entrevista por Luiz Mazetto
Surgida em Belo Horizonte em meio ao isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19, em 2020, a banda brasileira Falsa Luz já tinha se destacado com a demo “Vozes Penadas” lançada em 2020 – o que deve se repetir em 2022. Isso porque o grupo soltou recentemente dois lançamentos de uma só vez: os EPs “Obscurecido pelo Fim” e “Acaba-Mundo”. Apesar de propostas e formatos distintos, os álbuns soam muito bem ouvidos em sequência e fazem muito sentido lado a lado.
Com quatro músicas e cerca de 13 minutos, “Obscurecido pelo Fim” (disponível em 7”) traz basicamente uma continuidade da já citada demo de 2020, calcado no punk/black metal, soando igualmente intenso e orgânico, fruto da escolha pela gravação analógica/ao vivo, que desta vez contou com o diferencial da masterização de Kris Lapke (Alberich). Já “Acaba-Mundo” (disponível em formato leathe cut 5”), composto por seis faixas de aproximadamente um minuto cada, mostra um outro lado da banda, mais minimalista e menos tradicional, com uma sonoridade lo-fi e reminiscências do rock alternativo underground dos anos 1980.
Na entrevista abaixo, os integrantes do Falsa Luz relembram como foi o surgimento e os primeiros passos do grupo, ainda de forma remota, destacam a importância da banda para suas vidas, comentam sobre a recepção de “Vozes Penadas”, explicam como foi o processo de criação dos novos EPs, falam sobre a mudança de formação de trio para quarteto e contam quais discos mudaram suas vidas. Confira abaixo!
Vocês disseram que o isolamento da pandemia, em 2020, foi a faísca para o surgimento da banda. Mas podem contar mais sobre como foi esse começo em termos práticos? Esse início foi apenas à distância, via troca online de ideias, gravações e referências, ou chegaram a se encontrar para uma interação em pessoa, um ensaio ou algo no meio disso tudo?
D.C. – Então, até mesmo antes da pandemia, eu e o D.D. já estávamos conversando sobre nossa frustração com o ritmo de cada um, com seus projetos e bandas; e também com o que estava rolando ao nosso redor. Acho que a vida pré-pandemia contribuía pra manter uma certa inércia e continuar vendo as coisas passarem, sem se mexer muito. Com o início do fim daquela vida, e agora com os contatos ocorrendo mais remotos, decidimos por o plano em prática e a banda começou. Fizemos tudo completamente a distância física mesmo, ainda que estando a, literalmente, metros um do outro. Referência pra cá, base pra lá, linha de voz em casa, e por aí vai. Como queríamos um som mais orgânico, gravar separado e a distância não era uma opção, e ainda tinha a questão de termos desenhado as baterias no computador, mas de não querer esse som e rigidez nas músicas. Convidamos nosso amigo G.N. para materializar essas bateras e finalmente a banda se encontrou, pela primeira vez em carne e osso, para alguns ensaios antes da gravação. Já nesse processo ele demonstrou interesse em não só gravar, mas entrar na banda, e assim ficamos como um trio por um bom tempo.
Ainda sobre o início da banda, vocês falam nos sentimentos de “raiva, frustração e tristeza pandêmica” como o combustível para a fagulha do início do Falsa Luz. As letras desses primeiros lançamentos (demo e dois EPs) são todas focadas na pandemia e nas suas consequências para o Brasil?
D.C. – Acho que esses sentimentos não surgiram na pandemia, mas de certa forma se tornaram mais constantes e intensos face ao, então, vislumbre com o fim. Sei que é meio ridículo dizer isso, mas de certa forma as imposições da crise sanitária conseguiram sinalizar de uma forma bem clara, para alguns, que algumas de nossas escolhas e valores estavam equivocados. Ainda que no fundo já sabendo disso, serviu para enxergar melhor no escuro. Então acho que o termo “combustível” serve bem, porque a chama já estava lá. Com relação às letras, acho que o Falsa Luz é uma extensão nossa, então não só os sons mas as letras são um resultado direto de como nos sentimos perante o mundo e processamos o que acontece aqui. Talvez, posso ariscar que é uma das poucas reações sãs para esses tempos modernos e deprimentes. As letras não são focadas na pandemia e na situação do país, ainda que seja possível interpretar algumas nesse sentido. Na verdade, quase sempre dizem respeito a essa guerra do homem moderno com a natureza e o obscuro. Acho que todos os sons são lamentos contra essa mentira que encenamos da vida moderna e da sociedade.
