia, no modo como eu enxergo as coisas, é produto de uma aspiração de autonomia. Quero dizer, de projetar-se e construir-se autonomamente numa cidade frustrante, conservadora, provinciana, castradora, como Assis. Não havia espaço ali pro meu projeto de ser. Dessa condição expurga melancolia.
Há certo clima bucólico em algumas faixas… Esse contrate entre o rítmo das cidades em comparação ao estilo do campo é uma coisa intencional? Vocês pessoalmente sentem isso presente no estilo de vida de vocês?
O tom bucólico extrai o ambiente e bota como essência das músicas. Algumas delas estão claramente situadas no campo, é possível se localizar com mato, árvores, aquela brisa fresca, a coisa rústica. É o que se pode aproveitar daquele lugar que te frustra… a paisagem. E a vontade às vezes é abandonar todo projeto moderno de ser, e querer ir ainda mais longe da cidade, ao invés de querer ir pra “cidade grande”. Ter um sítio, uma horta, um pomar, criar uns bichos, etc. No geral, somos todos tranquilos, preservamos um modo de vida simples, com o básico, o necessário. Mesmo em São Paulo, com a correria do dia a dia, ir pro trampo, voltar, etc. (estou desempregado, mas vejo a vida dos outros membros) eles mantem a personalidade de árvore, de mato, de sítio, de tranquilidade.
Quais as principais influências?
É difícil divisar o que cada um escuta e como isso interfere no modo prático de tocar. Uma época fiquei muito querendo fazer um lance meio Horse Feathers, William Fitzsimmons, mas gosto muito de Chet Baker. Tem algo de Toe, American Football, Karatê, mas nem posso dizer que são as principais influências. O que me influenciou a começar a tocar foi ver John Frusciante tocando no Rock in Rio de 2001. Fiquei muito fã do Red Hot. “Californication” saiu em 99, eu tinha 10 anos, comecei a ir atrás, conheci o “Blood Sugar Sex Magik”. O “Mother’s Milk” foi uma mudança e tanto. Depois uma fase new metal, Slipknot, System, etc. Depois veio Mombojó, Arcade Fire, Los Hermanos, Interpol, tanta coisa que nem lembro. Muito dessa parte indie ficou em mim. Hoje em dia a maior influência são os amigos. Tenho vários que conhecem muita música, produtores independentes, só finesse, escuto o que eles escutam. Muita influência eletrônica agora, Baths, Bibio, Long Arm. Esse ano repirei no Jeff Buckley, comecei a escutar Pink Floyd, coisa que nunca tinha feito, vi um show do Pat Metheny que me inspirou pra caramba. Ah! Todas essas coisas e muito mais.
Vocês saíram de Assis para São Paulo em 2012, certo? A cidade influenciou no processo de criação de vocês? Diriam que a cidade grande faz as pessoas ficarem “menos sensíveis” em relação uns aos outros?
Nem diria que é a cidade grande que faz você ficar menos sensível, é o modo de vida geral. É estrutural. As condições de trabalho, de lazer e de tecnologia aumentaram muito a individualidade, a preocupação em questões psicológicas e não sociais, então há uma exacerbação do indivíduo, da preocupação consigo mesmo, afinal, há uma instabilidade vigente. Há sempre uma incerteza em relação ao amanhã, um medo de não ter jeito. Cada um acaba fazendo o seu, e em raros momentos a gente tem um encontro com outra vida. A gente tende a aproveitar só o que é bom dos outros, porque precisamos estimular esse lado nosso. Sabemos que se olharmos e formos sensíveis a outras pessoas, com nós mesmos seremos, e, se formos, veremos que é um absurdo viver como vivemos. É uma experiência de classe, classe média, pequeno-burguesa. Não sei como as coisas se dão fora disso, se há vida em comunidade realmente nas periferias, ou se é cada um por si também. E a resistência é complicada, te põe impotente, sozinho pra aguentar a barra, sem poder falar dessa experiência de vazio com alguém, porque essa pessoa também está no limite de segurar a onda, sem ver de fato possibilidade de mudar alguma coisa. Muita gente se conforma, isso quer dizer, abre mão dos próprios sentidos, ou os reduz a um sentido utilitário. Já fui ao fundo do poço, nesse sentido. Não conseguir me tornar insensível. É complicado. Só a criação pode me salvar. E as pessoas que não sabem construir nada? São Paulo é a hipérbole dessa condição. No Brasil, pelo menos. Posso dizer que sou um refugiado desse estado de coisas, mas quando saio pra rua é realmente difícil. Os estímulos da realidade vem e não consigo barrá-los. Também, não quero. Sofro com os amigos. Toco, crio… é o que dá pra fazer.
