entrevista por João Pedro Ramos
Antes de mais nada, devo confessar que um dos meus vícios é sair fuçando nas “bandas relacionadas” do Spotify. Quando não sei o que quero ouvir, saio procurando de banda em banda e indo em seus relacionados até achar um nome ou foto de banda que me chame a atenção. Foi assim que cheguei ao Paint Me In Colour, quarteto de Liverpool que acabou de lançar o single e clipe de “Better Than This”, canção chiclete com ecos de Paramore e uma letra sobre amor próprio.
A banda se conheceu na faculdade e lançou em 2019 seu primeiro single, “Feel It”, com pitadas de soul em seu indie rock ganchudo, o que rendeu elogios até da BBC. Depois, lançaram o single “68” e o EP “Labels Opinions & Preconceptions”, com uma bela jornada entre paisagens sonoras que vão do dance pop ao indie rock, tendo como destaque os poderosos vocais de Olivia Springer. Quem curte Paramore, Olivia Rodrigo e punk pop dos anos 2000 vai gostar do som da banda, que sempre traz refrões grudentos e um instrumental que pega pelas orelhas quem gosta deste tipo de som.
Conversei com o quarteto sobre sua recente carreira e como o single “Better Than This” foi composto, e ainda que se definam como indie pop, eles prometem: “Nós sempre temos algo para você, caso você curta dar um mosh em nossas faixas mais pesadas”. Ficou curioso? Papo na integra aí embaixo!
Vocês acabaram de lançar o single “Better Than This”. Podem me contar um pouco mais sobre este som?
“Better Than This” foi escrita sobre se sentir preso em um trabalho ou situação em que você sabe que se tivesse a chance, poderia estar fazendo algo melhor por você.
Vocês começaram a banda com um som mais puxado para o indie rock e evoluíram desde então. Como vocês definiriam o som da banda para alguém que nunca ouviu?
Eu diria que nosso som definitivamente vai mais para o lado do indie pop, mas nós sempre temos algo para você, caso você curta dar um mosh em nossas faixas mais pesadas.
Como anda a cena musical underground de Liverpool hoje em dia?
No momento, há muitas novas bandas empolgantes vindo de Liverpool! Algumas delas estão tocando há anos e finalmente estão sendo reconhecidas, o que é muito legal.
Aposto que vocês cansam de ouvir piadinhas sobre o “quarteto de Liverpool”, certo? Sempre que se fala em bandas de Liverpool, essa relação aparece…
(Risos) Sim, com certeza já ouvimos todas estas piadas… Definitivamente existem algumas vantagens e desvantagens de vir da mesma cidade dos Beatles. Quem sabe não rola uma “Paint Me In Colour Mania” um dia?
Podem me contar um pouco mais sobre a discografia da banda até agora?
Bem, nosso primeiro single “Fell It” foi produzido por nós mesmos e a gente não tinha noção de como as pessoas iriam responder a ele, então ficamos super felizes quando recebemos respostas positivas. Desde então, só seguimos em frente, com cada lançamento tentando ser um pouquinho diferente do anterior.
Como vocês veem a cena rock do underground hoje em dia, com as plataformas de streaming dando espaço para todas as bandas incluírem seus sons?
Acho que é verdade quando as pessoas falam que existe um ciclo de 30 anos. Parece que é a primeira vez que vejo bandas de rock e indie conseguindo tocar de novo e ter o tão merecido reconhecimento.
Aliás, como vocês chegaram ao nome Paint Me In Colour?
Olha, por mais que eu ia adorar contar uma história super legal sobre o nome, a verdade é que ele meio que surgiu do nada (risos). Nós somos todos muito criativos e peculiares, então um nome com “cor” no meio pareceu adequado.
Quais as influências musicais da banda?
Nossas influências mudam muito, mas no momento eu diria que é uma mistura de Bring Me The Horizon, Kid Kapichi e Fickle Friends, para citar algumas.
Por falar nisso, recomendem algumas bandas ou artistas independentes que vocês amam e todo mundo deveria conhecer!
Eu citaria Waiting Till Marriage, Clean Cut Kid e Zuzu. São todas incríveis!
Vocês já estão gravando novos sons? Podem dar algum spoiler para seus amigos brasileiros?
Estamos! Mas infelizmente, sem spoilers por enquanto. Nós vamos contar tudo que você pode esperar desses sons nos próximos meses!
– João Pedro Ramos é jornalista, redator, social media, colecJionador de vinis, CDs e música em geral. E é um dos responsáveis pelo podcast Troca Fitas! Ouça aqui.