Vocês pensam que a banda serviu como uma forma de terapia ou algo no sentido de ajudar a suportar o peso da realidade trazido/aprofundado pela pandemia? E, olhando agora com um pouco de distância, qual a importância de terem iniciado a banda naquele momento mais agudo da pandemia?
D.C. – Acho que, acima de tudo, sempre odiei me sentir preso neste mundo, e a pandemia de certo modo reforça esse sentimento seja pelas restrições ou seja pela proximidade com o fim disso aqui. Mas enxergar além da carne não nos liberta das garras da realidade e através desse tipo de som eu luto pela liberdade da minha mente e espírito. Então, começar a banda naquele momento foi essencial para aproveitar esses sentidos aguçados e dar foco ao que estávamos fazendo.
D.D. – De fato, com essa visão agora mais distanciada daquele momento penso também que a ideia de colocar a banda em prática funcionou, e até, talvez de maneira inconsciente, como uma espécie de meio para mantermos um contato mais próximo e diário enquanto amigos mesmo. Isso sem dúvida acabou sendo algo muito positivo no final das contas, tanto para o resultado musical quanto para enfrentarmos a pandemia juntos.
G.N. – Ingressar na banda foi fundamental pra que eu me reestabelecesse em termos de saúde mental e até mesmo fisicamente. Depois de meses trancados em casa, refletindo minha vida e algumas escolhas, ficou claro que eu precisava voltar a investir um tempo no que realmente amo na música, que é tocar bateria em sons rápidos e catárticos. Foi como uma terapia, mas também um reencontro. Acho que uma banda vai muito além da música e nada foi mais saudável, pra mim, que fazer planos com amigos importantes.
Os nomes/históricos e rostos dos integrantes nunca são mostrados. Por que isso? Essa decisão de não trazer esse protagonismo, vamos dizer, para as pessoas em oposição à música era algo que já pensavam desde o início da banda?
D.C. – Como eu falei, eu vejo o Falsa Luz como nossa extensão. Não estamos criando personagens ou criando uma narrativa fantasiosa. Acho que dá pra descobrir tudo o que você precisa saber sobre nós, escutando as músicas e apreciando todo seu entorno (letras, artes..). Então, no final das contas, não tem relevância o que a minha carteira de identidade diz. Não tem relevância em quantas bandas tocamos ou o que alcançamos com elas. Além do mais, acho que com o iluminismo internético as pessoas se tornaram mal-acostumadas em saber mais do que precisam sobre as outras e a moldar seus gostos e interpretações baseando-se em fatores que não importam. Então, de certa forma, nossos nomes e rostos são irrelevantes.
Vocês são de Belo Horizonte, que é conhecida histórica e mundialmente pela cena de metal extremo, que surgiu lá nos anos 1980, que inicialmente ficou marcado por um som mais cru, que conscientemente ou não, sempre me trouxe uma ligação com o punk/hardcore à mente. Esse legado e essas bandas influenciam/influenciaram de alguma forma o Falsa Luz?
D.C. – Com certeza. Talvez nem tanto no som, até porque acho que aquela selvageria foi algo específico, único e exclusivo daquela cena e época. Claro que existem bandas emulando aquele som até hoje, mas nunca chega perto de despertar os mesmos sentimentos. É difícil achar algo tão chocante como o I.N.R.I. hoje em dia, imagina em 87. Acho que, a influência, talvez, seja mais no espírito. Fazer um som mais próximo do que você quer fazer sem se preocupar com estruturas. Ou talvez, no sentido de deixar o espírito mais livre para toda aquela agressividade transbordar de uma forma natural. E acho que a ligação com o punk está nesse lugar também, além do som, o de usar mais da energia e menos da técnica e não necessariamente na junção das referências. Essa ideia batida de fazer umas bases motorheadianas com bateria d-beat de hoje em dia não nos interessa. O “punk” é muito mais do que as bandas, e o “black metal” também.
