Mojo Book 094: “Razorblade Suitcase”, do Bush, por Hugo de Paula

16 anos atrás, Danilo Corci e Ricardo Giassetti decidiram fazer uma pergunta: e se um disco virasse literatura? Nascia a Mojo Books, primeira editora 100% digital do Brasil, que de dezembro de 2006 até dezembro de 2012 explorou de maneira diversificada essa possibilidade, lançando mais de 130 volumes de livros inspirados em discos.

Desde 2022, o Scream & Yell vem republicando os livros da Mojo buscando manter o acervo da editora online (enquanto também estivermos online). A ideia é ter toda semana um livro “novo” da Mojo sobre um disco disponível! O 94° volume da série (conheça os anteriores) é dedicado a “Razorblade Suitcase”, segundo álbum de estúdio do Bush, lançado em 19 de novembro de 1996 pela Trauma e Interscope Records.

Gravado no Abbey Road Studios, em Londres, com o engenheiro e produtor Steve Albini, “Razorblade Suitcase” estreou em primeiro lugar na Billboard 200 dos EUA, vendendo 293.000 cópias em sua primeira semana de vendas nos Estados Unidos – continua sendo até hoje o único álbum de Bush no topo da Billboard. Faça o dowload desse Mojobook em PDF ou leia online aqui.

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Eu sou um lote de ações que nasceu quando ninguém esperava muito. No começo valia pouco, mas alguns acreditaram e compraram uns percentagens lotes maiores e conforme fui crescendo e aprendendo a falar, fui valorizando. Virei um bom negócio.
Engraçado é ver a aristocracia se gabando dos resultados sem saber dos caminhos imundos, imorais, irreais, que eu, sozinho, tive de atravessar pra no fim o todo discordar, desacreditar, mal se importar. Fins sacrificam os meios.
E eu lá, sozinho, tropeçando em meios-fios, pulando catracas de metrô, caído em parques com a cara pro sol, sem forças pra levantar; depois de comprar, engolir, usar e desperdiçar toda minha serotonina mais uma vez.
Vontades e felicidades a um comprimido de distância.
Com todo mundo e sozinho; ou com alguém que acabara de arrastar minha alma. Eu deixava a alma andar sozinha, ia pela compaixão, sempre sabia que podia entrar e sair de qualquer lugar, e era melhor assim. Às vezes, quem entrava comigo não conseguia fazer o mesmo..

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