texto por Shirley Ribeiro
DIA 1 – Deu tudo certo
Depois de mais de 12 horas viajando, consegui chegar a Olinda exatamente uma hora antes da abertura oficial do carnaval. Me senti com sorte. Depois de fazer check-in no Albergue de Olinda e encarar um Beirute de filé numa lanchonete pertinho do palco, me posicionei entre a multidão na Praça do Fortim. Todos esperavam ansiosos pela entrada do Rei do Carnaval de Olinda: Alceu Valença. E ele entrou uns 3 minutos depois da minha chegada. Senti uma nova onda de sorte.
Vestido de toureiro, interpretando o personagem “El fantástico Pablo Valença”, que se apresenta como olindense nascido em Madri, Alceu não decepcionou seus súditos e o show foi uma verdadeira explosão levando o público à famosa embriaguez do frevo. Mas teve também ciranda, coco, maracatu, forró, enfim, tudo o que se espera ouvir e dançar no carnaval pernambucano. Pra terminar, já no bis, Alceu Valença agradeceu ao povo de Recife pela homenagem que a cidade vizinha está fazendo a ele nesse carnaval e cantou “Voltei Recife”, a música que eu mais queria ouvir. Senti-me um pouco homenageada também.
Durante o intervalo, esperando a mudança de palco para a Orquestra Rockfônica, a plateia se reúne em pequenos grupos, cada um tocando e dançando um ritmo diferente, improvisando com palmas, mas também usando pandeiros, tambores e até flauta. Eu, quase como uma estrangeira, fui migrando de grupo em grupo, tentando entender as letras e acompanhar os passos. Aos poucos descobri a variedade de culturas reunidas nessas rodas: tinha francês, israelense, inglês, australiano, italianos, enfim, gente do mundo todo. Todos parecendo pernambucanos na folia.
A Rockfônica finalmente inicia o show com uma versão de “Smells Like Teen Spirit” em ritmo de frevo. Bailarinos dançam no palco, animando o público em uma alegria que poderia contagiar até o mais deprimido Kurt Cobain. Por vezes é difícil compreender que clássico do rock a orquestra comandada pelo Maestro Ademir Araújo está transformando em frevo, mas a diversão é certa. Não dá para ficar parado. Mais de uma hora de show e as pernas não tem descanso. Cansada do dia de viagem, penso em desistir do resto da noite. Mas os amigos recém-conhecidos me convencem a ficar para ver a Banda Eddie. Ainda bem.
Logo nos primeiros acordes esqueço o cansaço e me entrego ao som da música de abertura. Poesia pura. “Ela vai dançar a noite inteira / Ela vai cantar todas as músicas / Pra desfazer… / Pra desfazer a dor, e refazê-la.” A plateia canta e dança todas as músicas, mesclando rock, indie, frevo, maracatu, ciranda, no adorável “estilo original de Olinda” que consagrou a banda. Quase choro mesmo quando compreendo a letra de “É de Fazer Chorar”, antecipando o sentimento que, provavelmente, terei na próxima quarta-feira, quando o dia amanhecer e obrigar o frevo a acabar.
Quer sentir um gostinho? Aceite o convite da banda e faça o download do disco no site http://bandaeddie.com.br/
DIA 2 – Vai ser multicultural assim lá no Recife
Embora a cidade esteja vivendo a folia desde o início do ano, somente na sexta-feira, 17 de fevereiro, aconteceu a abertura oficial do Carnaval de Recife. A festa funciona como álibi para a população local e os turistas entregarem-se totalmente ao reinado de momo. É uma catarse luxuosa, com grandes nomes da música pernambucana, acompanhada com alegria por milhares de pessoas, indiferentes até mesmo à chuvarada que caiu nesta noite, encharcando o público no Marco Zero do Centro Histórico de Recife.
O som dos tambores de dez grupos de maracatu regidos por Naná Vasconcelos abrem a festa anunciando o início do carnaval. Um espetáculo de fogos ajuda a emocionar ainda mais. Parece ano novo ou uma benção coletiva. Cumprida essa etapa cheia de simbolismo, os grupos vão deixando o palco e Naná chama as cantoras de afoxé que soltam o vozeirão na praça lembrando as raízes africanas da festa multicultural que está apenas começando.