D.D. – Me lembro de conversar muito com o D.C. sobre o modo como essas bandas surgiram e como os álbuns eram feitos em BH nessa época, no sentido da falta de instrumentos, falta de condições e tempo em estúdio, gravando tudo junto ao vivo, sem muito apreço técnico com a execução das músicas, mas sim com a agressividade, etc… Não é novidade para ninguém, o sujeito ia no Gauguin com os instrumentos que tinha, usava o equipamento que tinha no estúdio com um técnico, na maioria das vezes, nada “metal” e tinha um dia para gravar e mixar todos os 10 sons do disco. É claro que hoje em dia não teria como reproduzirmos exatamente esses processos de produção e gravação, e nem era a intenção, mas sim de fazer algo mais simples e direto mesmo, mas dentro do nosso universo e tempo. Passar por cima de erros de execução, não fazer edições, respeitarmos os defeitos técnicos de mesas e equipamentos antigos e por aí vai. Essas limitações dos anos 1980, não só aqui, mas de uma maneira global, tiveram um efeito único naquelas gravações, e, sem dúvida, fomos em busca de um pouco disso também para nossas músicas, ainda que de uma forma diferente e contemporânea.
Nos últimos anos, temos visto cada vez mais bandas de metal e punk/HC do Brasil com letras em português, enquanto até alguns anos atrás o padrão sempre era fazer tudo em inglês. Por que essa escolha por parte da banda, qual a importância de colocar suas ideias no seu idioma original? E como veem essa mudança por aqui?
D.C. – Naquele sentido de que a banda é uma representação de nós mesmos, não faria sentido ser diferente. E pessoalmente, acho que, dialetos diferentes do inglês (quando segunda língua) geralmente trazem uma sinceridade e agressividade incomparável no final. Nunca tivemos essa necessidade de ser aceito por uma maioria a ponto de buscar escolhas que facilitassem a “aceitação” dos sons. Ai no final das contas nem foi uma “escolha” mesmo, mas a única opção.
D.D. – Um álbum como o “Centelha”, por exemplo, me impactou bastante quando conheci. Ouvi ali uma banda de metal/hardcore com letras relevantes em português, que desciam macias aos ouvidos e que tiveram excelente repercussão mesmo fora do Brasil. Penso que, por essas e outras, o caminho já está muito bem pavimentado para que as bandas daqui abracem o português de um jeito bem mais natural, já que hoje em dia temos muito mais referências de coisas que funcionaram na nossa língua, também.
O primeiro lançamento da banda, a demo “Vozes Penadas” (2020), teve uma ótima recepção, tendo inclusive sendo citada pelo jornalista e autor brasileiro Fábio Massari (ex-MTV e 89FM) na lista dos seus discos favoritos de 2020 no ano passado. Como foi para vocês ter essa recepção tão boa logo de cara e ainda serem citados e destacados pelo Massari (muita gente parece ter conhecido a banda por essa indicação dele, pelos comentários que vejo no YouTube)? Isso trouxe ainda mais combustível para trabalhar nos novos trabalhos?
D.C. – Isso nos pegou completamente desprevenidos. Quando lançamos a demo no finalzinho de 2020, enviamos para alguns amigos, postamos em poucos lugares online, e foi isso. Uma noite recebi o link pra lista dele e até hoje nos perguntamos como chegou ali. Como eu já cansei de correr atrás das recomendações do “Reverendo” na época do Lado B, me ver do outro lado dessa dinâmica foi demais. Acho que a repercussão, de uma forma geral, foi bem inesperada.
D.D – Confesso que fiquei orgulhoso com as manifestações do Fábio Massari sobre o Falsa Luz. A geração dele certamente teve participação na minha formação musical. Foi um reconhecimento valioso para mim. No geral, essa repercussão positiva nos fez refletir sobre como é sempre melhor seguir sua intuição artística sem nenhuma amarra que venha de dentro ou de fora. De um jeito inesperado, pessoas de diferentes mundos acabaram se envolvendo com o que a gente faz, através da recomendação dele. No mais, penso que o Falsa Luz é um resultado bem natural do que sou e escuto hoje, e isso acaba me fazendo ficar muito envolvido com a banda e, sim, sempre pensando em material novo. Já há algum tempo eu não me via compondo e produzindo tanto quanto agora.
