Três perguntas: Esquema Novo


por Marcelo Costa

Três agitadores culturais de Belo Horizonte se juntam em uma nova empreitada: Terence Machado, jornalista e apresentador do premiado Alto-Falante, no ar desde 1997; Fernanda Ribeiro, que durante muitos anos apresentou e dirigiu o programa Agenda, um dos mais respeitados da Rede Minas; e Rodrigo James, publicitário, jornalista e colaborador de primeira hora do Scream & Yell (circa 2002/2003); apresentam o Esquema Novo, que estreou nesta quinta-feira (14/07) seu primeiro programa.

No momento especial pelo qual passa a cultura belorizontina (que pode ser percebido tanto pelo extenso lançamento de trabalhos de novos artistas mineiros como também por fatos marcantes como, por exemplo, o sucesso do carnaval da cidade, praticamente inexistente 10 anos atrás, e hoje um evento que une centenas de milhares de pessoas), Terence, Fernanda e Rodrigo se juntam buscando criar um projeto que “tivesse um olhar bem particular para a cultura viva da cidade, mostrando novas iniciativas, participando, indicando e incentivando”.

Para saber um pouco mais sobre o que moverá o Esquema Novo, Rodrigo James responde a três perguntas e um rápido ping-pong do Scream & Yell. Leia abaixo e assista o programa aqui.

Do que se trata o Esquema Novo? Como acompanhar?
O Esquema Novo, como está sendo colocado no ar agora, é um projeto que une três pessoas que vivem, divulgam e produzem cultura em Belo Horizonte há mais de 20 anos: eu, Terence Machado e Fernanda Ribeiro. Na verdade é uma evolução de uma série que eu e Terence fizemos em 2012 para conversar sobre música na internet, mas agora ampliamos o raio de atuação para a cultura como um todo. Esta versão 2016 surgiu da nossa insatisfação com as agendas culturais da cidade e com a maneira com que a cultura belorizontina é tratada. Daí veio a ideia de criar um projeto que envolvesse várias mídias, com uma pegada bem forte no vídeo (até para aproveitar a expertise do Terence e da Fernanda nesta praia), e tivesse um olhar bem particular para a cultura viva da cidade, mostrando novas iniciativas, participando, indicando e incentivando. Será um projeto vivo, em constante mutação, sendo moldado na medida em que formos percebendo novos caminhos. Por enquanto, nosso porto seguro será o Facebook: facebook.com/esquemanovo2016, mas ele é apenas o balão de ensaios para uma plataforma maior que já estamos trabalhando em parceria com a produtora Imago Filmes e a Congo, agência de conteúdo da cidade. Ah sim, temos também o twitter (@esquema_novo) e outras redes surgirão em breve.

Anda acontecendo muita coisa bacana em Belo Horizonte. Seria possível dizer que essa é um dos melhores momentos culturais que vocês três presenciaram na cidade?
Sim, e foi muito por isso que resolvemos retomar o Esquema Novo este ano e ampliar sua atuação. Ainda existe uma parcela da população da cidade que acha que o que é bom na cultura daqui é o que vem de fora: o show do medalhão, a peça com o ator global, etc. Mas isso já mudou bastante e iniciativas como a galeria Quarto Amado, o “coletivo” Geração Perdida e lugares como a Benfeitoria apontam para um caminho muito legal na cidade: gente nova, com energia quase juvenil, produzindo cultura e renovando a cena. Da cidade e para a cidade.

Como explicar / apresentar Belo Horizonte para quem nunca foi prai?
Eu poderia dizer que é a capital dos bares. Ou a terra do Sepultura, do Skank e do Clube da Esquina. Mas vou dizer que Belo Horizonte é uma pequena cidade grande que ainda conserva características de uma cidade do interior (todos se conhecem, os locais frequentados acabam sendo os mesmos) e que busca inspiração nas montanhas que a cercam e a transformam não só em uma metrópole, mas dão um ar por vezes bucólico, por vezes cosmopolita.

Muita gente de fora de BH poderá usar o programa como um guia de dicas sobre a cidade, mas aproveito aqui para vocês se dividirem nesse rápido ping-pong:

Um lugar bacana para ver show em Belo Horizonte
A Autêntica

Um disco recente da cena musical da cidade que merece atenção
– Jonathan Tadeu – “Queda Livre

No Scream & Yell, cerveja é cultura, e a cena cervejeira mineira anda excelente. Vocês tem cervejas mineiras para indicar? E lugares para beber?
– Vou ser óbvio e indicar a Wäls. Mas também tem a Kud, a Koala, a Taberna do Vale e a Capa Preta, que eu gosto bastante. Um lugar pra beber? Stadt Jever. Provavelmente o lugar que mais frequentei e consumi cerveja na minha vida. E um plus: procure um lugar no balcão.

Onde comer o melhor pão de queijo? 😀
A Pão de Queijaria

Que época do ano é mais legal visitar a cidade
Eu particularmente gosto desta época, no meio do ano, porque o clima é mais ameno e vários eventos (Festivais de Inverno, Virada Cultural), acontecem pelas ruas da cidade. Não parece, mas BH se tornou uma cidade muito quente nos últimos anos. Um dos revezes de a cidade do interior ter se tornado uma metrópole.

– Marcelo Costa (@screamyell) é editor do Scream & Yell e assina a Calmantes com Champagne

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