Quem tem raiz forte, não se incomoda com ventos estrangeiros. Por isso a festa inclui os tambores do grupo de percussão nova-iorquino Stomp. Um alemão que acabei de conhecer no meio da multidão exclama: “Tem todo tipo de música nesse carnaval!”. Concordo com ele, mas aviso que ainda tem muito mais. A cantora de Benin, Angeline Kidjó, foi uma surpresa. Rola até “Bolero de Ravel”, seguido por grupos de hip-hop, rap, ciranda e por ai vai. Logo chega a vez do frevo, com a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, comandada pelo mais louco dos regentes, o Maestro Forró. É um espetáculo de mais de uma hora com os clássicos do frevo pernambucano apresentados com bom humor e estripulias do Maestro que chega a reger plantando bananeira, com os pés!
A chuva vem e vai, o povo só vem. Não há mais espaço nem pra abrir o guarda-chuva, então o jeito é se molhar e dançar. Lirinha começa a homenagem a Alceu Valença cantando “Molhado de Suor”. O alemão custa a acreditar em seus ouvidos. “Pensei que ia ouvir só samba e frevo…”. Na sequência são apresentadas 14 músicas de Alceu por um time de primeira linha: Lenine, Criolo, Karina Buhr, Pitty, Ney Matogrosso e Otto. O homenageado sobe ao palco ao final e agradece emocionado ao amigo Pupilo, diretor artístico do show. Todos voltam ao palco e encerram a festa com “Coração Bobo”. Todos cantam, dançam e se despedem. E só está começando.
DIA 3 – Clássicos em Olinda
A programação do carnaval de Olinda e Recife é tão intensa que, às vezes, é melhor esquecer o planejamento e se jogar no acaso. Foi o que fiz. Depois de passar o dia pulando atrás de blocos pelas ladeiras de Olinda, estava pronta para acompanhar a abertura do RecBeat em Recife. Mas o trânsito estava infernal, então, decidi dar uma olhada no que estava acontecendo na Praça do Fortim, pertinho do Albergue da Juventude onde estou hospedada.
Descubro que já havia rolado uma banda de frevo/samba/pagode local e que o palco estava sendo preparado para a apresentação do Quinteto Violado. Uau! E, depois, ia ter Elba Ramalho e Nação Zumbi. Pronto. Esqueci Recife. E não me arrependi.
A demora na preparação dos palcos foi um problema, mas os shows não decepcionaram. O Quinteto Violado, em ação desde a década de 70, mostrou o vasto repertório acumulado em tantos anos de estrada. O povo agradecido dançou e cantou o tempo todo preparando o espírito para a chegada da paraibana mais pernambucana da música brasileira: Elba.
Depois de mais de uma hora de preparação do palco, uma chuva torrencial quase atrapalhou o início do show da cantora. Confesso que não entrei no clima. Era muita chuva. Mas, ao meu redor todos pareciam ignorar a tempestade como se ela fosse um pequeno detalhe. Quando a chuva parou, Elba comandou uma ciranda e o público formou rodas para entoar a cantiga.
Aproveitei a estiagem para subir as ladeiras e tentar ver o Homem da Meia Noite. Cheguei no meio da confusão. O boneco, protegido por uma força especial da Polícia Militar, estava parado para um conserto e eu pude fotografar e até tocar a mão do simpático e sinistro personagem. Em minutos o cortejo voltou a percorrer uma ladeira com milhares de pessoas se espremendo para seguir o boneco vestido de verde e branco que, silencioso, anima o carnaval noturno da velha cidade.
Voltei ao Fortim a tempo de acompanhar mais uma longa preparação de palco. O público tinha mudado bastante. Tive a impressão de que muitos tinham vindo do RecBeat que, a essa altura, mais de 2 horas da manhã, já tinha terminado. A Nação Zumbi fez um passeio pelos clássicos do “maracatu que pesa uma tonelada”. Ao som de “Maracatu Atômico” dou os últimos pulos que minha perna ainda permite. O cansaço é tanto que não consigo mais ficar nem parada. Mas, valeu! Foi uma noite linda. Molhada, mas encantada.
DIA 4 – Eletrônicos e Tony Tornado
Depois de subir e descer ladeiras atrás de blocos em Olinda o domingo inteiro, tomei coragem e parti para Recife Antigo. A meta: ver o show do astro do soul que, aos 82 anos, decidiu retornar aos palcos para alegria de fãs. Cheguei ao RecBeat a tempo de ver a apresentação de Sany Pitbull, funkeando tudo o que há: rock clássico, samba, hino do Flamengo, o indefectível hit do Michel Teló, enfim, nada escapa. A plateia respondeu bem, principalmente quando o rapper embolador pernambucano Zé Brown subiu ao palco e, junto com Sany, homenageou Luiz Gonzaga.
