por Marcelo Costa
Oitava Emelisse a passar por este espaço, a Saison da excelente casa holandesa é uma cerveja de coloração entre o amarelo turvo e o âmbar com creme branco de ótima formação e longa permanência (com direito a rendas belgas ao redor da taça). No aroma, muito frutado cítrico (laranja, abacaxi e uva verde, esta última trazendo algo de vinho branco), acidez de levedura, leve floral, herbal, picante e doçura de mel. Há ainda sugestão de pão e especiarias. Na boca, a textura é frisante. O primeiro toque já adianta um pouco da acidez e do cítrico que dominam o conjunto. O amargor é marcante (em intensidade e média alta duração), com traços herbais mais presentes que no aroma. Há ainda cítrico (comportado), acidez, condimentação (cravo) e leve presença de couro (típica de uma verdadeira representante do estilo). No final, amargor suave e herbal. No retrogosto, leve couro, cítrico, doçura rápida e herbal. Muito boa.
Nona da lista Emelisse, a Dubbel é uma cerveja cuja receita une os maltes Pilsen, Munique e Caramalt com lúpulo Nugget, levedura belga Westmalle e candy sugar. De coloração acastanha com creme bege de boa formação e média permanência, a Emelisse Dubbel exibe um aroma com caprichadas notas frutadas (amêndoa, avelã e castanha), doçura suave (caramelo, açúcar mascavo e chocolate) e leve presença de condimentação (canela e noz-moscada). Na boca, textura sedosa. O primeiro toque traz doçura caramelada e frutada (amêndoa) com amargor suave potencializado pelos 7.5% de álcool, muito bem inseridos no conjunto, que reforça o que o aroma adianta: bastante frutado (amêndoa, avelã e castanha), doçura no ponto, sem enjoar (caramelo, açúcar mascavo e chocolate) e especiarias. O final traz algo de vinho do Porto enquanto o retrogosto traz leve doçura de caramelo e frutado. Muito boa também.
Décima Emelisse, a Espresso Stout é uma Russian Imperial Stout cuja receita recebe adição de grãos de café italiano (90% de Arábica e 10% de Robusta). De coloração marrom escura quase preta com creme bege de média formação e permanência, a Emelisse Espresso Stout exibe um aroma torrado com bastante café em primeiro plano seguido de doçura suave que remete a chocolate amargo e leve baunilha mais um toque frutado (nozes discreta). Na boca, textura aveludada. O primeiro toque traz rápida doçura caramelada atropelada no segundo seguinte por amargor torrado (e café mais café e café) turbinado pelo álcool (9.5% de graduação com 75 de IBU), muito bem inserido. Dai em diante, o conjunto privilegia o malte torrado e o café com leve aceno para doçura e frutado. O final é um pouquinho mais doce (e quente). No retrogosto, caramelo, café e café. Uma baita cerveja.
Balanço
A Emelisse Saison é um belo exemplar que respeita a aridez do estilo. Enquanto brasileiros colocam frutas pra amaciar o ataque e facilitar a venda para o público, distorcendo o estilo, os holandeses capricham na recriação o mais próxima possível de uma boa Saison belga. E acertam. A Emelisse Dubbel é uma cerveja na medida certa: doçura caramelada e frutado dominam o conjunto, sem enjoar o paladar do bebedor. Os 7.5% estão muito bem inseridos a ponto de não serem percebidos. Bela Dubbel. Fechando o trio, uma baita RIS com muito café (acho até que um pouquinho de aveia ia valorizar o conjunto): Espresso Stout. Para colocar o sorriso no rosto do frio.
Emelisse Saison
– Produto: Saison
– Nacionalidade: Holanda
– Graduação alcoólica: 4,6%
– Nota: 3,41/5
Preço pago em São Paulo: R$ 15 – 330 ml
Emelisse Dubbel
– Produto: Dubbel
– Nacionalidade: Holanda
– Graduação alcoólica: 7,5%
– Nota: 3,41/5
Preço pago em São Paulo: R$ 15 – 330 ml
Emelisse Espresso Stout
– Produto: Imperial Stout
– Nacionalidade: Holanda
– Graduação alcoólica: 10%
– Nota: 3,68/5
Preço pago em São Paulo: R$ 15 – 330 ml
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