Texto por Leonardo Vinhas
Fotos por Cosquin Rock e Cooltivarte (veja galeria)
Grandes festivais de música hoje são eventos recorrentes, que abundam no calendário de muitos países. Uma grande parcela do público que os frequenta sequer desconfia que houve um tempo em que eles eram eventos raros, revestidos de uma expectativa quase mítica – afinal, a escassez sempre nos dá uma perspectiva diferente daquilo que vivenciamos. Com todo o marketing moderno, que propagandeia a “experiência” oferecida, fica difícil (e algo ridículo) tentar impor um caráter transcendental ou mesmo artístico a qualquer festival. Mas ainda é possível encontrar espaço para ser não apenas um consumidor, mas um indivíduo, quando as condições são favoráveis.
As condições, no caso deste relato, começam com uma viagem de 2 mil quilômetros por terra, sozinho em um ônibus em um trecho e acompanhado de dois camaradas ao longo da maior parte. O silêncio, a desconexão provocada pela ausência da tecnologia móvel, as leituras sem interrupções eletrônicas, uma pausa no meio do caminho para rever pessoas queridas, a trilha sonora de primeira e algumas poucas conversas contribuíram para recolocar o cérebro e o espírito em um ritmo mais humano e menos “maquínico” (como diria Gilberto Gil). Assim, quando chegamos a Montevidéu na noite do dia 2 de outubro, já não era um ansioso profissional do mundo pós-emprego quem pisava na capital uruguaia, mas sim um indivíduo que há muito não dispunha de tanto tempo e foco para olhar para si e para o mundo ao redor.
E depois de um dia revendo amigos e bebendo bem na capital, era hora de rumar para a vizinha Canelones, onde aconteceria a segunda edição do Cosquin Rock Uruguai. E antes de tudo, é preciso dizer que o Cosquin Rock é um evento tal como aqueles descritos no primeiro parágrafo: uma franquia festivaleira nascida na Argentina, e que desde 2017 se espalhou para outros países da América Latina, além de Estados Unidos e Espanha. Cada país abrigou edições de diferentes tamanhos, mas a proposta era a mesma: misturar artistas argentinos com os de outros países da América Latina, unindo “comida, experiência e música”, conforme declarou ao Scream & Yell o criador e dono da marca, o argentino José Palazzo.
Aí podemos filtrar um pouco o marketing, e já apontar que a “comida” é aquele engodo que estamos costumados a ver também por aqui. Nunca os termos “gourmet” e “comida autoral”, ostensivamente presentes na divulgação, foram tão maltratados quanto nos estandes do Parque Roosevelt. Sanduíches tristes, massas sem sal e entupidas de tempero industrializado, cerveja de quinta categoria (a Pilsen, uma espécie de Brahma piorada). Tudo a preços bem elevados (o hambúrguer, por exemplo, saía por 260 pesos, o equivalente a cerca de 28 reais), como costuma ser nesse tipo de evento.
Mas tudo bem: dava para se alimentar muitíssimo bem antes de percorrer os 16 quilômetros que separam Canelones de Montevidéu, até porque não havíamos nos deslocado por milhares de quilômetros para reclamar da comida de festival. O que fez com que esses três brasileiros pegassem a estrada foi a mesma coisa que originou a amizade entre eles: a música, especialmente o rock latino-americano. E essa, no saldo final, não entregou menos do que prometia.
Uma das propostas do festival, essa integralmente cumprida, é que ele aconteça em meio à natureza, e o Parque Roosevelt é um belo e amplo bosque. O festival teve dois palcos montados em uma clareira em meio aos eucaliptos, com os estandes de comida e várias áreas de descanso entre eles. E adentramos o local na tarde do dia 5, um sábado bastante frio, a tempo de ignorar o roquinho genérico do Pibes Pepa no palco principal (Norte) e testemunhar a Freestyle Zoom Hip Hop, uma batalha de MCs muito mais animada e interessante, no palco secundário.
