por Marcelo Costa
Da Escócia, a mítica Brewdog surge com sua nova investida na área das American IPAs: Elvis Juice, que após duas versões teste em 2015 ganhou sua versão final com cinco lúpulos e muita (mesmo) adição de grapefruit. O resultado é uma cerveja de coloração âmbar translucida com creme branco de boa formação e média retenção. No nariz, as notas cítricas saltam para fora da taça e perfumam o ambiente sugerindo grapefruit, suco em pó (Ki-Suco e Tang) tanto como vitamina C efervescente sobre uma base suave de caramelo. Na boca, textura levemente picante e, na sequencia, sedosa. O primeiro toque confirma a característica cítrica do conjunto, caprichado e sugerindo mais a grapefruit e menos a vitamina C. O amargor é moderado (40 IBUs corretos) e abre as portas para um perfil deliciosamente cítrico e refrescante. O final é levemente amargo com cítrico e herbal (pinho) presentes. No retrogosto, caramelo, pinho e grapefruit. Ótima!
Colaborativa da Brewdog com a cervejaria californiana Lost Abbey, a Lost Dog é uma Imperial Porter engarrafada em 2011 após passar por envelhecimento em barris de rum por quase um ano. Segundo o rótulo, a validade é de 10 anos (2021), mas ela já soa estar em descendente com 5 anos apresentando um líquido marrom escuro turvo quase preto (lembrando café mau coado). O creme é um capítulo à parte: ele surge estranhamente efervescente, sobe pouco e desaparece rapidamente. No nariz, porém, um sonho: notas frutadas remetendo a ameixa em calda, baunilha, alcaçuz e açúcar queimado sobre uma base delicada que sugere rum. Na boca, textura licorosa e picante (de 11.5% de álcool). O primeiro toque junta doçura frutada (ameixa em calda e açúcar queimado) com alcaçuz e rum. O amargor (35 IBUs) é totalmente alcoólico e abre as portas para um conjunto agradável – entre a doçura, o frutado e o alcoólico – mas inferior a outras Barrel Aged produzidas pela casa. No final, doçura longa e alcoólica. Já o retrogosto oferece ameixa, baunilha, rum e calor.
Da Escócia para a Nova Zelândia com dois rótulos da Tuatara Brewing, cervejaria da cidade de Paraparaumu, na costa de Kapiti, a 55 quilômetros da capital, Wellington. A primeira da casa é a APA, uma Aotearoa Pale Ale (Neozelandesa Pale Ale), já que utiliza 100% de lúpulos cultivados na Nova Zelândia (Pacific Jade, Cascade, Sauvin e Wai-iti). De coloração dourada com creme branco de boa formação e permanência, a Tuatara APA exibe um aroma delicioso de notas cítricas (laranja não tão doce) e herbal suave (pinho discreto) sobre uma delicada base de malte caramelada. Na boca, textura áspera e picante. O primeiro toque traz doçura rápida atropelada pelos lúpulos caseiros, que reforçam a pancada de amargor (46 IBUs, mas se dissessem 55, passava). Dai pra frente uma cerveja robusta e interessante, que surpreende o bebedor até o final, seco e refrescante. No retrogosto, cítrico suave e mais refrescancia. Delicia.
A segunda da Tuatara Brewing é a Sauvinova, uma Single Hop Pale Ale que valoriza um dos lúpulos do país mais prestigiados no mundo: Nelson Salvin. De coloração dourada com creme branco de boa formação e permanência, a Tuatara Sauvinova apresenta um aroma tropical delicioso sugerindo abacaxi e manga além, claro, de vinho Sauvignon Blanc sobre uma base discreta de malte, que faz o possível para deixar que todas as honras da receita recaiam sobre o lúpulo. Há, ainda, leve floral. Na boca, textura áspera e frisante. O primeiro toque oferece muito mais frutado cítrico (abacaxi) do que doçura, que fica na retaguarda. O amargor (34 IBUs) é agradável e não interfere no “brilho” do lúpulo, que segue ditando as regras da receita até o final, seco e cítrico. No retrogosto, mais abacaxi, leve floral e refrescancia. Delicinha.
