por Marcelo Costa
“Diablo Motor”, Diablo Motor (Monstro Discos)
Não espere nada de novo. O pessoal de Recife pratica um rock’n roll bem tocado e bem produzido que destaca o som de guitarras motosserra, bateria seca, bom vocal e letras básicas com temas conhecidos do estilo (ressaca, bebedeira, garotas, cafajestice). Deve funcionar ao vivo, com som no talo e cerveja na mão, mas em disco, o clima de mais do mesmo não inspira tanto (a não ser que você tenha se cansado de ouvir AC/DC e outros cânones do estilo). Ao menos são honestos: Pete Townshend escreveu certa vez que esperava morrer antes de ficar velho, mas o Diablo Motor crava em “Sem Moderação”, faixa de abertura: “Eu quero mesmo é viver”. É o que todos (inclusive Townshend) queremos, não?
Nota: 5
Ouça: http://rockdiablomotor.com/
“Fazendo a Lata Velha Voar”, Tempo Plástico (Ultra Music)
Formado em 2007 nos corredores da Faculdade de Comunicação da PUC-MG, o quinteto mineiro Tempo Plástico chega ao seu álbum de estreia destacando uma sonoridade movida por guitarras ásperas (por Capeta e Chupacabra), cozinha esparsa (Jesus no baixo e Frango na bateria) e o vocal seguro de Fábio Gruppi (que funciona ainda melhor ao vivo), remetendo ao underground mineiro dos anos 80 (Overdose e, principalmente, Divergência Socialista), sem o mesmo impacto (principalmente na temática das letras), mas com muita vontade. O resultado é um álbum que funciona como carta de apresentação de uma banda com potencial e destaca faixas como “Meia-Noite”, “Gift” e “Libertas”. Vale acompanha-los.
Nota: 5,5
Baixe gratuitamente: http://www.tempoplastico.com/
“12 Fêmeas”, Marcelo Nova (Unimar Music)
Foram oito anos de silêncio (o último álbum de estúdio, o excelente “O Galope do Tempo”, é de 2005), e logo na faixa de abertura, “Claro Como a Luz (Escuro Como Breu)”, Marcelo Nova faz um mea-culpa: “Poderia sublimar tudo isso / Esvaziando a garrafa ou talvez com uma canção / Mas eu detesto ressacas / E tenho andado sem muita inspiração”. Se não alcança o brilho intenso do disco anterior, “12 Fêmeas” tem o mérito de mostrar um letrista de alto nível valorizando o formato rock’n folk & blues em canções densas que flagram o lado dark da vida (noivas suicidas, veias entupidas de rancor, corações partidos, hotéis fedendo a urina) e transformam em prazer a audição de canções intensas como “Eu Não Consigo Escapar de Você”. Aos 61 anos, Marcelo Nova (com o apoio do filho guitarrista Drake Nova) mostra que é importante ter o que dizer. E saber como.
Nota: 7
Preço em média: R$ 25
Leia também:
– “O Galope do Tempo” é um disco autobiográfico e existencialista, por Marcelo Costa (aqui)
– “Hoje – Ao Vivo”: pequenas pepitas de ouro jogadas na lama, por Marcelo Costa (aqui)
Ainda não ouvi bem o novo disco de Marceleza.
Mas a minha primeira impressão é que esta muito declamado e pouco cantado.
Algo já presente(menos) no excelente O Galope do Tempo.
Isso torna o disco cansativo.
Ahh, ao ouvir fiquei imaginando, por ser o avesso do avesso do avesso, o Marcelo Nova como um quarto tribalista.
Tetrabalistas. Rsrsrsrrsrsrrsrss