SETEMBRO 2022
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CUBA
pela Equipe do site Magazine AM:PM
Olhando para trás, setembro teve altos e baixos. Resumindo: comemoramos com alegria o retorno do Descargas de AM:PM, evento que mais uma vez nos reuniu pessoalmente com leitores de nossa revista e amantes da música de todos os tipos; Cuba se tornou um país um pouco mais justo graças à aprovação do Novo Código da Família, que inclui, entre outras coisas boas, a proteção de direitos há muito negados à nossa comunidade LGBTQ+ e, quase no final do mês, tivemos Ian, um furacão que supostamente acabou aniquilando o Sistema Nacional de Energia, já terminalmente doente antes do evento meteorológico. Após sua passagem, o país ficou completamente escuro e protestos civis começaram a eclodir em várias áreas, especialmente na capital. Em todos esses momentos, a música não nos abandonou e, felizmente, tivemos lançamentos muito variados.
DESTAQUE PRINCIPAL
“LIVE AT TEXAS AVENUE” – ARTHUR LUIS: Um álbum de piano solo ao vivo se dissolve nas seis faixas de “Live at Texas Avenue”. Aqui temos um Arthur que não conhecíamos, íntimo, nostálgico, que busca desvendar alguns momentos importantes de sua vida em cada motivo sonoro. Combina identidade, síntese, cubanidade. O sutil, o picaresco e o lúdico se misturam com maestria. Flutuamos, mas também sonhamos. Em “Isla Desconocida” imaginamos as ruas de Havana, a idade da canção, aqueles sonhos que deixamos para trás em algum canto escondido de nossa verdadeira casa. Na calma mais harmoniosa, onde os demônios de Arthur são aplacados, esta produção se baseia. Há força em seu pensamento e a partir daí ele nos deixa ver um músico total. Se não o conhecem, certamente o procurarão quando descobrirem que ele é o pianista de Cimafunk e mistura funk com música afro-cubana e jazz.
OUTROS DESTAQUES
“MOZART Y MAMBO: CUBAN DANCES” – SARAH WILLIS, HAVANA LYCEUM ORCHESTRA, JOSÉ ANTONIO MÉNDEZ PADRÓN: Este álbum é a segunda parte de “Mozart e Mambo”, essa explosiva conjunção que surgiu do talento e engenho da trompista e apresentadora de televisão anglo-americana Sarah Willis com a Orquestra do Lyceum Mozartiano de Havana, dirigida por José Antonio Méndez. Nesta ocasião, descobrem-se seis danças originais, compostas por jovens compositores cubanos: Jorge Aragón, Ernesto Oliva, Wilma Alba, Yuniet Lombida, Yaser Muñoz e Pepe Gavilondo, e entre bolero, chachachá, guaguancó e son, se desenrola esta nova gozadera “clássica. O lendário güirista Enrique Lazaga e o sonero Carlos Calunga juntaram-se à aventura.
“CAMBIO” – EL NIÑO Y LA VERDAD: Um tema que trouxe um polêmico episódio de censura em torno de seu lançamento que, como sempre acontece, serviu para garantir maior atenção e escuta ao material. Felizmente ele mereceu, pois o single é uma timba jogada para trás, bem sentida. Conta a história de quem sai do país em busca de novos sonhos, liberdade e mudança em todos os sentidos. Uma espécie de incentivo emocional para quem emigra nos dias de hoje e para quem irá em breve descobrir novos caminhos.
“LOS PERROS” – ISLA ESCARLATA: Javier Sampedro e Samuel Delgado sabem muito bem representar através da arte uma geração de jovens que vivem no mesmo tempo e espaço. No mês passado lançaram “El Miedo” junto com Frank Mitchel e agora completam a trilogia de seu EP com “Los Perros” e “La Gritería”. Nas palavras de Daniela Dashiell, que escreveu sobre esta produção para AM: PM, “assim são as boas canções. Elas têm a capacidade de retratar realidades diferentes, sentimentos diferentes. Como se conseguissem se ajustar ao que o ouvinte vive e sofre. Não importa quando elas foram gravadas. Elas são, sem medo de exagero, duradouras. Invencível ao tempo”.
“A LAS MIL Y QUINIENTAS” – EL TAIGER Y KELVIS OCHOA: Single ouvido nas buzinas dos carros, nos alto falantes das motos elétricas que percorrem Havana, “A Las Mil y Quinhentas” combina um ritmo contagiante e uma cadência perfeita. Um reggaeton rumbea’o cubano resultante entre o aguaje de José Manuel e o sabor ancestral de Kelvis, numa música que não conhece fronteiras.
MAIS CULTURA
Outubro promete-nos momentos inesquecíveis no mundo da música. Entre os destaques mais relevantes foi a visita a Cuba do grande cantor de flamenco Miguel Poveda, que se juntou em concerto com Alain Pérez e La Orquesta no Teatro Martí.
Na área audiovisual, a exibição em tela grande de “Blonde”, o filme-homenagem a Marilyn Monroe protagonizado pela atriz cubano-espanhola Ana de Armas, nos fez voltar a ver e experimentar longas filas à porta de alguns cinemas da capital.
No final do mês, a mega exposição de design gráfico cubano Concretando foi anunciada na galeria Factoría Diseño em Havana Velha, enquanto a exposição “Do museu real ao museu imaginado, MAC – La Habana” segue no Museu Nacional de Belas Artes (Edifício de Arte Universal), um exercício para sonhar o museu de arte contemporânea que merecemos.