entrevista por Cainan Willy
Aos 65 anos (ele completa 66 no próximo dia 14 de setembro), Arrigo Barnabé permanece inquieto artisticamente. Seu último álbum de estúdio, “De Nada Mais a Algo Além” (2013), foi registrado ao vivo no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, e dividido com Luiz Tatit e Lívia Nestrovski. E seu DVD mais recente, “Caixa de Ódio” (2013) compila o melhor de suas apresentações entre 2010 e 2011 na (antiga) Casa de Francisca, na capital paulistana.
Um disco ao vivo, um DVD ao vivo, a paixão de Arrigo parece estar no palco. Por isso não estranha o fato de, neste momento, ele ter três shows diferentes na estrada: “Claras e Crocodilos”; que rememora sua estreia clássica de 1980; “Caixa de Ódio”, que explora o repertório repleto de “raiva, angústia e revolta” de Lupicínio Rodrigues; e o vindouro “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno”, que será uma releitura de Arrigo para o universo de canções interpretadas por Roberto e Erasmo.
Nos últimos dias, o músico paranaense foi anunciado como uma das grandes atrações do badalado festival Psicodalia 2018, em que ele apresentará o show “Clara Crocodilo”: “Parece que é um festival na linha do Woodstock, no campo, com jovens alucinando na plateia”, ele conta (tenha uma ideia aqui de como foi o Psicodalia 2016). Antes, porém, ele se apresenta na Casa do Mancha, em São Paulo, no próximo domingo, dia 10/09/2017 (informações aqui). “Não conheço não (o lugar), apenas de ouvir meu irmão (Paulo Barnabé) falar. Ele elogia muito”, explica.
Arrigo, você tem anunciado diferentes formatos de show como “Claras e Crocodilos” e “Caixa de Ódio”. Como funcionam suas apresentações ao vivo atualmente?
Quando é trabalho autoral, como “Claras e Crocodilos”, eu atuo também como instrumentista, e a parte vocal fica com as meninas. “Caixa de Ódio” é um trabalho de interprete apenas.
Como é decidido qual formato você apresentará em cada show? Como é a montagem dos espetáculos?
Isso depende de quem está contratando o show. Claras e Crocodilos surgiu por causa de um convite feito pelo VANG – festival de vanguarda em Santiago, no Chile. Eles queriam especificamente o repertório do “Clara Crocodilo” (disco que Arrigo lançou em 1980). O “Caixa de Ódio” foi uma vontade minha de fazer um trabalho como interprete das canções do Lupicínio Rodrigues. Escolhi um formato cameristico, apenas mais dois músicos. Quando a banda é grande fica muito difícil marcar shows, é muita gente, horários diferentes, outros compromissos dos músicos, etc….
Fora esses dois shows, você está prestes a estrear mais um novo, “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno”, interpretando Roberto e Erasmo Carlos. Como surgiu esta ideia? O que pode nos adiantar destas apresentações?
Vai ser no mesmo esquema do “Caixa de Ódio”, uma coisa simples. Vai ser uma leitura minha desse universo. Não são apenas canções deles, mas também canções que eles cantaram, vamos ver, esse tipo de show vai mudando com o amadurecimento no palco.
A Casa do Mancha está comemorando 10 anos de atividades e um dos primeiros eventos desse mês comemorativo é uma apresentação sua. Como foi o convite?
O contato foi através do meu irmão Paulo Barnabé. Ele se apresenta sempre lá, com a Patife Band. Quer dizer, foi uma sugestão dele, e eu achei legal. Aí o pessoal da Casa ofereceu umas datas, e a que eu podia era nesse dia 10.
Você já conhecia o local? Chegou a assistir alguma apresentação na Casinha?
Não conheço não, apenas de ouvir meu irmão falar. Ele elogia muito.
Outra apresentação ao vivo interessante e já anunciada é no festival Psicodália 2018, em qual show levar para o evento?
“Claras e Crocodilos” no Psicodalia, parece que é um festival na linha do Woodstock, no campo com jovens alucinando na plateia…
O disco “Clara Crocodilo” este prestes a completar 40 anos de seu lançamento. Você pretende trabalhar alguma tour de comemoração ou relançamento do LP?
Não pensei em nada, depois de um tempo a gente para de celebrar efemérides… Já minha filha Stella, está cheia de ideias.
– Cainan Willy (www.facebook.com/CainanWily) e editor chefe do site Pacovios
Além do Arrigo o próximo Psicodalia já anunciou Jorge Ben e Som Nosso de Cada Dia. Esse festival promete!