Da Nova Zelândia para os EUA com mais uma Stillwater Artisanal, de Baltimore, Maryland, dessa vez com A Saison Darkly, uma Dark Saison cuja receita é temperada com frutos de rosa canina (rose hips), hibisco e bagas de Schisandra, uma planta medicinal conhecida no Japão pelo nome de Cinco Sabores. De coloração marrom bastante escura (quase preta) com creme bege espesso de boa formação e média alta retenção, a Saison Darkly exibe um aroma doidinho, ainda que menos rústico do que uma Saison tradicional: há percepção frutada (amora, mirtilo e alcacuz), leve doçura, azedinho e condimentação suaves. Na boca, textura sedosa com leve picância. O primeiro toque oferece doçura frutada rústica que vai se amaciando aos poucos. O amargor é baixo e fica em segundo plano diante de um conjunto frutadamente arisco que, no final, soa seco enquanto o retrogosto recupera o frutado delicioso. Bem interessante.
Segunda da Stillwater Artisanal (e as duas vieram na mala de Nova York), a As Follows é uma releitura da casa para o potente estilo Belgian Strong Pale Ale. De coloração amarela com leve turbidez e creme branco de excelente formação e média alta retenção, a Stillwater As Follows exibe um aroma com predomínio de levedura ofertando condimentação (pimenta) em meio a notas frutadas cítricas (frutas amarelas), algo que remete a vinho branco, floral delicioso e discreto herbal (ervas). Na boca, textura picante no início, mas depois aconchega. O primeiro toque traz doçura seguida de frutado (também doce, mas levemente condimentado) e leve acidez. O amargor é baixinho e, dai pra frente, surge um conjunto bastante saboroso que remete muito ao estilo Saison. O final é seco e levemente condimentado. No retrogosto, frutas amarelas e felicidade. Muito boa!
Dos EUA para a Inglaterra com duas icônicas cervejas da Samuel Smith Old Brewery, a mais antiga cervejaria do norte da Inglaterra, aqui presente primeiro com sua Nut Brown Ale, uma English Brown Ale tradicionalíssima. De coloração marrom translucida com creme bege claro de boa formação e média alta permanência, a Samuel Smith Nut Brown Ale exibe um aroma que sugere frutas escuras (nozes em primeiro plano, ainda que a receita não receba adição), doçura caramelada suave, toffee, biscoito, café fraco e discreto terroso. Na boca, a textura é seca. O primeiro toque reforça a sugestão de nozes seguida de caramelo, toffee e biscoito até a chegada do amargor, médio, mas marcante. Dai em diante, uma cerveja que consegue valorizar o malte e a sugestão de nozes de forma eficiente e saborosa. O final traz maltado e terroso. No retrogosto, terroso, nozes e toffee. Excelente.
A segunda da Samuel Smith Old Brewery é a Taddy Porter cuja receita une malte tostado, candy sugar, cevada torrada, lúpulos britânicos, água e dióxido de carbono. De coloração marrom bastante escura com creme bege claro de boa formação é longa retenção, a Samuel Smith Taddy Porter apresenta um aroma com notas que sugestionam café, chocolate, baunilha e caramelo levemente tostado. Na boca, a textura é levemente suave com uma pícancia discreta. O primeiro toque traz café, mas na sequencia o conjunto é tomado por uma forte e deliciosa sugestão de chocolate ao leite com leve frisância que afasta a doçura. O amargor subsequente é baixo e abre caminho para um conjunto caprichado e elegante, que continua na ponte café / chocolate até o final, levemente amarguinho. No retrogosto, mais chocolate. Uma delicia.
Da Inglaterra a Bélgica com duas cervejas da Brussels Beer Project, projeto colaborativo de co-criação nascido em 2013 na capital belga que busca fugir das tradições nacionais, como exibe muito bem a Baby Lone, uma autodenominada Bread Bitter (?), ou melhor, uma English Special Bitter belga com lúpulo norte-americano Chinook. De coloração âmbar acastanhada turva com creme bege claro espesso de boa formação e longa retenção, a Brussels Beer Project Baby Lone exibe um aroma maltadíssimo sugerindo caramelo e cereais acompanhados de um leve toque herbal (pinho) e de uma suave condimentação. Na boca, textura cremosa e levemente picante. O primeiro toque oferece doçura caramelada seguida de suave cítrico e herbal. O amargor é caprichado, mas não chega aos 55 IBUs que o rótulo promete (40 tá bem bom). O final é seco e condimentado. No retrogosto, leve caramelo, herbal e condimentação. Boa.
