MG: Três novas cervejas da Wäls

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por Marcelo Costa

Lançada em chope no Festival Brasileiro da Cerveja 2015, em Blumenau, a Wäls Session IPA Hiratake ressurge em versão engarrafada com 3.9% de álcool e pequenas mudanças: saem os lúpulos Jarrylo e Ella e entram Amarillo, Cascade e Styrian Goldings ao lado de malte, levedura, água e extrato de cogumelo Salmão Hiratake. De coloração âmbar caramelada translucida com creme levemente alaranjado de boa formação e longa permanência (com direito a perlage), a Wäls Session IPA Hiratake exibe um aroma que me remeteu a Wäls Stadt Jever Rock & Gol, ainda que as notas cítricas sejam mais comportadas aqui. Há sugestão floral, leve herbal, malte e leve condimentação, mas nada que remete diretamente ao cogumelo. Na boca, a textura é levemente frisante. O primeiro toque traz notas cítricas picantes que auxiliam no amargor, bastante suave e refrescante. Dai em diante, uma cerveja saborosa com cítrico, herbal, floral e maltado em perfeita harmonia. O final é suavemente herbal. No retrogosto, refrescancia.

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Também lançada no Festival Brasileiro da Cerveja 2015, a Wäls Saison d’Alliance é resultado da primeira parceria entre a Wäls e a Bohemia, após a compra da cervejaria mineira pela Ambev em fevereiro deste ano. Para a receita, os mestres cervejeiros das duas cervejarias escolheram o estilo Saison, a mesma levedura belga, original da região da Valônia, utilizada na produção da Leffe mais adição de salvia, hortelã e gengibre (5,8% de álcool). De coloração amarela com leve turbidez e creme branco de ótima formação e retenção, a Wäls Saison d’Alliance valoriza os itens adicionadas com gengibre em destaque, mais hortelã e salvia na retaguarda (o arisco da levedura belga é quase imperceptível). Há sugestão de limão siciliano, manjericão e erva doce. Na boca, textura picante (na língua se sente a levedura). O primeiro toque acidez, gengibre e doçura de malte. O amargor (comportado) traz acidez e o que se abre na sequencia mantém a linha central do aroma (limão siciliano, manjericão e erva doce) com o gengibre mais presente no trecho final e, inclusive, no retrogosto, acompanhado de acidez e leve adstringência. Boa!

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Lançada em setembro de 2014 com uma receita desenvolvida pelos mineiros em parceria com os norte-americanos da Anderson Valley visando festejar as medalhas de ouro (Wäls) e bronze (Anderson Valley) que, respectivamente, cada cervejaria conquistou no World Beer Cup 2014 (categoria Dubbel, claro), a Victorius Dubbel (que recebe adição de ameixa) é uma cerveja de coloração castanha escura com creme bege de boa formação e média retenção. No aroma, bastante doçura frutada com sugestão evidente (e deliciosa) de ameixa assim como sugestão de caramelo, uva passa, frutas cristalizadas, açúcar queimado, baunilha e toffee além de um leve cítrico. Na boca, a textura é levemente picante e melada. O primeiro toque traz doçura frutada seguida de leve caramelado e amargor baixo, que abrem as portas para um conjunto bastante suave que replica a perfeição o aroma (ameixa, caramelo, frutas cristalizadas, açúcar queimado, baunilha e toffee) – os 7.5% de álcool pouco aparecem. O final é seco enquanto o retrogosto reforça a sugestão de ameixa, caramelo, toffee com leve percepção de álcool. Bela.

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Balanço
Abrindo essa nova sequencia de cervejas da mineira Wäls com a Session IPA Hiratake, que recebe adição de extrato de cogumelo Salmão. Embora ele não se destaque tanto na receita, a Session IPA Hiratake é uma cerveja bastante gostosa, com drinkabilty alto e álcool baixo. Quem for esperando cogumelo talvez se decepcione, mas os lúpulos constroem um perfil bastante agradável. Já a Saison d’Alliance é uma proposta que sempre encaro com certo desdém: pra que deturpar o estilo adicionando coisas (no caso, salvia, hortelã e gengibre)??? No caso desta Wäls, os itens adicionados se destacam no conjunto, e a levedura belga (a mesma usada na Leffe), geralmente a estrela de uma Saison, fica na retaguarda. Mas não dá pra dizer que a cerveja ficou ruim, pelo contrário, ficou bem leve e agradável, e com pizza marguerita. A Wäls Victorius Dubbel é um exemplo da melhor forma de se comemorar uma conquista em um campeonato cervejeiro (não qualquer um: o World Beer Cup): melhorando a receita premiada, no caso, a Wäls Dubbel, que recebe adição de ameixa e fica ainda mais deliciosa que a versão campeã.

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Wäls Session IPA Hiratake
– Estilo: Session IPA
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 3,9%
– Nota: 3,26/5
– Preço pago: R$ 18 – 600 ml

Wäls Saison d’Alliance
– Estilo: Saison
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 6.5%
– Nota: 3,40/5
– Preço pago: R$ 20 – 375 ml

Wäls Victorius Dubbel
– Estilo: Belgian Dubbel
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 7,5%
– Nota: 4,03/5
– Preço pago: R$ 26 – 375 ml

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RANKING PESSOAL: WÄLS
4,39/5 – Wäls Petroleum
4,32/5 – Wäls Niobium
4,22/5 – Wäls Quadruppel
4,03/5 – Wäls Victorious Dubbel
4,00/5 – Wäls Dubbel
3,99/5 – Wäls Trippel
3,92/5 – Wäls EAP 6 anos
3,88/5 – Wäls Have a Nice Saison
3,87/5 – Wäls EAP 5 Anos
3,75/5 – Wäls Abróba
3,58/5 – Wäls 42
3,40/5 – Wäls Saison d’Alliance
3,40/5 – Wäls Session IPA Citra
3,39/5 – Wäls Vanilla Hoppy Cookie
3,26/5 – Wäls Hop Corn IPA
3,26/5 – Wäls Session IPA Hiratake
3,25/5 – Wäls Stadt Jever Rock & Gol
3,25/5 – Wäls Stadt Jever
3,17/5 – Wäls Pilsen
3,14/5 – Wäls Saison de Caipira
3,04/5 – Wäls Verano
2,96/5 – Wäls 65 Anos Pão de Açúcar
2,81/5 – X-Wals Casa Santa Luzia
2,81/5 – X-Wäls
2,77/5 – Wäls Witte

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Leia também
– Top 1001 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
– Leia sobre outras cervejas (aqui)
– Sobre todas as cervejas da Wäls (aqui)

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