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Dez sites de nove países unidos pelo ideal de compartilhar cultura e, com ela, ideias, sonhos, desejos, revoluções. Ouça no Spotify a playlist de novembro de 2021 da Faro!
ARGENTINA
por Juampa Barbero / do site Indie Hoy
Novembro passou rapidamente, mas deixou um rastro brilhante cheio de estreias que justificaram nossas inadvertências. Com a aproximação do verão, foi liberada lotação total para shows, cinemas, teatros e museus, dando-nos a possibilidade de assistir a eventos culturais sem restrições sanitárias. Aqui estão alguns dos lançamentos mais notáveis que fizeram deste período um mês especial e gratificante na Argentina.
WOS – “OSCURO ÈXTASIS”: Wos publicou o tão esperado “Oscuro Éxtasis”. Produzidas por Facu Yalve, essas 13 canções refletem a ambivalência temperamental do rapper, intercalando denúncias agudas, meditações profundas e sentimentos polarizados, sem perder o ímpeto vulcânico que o distingue. Lançado pela Doguito Records, o segundo álbum de Wos conta com a participação de Ricardo Mollo, Ca7riel e Nicki Nicole.
PACO AMOROSO – “SAETA”: “’Saeta’ é uma mudança de chip”, revelou Paco Amoroso em conversa com Indie Hoy sobre sua tão esperada estreia solo. Ao longo de 10 canções, o músico viaja com fluência por diferentes territórios e explora sensações polarizadas sem perder a elegância que o caracteriza. Paco teve o luxo de convidar artistas da estatura de Adrián Dárgelos, Lara91k e El Doctor.
NIÑOS ENVUELTOS – “LA PALABRA INÚTIL”: Niños Envueltos lançou seu terceiro álbum de estúdio, “La Palabra Inútil”, com nove canções enérgicas. A abertura com “Los Durmientes”, único single pré-álbum lançado, conta com a participação especial do cantor e compositor asturiano Nacho Vegas. Com o sucessor de “La Nueva Crema” (2019), a banda portenha dá um passo adiante em sua caminhada para continuar redescobrindo sua singular odisseia psicodélica.
CA7RIEL – “EL DISKO”: Seguindo o single “Chanel Maconha”, Ca7riel acalmou seus fãs com o lançamento de seu primeiro álbum solo: “El Disko”. Feito lado a lado com o produtor Tomy Sainz, o artista portenho oferece um repertório devastador desde o início com a citação dos Beatles em “Muy bien” até culminar com o hit “Polvo”.
CONOCIENDO RUSIA – “LA DIRECCIÓN”: Conociendo Rusia encerrou com a espera por seu terceiro álbum ao publicar “La Dirección” através da PopArt Discos. Produzido por Nico Cotton, o sucessor de “Cabildo e Juramento” (2019) evidencia a maturidade musical e lírica do cantor e compositor portenho através de nove canções sedutoras que confirmam Mateo Sujatovich como o herdeiro indiscutível do rock argentino dos anos noventa.
YSY A – “TRAP DE VERDAD”: Mais uma vez, Ysy A abalou a cena urbana com um novo álbum duplo. “Trap de Verdad”, o quarto álbum da estrela dos bares, é composto por 22 canções enérgicas e reveladoras nas quais ele desnuda completamente a sua alma e, ao mesmo tempo, confirma o seu lugar como um dos pilares do circuito nacional.
MARIANA PÄRAWAY – “COMO SON LAS COSAS”: Mariana Päraway lançou um novo single chamado “Como Son Las Cosas”, a primeira prévia do EP “Biología del Amor”, que será revelado aos poucos com o passar do tempo. Produzida por Lupe (Lucía Peuscovich), a faixa se distancia do que a artista de Mendoza costuma evocar, suscitando paisagens eletrizantes que soam absolutamente perfeitas demonstrando a versatilidade do projeto.
MALENA VILLA – “NIN TAN MAL”: Depois de juntar forças com Axel Fiks, Angela Torres, Lara91k e Santiago Motorizado em “Ni Tan Bien” (2021), Malena Villa publicou um novo EP que serve como uma sequência despojada sem as colaborações intitulado “Ni Tan Mal”. Essas obras opostas compostas por cinco canções se complementam como yin & yang, mas também foram publicadas juntas com seus respectivos curtas-metragens.
CELLI – “ATTE.CELLI”: Outro que lançou um novo álbum foi Celli! Com oito músicas produzidas por Diego Mema. “Atte. Celli” encontra o ex-Screensaver mergulhando no amor, solidão, medo e fama de uma perspectiva jovial e íntima que é gradualmente revelada como uma carta conforme seu título antecipa. O cordobês tonificou o semblante do sucessor de “Reset” com um vídeo dirigido por Rocío Gastaldi.
FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE MAR DEL PLATA: A sétima arte também teve sua cerimônia: ao longo de onze dias, o Festival Internacional de Cine de Mar del Plata voltou ao seu formato original após as adversidades que impossibilitaram sua participação no ano anterior. Com uma programação exaustiva que incluiu produções nacionais e internacionais, o concurso audiovisual mais uma vez cativou os seus telespectadores com uma edição especial alargada à virtualidade. Nossa cobertura completa aqui.
BRASIL
por Marcelo Costa / do site Scream & Yell
Apesar de tudo conspirar contra a alegria do povo no Brasil de 2021, o mês de novembro permitiu sonhar novamente. A realização de alguns festivais (como o NOARCM, em Olinda, e o Afropunk Bahia, em Salvador) e a agenda repleta de shows fizeram muitos vislumbrarem a proximidade um retorno à normalidade em um novo mundo pós pandêmico. A chegada da Omicron, no entanto, mostrou que cuidados ainda são necessários, mas seguimos com fé.
O cinema, a literatura, a música e as artes como um todo nos fazem acreditar em um futuro melhor. E novembro foi um mês repleto de novidades! Aqui estão nossos destaques.
THE BAGGIOS – “TUPÃ-RÁ”: A The Baggios surgiu no começo dos anos 2000 como um potente duo de blues rock de Sergipe, no Nordeste do Brasil. Em cada novo disco, o grupo expandia sua sonoridade, absorvia influências e crescia musicalmente. Agora como um trio, eles alcançam seu ápice criativo com “Tupã-Rá“, seu quinto disco, conectando o Nordeste brasileiro com a África, abraçando o samba, afiando o disco, fazendo dançar e pensar. Um disco para mentes e corações abertos!