Aliás, o hip hop logo se revelaria um dos eixos do lineup. Não só dava a tônica de muitos nomes escalados, como também se revelava, muitas vezes, mais convocante que o som de guitarras. A preferência do público, majoritariamente bem jovem (era bastante raro ver alguém aparentando mais de 30), deixava antever que os próximos anos da música pop uruguaia provavelmente será tomada pelas rimas e pelos beats.
E tão logo terminou a batalha, a cantora Eli Almic subiu ao palco acompanhada do DJ RC e de uma banda que incluía sax, guitarra, bateria, baixo e teclados. E isso fez toda a diferença: com arranjos que bebiam tanto no soul como no yacht rock oitentista, Almic e seus músicos mostraram profundidade e peso que suas gravações de estúdio sequer sugerem – mérito principalmente do tecladista Sebastián Gagliardi, também arranjador. Cheia de marra e com carisma de veterana (mesmo não sendo), Almic deu cara de hit a canções como “Brujas” e “Ayuda”. Suas letras deixam a desejar – muito slogan para pouca reflexão – mas agradam ao público. E é preciso mencionar que ela botou Bolsonaro no telão enquanto falava sobre feminicídios. Enfim, superficialidade lírica à parte, um belo show.
E a partir daí, a coisa só melhoraria. Los Prolijos, no palco Sul, conseguiam a façanha de trazer ecos de swing e de stoner rock (!) ao seu power pop pampeano. Depois deles, Monica Navarro faria sua releitura eletrificada da canção tradicional uruguaia. Uma animadíssima festa guitarreira, de ambos os lados.
Mas entre esses dois bons shows haveria os Buenos Muchachos no palco principal, e é impressionante ver como uma banda densa e anticomercial pode apresentar canções como “Arco” e “Temperamento” e vê-las recebidas como sucessos, cantados a pleno pulmão – isso para não citar os hits por assim dizer, “He Never Wants to See You (Once Again)” e “Antenas Rubias”, executados com vigor por uma banda afiadíssima. Havia visto-os recentemente em uma impecável apresentação no festival Paraíso do Rock, mas vê-los num palco grande, jogando em casa, é uma experiência diferente, melhorada pelo som impecável, que garantia que todas as texturas do trio de guitarras se mantivessem apesar do amplo espaço. Showzaço.
Já era escuro (anoitece tarde na primavera austral), e o local estava bem mais cheio quando os Aterciopelados subiram ao palco. Contrariando as bravatas da vocalista Andrea Echeverria, que diz que o presente é o melhor momento da banda, preferiram jogar pra plateia e dispensaram material mais recente, concentrando o repertório nos hits da primeira etapa, como “Florecita Rockera”, “Bolero Falaz”, “Cosita Seria”, “El Album” e “Maligno”, entre outros. Comodismo? Pode ser. Mas para mim, que só aprecio essa fase dos colombianos e nunca os havia visto ao vivo, funcionou muito bem (e para o resto do público, mais ainda). Afinal, ninguém é resenhista 100% do tempo.
Enquanto os paraguaios Kchiporros tascavam um animado (ainda que por vezes excessivo) cruzamento de cumbia e ska no palco menor, eu pensava que, de minha parte, já estaria de excelente tamanho. Mas ainda haveria os Babasónicos mais pra frente, então nada de pegar o ônibus de volta. O duro é que até chegar esse momento viria muito do que o rock uruguaio tem de pior. No palco Norte, No Te Va Gustar mostra que sua música é como a cerveja que leva seu nome: despersonalizada e insossa. A popularidade da banda – uma das maiores do país, estourada na Argentina – sempre foi e sempre será um mistério para mim. Um genérico de rock romântico e populista, do tipo que faz você achar que o Capital Inicial talvez não seja tão ruim assim (aliás, adotaram a mesma “politização” de fachada da turma de Dinho Ouro Preto, ensaiando um arremedo de crítica à reforma administrativa uruguaia).
