por Marcelo Costa
No próximo domingo, 17 de maio, às 21h, acontece a vigésima segunda edição do Billboard Music Awards, premiação criada por Rick Garson, Paul Flattery & Jim Yukich, e patrocinada pela revista Billboard. São 40 categorias específicas e Taylor Swift é líder em quantidade de indicações: 14 no total. Ela é seguida de perto por Sam Smith (13) e Iggy Azalea (12). Outros destaques são Meghan Trainor (9), Jon Legend (7), Pharrell Williams (6), Ariana Grande e Ed Sheeran, com cinco cada um, e One Direction, com quatro.
“Acho que Taylor Swift vai ‘fazer a rapa’, porque ela vem crescendo muito e não para de crescer”, opina João Marcelo Bôscoli, que irá comentar a premiação no canal TNT ao lado de Domingas Person, apresentadora da Temporada de Premiações do canal. Boscoli ainda recomenda: “Eu prestaria atenção, se fosse telespectador, no nível da música norte-americana hoje. Há uma crise de talentos na parada de sucessos (…). Quando o Pharrel Williams é indicado a Melhor Cantor, há algo errado”, comenta.
A noite contará com duetos de Nicki Minaj e David Guetta, Britney Spears e Iggy Azalea, Meghan Trainor com John Legend e Wiz Khalifa com Charlie Puth numa festa que terá um tributo ao Imagine Dragons e performances de Mariah Carey, Kelly Clarkson, Ed Sheeran, Van Halen e Fall Out Boy, entre outros. Ainda que lidere as indicações, Taylor Swift não conseguirá bater os recordes de Janet Jackson (em 1990) e Whitney Houston (em 1993): ambas faturaram 15 prêmios! Usher ganhou 14 prêmios em 2004 e Adele levou 12 pra casa em 2012.
A TNT transmite a premiação ao vivo no próximo domingo, 17 de maio, às 21h. João Marcelo Bôscoli conversou com o Scream & Yell sobre a premiação:
Como você vê essas premiações da indústria da música no momento atual e como o Billboard Music Awards, depois do retorno em 2011, se encaixa nesse cenário?
As premiações da indústria da música, as mainstream, não são tantas assim. As quatro principais americanas são Grammy Awards, Billboard Awards, American Music Awards e Rock n Roll Hall of Fame. O Billboard Awards, fora a tradição da Billboard de estar desde o século XIX ajudando a construir o mercado e de ser o grande termômetro para a maioria dos grandes produtores de pop, country, tem um efeito de consolidação. Alguns artistas estouram na web e, posteriormente, são vistos na televisão, tem um efeito de consolidação no mercado. Creio também que o Billboard Awards, por ser escolha da audiência, reflete o gosto norte-americano. E tem uma ligação com o Brasil interessante. Os principais indicados são artistas que tocam nas rádios do Brasil e que são vistos nas redes sociais de vídeo daqui, ou seja, são vigentes no País. Dentro das paradas brasileiras, entre as 20, 25 mais tocadas – fora o que é nacional – o que é ouvido de internacional, na maior parte do tempo, são esses grandes nomes de R&B, Pop e soul. Acaba servindo de referência aos artistas locais de música Pop, como exemplo de ótimo acabamento em música Pop
Muitos artistas investem na produção para suas apresentações durante esses eventos. O que você espera do Billboard Music Awards 2015?
Tanto no Billboard Awards quanto no Grammy e o American Music Awards – assim como acontece no Brasil proporcionalmente quando um artista é convidado para um programa de TV – os artista investem muito nas apresentações, mesmo sem receber um cachê. No Billboard Awards, eles recebem o convite e não medem esforços para fazer alguma coisa de impacto. Afinal são milhões e milhões de pessoas assistindo simultaneamente à premiação. É algo que, simultaneamente, talvez não aconteça na web. Então eu acho que tem uma importância para os artistas muito grande. O que espero do Billboard Awards 2015 é que ele continue a mostrar para nós, para a América e para o mundo aquela que eu considero a melhor música Pop do mundo, a norte-americana.
Taylor Swift é líder em indicações neste ano, 14 no total. Você acha que ela “faz a rapa” ou poderemos ter surpresas durante a entrega? Quem você acha que o espectador deve ficar de olho?
Sobre a Taylor Swift, especificamente, acho que ela vai “fazer a rapa”, porque ela vem crescendo muito e não para de crescer. Toda vez que eu vou para os Estados Unidos para uma premiação, ela está maior. E ela acabou de tomar uma iniciativa agora de tirar suas músicas do Spotify, por conta da remuneração, que foi muito bem recebida pelo meio e pelo público. Então juntou aquela moça que é bonita, jovem e fez hits mais viciantes do que refrigerante gelado num dia de sol, e, ao mesmo tempo, tomou uma posição política que poderia ter custado muito a ela, e teve um efeito positivo. Ainda mais por ela ser a garota propaganda da Coca-Cola, sendo a empresa dona de ações do Spotify. Então, acho que ela leva muita coisa.
No mais, o que eu prestaria atenção se eu fosse telespectador, é no nível da música norte-americana hoje. O que fica de lição final, para mim, é que na América há hoje uma crise de talentos na parada de sucessos, e já conversei muito sobre isso com produtores americanos e músicos, também no Brasil, que concordam que há um consenso geral lá que há uma crise de criatividade. Quando o Pharrel Williams é indicado a Melhor Cantor, há algo errado. Eu gosto dele desde 1998, mas ele não pode ser comparado a Marvin Gaye e Michael Jackson. Mesmo com isso, eles continuam a entregar uma produção bem acabada, que sempre encanta. Além é impressionante como eles continuam sabendo fazer premiações. É uma música atrás da outra, entra bateria eletrônica, sai corda, entra banda; uma dinâmica muito grande. Se eu fosse telespectador, ficaria de olho nessas duas coisas. Como a música Pop norte-americana, sim, vive uma crise, mas continua com um belo acabamento; e como realmente eles são muito competentes tanto nas performances quanto em fazer premiações.
– Marcelo Costa (@screamyell) é editor do Scream & Yell e assina a Calmantes com Champagne
lendo essa entrevista me deu uma baita alegria de nao fazer parte dessa industria – seja no brasil ou eua.
porque nao sei o quanto o Bôscoli ganha pra ter que conhecer um pouco mais a fundo alguns desses artistas, mas com certeza é menos que ele merece.