ALESSANDRA LEÃO – “ACESA”: Uma das fundadoras do grupo Comadre Fulorzinha em Recife, nos anos 90, Alessandra Leão segue construindo uma carreira solo brilhante. Seu novo disco, o maravilhoso “Acesa“, nasceu de uma série de conversas com mestres, músicos e líderes religiosos de Pernambuco, Paraíba e São Paulo ligados às tradições do coco, ciranda, maracatu, jurema, umbanda e candomblé, e aprofunda o território desbravado pelo excelente “Macumbas e Catimbós” (2019), indicado ao Grammy Latino. Ouça o disco e assista aos 15 episódios da web série no Youtube.
FELIPE S. – “ESPELHOS”: Felipe S é vocalista da banda Mombojó, um dos principais grupos a sair de Recife nos anos 2000. Além da banda e de outros projetos paralelos, Felipe também atua como artista solo, e em novembro lançou seu segundo disco, “Espelhos“, “um retrato da insatisfação com os rumos que o país tomou. É também uma autocrítica ao meu vício com celular”, contou ele em entrevista ao Scream & Yell. É um disco contestador e bastante atento ao mundo atual! Recomendamos!
ELIMINADORZINHO – “ROCK JR.”: O indie rock noventista estadunidense bateu forte no Brasil, e sempre surge um filhote desgarrado por aqui. A Eliminadorzinho, de São Paulo, é o mais novo exemplo. Com guitarras que trazem o mesmo desleixo do Pavement e certa melodia do Yo La Tengo, “Rock Jr.“, o álbum de estreia dos meninos, fala “da bagunça do começo da vida adulta” e transpira sinceridade. No Scream & Yell, eles comentaram cada uma das faixas do disco.
WRY – “REVIVER”: Ainda no território do indie rock, mas pendendo mais ao shoegase britânico, a Wry, do interior de São Paulo, lançou seu sétimo disco, “Reviver“. Com a experiência de quem viveu o underground britânico morando em Londres entre 2002 e 2008, o grupo comandado por Mario Bross voltou ao Brasil e, no novo disco, recriou faixas abandonadas de todas as épocas da banda resultando num disco multifacetado e inspirado, que ainda traz um cover de Jesus and Mary Chain. No faixa a faixa presente no Scream & Yell eles recomendam: “Tente ouvir com fones de ouvido”!
ZOE TRIO – “CISMA”: Formada no Rio de Janeiro em 2008, a Zoe Trio está de volta com trabalho novo, “Cisma“, um EP de quatro faixas que saiu via Selo Curva e cujo sonoridade pende mais ao rock, enquanto os trabalhos anteriores tendiam mais ao jazz e ao post rock experimental. Não deixe de ouvir a versão dos caras para “Isobel”, de Björk: “Ela é um dos gênios (gênio mesmo, no sentido real da palavra) não apenas da música, mas das artes visuais também”, eles justificaram em entrevista ao Scream & Yell.
MATEUS ALELUIA – “AFROCANTO DAS NAÇÕES – JÊJE”: Um ano após lançar “Olorum”, que apareceu em diversas listas de melhores de 2020 mundo afora, Mateus Aleluia (integrante da lendária banda baiana Os Tincoãs) apresenta seu novo projeto, fruto de suas pesquisas musicais no Benin. O trabalho reúne o álbum (de 32 faixas!) “Afrocanto das Nações – Jêje” e o museu virtual Nações do Candomblé, que simbolizam um mergulho profundo na ancestralidade. Para ouvir com calma e deixar-se levar.
DON L – “ROTEIRO PARA AÏNOUZ, VOL. 2”: Artista de Fortaleza que conseguiu um espaço de respeito no agitado cenário do rap brasileiro, Don L lançou a segunda parte de sua trilogia inversa. Em “Roteiro Para Aïnouz, Vol. 2” (precedido pelo Vol. 3, que saiu em 2017), o brilhante rapper cearense relê o passado para refletir o presente enquanto choca trap, soul, drill, música brasileira e r&b. Textualmente, como não poderia deixar de ser, Don L ataca o conservadorismo, os ladrões selvagens (como Colombo) que usurparam nossas terras e a falsa moral cristão, tão em voga no Brasil de Bolsonaro. Discaço!
DUDA BRACK – “CACO DE VIDRO”: “Caco de Vidro” é o nome do intenso segundo disco de estúdio da cantautora gaúcha Duda Brack, um álbum poderoso de uma artista e de uma mulher que passou por muitos processos de cura, transformação e amadurecimento de 2015 pra cá. Depois de uma crise de depressão em 2016, de cogitar desistir da carreira, de desilusões amorosas e relações abusivas, a cantora, hoje, transborda potência e autenticidade. Caco de Vidro é, segundo ela, um álbum “pop experimental que bebe da fonte da música popular brasileira e da minha ancestralidade latina”. Você poderá se cortar, o que é parte da vida, mas abra seu coração para este disco.
JOÃO DONATO & JARDS MACALÉ – “SÍNTESE DO LANCE”: Para encerrar em alto estilo as dicas brasileiras de novembro, um álbum altamente solar: “Síntese do Lance“, disco que une as lendas João Donato e Jards Macalé. Em um ano em que ser brasileiro foi muito difícil e, por vezes, doloroso, Donato e Macalé lançam um álbum para aliviar o clima pesado destes dias sombrios. Para isso, os dois músicos “posam nus” na capa do álbum e Donato abre o disco dizendo “Só alegria”. Trata-se de um disco leve e descontraído de dois artistas que viveram os tempos tenebrosos da ditadura brasileira e, agora, com toda sua experiência, batem nos nossos ombros dizendo: “Isso tudo vai passar”. Vai mesmo, meus amigos, vai mesmo.
CHILE
por Alex Miranda e Bárbara Carvacho, da POTQ Magazine
Em tradução.
COLÔMBIA
por Sebastián Peña do site Shock.co
Em novembro, na Colômbia, a reabertura foi sentida. Houve muitos eventos presenciais, mercados de música e cerimônias de premiação com colombianos proeminentes. Kali Uchis ganhou seu primeiro American Music Award pelo single “Telepatía” e Juliana Velásquez um Grammy Latino de Melhor Artista Nova. Ao longo do mês foram muitos lançamentos, mas também a confirmação oficial do regresso de grandes shows à região e a adição de artistas aos festivais que vão decorrer em 2022.
Passamos também pela homenagem à matrona Toto La Momposina, uma das grandes cantoras da Colômbia e lenda viva do folclore latino-americano. E, lamentavelmente, também nos despedimos para sempre de grandes lendas da música colombiana: Abelardo Carbonó, padrinho do champeta e vanguarda da música caribenha, Michi Sarmiento, lenda dos sons de música tropical, e Máximo Jiménez, pioneiro do vallanato contestador.
