16 anos atrás, Danilo Corci e Ricardo Giassetti decidiram fazer uma pergunta: e se um disco virasse literatura? Nascia a Mojo Books, primeira editora 100% digital do Brasil, que de dezembro de 2006 até dezembro de 2012 explorou de maneira diversificada essa possibilidade, lançando mais de 130 volumes de livros inspirados em discos.
Desde 2022, o Scream & Yell vem republicando os livros da Mojo buscando manter o acervo da editora online (enquanto também estivermos online). A ideia é ter toda semana um livro “novo” da Mojo sobre um disco disponível! O 96° volume da série (conheça os anteriores) é dedicado a “Vivendo e Não Aprendendo”, segundo álbum de estúdio do Ira!, lançado no dia 25 de agosto de 1986, reescrito por Vitor Pacheco.
Ancorado pelos hits “Envelheço na Cidade”, “Dias de Luta” e “Flores em Você”, o disco “Vivendo e Não Aprendendo” foi o álbum de maior sucesso do Ira! até o lançamento do “Acústico MTV” em 2004. Vendeu 180 mil exemplares à época de seu lançamento e teve uma música, “Flores em Você”, escolhida como tema de abertura da novela global “O Outro”. Faça o dowload desse Mojobook em PDF ou leia online aqui.
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Olhando o mar de Praia Grande lá em baixo, o homem teve aquela sensação de novo. Parecia que era eterna essa procura por satisfação, seu infinito desejo de mudar seu passado. O que ele teria deixado para trás desta vez? Do que ele estaria arrependido? O que estaria errado?
Desde que havia voltado de longe, ele queria porque queria olhar o mar de Praia Grande. Ali, naquelas águas, ele procuraria fagulhas do passado e reviveria tudo aquilo que viveu de forma tão injusta. Seria mais uma luta entre o que aconteceu e o que poderia ter acontecido. A eterna guerra.
Nesse mar de pensamentos, lá em alguma profundidade, estavam afogadas verdades. Lembrava de seu pai. Ali naquele mar o velho pescava, e nunca o homem esteve junto pra poder lembrar agora. Eram esses “nuncas” que mais pesavam nos ombros daquele sujeito. Naquele tempo ele era só filho. E então, por que vivia fugindo? Seu pai estava ali, falando, mas a sina da vida do homem é viver fora do tempo. Viver do passado. Viver sem aprender.