O clima mudou completamente quando Silver Apples, de Simeon Coxe III, começou sua psicodélica apresentação. Solitário no palco, ele sentiu a energia que o público enviou a cada botão que girava/apertava. O precursor da música eletrônica estava emocionado ao final do show. “Eu queria ter conhecido o Brasil antes. A plateia dançou e curtiu me enviando uma energia muito boa a cada música. Acho que vou me mudar para Recife”, disse em entrevista exclusiva para o Scream & Yell após o show. Simeon gostou muito da sonoridade que ouviu pelas ruas e prometeu que vai escutar mais música brasileira. “Parece natural, mas tem muita coisa elaborada que eu poderia usar nas minhas composições. Estou empolgado pela cultura musical brasileira”.
Nos bastidores e na plateia era grande a expectativa pela chegada de Tony Tornado. O astro disse que não daria entrevista e em poucos minutos estava pronto para subir ao palco. O DJ Kaska, para quem eu já havia confessado idolatrar o soul man, me arrastou para a lateral do palco onde pudemos sentir a felicidade da plateia assim que Tornado apareceu. Ele não cantou todo o tempo, dividindo o palco com o filho Lincoln Tornado e a cantora Luana Johns. Ela, por vezes, roubou a cena. Tony fez ainda uma homenagem ao amigo Tim Maia e promoveu uma viagem no tempo quando anunciou: “Hoje, é dia 15 de outubro de 1970”. Em segundos, estávamos todos no Maracanãzinho, vendo e ouvindo a consagração de “BR-3” no V Festival da Canção. Não precisava mais nada.
Mas o Recbeat não para. Assim que a plateia se acalmou uma explosão tomou o palco com muita luz e colorido. Era o Systema Solar em sua primeira apresentação no Brasil. O som eletrônico com uma base caribenha incorpora cumbia, porro, fandango e outros ritmos latinos. Tudo é reorganizado ou desorganizado, depende do ponto de vista, pela batida eletrônica e a performance teatral dos dois vocalistas. Depois do susto na primeira música, a plateia compreendeu e dançou até o final, pedindo bis e tudo. A banda também parecia em êxtase, feliz com a estreia no Brasil.
DIA 5 – No meio da multidão
Uma coisa é ver um show num palco médio com umas três mil pessoas. Outra, muito diferente, é assistir a três espetáculos, num palco gigantesco no meio de um milhão de pessoas. Essa certeza tomou meu coração nessa segunda-feira de carnaval. Estava pronta para ir ao RecBeat, mas alguns amigos do Albergue me convenceram a acompanhá-los ao Marco Zero e ver Eddie, Seu Jorge e Nação Zumbi. Ainda bem. Sei que a terceira noite do RecBeat foi muito boa também, mas como não dá para ser duas pessoas, minha recente paixão pela banda Eddie falou mais alto. E não me arrependi.
O show dos meninos de Olinda foi mais curto do que o apresentado na quinta, mas teve a participação de Nasi, ex-vocalista do Ira!, e eu pude sentir aquele milhão de pessoas cantando em coro: “Você me ligou naquela tarde vazia e me valeu o dia”. Valeu o dia, a noite, o carnaval inteiro!
Seu Jorge entrou logo depois e conseguiu o que parecia impossível: esquentar ainda mais a noite. Era o suingue carioca arrebatando o povo do Marco Zero de Recife. Misturando sucessos com novas músicas, a banda arrancou coros emocionados da multidão que disputava o espaço escasso para dançar euforicamente em “Morena Tropicana” e romanticamente em “Na rua, na chuva, na fazenda”.
A chuva, aliás, voltou a cair, mas as pessoas quase não perceberam. Era grande a expectativa pela maior atração da noite e a Nação Zumbi não decepcionou. Meus amigos estavam decididos a sair do show no meio, para fugir do engarrafamento e da falta de taxi no final. Mas, quem disse que era possível perder um segundo sequer daquele momento histórico? Ficamos até o final. Ainda bem!
DIA 6 – Da euforia ao torpor
Depois de uma complicada operação logística para ir de Olinda ao Recife Antigo, me senti vitoriosa por chegar ao RecBeat a tempo de ver o DJ Patrick Tor4 esquentando o ambiente com seu Baile Tropical. A noite começava cheia de suingue com a mistura de funk, tecnobrega, cumbia, carimbó e outros ritmos dançantes.