A outra da Brussels Beer Project é a Grosse Bertha, releitura de um estilo tradicionalmente alemão, o German Hefeweizen, aqui rebatizado de Belgian Hefeweizen. Assim como a Baby Lone, ela é produzida na fábrica da Brouwerij Anders, responsável pela cerveja Halen. Na receita, cevada, trigo e trigo não malteado mais lúpulos Challenger e Smaragd e levedura de Weizen. A cor é amarela com creme branco de boa formação e alta retenção. No nariz, percepção clara de notas frutadas remetendo a banana, limão suave e também frutas cristalizadas. Há leve toque de cravo e doçura agradável. Na boca, textura levemente picante. O primeiro toque traz frutado (banana) seguido de sugestão de frutas cristalizadas. O amargor é baixo e, dai pra frente, um conjunto saboroso que consegue seu intento: criar uma cerveja de fronteira, meio alemã, meio belga. O final é levemente picante. No retrogosto, doçura de banana mais frutas cristalizadas e leve cravo. Gostosa!
Da Bélgica para a Dinamarca com a mítica Mikkeller, presente aqui primeiramente com a Arh Hvad?!, uma releitura bastante personal da Orval, famosa belga trapista. De coloração âmbar caramelada com creme bege espesso de boa formação e média alta permanência, a Mikkeller Arh Hvad?! apresenta um aroma que combina notas frutadas (pêssego e manga) com bastante doçura caramelada, leve condimentação e uma baixa, mas interessante, sugestão de azedume. Há, ainda, sugestão de frutas cristalizadas e toffee. Na boca, textura picante e levemente acética. O primeiro toque oferece rápida doçura atropela por uma pancadinha de acidez, leve herbal e condimentação. O amargor é baixo, mas a acidez faz o trabalho com capricho abrindo as portas para um conjunto mais rebelde que melado, e que finaliza levemente seco e picante. No retrogosto, suave adstringência, herbal e toffee discretos mais leve azedinho. Bem boa.
A segunda dinamarquesa da série, assim como a anterior, foi produzida na mítica cervejaria belga De Proefbrouwerij. Atende pelo nome de Mikkeller Raspberry Triplebock e alguns locais a definem como uma Fruit Beer (de 13% de álcool) enquanto outros optam por Doppelbock. De coloração marrom (remetendo a café mal coado) que remete a Doppelbock com creme bege de média formação e rápida dispersão, a Mikkeller Raspberry Triplebock exibe um aroma com framboesa em destaque sobre uma base de caramelo, açúcar mascavo e álcool. Há ainda uma leve sugestão terrosa. Na boca, textura áspera e picante. O primeiro toque oferece rápida sugestão de framboesa atropelada por azedume, álcool, doçura caramelada e leve terroso. O amargor é alcoólico e terroso. Dai pra frente, um conjunto arisco que junta bastante álcool, caramelo e framboesa finalizando de maneira picante e frutada. No retrogosto, framboesa e calor. Interessante.
Da Dinamarca para a França com a primeira de duas Kronenbourg, cervejaria fundada em 1664 em Obernai, na região da Alsácia, cidade de 10 mil habitantes a poucos minutos da fronteira com a Alemanha e a quatro horas da capital Paris. É a marca mais consumida na França tendo sido adquirida pela Scottish and Newcastle em 2000 e, depois, pela Carlsberg, em 2008, que a controla desde então. A primeira é uma Wheat Beer tradicional com adição de semente de coentro e casca de laranja que exibe uma coloração amarelo palha com creme branco bonito de média formação e retenção. No aroma, bastante doçura de trigo, sugestão de suco de laranja e cravo bem discreto, mas perceptível. Na boca, a textura é cremosa e levemente frisante. O primeiro toque traz rápida doçura de trigo seguida de suco de laranja. O amargor é baixo e dai em diante surge um conjunto saboroso e refrescante que finaliza levemente cítrico. No retrogosto, casca de laranja e doçura de trigo. Bem boa!
A segunda da Kronenbourg é a autodenominada “primeira cerveja francesa” da história, a 1664, uma Pale Lager mais pra Bohemian Pilsener do que para Budweiser, que exibe coloração dourada com leves traços âmbar com creme branco de ótima formação é media alta retenção. No nariz, uma pálida amostra maltada sugerindo cereais e cevada além de um discreto traço de lúpulo herbal. Há, ainda, leve percepção metálica. Na boca, a textura é áspera e picante. O primeiro toque traz leve herbal seguido de papelão molhado e metálico. O amargor é baixo, mas eficiente diante de um conjunto tímido, com leve traço de doçura maltada, de herbal e metálico. O final é seco e refrescante. No retrogosto, doçura discreta, herbal e refrescancia. Ok para o estilo.
