entrevista por Paulo Pontes
Formado em New Jersey, nos Estados Unidos, em 1994 e hoje um dos maiores nomes do chamado prog metal, o Symphony X deu uma pausa forçada nos últimos dois anos, pois o vocalista Russell Allen se envolveu em um trágico acidente que vitimou o baixista de sua outra banda, o Adrenaline Mob. Paralelamente, os outros músicos investiram em projetos solos, e o Symphony X hibernou até o começo de 2019, quando os integrantes se reencontraram.
“Nós visitamos apenas a Europa em maio e junho e foi ótimo”, conta o guitarrista e fundador Michael Romeo, em entrevista por e-mail ao Scream & Yell. O último disco de inéditas da banda, “Underworld”, é de 2015, mas Michael acredita que essa turnê foi uma decisão acertada mesmo sem o grupo ter material novo para mostrar: “Pensamos que era a melhor coisa para nós, a banda no palco, tocando nossa música e se divertindo novamente”.
Isso não quer dizer que os shows do Symphony X não terão surpresas: “Nós sempre recebemos muitos pedidos para tocar ‘The Odyssey’ (faixa com mais de 24 minutos de duração), então decidimos incluí-la no set também”, avisa Romeo. Na conversa abaixo ele ainda fala, entre outras coisas, da importância dessa pausa que a banda fez desde sua última turnê, lista os três discos mais importantes da história do Symphony X e deixa um recado para os fãs brasileiros.
Nos últimos anos o Symphony ficou, aparentemente, em segundo plano para vocês, que estavam ligados a outros projetos ou focados nas carreiras solo. Isso aconteceu por algum motivo específico? A banda precisava dessa pausa?
Sim, fizemos uma pausa nos últimos dois anos, pois aconteceram algumas coisas. O primeiro é que Russ (Russell Allen) esteve envolvido em um trágico acidente (Russel sofreu um acidente com a banda Adrenaline Mob em 2017) e precisava de algum tempo para resolver as coisas. Além disso, alguns de nós estávamos trabalhando em material solo e outras coisas. Então, todos nós tiramos um tempinho devido a essas razões. Olhando para trás, acho que essa folga foi boa para todos nós.
De alguma maneira essa pausa foi benéfica para este retorno da banda?
Como eu disse, acho que uma folga foi boa para todos. Quando decidimos voltar para a estrada, todos ficamos animados com isso… Acho que todos nós sentíamos falta disso. Nós visitamos apenas a Europa em maio e junho e foi ótimo.
Por que decidiram sair em turnê antes mesmo do lançamento de um novo disco?
Depois que as coisas se acalmaram, começamos a conversar, ou fazíamos uma turnê ou um novo álbum. Nós decidimos por uma turnê. Pensamos que era a melhor coisa para nós, a banda no palco, tocando nossa música e se divertindo novamente.
A banda tem trabalhado em novas composições? Podemos esperar um novo lançamento do Symphony X em breve? Podem nos adiantar algo?
Temos falado sobre planos futuros e um novo álbum é definitivamente algo que estamos considerando, mas ainda estamos elaborando nossos planos e um cronograma para o próximo ano.
Para os shows no Brasil, especificamente, podemos esperar alguma surpresa no setlist ou vocês não haverá mudanças com relação às músicas que tocaram na mais recente turnê européia?
O setlist tem um pouco de tudo. Nós não queríamos que isso fosse uma turnê de ‘Underworld’, já que muito tempo se passou desde o lançamento do disco. Então montamos um setlist que tem algumas músicas de vários álbuns. Nós sempre recebemos muitos pedidos para tocar ‘The Odyssey’ (faixa com mais de 24 minutos de duração), então decidimos incluí-la no set também.
Se pudessem escolher os três principais lançamentos da história do Symphony X, quais seriam? Por quê?
Embora “Iconoclast” e “Underworld” sejam meus favoritos, olhando para trás eu diria:
– ‘Divine Wings of Tragedy’ – por ser o álbum onde realmente encontramos e definimos nosso estilo como banda. O modelo para o que continuaríamos criando nos álbuns seguintes.
– ‘Paradise Lost’ – por ser o álbum onde seguimos o nosso estilo habitual, mas adicionamos um pouco mais de uma abordagem pesada e produção. Mais uma vez, uma mistura do antigo e do novo.
– ‘Underworld’ – Por ser uma combinação de todas as coisas que fizemos. Há um pouco de tudo nesse álbum, as coisas pesadas, as coisas progressivas, e as melódicas.
Muito obrigado pela entrevista. Poderiam deixar um recado para os fãs brasileiros que terão mais uma oportunidade de ver o Symphony X ao vivo?
Como todos sabemos, os fãs no Brasil são incríveis! Nós sempre nos divertimos muito quando estamos lá. Então, muito obrigado a todos por todos os anos de apoio, e estamos ansiosos para vê-los novamente em breve!
– Paulo Pontes é colaborador do Whiplash, assina a Kontratak Kultural e escreve de rock, hard rock e metal no Scream & Yell. É autor do livro “A Arte de Narrar Vidas: histórias além dos biografados“.