Aqui estão nossas recomendações do mês:
LOSPETITFELLAS – “777: REPÚBLICA INDEPENDIENTE DEL F*CKING GOCE”: “777” é o projeto mais ambicioso e mais bem realizado na carreira dos LosPetitFellas, uma banda prolífica e disposta a levar suas ideias até o fim. Um álbum de 21 canções poderosas (divididas em três EPs) que honra a arte com algo a dizer, sacudindo os preconceituosos e premiando quem se dá a oportunidade de mergulhar nos mares da sua música e seu universo conceitual, que seguirá encontrando a cada audição e exploração novas joias enterradas. A trilogia é composta por “A Quemarropa”, “Buenos Dias” e o novo “República Independiente del F*cking Goce”, todos de 2021. Resenha completa aqui.
DIANA BURCO – “RÍO ABAJO”: Neste álbum, Diana Burco dá um passo à frente para escrever uma nova história para as mulheres na cumbia e no vallenato. Ao longo de 11 canções, ela dá a conhecer a sua visão de vida, fala sobre o que a faz rir e o que a enche de medo, arrisca-se para tornar genuína a sua arte e cria uma sinergia entre a experimentação dos ritmos que a fazem sentir-se viva. Leia a resenha completa aqui.
BROKIX – “CORAZÓN PARTÍO”: Você pode temer o retorno da calça Saint-Tropez, tudo bem, mas não se preocupe com o som fresco do trio Brokik, notadamente inspirado nas bandas que injetaram adrenalina no rock no começo dos anos 2000. Eles estão nos alertando para uma nova ruptura estética geracional. Quando menos esperam, depois de uma explosão de chimbal e uma música autoajustada, a guitarrada aparece. E parece bom.
JULIANA VELÁSQUEZ – “MUJER DESASTRE”: Apenas seis dias depois de ganhar seu primeiro Grammy Latino (no qual ela derrotou poderosos como Bizarrap, María Becerra e Paloma Mami), Juliana lançou uma música visceral na qual ela retrata uma pessoa que reconhece seus defeitos, mas não sabe como controlá-los e acaba machucando aqueles que estão ao seu redor. “Mujer Desastre” conta com o trabalho refinado do produtor Nico Legretti e do compositor Juan Shool, de Bogotá.
LA PERLA – “SELVA”: Giovanna Mogollón, Karen Forero e Diana Sanmiguel figuram nos créditos da composição deste single que faz uma homenagem à natureza. É também uma denúncia da maneira cruel como as empresas a sangram para fins macabros.
RYAN CASTRO & FEID – “MONASTERY”: As duas forças do novo reggaeton paisa (denominação geossocioantropológica para se referir aos habitantes das regiões colombianas de grande parte de Antioquia, Caldas, Risaralda, Quindío, noroeste de Tolima e leste e norte do Valle del Cauca) se uniram para uma canção que convida ao perreo, mas contém versos de um remix do single “Poblado” que nunca viu a luz devido a conflitos entre os intérpretes. A união de Ferxxo com o ‘cantor do gueto’ é a afirmação de que o perreo tem novos líderes.
BUHODERMIA FT. KIÑO, IZIOU, DJ DMOE & CAMILO FIGARO – “PORRITOS & CHILL”: Este belo combo paisa reuniu-se para um baita single que bem poderia ser da família do tio Snoop Doog, para fumar na costa oeste. Uma música para uma viagem com uma foto nítida: amigos em um Renault 4 fumegando das janelas e falando sobre maconha, o canhoto de Aldo Leão ou a inatividade de James Rodriguez.
CUBA
pela Equipe do site Magazine AM:PM
Novembro foi um mês agitado para a música cubana em termos de prêmios. No Grammy Latino, realizado em Las Vegas no dia 18, “Patria y Vida” foi a vencedora na categoria de Canção do Ano e Melhor Canção Urbana; enquanto “Cha Cha Chá: Homenaje a lo Tradicional”, de Alain Pérez, Issac Delgado e a Orquesta Aragón triunfou na categoria de Melhor Álbum Tropical Tradicional e “Voyager”, de Iván Melón Lewis na categoria de Melhor Álbum de Jazz Latino.
Deste lado do oceano aconteceram os prêmios Cuerda Viva, dedicados à música alternativa, onde o grupo The Shepal se destacou com o single “Petróleo”, que, além de ser o mais popular, foi premiado na categoria de Melhor Canção Pop. Além disso, foram entregues os Premios Lucas, que são atribuídos às melhores obras audiovisuais do ano. Aqui, o vídeo de “El mambí”, peça de trova interpretada pelo falecido cantor e compositor Santiago Feliú e dirigida por Roly Peña e Alejandro Pérez, foi o vencedor na categoria Vídeo do Ano; enquanto “El Campeón”, de El Kimiko e Yordy ft. Michel Boutic dirigido por Helier Muñoz, varreu o voto do público.
Mas as premiações não foram a única coisa que aconteceu no mês de novembro! aqui está a seleção da Magazine AM: PM com os lançamentos mais relevantes.
MIRIAM RAMOS Y HAIDÉE MILANÉS – “ELLA Y YO”: Duas grandes vozes da música cubana se uniram em “Ella y Yo” (Bis Music, 2021), uma bela homenagem à tradição trovadoresca onde grandes clássicos da canção aparecem em espanhol. Neste álbum de Miriam Ramos e Haydée Milanés você encontra versões de peças icônicas da música tradicional latino-americana como “Ausencia” (Fernando Celada) e “Yolanda” (Pablo Milanés).
EL TAIGER X EL HAPPY – “HABLA MATADOR”: Esta é, a partir de agora, a canção onipresente em todos os festivais da ilha. Aqui El Taiger e El Happy apresentam-nos uma canção que mistura elementos da música urbana com a utilização de tres, um instrumento da tradição musical cubana, para marcar a cadência da música com um riff que apenas ouvir faz um loop na sua cabeça. Sem dúvida, uma boa escolha para sua próxima reunião de amigos.
EL MICHA – “GAD”: Após um ano de produção incessante, El Micha fecha seu ciclo de lançamentos com a apresentação do tão aguardado “GAD (Gracias a Dios)”, mais uma amostra de que o rapper apura a qualidade de sua produção musical a cada lançamento, sem perder um pingo do que define sua identidade sonora. “GAD”, gravado nos estúdios da JUNGL em Miami, inclui colaborações com grandes artistas do gênero urbano como Cosculluela, Zion & Lennox, Ñengo Flow, J Alvarez, Vakero, Chis Tamayo, Lyanno, Anonimus, Gué Pequeno, Mackie, Ozziel e Young Blade .