Da França para o Canadá com duas cervejas da Le Trou Du Diable, cervejaria de Quebec, aberta em 2005, que já havia passado por aqui com outros três rótulos (Sangd’encre, Saison du Tracteur e La Blanche de Shawi). A quarta atende pelo note de Albert 3 e é uma Belgian Ale que une o malte Pilsener com o lúpulo Cascade resultando numa coloração amarelo palha com creme branco de alta formação e longa permanência. No nariz, notas cítricas suaves (limão) dançam de mãos dadas com uma suave doçura, sugestão de coentro e presença assertiva da levedura, que adianta acidez. Na boca, textura levemente frisante e acética. O primeiro toque traz doçura de cereais seguida de leve cítrico (limão) e acidez potente derivada da levedura, que potencializa a percepção de amargor e abre as portas para um conjunto saboroso que soa mais Saison que Belgian Ale, e finaliza de maneira seca e cítrica. No retrogosto, limão, cravo, doçura de trigo e refrescancia.
A segunda canadense da Le Trou Du Diable é uma White IPA que tenta combinar os exageros de lúpulo da escola norte-americana com a refrescancia azedinha da escola witbier belga. O resultado atende pelo nome de Les Quatre Surfeurs de L’Apocalypso, uma cerveja que exibe uma coloração amarela levemente turva com creme branco ralo de baixa formação e rápida dispersão. No nariz, notas cítricas suaves à frente (manga em primeiro plano e tangerina na retaguarda), doçura de trigo na base, mel é leve percepção de resina. Na boca, a textura é sedosa e picante (resina). O primeiro toque reforça a percepção de frutas cítricas (manga), mas o amargor resinoso (60 IBUs) surge logo na sequencia e domina o conjunto, que se seguirá com percepção de mel e cítrico envoltos em resina e amargor. O final é cítrico e amarguinho. No retrogosto, mais tangerina que manga, resina leve e refrescancia.
Do Canadá para o Brasil com duas cervejas da Micro X, “a primeira microcervejaria cigana do centro-oeste”, sediada em Brasília, com mais duas receitas produzidas em Goiânia (antes já haviam passado por aqui a Blanche do Cerrado, a Oberkon e 61IPA). A primeira é Angel Tripel, uma Belgian Tripel de 9.1% de graduação alcoólica que exibe uma coloração dourada com creme branco de boa formação e média retenção. No nariz, notas delicadas frutadas sugerindo banana, pêssego, abacaxi e frutas cristalizadas além de percepção de doçura e remissão a pão doce. A levedura acrescenta leve sugestão de especiarias. Na boca, rápida frisante seguido de quase licorosidade. O primeiro toque traz doçura frutada (banana e abacaxi) seguido de leve calor alcoólico na função de amargor. Dai pra frente um conjunto agradável e bem frutado que finaliza melado e alcoólico. No retrogosto, banana, abacaxi e leve melado de álcool. Boa.
A segunda da Micro X é a RISputnik do Cerrado, uma colaborativa criada no 3º Acampamento Cigano Beer, em Goiânia, em parceria com a Cervejaria Suméria, que resultou numa potente Russian Imperial Stout que recebe adição inusitada de Jatobá e Baru em sua receita e alcança 12.5% de graduação alcoólica. De coloração marrom praticamente preta com creme bege de baixa formação e rápida dispersão, a RISputnik do Cerrado exibe um aroma adocicado e com clara percepção de álcool, que não incomoda, mas adianta a pancada que deverá vir (e vem) no paladar. Além é possível sentir sugestão de frutas escuras e, levemente, chocolate. Na boca, textura inicialmente picante (de álcool) e, segundos depois, licorosa. O primeiro toque traz doçura frutada logo entorpecida pelo álcool, que domina a percepção dai em diante, mas novamente não atrapalha o conjunto que, ainda assim, carece de corpo. O amargor fica em segundo plano (e parece metade dos 90 IBUs sugeridos) num conjunto que finaliza maltado. No retrogosto, um herbal interessante, frutado, calor alcoólico e leve madeira. Interessante.
