Garimpo Sonoro: a solidão segundo Atahualpa Yupanqui

roteiro, apresentação e edição por Sarah Quines

Descrito por um biógrafo como um “inextinguível poço de silêncio”, Atahualpa Yupanqui aprendeu desde cedo que deve se domar sobre os pastos altos para que o golpe não seja tão duro. Nascido no campo, cercado de cavalos, soube domar a solidão e, com ela ao lado, desbravou os interiores da América do Sul em busca dos ritmos tradicionais numa pesquisa incessante pelo folclore – o que resultaria depois numa renovação da música argentina na década de 1960.

Foi poeta, cantor, compositor e violonista. Gravado por nomes como Mercedes Sosa e Elis Regina, lançou discos e também livros. Tensionou as fronteiras entre a música e a literatura ao escrever o poema autobiográfico “El payador perseguido”, que também foi gravado em vinil como relato por milonga. A figura do “payador” é uma espécie de trovador, que improvisa versos no violão sobre sua realidade.

Yupanqui cantou sobre a solidão e a paisagem que o cercava: do pampa a perder de vista aos altiplanos andinos. Trouxe no próprio nome que adotou “Atahualpa Yupanqui” uma homenagem aos imperadores incas, e que em quechua – língua indígena da América do Sul – significa “aquele que vem de terras distantes para dizer algo”. E, realmente, teve muito a dizer. Assista:

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Sobre o Garimpo Sonoro :com roteiro, apresentação e edição de Sarah Quines, o Garimpo Sonoro é um canal para quem gosta de garimpar músicas por aí e descobrir as histórias por trás dos sons. Um lugar onde a música não tem limitações de estilos, nem de épocas ou fronteiras geográficas. Vale toda música, artista, álbum, instrumento, gênero e movimento do Brasil e do mundo, atual ou do passado, que tenha uma boa história para contar. Toda terça-feira às 20h no youtube e na quarta-feira também no Scream & Yell.

– Sarah Quines (@sarahquines) é jornalista e criadora do canal Garimpo Sonoro

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