RUIDO BLNCO – “QUE MANERA DE ESTAR ROTOS”: Ruido Blnco é uma das bandas emergentes da música indie que aos poucos se tornou uma voz no cenário musical cubano. Com vontade de fazer uma música diferente, ligada ao pop-rock e a balada, lançaram “Qué manera de estar rotos”, um single que, segundo os músicos, será a única canção de amor de “Canciones para Sombra”, seu primeiro álbum, atualmente em produção. É uma música muito especial, inovadora e cheia de cumplicidades. Não deixe de ouvir!
OVI Y KIKO EL CRAZY – “CLARO QUE SI”: No mais puro estilo do debow dominicano, o cubano Ovi se junta a Kiko El Crazy em outra canção que aspira dominar os espaços perreo de final de ano em todo o continente. O rapper cubano de apenas 20 anos demonstra nesta música sua fluidez e capacidade de montar em cima de qualquer batida que lhe dêem, mesmo fora de sua zona de conforto. Ovi é, sem dúvida, uma das figuras emergentes mais promissoras e prolíficas do gênero urbano, um artista a ser observado.
KILL THE PARTY, DAVID BLANCO Y HAVANA SWEET HOUSE – “ROCKSTAR”: O grupo cubano de música eletrônica e rock alternativo Kill The Party junta-se a David Blanco e Havana Sweet House para apresentar o remix de “Rockstar”, onde misturam a instrumentação de ambos os projetos com a voz de David, uma das figuras mais relevantes do rock cubano. Do século XXI. Nessa música, elementos de trap, música eletrônica e hip hop estão ligados entre riffs de guitarra elétrica, tendo também influências de rock industrial.
ORQUESTA ARAGÓN – “POPURRIT 80 Y MÁS”: A icónica Orquesta Aragón traz-nos, num potpourri recentemente gravado, algumas das peças musicais mais representativas do seu repertório histórico (“El paso de Encarnación”, “Pare Cochero”), numa auto-homenagem aos seus mais de 80 anos de fundação. Um material que pode interessar aos nostálgicos, mas, sobretudo, aos que preferem saber que coerência musical faz com que um dos grupos mais importantes da música cubana permaneça no gosto popular. Com hóspedes latino-americanos de luxo como o porto-riquenho Jerry e Gerardo Rivas e o dominicano José Alberto El Canario, a canção é puro sabor caribenho que não deixará sua cintura ilesa.
ADALBERTO ÁLVAREZ Y SU SON – “PASADO PRESENTE Y FUTURO”: Bryan Álvarez, filho do recém-falecido Adalberto Álvarez, compôs esta emocionante peça onde, junto com a banda comandada por seu pai por muitos anos, faz uma sincera homenagem ao músico e pessoa que foi El Caballero del Son durante sua longa carreira na música. Uma bem merecida e bela despedida de uma das figuras mais icônicas da música cubana.
ELEPHANTO – “NO ME CONVENCE”: Elephanto é um rapper que pertence a um novo movimento colaborativo chamado El Espacio, que é proposto como um pilar da nova cena underground de Havana. Nesta ocasião, produzida por JD Asere, apresenta o videoclip de “No me Convence”, uma canção que critica a vontade de muitos artistas de reproduzir quase exatamente a obra dos seus referentes.
IBEYI FEAT PA SALIEU – “MADE OF GOLD”: Ibeyi é uma duo fundado em Paris em 2013 pelas irmãs de origem cubana Lisa-Kaindé e Naomi Diaz. Sua música contém fortes influências da tradição musical afro-cubana que se mescla com música eletrônica e elementos do hip-hop. Em “Made of Gold” juntam-se a Pa Salieu no que marca o início da produção do seu terceiro álbum de estúdio. O single conecta-se com os ancestrais das artistas, e é exatamente essa a linha que pretendem seguir no álbum esperado para 2022, conforme citado em entrevista ao NME.
O QUE VEM EM DEZEMBRO
De 3 a 12 de dezembro, ainda com capacidade limitada em cinemas, acontece em sua 42ª edição a segunda parte do conceituado Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, onde participam do Prêmio Coral mais de 120 longas-metragens de vários países de nosso continente. É um evento veterano que mobiliza o público ao mesmo tempo em que aposta em novos criadores, tanto locais como internacionais.
Ainda em dezembro teremos o Eyeife Electronic Music Festival, que acontecerá de 9 a 12 de dezembro comemorando sua quinta edição e que, como na edição anterior, será realizado online.
ESPANHA
pela editoria dos sites Mundo Sonoro e Zona de Obras
Com um clima natalino nas ruas, enfrentamos a reta final de 2021. Com a pandemia que se recusa a desaparecer e com o governo prestes a aprovar orçamentos e modificar duas leis vitais – a do mercado de trabalho e a da segurança cidadã, ambos aprovados no governo anterior de direita – continuamos curtindo as músicas e discos que ansiamos por chegar antes do final do ano. Sem esquecer, sim, a triste notícia da morte de Almudena Grandes, a escritora dos esquecidos e dos perdedores.
LEÓN BENAVENTE – “LÍBRAME DEL MAL”: Com “Vamos a Volvernos Locos”, publicado em 2019, Abraham Boba e seu povo fixaram sua meta bem alto. Mas pelo que mostram com “Líbrame Del Mal”, primeira prévia do que será “Era”, seu novo álbum a ser lançado no dia 21 de janeiro do próximo ano, parece que não chegaram ao teto. León Benavente é um dos grupos com maior projeção (local e internacional) na cena espanhola atual. Exala categoria e atitude. Sobre a ideia da canção, Abraão nos diz: “Gira em torno do fato de que às vezes não podemos controlar as mudanças e que é sempre conveniente ter alguém que o afaste do perigo. Fiz uma primeira versão usando apenas piano e bateria eletrônica TR-08”.
DORIAN – “DOS VIDAS”: Dorian retorna após sua colaboração com Pimp Flaco com “Dos vidas”, o primeiro adianto de seu sexto LP, “Ritual”, que será lançado na primavera de 2022. Produzida em conjunto com Álex Ferrer (The Groove Sound), a canção prevê um projeto que vai combinar o som usual do grupo com novas nuances. A turnê do álbum os levará a locais em toda a Espanha e também em outros países como México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Estados Unidos.