No fundo do palco dava para ver a concentração do percussionista pernambucano Lucas e os quase vinte integrantes de sua recém-criada Orquestra dos Prazeres, a próxima atração. Quando entraram no palco, foram recebidos com entusiasmo pela plateia ainda pouco numerosa, mas bem animada. O show foi uma amostra da qualidade e variedade dos ritmos tipicamente pernambucanos como o coco e o maracatu. A orquestra aproveitou, ainda, para fazer uma homenagem ao Mestre Naná Vasconcelos com “Afoxé do Nego Véio”, música que pode ser ouvida com frequência durante todo o carnaval.
Insensata e charmosa, a cantora Cibelle subiu ao palco explicando sua fantasia meio múmia, meio sexy. “Eu quebrei o dedo do pé e tive que improvisar o gesso”. O show é todo inclassificável. Parece rock, mas tem bossa nova e até uma marchinha que pede, sem rodeios, a liberação da Pamonha! A essa altura o público canta junto e tenta acompanhar os ritmos que mudam a cada música.
Logo depois é a vez da cubana Yusa interagir pela primeira vez com o povo pernambucano. Ela começa meio tímida, mas aos poucos vai soltando o vozeirão num jazz dançante e, às vezes, um pouco romântico. Toca guitarra, baixo e instrumentos de percussão conquistando o público a ponto de ter que alongar o show quando a plateia pede bis. Feliz, ela volta ao palco e manda a dançante Chiquichaca.
Tá tudo muito bom, tudo muito bem, mas começo a sentir o cansaço tomar conta do meu corpo e da minha mente. Resisto. Afinal, a noite está apenas começando. Tento convencer minhas pernas a aguentar mais um pouquinho enquanto meus olhos e ouvidos se maravilham com a apresentação da rainha do carimbó, Dona Onete. Aos 72 anos, ela rebola no palco como uma menina e vai apresentando o ritmo tradicional renovado com guitarra e baixo de rock!
Quando finalmente Criolo sobe ao palco, percebo que não tenho mais argumentos para enfrentar o cansaço. É uma pena. A empolgação do público, a essa altura já uma multidão, é contagiante. Sento num cantinho e descanso um pouco. As pessoas sabem todas as letras e uma catarse acontece quando ele começa a cantar “Subirusdoistiozin”. Mas desisto. Vou embora triste por perder o resto do show e, ainda, a festa do Inferninho do RecBeat. Mas, valeu!
P.S.: Cheguei ao Albergue achando que no dia seguinte teria que ir a um Posto de Saúde. Mas que nada. Pela manhã, renovada, pude acompanhar o Bloco Bacalhau do Batata em todo o seu trajeto. Já à noitinha, pra completar a Quarta-Feira Ingrata encontrei o Bloco do Case, formado por pessoas ligadas à música e que, ocupadas durante todos os dias de carnaval, só têm esse momento para se entregar à folia. E que folia!
– Shirley Ribeiro é jornalista e assina o Poptals (http://popetals.blogspot.com/)
– Fotos: Divulgação da Prefeitura do Recife (mais aqui) e do Festival Rec Beat (mais aqui)
Muito bom o relato, Shirley. Dá pra se ter uma boa noção do que é o mais democrático e variado – ou seja, o MELHOR – carnaval do Brasil.
PS: Nação Zumbi na praça do Marco Zero de Recife é uma magia difícil de explicar.
A banda, que já é forte, triplica de tamanho.
Ahh, a Eddie é realmente muito boa e as fotos ficaram, pra usar uma expressão da terrinha, massa.
Estou impressionado. Meu preconceito nunca ia ter me permitido achar que o Carnaval lá poderia ser tão bom! Vou me arriscar a ir no ano que vem! Excelente matéria!
Zé Henrique, é bom demais mesmo!
Alexey! Isso é tudo que eu e o Mac queríamos ler. Vá e se jogue! É um carnaval sensacional. DICA importante: não marque a volta para a 4. feira. É um dos melhores dias em Olinda: tem o Bacalhau do Batata, os blocos de Boi e o Bloco do Case.
Lindo relato Shirley, eu que sou Pernambucano confesso ficar emocionado ao ver não Pernambucanos descobrindo nossa cultura e inevitavelmente se maravilhando. Assim como você eu tive momentos em que eu queria está em dois lugares ao mesmo tempo. Vi que você não deu uma passada na Noite dos Tambores Silenciosos nem de Olinda nem de Recife. Fica a dica para a próxima vinda.
Parabéns mais uma vez pela matéria, divulgação espontânea do nosso carnaval e nossa cultura que é escondida pela Mídia de Massa.
