por Marcelo Costa
O disco “À Noite Sonhamos” é de 2010, e o Ulysses, da Pisces Records, me presentou com ele (e vários outros do selo) num dia em que fui ver um show do Nevilton, e ele estava com a banquinha e todos os lançamentos do selo disponiveis. Já faz um bom tempo, e só coloquei “À Noite Sonhamos” para ouvir ontem de manhã, e não consegui mais tirar do som.
Minha meta pessoal é sempre tentar ouvir dois ou, no máximo, três discos por dia. A fila é grande, muita gente manda material, há ainda os álbuns que eu mesmo compro e baixo (e compro e baixo bastante) e tenho que conciliar isso tudo com os momentos em que preciso escrever, e preciso de silêncio. A vida é uma porcaria, mas passa rápido demais.
Porém, desde que “A Hora de Zarpar” ressoou na sala de casa, não consigo parar de ouvi-lo. É daqueles discos que mesmo lançando três anos atrás soam tanto atemporais como promovem uma incursão no passado digna de Marcel Proust. No meu caso, me levou prum quartinho nos distantes anos 80, tempo em que os vinis do Fellini rodavam sem parar em casa.
The Gilbertos, se você não conhece, é praticamente uma “one man band” assumida pelo guitarrista (baterista, vocalista, bandolista e outras coisas) Thomas Pappon, que neste disco contou com a participação de Akira S, no baixo. Este, até onde sei, é o terceiro dele – “Os Eurosambas”, a estreia, é de 1999. Depois veio “Deite-se Ao Meu Lado”, de 2004.
Os fãs raros, mas apaixonados do Fellini vão se comover com “Coração da Mooca” (em que Thomas avisa: “Sou como Zé Keti: paro em qualquer esquina e entro em qualquer botequim”), “Quinto Beatle”, “(Life ain’t no) Loveboat”, “Girassol da História” e as três músicas acima: “A Hora de Zarpar”, “Howl” e “Tudo Isso Deu em Nada”. Se quiser comprar, aqui. Vale.