LOS NASTYS – “TU LIBERTAD NO ES MI LIBERTAD”: Do reino da liberdade (também conhecido como Madrid) e transbordando de atitude, Los Nastys chega com seu novo single “Tu libertad no es mi libertad”, uma música necessária para tempos loucos em que é preciso diferenciar-se da manada. Quando “liberdade” se torna uma palavra constantemente repetida por personagens caricaturais da direita, uma música como essa precisa ser enaltecida por dizer algo tão simples e forte como “Sua liberdade não é minha liberdade”, pois ajuda a colocar as coisas em seus devidos lugares. “Liberdade, quantas palhetas e quantas guerras em seu nome!”, Diz o release do novo single. Totalmente verdade…
ALIZZZ – “TIENE QUE HABER ALGO MÁS”: Justamente quando havia conseguido se firmar como um dos produtores de maior sucesso do país, Alizzz decidiu se aventurar a se tornar o protagonista de suas próprias canções. Agora ele expande seus horizontes com “Tiene que haber algo más“, seu primeiro álbum solo. Carregado de colaborações tão estelares quanto díspares, o projeto é inspirado “no vôo, no amor efêmero, no instantâneo, na busca infinita, no bruto, no rompido e em tudo o que há de belo”. Ouça o álbum aqui.
RUFUS T. FIREFLY – “EL LARGO MAÑANA”: Em uma tentativa de escapar da tirania das formas atuais de difusão, Rufus T. Firefly decidiu compartilhar as músicas de seu novo projeto primeiro ao vivo, depois em vinil e finalmente em digital. Com a chegada de “El Largo Mañana”, seu sétimo álbum, às plataformas de streaming, a banda anunciou também uma turnê nacional com datas em mais de 20 cidades espanholas. Ouça o disco.
TOTEKING – “THE KINGTAPE”: Depois de lançar o álbum “Lebron” (candidato ao Grammy Latino 2018), estrelar a turnê de maior sucesso de sua carreira em 2019 e publicar “Búnker”, seu livro autobiográfico, em 2020, Toteking retorna com “The Kingtape”, uma coleção de sucessos com os quais o MC reivindica o trono do hip hop espanhol. 18 canções, a metade inédita, que contam com um vasto rol de produtores, colaborações com grandes nomes do cenário nacional e novos nomes do rap espanhol.
13ª ALHAMBRA MONKEY WEEK: Com mais de 70 shows e showcases com muitos dos nomes emergentes mais proeminentes da cena espanhola e várias atividades paralelas, a 13ª edição da Alhambra Monkey Week foi realizada em Sevilha, uma edição especial e há muito esperada em que o festival recebeu novamente música ao vivo! Para a abertura houve uma homenagem maravilhosa ao álbum “Mediterráneo”, a obra-prima de Joan Manuel Serrat, com a participação de Anni B Sweet, Carlangas, Dani Llamas, Luis Regidor, Maria Rodés, Miguelito García (Derby Motoreta’s Burrito Kachimba) e Raúl Rodríguez. Além disso, Monkey recebeu artistas latino-americanos como Emilia e Pablo, Paz Court e Radio Huachaca, do Chile; José Guapachá, da Venezuela; Ha $ lopablito, da Colômbia e Valeria Jasso, do México, sem deixar de lado La Chica, de origem franco-venezuelana.
CLARA ROQUET – “LIBERTAD”: Depois de ter estreado na 60º Semaine de la Critique de Cannes em julho e inaugurado o 66º Seminici em Valladolid em outubro, “Libertad”, o primeiro longa-metragem de Clara Roquet como diretora, finalmente chega aos cinemas. O filme, produzido por Lastor Media e Avalon P.C. em coprodução com a Bulletproof Cupid, aborda as diferenças de classe do ponto de vista feminino a partir das relações de três mães e três filhas, duas delas a mesma pessoa.
49º FESTIVAL DE CINE IBEROAMERICANO DE HUELVA: Entre os dias 12 e 19 de novembro realizou-se a 49ª edição do indispensável Festival de Cinema Ibero-americano de Huelva, com mais de uma centena de filmes nas suas diferentes categorias. O Colón de Oro foi entregue a coprodução entre México e Estados Unidos “El otro Tom”, dirigida por Rodrigo Plá e Laura Santullo, enquanto o Colón de Plata de Melhor Direção foi obtido pelos uruguaios Martín Barrenechea e Nicolás Branca por “9”. Por sua vez, o argentino “Bandido”, de Luciano Juncos, conquistou o Prêmio Especial do Júri e o chileno “El pa (de) ciente”, de Constanza Fernández, recebeu o Prêmio do Público.
RIP ALMUDENA GRANDES: No dia 27, a grande Almudena Grandes partiu aos 61 anos, deixando um enorme vazio nas letras hispânicas e uma tristeza infinita entre seus muitos seguidores e leitores. Grande parte de seu trabalho foi dedicado a revisar a história recente da Espanha, sempre dando lugar de destaque às mulheres invisíveis, anônimas e justas que muitas vezes são esquecidas. Descanse em paz, Almudena. Não vamos te esquecer.
MÉXICO
por Luis Omar González do site Indie Rocks!
Novembro acabou sendo um divisor de águas no México em muitos aspectos. Tudo parecia indicar que era o mês mais esperado do ano para trazer de volta tudo o que antes fazia parte da nossa rotina. A vida nas ruas parece a mesma de antes da pandemia. A maior parte das pessoas vai à escola, ao trabalho e as indústrias retomam quase por completo as suas atividades. O 11º mês deste 2021 foi cheio de atividades e se algo deve ser destacado é a reativação de eventos de massa. Os festivais voltaram em toda a República Mexicana. Tudo começou no primeiro fim de semana do mês, quando Hypnosis e Skatex se encontraram novamente com seu público mais fiel; Pal ‘Norte e Corona Capital deram sequencia. Parece que tudo começa a fluir “naturalmente”. Enquanto muitos se preparam para receber as festas de fim de ano, o Presidente da República, Andrés Manuel López Obrador, menciona que tem tudo pronto para celebrar em grande estilo seu terceiro ano de governo. Existe algo para comemorar? Veremos o que dezembro nos reserva.
DISCO BAHÍA – “BAHÍA”: Neste pré-fechamento do ano, a nova proposta de León, Guanajuato, Disco Bahía, pede que você esqueça o forte frio que cai sobre o país e os sacuda dançando ao ritmo de “Bahía”, o primeiro single de “Música Para Adultos”, seu próximo EP. A música envolvida por notas de synth e bedroom pop conta com a colaboração de Coco Santos (Clubz) e Noah Pino Palo. Transporte-se até o mar e sinta a brisa soprar em seu rosto. Ouça aqui.