G.N – Eu cresci sabendo que o Massari era uma referência de música alternativa boa, então definitivamente foi extremamente gratificante e incentivador descobrir que estávamos na lista dele. E foi engraçado porque a discrição da banda em redes sociais fez com que não soubéssemos na hora. Eu sempre vi muita sinceridade nas composições do D.D. e D.C., mas era um universo, não só musicalmente, mas até em simples escolhas, do qual eu não fazia parte. Então toda essa recepção, também deixou claro pra mim que a verdade e a despretensão são os caminhos mais curtos pra alcançar as pessoas.
Sobre os novos trabalhos, gostaria de falar primeiro sobre o “Obscurecido pelo Fim”, que traz uma sonoridade mais próxima da demo, soando como uma evolução direta do que foi apresentado naquelas primeiras músicas. Vocês me falaram que o processo de gravação analógica da demo foi repetido aqui. Isso significa que a gravação foi feita ao vivo de novo? E qual a importância desse processo ao vivo/analógico para o som da banda? Tudo soa muito orgânico e vivo quando escutamos as músicas.
D.C. – Isso, repetimos o processo no Ilha do Corvo com o Leonardo Marques. A diferença foi que esse EP foi mixado pelo D.D. e masterizado pelo Kris Lapke (do Alberich, Departure Chandelier, Ash Pool, etc) enquanto a demo foi mixada pelo Léo e masterizada pelo D.D. A escolha de fazer tudo ao vivo e num processo mais analógico com gravação em fita de rolo foi feita nas primeiras conversas que tivemos sobre a banda. A ideia é aproximar ao máximo o resultado do disco da energia de uma banda tocando mesmo. Não é necessariamente um fetiche pelo “vintage”, mas não gostamos dessas gravações modernas, super comprimidas e cheias de plug-ins. Fica um negócio meio de mentira, né? Som de plástico, se é que isso faz sentido. Geralmente soa mais pesado, mais bruto, num primeiro momento, mas no final das contas fica só vazio de alma.
D.D. – Acaba que a gente não se dá conta disso, mas hoje me parece que, pelo menos em BH, é até mais difícil produzir num esquema mais “vertiginoso”. Todo mundo grava e consegue fazer coisas decentes mesmo em casa, e ainda muita gente que era do metal e do punk se profissionalizou e trabalha com isso, mas na maioria das vezes são essas coisas “bem produzidas” e hiper controladas… Em outras palavras, é acessível hoje em dia fazer gravações num ambiente “seguro”. Mas nunca foi o que imaginávamos pro som. Penso que nossa busca é mesmo, a de cada vez mais, depender menos dessas ferramentas que o D.C. citou, e ir atrás de gente que se sente à vontade em arriscar e não liga em ter o nome atrelado a coisas não tão convencionais e que possam soar ruins a muitos ouvidos. O Ilha é um ambiente perfeito para isso.
O outro lançamento, “Acaba-Mundo”, tem uma proposta diferente dos trabalhos anteriores da banda, com uma sonoridade mais lo-fi e influências mais aparentes do rock alternativo dos EUA a partir da metade dos anos 1980. A ideia é que essas músicas vivam apenas nesse formato específico lo-fi ou que também venham para os eventuais shows da banda? E veem a possibilidade de trazer essa proposta de forma mais integrada com o som mais direto da demo e do EP “Obscurecido pelo Fim” – ou são mundos diferentes?
D.C. – Acho que são faces de uma mesma moeda. Eu e o D.D. sempre tivemos um lugar especial pra bandas como Guided By Voices e Dead C, e pensamos em trazer esse formato, mas com a nossa cara. Então são sons mais simples e livre de forma, captados da maneira mais crua possível. Inclusive quem gravou as baterias foi o Leonardo Marques, que não sabe tocar e tinha escutado o esqueleto dos sons uma ou duas vezes. As guitarras também são bem menos distorcidas. Com certeza tocaremos algumas delas, e acho que provavelmente os dois mundos continuarão existindo, ainda que, talvez de uma forma diferente e mais integrada.