Para fechar o passeio (mantendo-se na América do Sul), duas cervejas peruanas da Barbarian, cerveceria fundada na capital Lima em 2011, que aqui surge representada primeiramente pela La Nena Hoppy Wheat, medalha de prata na Southbeer Cup 2016. De coloração amarela com creme branco de boa formação e média retenção, a Barbarian La Nena Hoppy Wheat exibe um aroma levemente condimentado com notas cítricas (bastante limão), sugestão de coentro, leve herbal e nada de banana. Na boca, textura frisante que vai ficando cremosa quando a língua se acostuma. O primeiro toque oferece leve doçura cítrica que vai suavemente ficando amarguinha (mas bem suave, afinal são 21 IBUs apenas). Dai pra frente, um conjunto bastante agradável, refrescante e suavemente cítrico, que finaliza seco e (ainda) cítrico. No retrogosto, limão, coentro, leve tangerina e refrescancia. Delicia.
Para fechar a sequencia de 10 países, a segunda Barbarian, que atende pelo nome de L.I.M.A. Pale Ale (Lager Industriales Me Aburren ou Lagers Industriais Me Aborrecem), uma American Pale Ale Single Hop cuja receita utiliza o lúpulo norte-americano Simcoe. De coloração amarelo turva com creme branco de média formação e rápida dispersão, a Barbarian L.I.M.A. Pale Ale exibe um aroma levemente cítrico (laranja e maracujá), herbal e floral com percepção suave de levedura. Na boca, a textura é bastante frisante e um tiquinho áspera. O primeiro toque traz algo de cítrico (mais laranja do que maracujá) e também de doçura maltada bem suave. O amargor que surge na sequencia é agradável (35 IBUs) e de longa duração, chegando a pinicar a garganta segundos depois da cerveja ingerida (não é a pancada na hora, mas sim com um leve retardo). No final, doçura beeem suave. Já no retrogosto, herbal e cítrico suaves. Boa!
Balanço
Abrindo uma série de cinco países com a Escócia, representada aqui por duas Brewdog: a primeira é a deliciosa Elvis Juice, que me soou ainda mais fresca (e melhor) na torneira, mas vale muito ir atrás dessa garrafa com arte caprichada em relevo. Delicia. Já a Lost Dog, mesmo sendo boa, decepciona um tiquinho pois soa inferior as outras versões Barrel Aged da casa – sendo muito mais cara. Tem seus atributos, mas espera-se mais ainda do que ela apresenta aqui. Da Escócia para a Nova Zelândia com duas boas surpresas da Tuatara Brewing, que chega com uma APA caprichada, que poderia passar facilmente por uma Session IPA. Muito boa! A Tuatara Sauvinova valoriza o lúpulo Nelson Sauvin num conjunto deliciosamente refrescante. Partindo para os EUA com A Saison Darkly, da Stillwater Artisanal, rebeldezinha e bastante frutada. Uma delícia, adjetivo que pode ser replicado à próxima Stillwater, Us Follows, com jeitão de Saison. A Inglaterra surge representada pela Samuel Smith’s Nut Brown Ale, uma belíssima English Brown Ale com sugestão de nozes. A segunda inglesa da Samuel Smith’s, Taddy Porter, dá um passo à frente com uma incrível sugestão de chocolate. A Bélgica surge com a Brussels Beer Project Baby Lone, uma ESB mais porreta que as inglesas. Interessante. Porém, se sai melhor a Grosse Bertha, uma cerveja de fronteira, pois traz um pouco do estilo belga numa receita alemã. Gostosa! A Mikkeller Arh Hvad?! é uma releitura personal dinamarquesa da Orval que soa bem interessante mesmo sem chegar aos pés da original. A segunda dinamarquesa, Mikkeller Raspberry Triplebock, é uma porrada alcoólica com frutada bastante presente. A coisa toda parece meio fora do lugar, mas é uma proposta interessante (de 13% de álcool). Cuidado com a criança. Partindo para a França com a primeira Kronenbourg, uma surpresa deliciosa que atende pelo nome de Blanch, um Wheat Beer que segue a risca a linha tradicional, e cumpre sua função. Da França para Quebec, no Canadá, casa da Le Trou Du Diable, que marca presença com uma deliciosa Blond Ale com um pezinho no estilo Saison. Muito boa. A Wheat IPA Les Quatre Surfeurs de L’Apocalypso, da Le Trou Du Diable, é uma surpresa bem agradável. Agora no Brasil, a Micro X Angel Tripel é uma boa Belgian Tripel que pode evoluir um pouquinho, mas do jeito que está já desce macio e reanima. Minha favorita da Micro X até agora é a RISputnik do Cerrado, uma Russian Imperial Stout caprichadíssima e extremamente alcoólica: 12.5% de álcool. Para beber devagar e sempre. Fechando a série países com duas cervejas do Peru, da Cerveceria Barbarian. A primeira é a La Nena Hoppy Wheat, uma cerveja cítrica e deliciosamente refrescante. Para fechar o passeio todo (muito bem), a Barbarian L.I.M.A. Pale Ale mantém o padrão agradável da cerveja anterior da casa. Bem boa!