VALERIA JASSO – “EL ALMA”: Inspirada na natureza e na busca pela introspecção surge “El Alma”, o novo single de Valeria Jasso, que mantém a sua doce essência pop impregnada de folclore. “É uma música para todos nós que continuamos na busca de deixar nossas inseguranças para trás e florescer”, explica a artista.
URRS BAJO EL ARBOL – “IGNIS”: URRS Bajo el Arbol retrata sua nova faceta em um conceito complexo e muito mais dramático que está sincronizado com o compasso de um potente saxofone e um solo de guitarra sedutor. “IGNIS” é seu novo single através do qual a banda fala sobre desgosto e melancolia. Este é definitivamente um grande hino para corações partidos. Ouça aqui.
AXEL CATALÁN – “VIDA”: Apaixonar-se tem seu encanto, mas muitos sabem que em um relacionamento nem tudo são flores. Isso é lembrado pelo músico de Michoacán, Axel Catalán, em seu mais recente lançamento, “Vida”, single de conotação folk rock e um videoclipe dirigido por Tamara Yazbek em que são interpretadas todas essas situações que você pode passar com seu parceiro.
GIRL ULTRA – “AMORES DE DROGA”: Inclinando-se nesta ocasião para um estilo mais house, Girl Ultra apresenta “Amores de Droga”, uma canção que expressa sem rodeios a ideia de não ser feita para o amor. “Cantar para o amor, e para a necessidade de se apaixonar, celebrar a ideia de não ser feito para amar, o desastre que isso causa e, portanto, a renúncia à droga que o amor pode ser”, explica. Cole Santiago ilustra como seria uma tentativa de casamento no vídeo a seguir.
SUEÑO A MARTE – “DESIERTO”: O projeto formado por Mariela Millán e Alejandro Pérez oferece-nos melodias cheias de melancolia e escuridão em “Desierto”, canção que conta como pode ser doloroso separar-se de quem se ama. O lançamento vem com uma filmagem feita por Gabriel Vico que reinterpreta o que seria a metáfora da solidão. Ouça o novo da Sueño a Marte.
PELÍCULAS GENIALES Y BELAFONTE SENSACIONAL – “AGUAS LOCAS”: Entre guitarras rápidas e fortes surge “Aguas Locas“, o novo single da Películas Geniales em colaboração com Belafonte Sensacional. A música tem seus momentos e termina com uma jam experimental que vai explodir seus ouvidos; um ótimo fechamento para falar sobre a saciedade, tema central desta peça. Sob a direção de Julio Horta vem uma filmagem que serve de contraste e em que também entendemos que tudo se ameniza com um pouco de diversão.
PORTER – “RANCHITO”: Sob o seu já tradicional estilo de rock melancólico, Porter transmite o seu amor pelas nossas terras através de “Ranchito”, uma canção cheia de sentimento e apego ao lugar que nos viu crescer. Além disso, o single é acompanhado por um filme em preto e branco rodado por Fabían de la Fuente que reforça a sua mensagem: o apego às nossas raízes.
POLICIAS Y LADRONES – “NUBES”: É provável que quando criança você tenha observado as nuvens inúmeras vezes, porém, quantas vezes você já fez isso já adulto? Às vezes, essas pequenas ações assumem um significado diferente ao longo dos anos e é isso que Policías y Ladrones nos explica neste videoclipe que ele preparou para “Nubes”, uma das músicas de seu último LP. Aproveite esta animação de Karina Cervantes.
PALMERA BEACH – “BUENOS MOMENTOS”: Palmera Beach está na indústria musical há pouco tempo, mas neste curto período a banda se manteve constante. Seu interesse em continuar expressando suas experiências por meio dos sons resultou em “Buenos Momentos”, sua primeira produção discográfica que entre a guitarra e os efeitos dos anos 80 consegue reunir as lembranças de sua infância, suas anedotas de amor e as influências que o inspiraram a fazer música. Ouça o disco.
MICROHM – “SPACE TIME FOAM”: Após a publicação de “Lost in Elastic Time”, Leslie García, mais conhecida na indústria musical como Microhm, empreendeu a produção de outro EP. Trata-se de “Space Time Foam”, uma compilação que explora a narrativa sobre física quântica, viagens no tempo e buracos negros; tudo com música sob as linhas finas de new wave e ambient que permitem aos ouvintes fazer uma viagem dos anos 80 aos anos 2000. Ouça o EP no Bandcamp.
ZEMMOA – “EM LO QUE ME HACES SENTIR“: Estamos sempre buscando caminhos diferentes e Zemmoa, por exemplo, nos lembra a cada produção que ela faz o mesmo através da música. É Em “En Lo Que Me Haces Sentir”, o seu novo material, entre batidas constantes e sequências vintage, ela nos lembra que temos sempre que enfrentar o que vier.
DANIEL QUIÉN – “AROMA A NOSTALGIA”: Antes do final do ano, o cantor e compositor de Mazatlán, Sinaloa, Daniel Quién, surpreendeu com a versão deluxe de seu mais recente álbum de estúdio “Aroma a Nostalgia”, que inclui cinco novas canções e três duetos especiais. O que surpreende nesta versão é como ele consegue dar continuidade a essa saudade através de longas melodias que ultrapassam os 10 minutos; um álbum melancólico que vai curar qualquer dor.
FESTIVAL TRÓPICO: Na praia de Acapulco, o tradicional festival alternativo Trópico acontecerá nos dias 3, 4 e 5 de dezembro. Em sua edição de 2021, ele está de volta com um grande line-up formado por Mi Banda El Mexicano, Caribou, L’Impératrice, Kerala Dust, Ed Maverick, WhoMadeWho e muitos outros. Tudo isso nas paradisíacas instalações do Hotel Pierre Mundo Imperial.
JULIÁN WOODSIDE – “SONIDO, ESCUCHA Y PODER”: O pesquisador, jornalista e historiador Julián Woodside dedicou sua vida a analisar o impacto da música e das artes na formação de identidades culturais. Nesta ocasião apresenta, junto com Flor Aurora Méndez Linares, Miriam Rosas Báez, María Clara Lozada Ocampo, Maby Muñoz Hénonin, Marusia Pola Mayorga e Tomás Frère, Sound, “Sonido Escucha y Poder”, um livro que examina a participação do som em tudo o mais o que o tempo construiu. O livro foi apresentado em parceria com a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e está disponível para consulta pública.