Em redes – como a página do Facebook da banda – há diversos comentários falando sobre a identificação que as pessoas encontram nas letras… Qual a sensação quando lêem esse tipo de coisa? Esperavam que as letras fizessem sentido pra outras pessoas?
É muito legal essa identificação. A composição procura diálogo, comunica através de música, e por isso rompe um pouco a naturalidade com que as coisas sucedem. Quero dizer, não há espaço no que se transformou a vida, a conversa entre pessoas num dia normal, e a música aumenta as possibilidades de comunicação, de identificação e tal. E é surpreendente que se no cotidiano há uma sensação de solidão, na comunicação através da música há um compartilhamento. É ótimo se sentir compreendido, não ser um louco tendo experiências esquizofrênicas que ninguém compreende. E a causa dessa identificação só me deixa feliz e triste, ao mesmo tempo, porque me faz perceber que vivo uma realidade maior que a individual, porque as relações do modo que vivemos são fruto de uma produção social de uma determinada época, e porque essa realidade é muito menos do que tem potencial de ser.
A maior parte das composições são suas: o que mais te inspirava no começo a escrever? E hoje??
Escrevo o que vivo e o que percebo da vida dos outros. Mulheres sempre me inspiraram muito, não sei nem o que dizer… É difícil definir. Parece que preciso delas pra viver, como precisei pra nascer. Hoje em dia tento escrever mais sobre o social, sobre a existência, pra não ficar enquadrado como romântico, no sentido pejorativo de alienado. Mas minhas limitações são muitas pra enxergar a vida além da minha individualidade, então tendo a escrever sobre algo particular que as pessoas, quem sabe, se identificarão. Gostaria de produzir grandes sínteses sobre a experiência comum de estar vivo, mas vamos ver até onde eu chego.
Pelo tempo de trajetória de voc?s, já deu pra ter uma visão de como é o universo de bandas independentes hoje? Algum artista ou banda nesse meio que inspire vocês?
A gente sempre conviveu com bandas independentes, desde os festivais de hardcore em Assis. A maior parte dos meus amigos é dessa cultura do ‘faça você mesmo’, produção de zines, organização de festivais, rango, banquinha, dormir na casa pra tocar, tentar pagar a despesa mínima pra rolar o som, essas coisas. Esse pra mim é o maior sentido de independência no underground. Agora tem outras formas de bandas independentes, né, que vivem do som, fazem a parada rodar como profissionais, editais, sei lá, a maior parte das bandas hoje em dia é independente porque o ramo musical mudou depois da internet, e ter banda hoje em dia é como ter uma empresa, tem que se virar pra gerenciar, arrumar shows, descolar uma grana, etc. Acho que a maioria das bandas que a gente ouve são independentes, porque isso hoje em dia é crucial pra se fazer um som bom, sem ser mercadológico, e, portanto dependente do lucro. Com a tecnologia hoje é acessível, em partes, ter um home estúdio. É fato que aumentaram as produções caseiras, onde a cadeia produtiva da música é dominada por quase uma só pessoa, que chama os amigos e faz o som que quiser e disponibiliza sem a pretensão de mistificar a música. E faz música boa. É o que tem virado pra mim como ouvinte. A independência em si é um fator inspirador.
Como tem sido a rotina de voc?s? Têm se dedicado inteiramente ao Guido ou ainda precisam conciliar com outros trabalhos e empregos?
A gente tem ensaiado toda semana as músicas do próximo disco, que vamos começar a gravar em agosto. Mas todos trabalham bastante. O Guilherme é jornalista, o Gustavo é barbeiro, o Kiko é bancário, o Paulo é produtor executivo musical. E eu sou vagabundo (rs). Tenho gravado a pré aqui em casa e estudado. Mas a banda não dá um centavo. A gente não conseguiu se organizar como empresa ainda. E o lance deles trabalharem dificulta viajar pra tocar, ou mesmo tocar em tais dias aqui São Paulo. Seria legal se a gente conseguisse um dia chegar ao ponto de só tocar e pagar a moradia, alimentação, essas coisas básicas.
Pra 2013, algum novo projeto previsto? Clipes, novas faixas ou coisa do tipo??
Talvez um clipe. Como disse, a partir de agosto vamos entrar no processo de gravação do novo CD, que deverá sair no começo de 2014, se tudo der certo. Dessa vez vamos ficar uns 4 meses inteiros gravando, pra experimentar bastante e tentar fazer algo diferente do “Triste Cru”, uma continuação dele.
– Bruno Leonel é colaborador da webradio Alma Londrina.
Uma sugestão, arrumar um empresário, um produtor, tem que fazer a banda andar. É muito boa, vocês tem talento, mas tem que fazer a maquina andar, com ou sem gravadora.