Mas pior, muito pior, foi La Triple Nelson. Uma mistura de Roupa Nova com Malta (quem se lembra?), a banda é uma montoeira de clichês de romantismo, rock de arena e sentimentalismo latino caricato. Mesmo à distância, me recuperando em um dos sofás da área de descanso, foi um dos piores shows da minha vida, e olha que vi muita porcaria nesses mais de 40 anos.
Porém, como se em uma história cristã, o sacrifício foi recompensado com benesses: os Babasónicos mostraram, mais uma vez, que a posição de entertainers não lhes cai bem. São artistas mesmo, e quebraram todas as expectativas ao trazer um show lento, com silêncios e discretos acenos psicodélicos. Quando um hit aparecia – e foram muitos – era para ser ressignificado e reapresentado. “Pijamas”, por exemplo, perdeu a cara de jingle de telefonia celular para virar uma peça pop altamente lisérgica, enquanto “Putita” teve toda sua melodia vocal refeita. Concessões à estética roqueira (que esses argentinos já usaram com maestria, aliás) só em “Sin Mi Diablo” e “Cretino”. Mesmo os megahits “Carismatico” e “Yegua”, emendados um no outro, ganharam nuances que mudavam seu sentido. Mas o grosso do show veio do excelente último álbum, “Discutible”, lançado neste ano. E que uma canção tão atípica como “La Pregunta” seja um hit pedido a gritos pelo público só comprova que os Babas jogam no mainstream dentro de seus próprios termos. Com a banda na penumbra, o vocalista Dárgelos, vestido com calças de motoqueiro oitentista, bata branca e ostentando uma longa barba grisalha, tomava a frente como um profeta do apocalipse queer, recusando-se a jogar o jogo festivaleiro e, ao mesmo tempo, entregando um show tão cerebral quanto envolvente.
Ainda deu tempo de ver algumas canções dos Buitres antes de pegar o ônibus. Únicos a entrar atrasados em um dia de pontualidade impecável, comemoraram seus 30 anos de carreira entregando seu rock rapidinho e agitadinho de costume. Sabe aquele punk rock melódico que você encontrava de baciada nos anos 1990? Então, eles estão nessa até hoje. Depois da sexta canção, a certeza de que ia ver mais do mesmo me fez tomar o rumo de casa – e perder o chilique do vocalista Gabriel Peluffo, que xingou a organização porque queriam que ele terminasse o show no horário combinado. No dia seguinte, gravou um envergonhado pedido de desculpas, possivelmente depois de uma senhora dura da organização.
O domingo começou com sol, com a lama da noite anterior já seca, e muito mais gente que o sábado. O número oficial divulgado pela organização é que 20 mil pessoas compareceram aos dois dias, embora nas internas alguns falassem em muitos mais. O espalhamento dos espectadores dificultava a arriscar um palpite, mas o fato é que o último dia estava bastante tomado desde cedo, E os méritos, aparentemente, vinham do hip hop. No palco Sul, Buenos Modales, AFC e a argentina Sara Hebe já subiram contando com a adesão de boa parte do público, e conquistaram os que ainda não os conheciam.
Assim como Eli Almic, todos se valiam de bandas grandes, com pelo menos cinco integrantes, dando mais organicidade às suas apresentações. Hebe traz elementos de trap e puxa para uma sonoridade mais moderna, enquanto o AFC aposta no peso guitarreiro. Já os Modales têm muito estilo, mas às vezes é só isso que eles têm. Ainda assim, a bordo de um hit inegável (“Flanders”) e com uma massa que conhecia todas as quilométricas letras, mostraram que mereciam um lugar no palco principal.
Por lá, quem movia mais gente no momento de nossa chegada era a murga roqueira Agarráte Catalina, conhecida por suas apresentações festivas e sua relação com o partido esquerdista Frente Amplio. Simpático, mas o hip hop do palco Sul era bem melhor.