PERU
pela equipe do site Rock Achorao
Novembro no Peru foi um mês instável. Para começar, a terra tremeu tanto que ocorreu um terremoto na Amazônia peruana. Felizmente nenhum falecido. A desordem da cena política que proclamou três presidentes em uma semana. Os preços quase dispararam. Os números dos contágios de Covid começaram a aumentar novamente e mais coisas apareceram, como música peruana em plataformas digitais, que não parava de acompanhar os momentos mencionados. Hoje faremos uma retrospectiva do melhor do mês e temos a certeza que, apesar dos maus momentos, novembro vai deixar uma sensação agradável, como um bom frango grelhado com suas batatas fritas e sua chicha morada do nosso querido Peru.
ARBA SPAK X RUIZ-GONZALEZ X MAYA ENDO – “EL MAR QUE HABITO”: Estamos diante de uma das nossas canções favoritas de 2021. O talento e a experiência dos produtores Arba Spak e Ruiz-Gonzales juntamente com a voz juvenil e flamenca da jovem Maya Endo, resultaram nesta peça pop carregada de nuances espaciais, dramáticas e dançantes. Ao longo da peça, a música muda em intensidades diferentes, refletindo sentimentos como calma, euforia e devassidão. Assim como o mar em seus diferentes momentos. Recomendamos!
POUNDA & NOMODICO X EVAH – “RICO”: A harmonia nas vozes dos três protagonistas gera o espírito alegre e animado de “Rico”. Pounda & NoModico mais Evah convidam todos a desfrutar cada momento e vivê-lo em plenitude, enfrentando todos os obstáculos ao ritmo do percurso urbano que esta fusão que atravessa trap, rap e um pouco de ritmo caribenho propõe. Sem dúvida, é uma amostra interessante em termos de som perfeito, mirando o verão de 2022.
LAGUNA PAI – “NORMAL”: O título da música é insuficiente para expressar o que o trabalho deste grupo de reggae realmente significa. Cada segundo de voz, marimba, percussão e todos os componentes sonoros da peça construída pela Laguna Pai é maravilhoso. “Normal” tem uma mensagem profunda. Pede para deixarmos de sermos normais e sermos mais humanos, atenciosos e ter vontade de ir atrás de nossos ideais. Por esse motivo, justifica-se que muitos fãs os elogiem nos comentários de suas redes: “Sempre ótimo. Sempre atento. Sempre expressivo”. Obviamente, eles não estão errados.
SANKEN REI – “TERNURA”: A dupla multidisciplinar Sanken Rei volta para propor um exercício de conciliação pessoal através da música. “Sentimos que a melhor maneira de ficar centrado e manter a paz interior é por meio da ternura”, dizem eles. A trilha, com matizes obscuras e estelares, foi composta há dois anos, mas acabou de ver a luz para nos ajudar nesses momentos tão cruciais que passamos como espécie humana.
NICOLÁS DUARTE – “PELÍCULAS INFAMES DE DIRECTORES FAMOSOS”: Desde que Duarte iniciou a sua carreira a solo, sempre partilhou o melhor das suas emoções e preocupações criativas, o que conseguiu novamente com “Infamous Films of Famous Directors“, seu disco novo. Com o trabalho de músicos renomados e amigos produtores, este é possivelmente o disco mais exigente, ambicioso e valioso que o cantor e compositor já trabalhou em toda a sua carreira musical, incluindo produções coletivas. Canções como “Verano Eterno”, “De Paseo” e “Que Vuelvan” são músicas que se destacam, mas o álbum como um todo é formidável.
OLAYA SOUND SYSTEM – “LA TIERRA BAILA”: Um álbum que demorou quase dois anos pra sair chega quase encerrando o 2021 peruano. O álbum do Olaya aposta num estilo tropical muito agradável, pois integra gêneros como cumbia, reggae, huayno, rock, salsa e ritmos latino-americanos dignos de dançar do início ao fim com as dezenas de canções oferecidas. “El Árbol”, “Pasión Tropical” ou a revisão do seu clássico “Manos al Fuego” tem potencial para sacudir o planeta, e não com base em terremotos.
HIT LA ROSA – “CERES ENTRÓPICOS”: “Ceres Entropicos” é um dos discos peruanos mais esperados e destacados do ano, sem dúvida. A proposta de Hit La Rosa é baseada na experimentação, exploração e reivindicação dos sons locais. É inspirado principalmente na sonoridade original e tradicional da cumbia peruana, e busca sua evolução fundindo-se com sons de diferentes culturas do mundo, como a árabe, africana e sul-americana. Realmente é uma jornada sólida que recomendamos fortemente.
THE AMIXERS – “DISPARA”: “Dispara”, o primeiro álbum da nova banda de Lima, The Amixers, reúne um punhado de faixas de rock inspiradas no amor e em desamores, efervescência juvenil e vida noturna. Segundo eles, um álbum pensado para acompanhar as aventuras de todos os jovens nos recantos mais remotos da cidade.
SKILLBEA – “MODA DE CHIBOLOS”: O novo álbum do Skillbea, “Moda de Chibolos”, é composto por 10 canções que analisam modas, drogas e experiências irreverentes de “modismos” entre os jovens. O disco é baseado nas experiências de Jonatan Maturrano, vocalista do projeto, que de seu quarto no bairro popular de San Juan de Lurigancho, em Lima, tem explorado sua música para alcançar novos sons R&B, Hip Hop, Pop e Dembow, colaborando com produtores e artistas como Cinesmero, Días Hábiles, Gina Quiroga e outros.
PLEITØ – “EL RAP ES UN REGALO”: Composto por 7 músicas, “El Rap Es Un Regalo” é o álbum de estreia do rapper Pleitø, que nele resume a história, a vida e a pessoa por trás do artista em letras que falam da dor pela morte do pai, da sensação de liberdade, autoaperfeiçoamento, depressão, amor, dos amigos e da maneira como ele lida com os altos e baixos do seu dia. Inspirado nas tristezas e alegrias que acompanham sua vida, este primeiro trabalho vem à tona com a produção de Reies, encarregado de fazer a música e colocar as melodias corretas em seus pensamentos.
URUGUAI
por Kristel Latecki do site PiiiLA
Novembro veio com uma agenda cultural sobrecarregada, que recebeu eventos de massa em espaços públicos e nas ruas, além dos shows musicais já regulares que continuam a acontecer todos os finais de semana. O cronograma de lançamentos no Uruguai, por sua vez, não diminuiu com a chegada iminente do final do ano, muito pelo contrário.
