por Bruno Capelas
Prolífico, versátil, desbragado, despudorado, tradicional e contemporâneo sem sair de cima: B Fachada é, possivelmente, dos artistas portugueses do século XX, um dos mais interessantes.
Nascido Bernardo Fachada, o cantor e compositor é cheio de contradições: fez parte dos Diabo na Cruz, mas se deu bem na carreira solo. É libertário e libertino, mas começou gravando pela FlorCaveira, a gravadora cujo lema é religião e panque-roque, vale lembrar – para quem ouviu os últimos programas do Roque da Casa, quase como o filho pródigo ou a ovelha negra. Faz canções que lembram as lamúrias do canto das aldeias, mas também quer ser o Zappa português.
Sua carreira solo começou em 2007, já como B Fachada. Dali até 2013, foram mais de 10 gravações, entre EPs, álbuns cheios e regravações de discos – caso da releitura de “Os Sobreviventes”, de Sérgio Godinho, um dos principais discos da música popular portuguesa.
De lá para cá, porém, Fachada pouco gravou, tendo se recolhido à vida caseira e aos filhos. Não tem problema: é uma obra para se mergulhar, da qual o Roque da Casa oferece apenas um passeio “no raso” – destacando a love song “Estar à Espera ou Procurar” ou as canções “infantis” que ele fez lá para 2010, como “Tó-Zé” e “Primeiro Dia”. Não julgue a casa pela fachada: entre de uma vez. Roque da Casa é veiculado pela Contra.fm e disponível em playlists comentadas no Spotify e no Deezer.
BLOCO 1
B Fachada – “Estar à Espera ou Procurar” (do álbum “B Fachada”, de 2009)
B Fachada – “Só Te Falta Seres Mulher” (do álbum “B Fachada”, de 2009)
B Fachada – “Kit de Prestidigitação” (do álbum “B Fachada”, de 2009)
No BG: B Fachada – “O Ciúme e a Vergonha” (do álbum “Um Fim de Semana No Pônei Dourado”, de 2009)
BLOCO 2
B Fachada – “Tó-Zé” (do álbum “É Pra Meninos”, de 2010)
B Fachada & FRANCISCA CORTESÃO – “Primeiro Dia” (do álbum “É Pra Meninos”, de 2010)
B Fachada – “Afro-Xula” (do EP “Criolo”, de 2012)
No BG: B Fachada – “Carlos T.” (do EP “Criolo”, de 2012)
Código Deezer
Código Spotify
– Bruno Capelas (@noacapelas) é jornalista do Estadão. Colabora com o Scream & Yell desde 2010.
– Roque da Casa: Ouça os programas 1 (com Antonio Variações) e 2 (com Deolinda) aqui
– Roque da Casa: Linda Martini transita entre o pós-punk e o post-rock, com pitadas de hardcore
– Roque da Casa: Formada no final da década passada, a Diabo na Cruz tem quatro discos
– Roque da Casa: Com nome inspirado nos White Stripes e canções à la Strokes, eis Os Pontos Negros