O bom é que eles foram sucedidos por Mimi Maura, uma das mais ricas propostas musicais dentro do reggae e do ska mundial. 20 anos de carreira, discos a rodo, uma voz inconfundível e uma banda que inclui gente do porte de Sergio Rotman (guitarra e sax, e marido de Mimi), Fernando Ricciardi (bateria) e Hugo Lobo (trompete) – todos também dos Fabulosos Cadillacs – ela não conseguiu inicialmente roubar o público dos hip hoppers. Mas só inicialmente: “Jay Yo me Muero”, “Quemapuentes”, “Sinner Man” e outras pérolas iam se sucedendo, ao ponto de que a organização deixou que estendessem o show. Da parte deste que vos escreve, a incredulidade de estar em um show que há mais de 15 anos queria ver era substituída pela alegria de ver que excedia qualquer expectativa. Apesar do dia anterior ter trazido muitas ótimas apresentações, esse foi o momento no qual o racional perde protagonismo para o emocional e você deixa o movimento espontâneo do corpo falar por você. E é aí, olhando para o casalzinho local fanático que dança e canta todas as músicas ou para os novatos recém-convertidos que se entregam ao seu lado, é nesse momento que você se lembra que, por mais que existam as selfies e a vida de segunda mão das redes sociais, o marketing mentiroso, os preços abusivos, um festival ainda tem uma razão de ser que transcende as aparências.
E para a maior parte do público presente, o Cuatro Pesos de Propina desempenhou papel semelhante. Entraram com moral de headliner, saudados por um público ansioso, e entregaram um show enguitarrado e fortemente ritmíco – uma surpresa para quem esperava as nuances reggae e folk que tantas vezes apresentaram em palcos brasileiros. O show foi uma festa autêntica por parte de todos os envolvidos, que incluíam os muitos convidados que dividiram o palco com a banda: Lú Ferreira e Agarráte Catalina subiram para engrossar as vozes de “Mi Revolución’ (regravada em português pela Francisco El Hombre), enquanto Sara Hebe veio quicando para a eletrônica “Umpa”. Antes de executar “Ea Ea Apepe”, o vocalista Gastón Puentes lembrou que, enquanto o festival do ano passado rolava, “estávamos felizes aqui mas o mundo vivia um dia triste, com o resultado da eleição no Brasil”. Também arengou contra a reforma administrativa uruguaia, e pediu resistência: a resposta foi uma comoção intensa durante toda a canção, no qual até uma bandeira de “Lula livre” tremulou no meio do público. Se o parâmetro para medir o êxito de um show no festival é o quanto a plateia participa, os “Cuatrope” foram a segunda atração mais bem-sucedida da noite.
Antes do “primeiro lugar” segundo esse critério, Peyote Asesino entregou mais rap e hip hop, só que filtrado por aquele peso noventista, com direito a muita gritaria. Apesar da inegável competência dos músicos – entre eles os guitarristas Juan Campodónico (também do Bajofondo e um dos principais produtores do Uruguai) e Fernando Santullo – era difícil não vê-los como datados e absolutamente… comuns. Não fosse o uso do idioma espanhol, podiam ser uma banda de qualquer parte do mundo. O público não se dispersou, mas também não se comoveu. Não é porque o hip hop está na moda que qualquer coisa nessa linha cai no gosto geral.
E por falar em preferências massivas, o tal do “rock barrial”, tendência fortíssima no fim dos anos 90 e começo dos 2000, parece estar mesmo rumando para o ostracismo. Se no primeiro ano do Cosquin charrua pululavam bandas do tipo, em 2019 só vieram os Ojos Locos (jogados em um horário ingrato no começo do domingo) e os Guasones, esses encerrando a programação do palco sul. Sua releitura banal e vulgar do cânon dos Rolling Stones não agradou a quase ninguém. Nem “Tan Distintos”, outrora um hit infalível, provocou muita reação. Foi uma boa hora para encarar as (longas) filas de comida e buscar mais um dos hamburguinhos ruins.