LUCIANO SUPERVIELLE – “ÉPISODE (MÚSICA PARA CINE)”: Em sua brilhante carreira, Luciano Supervielle soube colaborar e trabalhar ao lado de vários artistas e para diversos projetos. Uma das facetas de Supervielle é a de compositor de trilhas sonoras, e “Épisode (Música para Cine)”, seu disco mais recente, reúne algumas das composições originais com as quais Luciano contribuiu para o cinema uruguaio. São 23 faixas que apareceram em cinco documentários e ficções e, embora tenham sido projetadas para trabalhar em uma história, trazem a marca indelével de seu criador.
LAURA CANOURA – “CANTORCITA”: Em meio à pandemia, Laura Canoura, uma das vozes mais icônicas da canção uruguaia, resolveu criar um álbum despojado, intimista e acústico, destacando sua interpretação como protagonista nos arranjos. “Cantorcita” foi gravado com o guitarrista Carlos Gómez, com quem Laura criou versões de canções de Juan Falú (autor da faixa que dá nome ao álbum), Caetano Veloso, Eduardo Darnauchans e outros.
PEYOTE ASESINO – “SERIAL”: Peyote Asesino já antecipou parte do que seria seu retorno ao estúdio em forma de singles, mas deixou o mais poderoso para o final. “Serial” é seu primeiro álbum em 23 anos, e não era apenas o tempo o desafio que eles tinham que enfrentar, mas também o novo contexto musical que pouco tem a ver com aquele que inspirou seus dois álbuns icônicos. Para vencer tudo isso eles se apoiaram num som sobrecarregado, pesado e denso, que está fortemente posicionado para que seus dois vocalistas e letristas façam o seu trabalho. E embora o momento seja diferente, há coisas que eles não perderam: o humor, as viradas da linguagem e os ganchos de direita continuam firmes.
BRUNO CAMMÁ & GABINO SUANES – “LOS VAGABUNDOS DEL DRAMA”: Bruno Cammá e Gabino Suanes, dois dos integrantes do Dostrescinco, publicaram um EP cuja semente foi plantada há muito tempo, mas graças à pandemia pôde crescer. Produtor e beatmaker além de MC, Bruno se encarrega da música enquanto compartilha as tarefas líricas com Gabino, condensando as mensagens entre eles. Em “Los Vagabundos del Drama” – parafraseando o livro de Kerouac – Bruno e Gabino falam sobre a importância de ser você mesmo, abandonar o pedestal do ego e a necessidade de estar presente, vivendo o agora.
MIRANDA DÍAZ – “VOLAR”: Depois de lançar um ótimo álbum de estreia, Miranda Díaz não parou por aí. Apresentando um lado mais eletrônico e dançante, o single “Volar” foi produzido por Tadu Vázquez e dá continuidade a temática de seu álbum “Nosotros Dos”: as sensações que se chocam após um rompimento e o encontro de si mesma com a solidão.
ARQUERO – “4 DÍAS”: Arquero, rapper que integra o Los Buenos Modales, lançou um excelente primeiro álbum solo em 2018, e neste mês apresentou uma das faixas que farão parte de seu próximo disco. “4 Días” soa bem diferente, e isso graças aos versos cantados pelo rapper e à presença protagonista da guitarra (acústica em princípio, distorcida nos refrões) na batida, dando um frescor inesperado a uma faixa que é tematicamente tudo menos fresca.
GIA LOVE – “INSTANTÁNEO”: A cantora e compositora Gia Love há muito absorveu o título de produtora e, desde então, sua música explorou novos e diferentes cantos do pop eletrônico. Nesta ocasião, ela criou no single “Instantáneo” uma atmosfera sonhadora, sutil e acima de tudo sensual. “Corpo a corpo eles se entendem / E ninguém tem nada a dizer”, canta, deixando a mensagem clara.
SANTIAGO MARRERO – “SOBRE LA CIUDAD”: O músico e produtor Santiago Marrero tem uma longa carreira explorando a intersecção entre a música eletrônica e o pop. Junto com Santé Les Amis e, mais recentemente, El Cuarteto de Nos, ele encontrou terreno para desenvolver esta experimentação a seu gosto. E agora estende tudo isso a seu primeiro álbum solo. Com “Sobre La Ciudad”, o primeiro single, Marrero mostra um pouco de seu espectro sonoro, com uma primeira parte instrumental e groovy, e uma segunda em formato canção. Tudo sobre texturas melódicas criadas por sintetizadores analógicos. O vídeo que acompanha foi dirigido por Agustín Ferrando Trenchi (Tiranos Tremblad).
A literatura teve alguns dos seus eventos mais importantes do ano no Uruguai em Novembro com a Feira Internacional do Livro, a entrega dos Prémios Bartolomé Hidalgo e a Noite das Bibliotecas.
Depois de sua ausência no ano passado, a grande Feira Internacional do Livro voltou a se instalar na esplanada da Prefeitura de Montevidéu e ofereceu lançamentos, palestras e apresentações durante 13 dias, além do clássico passeio por estandes de editoras e livrarias. Entre os destaques estão os livros dedicados à política (“1984. A Origem da Esquerda Atual”, de Mario Mazzeo apresentado com José Mujica); a apresentação do livro da argentina Mariana Enríquez “Alguém caminha sobre seu túmulo”; e a última obra de Damián González Bertolino, “Origen De Las Palabras”.
Os Prêmios Bartolomé Hidalgo tiveram uma premiação dupla face ao cancelamento da ediçãodo ano passado e alguns dos prêmiados foram: na categoria Narrativa, “Mordida”, de Mercedes Estramil em 2020, e “Mugre Rosa”, de Fernanda Trías em 2021; Em Poesia o prêmio de 2020 foi para “Poemas encontrados lejos de Islandia”, de Roberto López Belloso, e de 2021 para “Escrituras”, de Jorge Arbeleche. Já o Prêmio Revelação foi concedido a Gonzalo Baz, e o Prêmio Trayectoria a Hugo Achugar.
E, por último, a Noite de Las Librarias é uma iniciativa organizada pelo Centro Cultural da Espanha em Montevidéu com o objetivo de dar visibilidade às livrarias do país, sua importância no meio cultural e das pessoas por trás delas. Nesta 5ª edição aconteceram atividades em 70 livrarias e espaços culturais de várias partes do país, incluindo leituras e palestras, além de shows musicais de artistas como Pedro Dalton, Patricia Turnes e a argentina Barbi Recanati.