por Marcos Paulino
Luiza Possi nunca esteve tão entusiasmada. Não apenas cantando, mas também falando sobre seu sétimo trabalho, “Sobre Amor e o Tempo”. Razões para isso lhe sobram – são 14 as canções que formam seu trabalho mais consistente e, facilmente, o melhor da carreira.
“Sobre Amor e o Tempo” tem produção de Dadi e conta com colaborações mais do que especiais de Lulu Santos, Erasmo Carlos e Lúcio Maia, além de uma inédita de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, e tudo de bom que essa escalação propicia.
Em entrevista ao PLUG, parceiro do Scream & Yell, Luiza falou sobre seu novo disco e também sobre os talentos que têm passado pelo programa “The Voice Brasil”, da Rede Globo, do qual participa auxiliando o cantor Daniel. Confira o bate-papo com a cantora.
Algumas coisas no disco são impressionantes. Algumas faixas, as mais românticas, me lembraram muito sua mãe (Zizi Possi). Quanto ela influenciou em sua carreira?
Acho que é a primeira vez que vou responder isso, de verdade. Porque eu não sei mensurar isso. Ela fala que eu dançava na barriga dela num ritmo e ela cantava em outro (risos). Um amigo meu fala que ela me teve na coxia e voltou para o bis. E é verdade. Ela tomou injeção para parar de ter leite para voltar a cantar e me levava junto. Então não sei qual a influência da minha mãe em tudo isso. Acho que ela é maior do que eu ousaria pensar, racionalizar. Esse foi o primeiro disco meu em que minha mãe se emocionou, assim, frenética. Ela fica perguntando onde achei as músicas. Quando terminei “Venha”, ela pediu para gravar a música, mas nesse momento é muito pessoal e intransferível.
Apesar dessa grande influência de sua mãe, o disco todo tem uma pegada rock n’roll. Isso vem de onde?
Foi esse mesmo o fio condutor da história. Sei que sou uma das cantoras mais viris no cenário da MPB e sempre tive uma pegada mais rock. Não sei de onde vem. Tive muitas bandas quando comecei a cantar. De rock, pop rock e até de punk rock.
E o que você gosta de ouvir de rock, dessas bandas mais antigas?
Entendo que quem gosta de rock, sinceramente, gosta dessas bandas mais antigas, como Beatles e Rolling Stones. Gosto muito da sonoridade do Metallica. Dessa galera toda.
Na faixa “Dois em um”, em que o Erasmo Carlos canta no meio como um rapper, a batida da música lembra também um reggae.
Quando uma pessoa te dá um reggae e você gosta, não dá para disfarçar que é um reggae. Sei lá, seria como você fazer um bolo e tentar disfarçar colocando caldo de carne. É um bolo, sabe. Tudo o que pude “rocknrollizar” nela a gente “rocknrollizou”, mas é um reggae e não dá para disfarçar isso. Eu curti muito, e depois que recebi do Léo, filho do Erasmo, ele me disse que o pai dele havia gravado com meu pai produzindo e que sempre quis me mandar a música.
Como foi a participação do Lulu Santos no disco?
A escolha do Lulu foi feita no “The Voice Brasil” de 2012. Sempre quis cantar com ele . Quando tinha 4 anos, pedi para minha mãe me levar a um show dele e ele a chamou para cantar. Quando ela voltou para a cadeira, eu estava revoltada, querendo ir embora, porque ele havia chamado ela para cantar e não me chamado (risos). Tive acesso a um disco inédito dele e me apaixonei por essa música. Ele topou e gravou comigo. É muito emocionante estar perto de uma pessoa que é um grande ídolo para mim.
Como você analisa tanto talento no nosso país, como esses cantores que se apresentam no “The Voice Brasil”, e o povo brasileiro consumindo o que está sendo consumido por aí?
Olha, podia te dizer mil coisas bonitas, mas a verdade é que isso assusta mesmo. Assusta a gente e as pessoas que cantam num segmento que hoje em dia não é popular. O que é popular tem um espaço gigantesco, e é bacana, não sou contra ninguém ter espaço, mas eu acho que a gente está ficando empobrecido de poesia. A unanimidade não é muito inteligente, né? O que posso fazer na minha posição é dar espaço para essa galera.
A gente percebe o trabalho que vocês fazem no programa, mas também que muitos deles estão prontos para subir no palco e brilhar. Como é esse trabalho no “The Voice”?
A gente não está lá para ensinar e julgar. Autoconfiança é algo que falta muito, eles estão muito nervosos em subir no palco. Estou lá para auxiliar. A gente cuida dos arranjos e é muito legal ser um coach deles.
– Marcos Paulino é jornalista e editor do caderno Plug, do jornal Gazeta de Limeira.
“Sei que sou uma das cantoras mais viris no cenário da MPB e sempre tive uma pegada mais rock. Não sei de onde vem. Tive muitas bandas quando comecei a cantar. De rock, pop rock e até de punk rock”. KKKKKKKKKKKKKKKK. Puta merda, isso é sério? Viril é a cabeça da minha (vcs sabem o resto, espertões)….
Calma rapaz, pega leve com a moça!!! Rssssss Até que eu gostei da primeira música, tem um arranjo de cordas bonitinho…
Gostosa!!
“Sei que sou uma das cantoras mais viris no cenário da MPB” o.O Sem mais.