D.D. – A ideia foi mesmo a de aliviar a pressão de bateria e guitarra, mas não necessariamente o peso e o clima. Experimentamos também outras afinações bem menos usuais, além de diferentes jeitos de tocar. Sem dúvida, traremos algo disso para alguns sons novos.
Nos últimos anos, surgiram diferentes bandas no Brasil e no mundo trabalhando o black metal com diferentes influências. Vocês veem algumas bandas “irmãs” nesse sentido no Brasil? Que tenham uma proposta de similar de buscar expandir esses sons?
D.C. – Pois é, felizmente vemos mais bandas aproveitando uma visão de black metal que é totalmente própria, mas ainda assim altamente enraizada na tradição. Pelo menos é isso, o que tentamos fazer com o Falsa Luz.
A.S. – Talvez não bandas “irmãs”, mas pessoalmente enxergo similaridades em algumas partes do DOR e do FOSSO. Em outro sentido, mais tradicional talvez, gosto muito do VAZIO também.
G.N – Tem também o CLAN DOS MORTOS CICATRIZ de Curitiba que faz um som mais hardcore/punk, mas com influências black metal.
Sempre gosto de perguntar essa. Podem me falar 3 discos que mudaram a vida de vocês (de cada um) e por que eles fizeram isso?
A.S. – Nirvana “Bleach”; Iron Maiden “Powerslave”; e Darkthrone “Transylvanian Hunger”. Em resumo são três fases marcantes da minha vida.
D.D. – Iron Maiden “The Number of the Beast”: nunca ouvi uma banda com tanta garra ao fazer um álbum, e além disso, foi o Iron que me fez querer aprender a tocar e ter banda quando era adolescente. Sepultura “Beneath the Remains”: metal de alto nível com familiaridade reconfortante. E não menos importante, Death “The Sound of Perseverance”: o melhor álbum de heavy (sim, heavy!) metal já feito.
D.C. – Difícil escolher só três, vou tentar pegar esses momentos “marcantes”. Com certeza um deles foi o “Detestation” do GISM porque além de toda a selvageria e maldade do som, de todas as lendas de perigo, logo cedo já me impactou com essa loucura que junta punk e metal de uma maneira única e própria. Acho que o “Forest Poetry” do Ildjarn também foi muito importante na minha formação. Não só é esse black metal primitivo que eu amo, e influencia o Falsa Luz, mas a simplicidade e repetição deixam claro que “menos é mais”. E por fim o “Leichenlinie” do Genocide Organ com todo aquele terrorismo sonoro e cultural, por me mostrar que existem outras maneiras de alcançar as mesmas sensações e que não tem essa de “espaço seguro”.
G.N – Acho que os meus 3 discos vão destoar um pouco do dos outros, mas vou ser sincero. Escolhi os que mais definiram o meu crescimento musical e me fizeram ter a certeza que esse era o tipo de som que eu queria tocar: Black Sabbath “Vol.4”; Cro-Mags “The Age of Quarrel”; e Dinosaur Jr. “Where You Been”.
Essa é a última pergunta. Além desses lançamentos: EP e lathe cut, e dos primeiros shows, o que mais 2022 guarda para a banda? Planejam trabalhar em um full em breve ou pensam que esse formato mais curto traga mais liberdade?
D.C. – Ainda não temos muita coisa definida com relação a formato das coisas, mas já estamos guardando as ideias de novos sons e pensando num próximo lançamento. Geralmente, mesmo antes de terminarmos o que estamos fazendo, já estamos pensando no próximo. É a ansiedade da vida moderna. E tem também um incenso sendo elaborado pela PIPANAN (Fronte Violeta) pra climatizar o prenúncio do Acaba-Mundo.
– Luiz Mazetto é autor dos livros “Nós Somos a Tempestade – Conversas Sobre o Metal Alternativo dos EUA” e “Nós Somos a Tempestade, Vol 2 – Conversas Sobre o Metal Alternativo pelo Mundo”, ambos pela Edições Ideal. Também colabora coma a Vice Brasil, o CVLT Nation e a Loud!