(In)devidamente alimentados, nos juntamos à enorme aglomeração que saudou Skay y Los Fakires aos gritos. Bastou o primeiro tempo do riff de “El Ojo Téstigo” para que o público explodisse e entrasse em um comportamento que, aqui nesses lados, só se vê em show do Iron Maiden. Cantar riffs e solos, pogar desabregadamente, entoar qualquer letra e quase ir às lágrimas com os cavalos de batalha: é isso que acontece em uma apresentação da banda comandada por Skay Bellinson. Ex-integrante dos Los Redondos, um fenômeno quase religioso do rock argentino, o guitarrista tem um status de lenda viva, e o fato de que trouxe como convidado de luxo o guitarrista Richard Coleman (colaborador do Soda Stereo e do falecido Gustavo Cerati, e um dos maiores nomes do instrumento na Argentina) só aumentou o frenesi. Por mais que alguém antipatizasse com sua banda (meu caso) ou com as letras de fantasia épica, não dava para ser ranheta e não reconhecer estar diante de um fenômeno único, que faz especial sentido ao vivo. E mérito maior: a nostalgia não deu o tom, com arranjos renovados, vigorosos, e forte presença das canções mais recentes que gravou como solista. Brutal, como dizem os uruguaios.
A noite ia chegando ao fim, e no dia seguinte partiríamos cedo pela estrada no caminho de volta. Porém, ainda havia La Vela Puerca, banda que era esperada com a maior quantidade de camisetas, bandeiras e “cantos de torcida” (a relação entre rock e futebol é próxima, quiçá demasiadamente). Á banda, porém, nos ajudou a sair em tempo de pegar os primeiros ônibus rumo a Montevidéu, pois seguiu a triste tendência que vem exibindo nos últimos anos de soar cada vez mais chocha. Abriram com a óbvia “Sobre la Sien” e depois tentaram empurrar as canções frouxas de “Destilar” (2018), álbum que não conseguiram emplacar até agora. Nunca uma banda com tanta gente no palco soou tão anêmica. Talvez tivesse melhorado mais para o fim, quando seguramente recorreriam às suas velhas (e ótimas) canções… mas o setlist.fm me diz que nem isso fizeram. Pena. Outrora imperdíveis, o La Vela tornou-se anódino, e se assim seguir, logo virará dispensável.
Já no caminho de volta, o silêncio da estrada ajuda a refletir algumas coisas. No Cosquin Rock argentino de 2018, encontrei um jornalista cordobês veterano que, no backstage, me provocava: “como isso aqui pode ser rock, se não tem risco nenhum? Está tudo patrocinado, seguro, nada vai acontecer fora do script. E o rock precisa do risco”. Verdade. Assim sendo, é justo dizer que a edição uruguaia de 2019 trouxe muito pouco risco – o que implicaria em muito pouco rock. Nesse sentido, os Babasónicos – seguramente os mais “suaves” desses dois dias – foram mais roqueiros que todos, seguidos pelos Buenos Muchachos. Mas também seria tolice (e chatice) desprezar o poder de Skay y Los Fakires e Cuatro Pesos de Propina, renegar a alegria causada por Mimi Maura, ou a surpresa dos bons hip hoppers como Eli Almic e os MCs que batalharam. Seria estúpido até mesmo negar a diversão genuína provocada por Aterciopelados, Los Prolijos e Kchiporros, entre outros.
Para que serve um festival? Se é para apresentar música nova e confirmar (ou não) a consagrada, como propôs José Palazzo, o objetivo foi cumprido com sucesso. Se é pela “experiência”, essa é individual, e nesse aspecto, posso garantir que os três que estavam naquele carro tiveram sua própria vivência, com repercussões diferentes para cada um, e é certo que não fomos os casos isolados. Se é pela “comida”, como também disse o fundador, aí sim foi um fracasso miserável. Despido do discurso marqueteiro e da necessidade de viver para a aprovação em redes sociais, o Cosquin Rock Uruguai de 2019 mostrou-se um festival rico, cativante e com potencial para ser mais do que um evento comercial. Quem sabe em 2020, não estarão outros malucos ali na estrada querendo conferir isso de perto?
– Leonardo Vinhas (@leovinhas) assina a seção Conexão Latina (aqui) no Scream & Yell.