16 anos atrás, Danilo Corci e Ricardo Giassetti decidiram fazer uma pergunta: e se um disco virasse literatura? Nascia a Mojo Books, primeira editora 100% digital do Brasil, que de dezembro de 2006 até dezembro de 2012 explorou de maneira diversificada essa possibilidade, lançando mais de 130 volumes de livros inspirados em discos.
A partir de 2022, o Scream & Yell passou a republicar os livros da Mojo buscando manter o acervo da editora online (enquanto também estivermos online). A ideia é ter toda semana um livro “novo” da Mojo sobre um disco disponível! O 87° volume da série (conheça os anteriores) é dedicado a “Blood on the Tracks”, disco clássico de Bob Dylan lançado em janeiro de 1975.
Aqui no Scream & Yell, Gabriel Innocentini descreveu: “Tudo o que o ser-humano pode aprender sobre amor está em ‘Blood On The Tracks’. Não tenha pudor em se intrometer na intimidade do casal. John e Yoko queriam mudar o mundo. Bob e Sara parecem mais como eu e você: só queriam dar certo juntos. O resultado é o álbum de Bob Dylan que deve ser colocado na arca de Noé quando o dilúvio chegar novamente”. Faça o dowload desse Mojobook escrito por Marcos Nascimento em PDF ou leia online aqui.
BAIXE O MOJO BOOK 087 EM PDF AQUI
Na terra seca em que caminhei, por anos e décadas, a procura de segundos de reconhecimento e regozijo, poucas coisas valeram a pena.
Mas de que adianta andar por todos os cantos, sempre se sentindo em lugar nenhum? Estamos à procura de quê? Neste mundo dominado por dúvidas, você foi minha única certeza. É uma pena que nem mesmo as certezas durem por muito tempo. Já rabisquei por todas as paredes minhas melhores maldições,
tentando deter essa ilusão que corre em minhas veias, me despi dos segredos que me cobriam e me encontro sozinho, aqui, sem o consolo de ombros ou bocas. Emaranhado na fossa, rolando na cama, derrubo todas as bases que me sustentam fragilmente e fico apenas com o peso que me joga pra baixo. As lembranças me causam asco. Toda vez que entro no quarto, vejo seu fantasma com olhos vazios de esperança. Não me dá medo, nem nenhuma espécie de tensão. Sinto só vontade de chorar. Como um anjo caído, sem nenhuma pretensão de dominar o mundo, nem de tirar o poder das mãos de Deus. Atrair pecados? Muito menos. Eu só busco a paz, mesmo que seja ao redor do Inferno. E não há aliados pra me proteger. O Destino é um grande trapaceiro, sujo e pesado como as roupas do meu corpo.
Ginsberg tinha razão: “América eu te dei tudo e agora não sou nada”