Brewdog Elvis Suice
– Estilo: American IPA
– Nacionalidade: Escócia
– Graduação alcoólica: 6.5%
– Nota: 3,64/5
Brewdog Lost Dog
– Estilo: Imperial Porter
– Nacionalidade: Escócia
– Graduação alcoólica: 11.5%
– Nota: 3,72/5
Tuatara Aotearoa Pale Ale
– Estilo: American Pale Ale
– Nacionalidade: Nova Zelandia
– Graduação alcoólica: 5.8%
– Nota: 3,47/5
Tuatara Sauvinova
– Estilo: American Pale Ale
– Nacionalidade: Nova Zelandia
– Graduação alcoólica: 5.2%
– Nota: 3,48/5
Stillwater Saison Darkly
– Estilo: Dark Saison
– Nacionalidade: EUA
– Graduação alcoólica: 8%
– Nota: 3,59/5
Stillwater As Follows
– Estilo: Belgian Strong Pale Ale
– Nacionalidade: EUA
– Graduação alcoólica: 9%
– Nota: 3,57/5
Samuel Smith Nut Brown Ale
– Estilo: Brown Ale
– Nacionalidade: Inglaterra
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 3,50/5
Samuel Smith Taddy Porter
– Estilo: Porter
– Nacionalidade: Inglaterra
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 3,57/5
Brussels Beer Project Baby Lone
– Estilo: Bitter
– Nacionalidade: Bélgica
– Graduação alcoólica: 7%
– Nota: 3,28/5
Brussels Beer Project Grosse Bertha
– Estilo: Belgian Hefeweizen
– Nacionalidade: Bélgica
– Graduação alcoólica: 7%
– Nota: 3,35/5
Mikkeller Arh Hvad?!
– Estilo: Belgian Pale Ale
– Nacionalidade: Dinamarca
– Graduação alcoólica: 6.8%
– Nota: 3,51/5
Mikkeller Raspberry Trippelbock
– Estilo: Fruit Beer
– Nacionalidade: Dinamarca
– Graduação alcoólica: 13%
– Nota: 3,54/5
Kronenbourg 1664 Blanc
– Estilo: Wheat Beer
– Nacionalidade: França
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 3,20/5
Kronenbourg 1664
– Estilo: Premium American Lager
– Nacionalidade: França
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,55/5
Le Trou Du Diable Albert 3
– Estilo: Belgian Ale
– Nacionalidade: Canadá
– Graduação alcoólica: 5.49%
– Nota: 3,31/5
Le Trou Du Diable Les Quatre Surfeurs de L’Apocalypso
– Estilo: Imperial IPA
– Nacionalidade: Canadá
– Graduação alcoólica: 6.5%
– Nota: 3,49/5
Micro X Angel Tripel
– Estilo: Belgian Tripel
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 9.1%
– Nota: 3,22/5
Micro X RISputnik do Cerrado
– Estilo: Russian Imperial Stout
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 12.5%
– Nota: 3,46/5
Barbarian La Nena Hoppy Wheat
– Estilo: Wheat Ale
– Nacionalidade: Peru
– Graduação alcoólica: 6.1%
– Nota: 3,37/5
Barbarian L.I.M.A. Pale Ale
– Estilo: Russian Imperial Stout
– Nacionalidade: Peru
– Graduação alcoólica: 6.1%
– Nota: 3,37/5
Leia também
– Top 1001 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
– Leia sobre outras cervejas (aqui)