E que venha mais vezes e para mais festas… Estão querendo acabar com um tradicional evento da cultura Pernambucana, a Festa da Lavadeira que acontece todo mês de Maio na Praia do Paiva e que esse ano expulsaram de lá e será no Recife Antigo… (Não vou entrar em detalhes visto que o tema aqui é o carnaval, mas qualquer coisa é só da uma pesquisada na net)
Fica mais uma dica…
melhor carnaval do mundo, sem mais! o ar boêmio do recife antigo, as pessoas de todos os lugares, o frevo, o maracatu…não tem como descrever esse evento maravilhoso!
Sensacional!!! Fiquei com vontade de estar lá. Quem sabe ano que vem. Linda matéria. Parabéns, mana.
Muito massa Shirley, gostei da citaçao, eu estava alí e posso confirmar que o Carnaval de Recife é tudo isso e ainda tem muito mais, já que é impossivel uma pessoa só cubrir toda a festa já acontece simutaneamente celebraçao em todo a cidade. Eu toquei no after do Rec beat (o inferninho) até às 9h da manha da quarta-feira de cinza, e foi gratificante demais, o feedeback com o publico foi sensacional, pena q vc nao tinha mais pernas, hein Shirley? mas fica pra próxima. E em 2013 estarei alí outra vez, é muito bom o carnaval do Recife. Saúde.
Shirley, não sabia que tinha tanto pique assim menina. E se você mostrou que tem acho que também terei pois passei o carnaval inteiro falando que vou prá Olinda ano que vem. Lendo esse relato agora me deu mais vontade ainda. Muito boa cobertura, parabéns!
Maravilhoso relato, Shirley! Muito bem feita essa matéria. Você conseguiu transmitir até suas emoções. PARABÉNS!!!
Anderson, eu tava mesmo pensando nisso: por que não fazem um carnaval a cada dois meses kkkkkkkkkk!
Gustavo, concordo totalmente. Só tem um jeito de conhecer o carnaval de recife/olinda: vá e se jogue!
Maninha, programe-se! Faltam só uns 348 dias…
Muito boa a matéria. Assim podemos ficar mas antenados em outros carnavais, vale a pena conhecer cada canto desse nosso Brasil e com relatos assim, fica mais interessante já ir direto a Olinda no próximo ano..quem sabe né?!
Parabéns
Show de bola..
Show!!! Parabéns!
O carnaval de Recife/Olinda tornou-se uma virada cultural permeada por cultura local.
Os Arianos Suassunas da vida, com suas cabeças de avestruz, não gostam.
Eu diria que o atual modelo é indireta e diretamente uma imensa homenagem ao Manguebeat e a Chico Science que, afinal, tinha a mente na imensidão.
Os puristas dizem que os artistas forasteiros tiram o espaço dos blocos de frevo, das agremiações de maracatu…
Não enxergam, são avestruzes, que quanto mais forte for o carnaval mais a cultura local se fortalece.
Kaska, espero te ver antes disso, mas se não der pode contar comigo.
Obrigada Irene, Lúcia, Tania e Carlos.
Zé Henrique, e eu nem sabia dessa polêmica. Vou pesquisar sobre isso. No texto até digo que quem tem raiz forte não tem medo de vento estrangeiro pois foi isso que senti. Vejo uma relação muito forte entre a valorização do multicultural com o manguebeat e Chico Science. Acho que eles abriram as portas pois não tinham esse medo. Ariano pode ser contra, mas grandes mestres como Naná e Alceu são totalmente a favor, né?
Ótimo relato. Tem cara de viagem mesmo, e realmente dá vontade de ir lá conferir. Em meio a tanta coisa horrorosa – leia-se axé baiano, axé capixaba e axé gospel – esse Carnaval parece o Paraíso sem Gospel!
Shirley, bacana sua reportagem sobre o carnaval do circuito Olinda/Recife. Estavas com um pique, hein? O local não será o mesmo depois de sua passagem por lá. Eu estive por lá em 1976 (puxa, faz tempo pacas) e me esbaldei.Na época, eu ainda fui até Cabrobó e me lembro de ter enchido a cara de Pitu com umbu. Eu era imortal.
Um abraço.
Roberto
Me chamou atenção essa sua frase certeira “quem tem raiz forte não tem medo de vento estrangeiro” no texto, Shirley.
Mas vc pode ter certeza que a presença do Stomp causa calafrios em muita gente. Geralmente são pessoas de mais idade, mais rançosos, saudosistas.
Felizmente não são a maioria, mas existem e fazem um certo barulho
Eu citei o velho Ariano Suassuna como representante emblemático da questão. Mas, na verdade, nem tenho o visto se manifestar muito sobre a questão.
As agremiações de maracatu nunca se proliferaram tanto quanto nos últimos anos(efeito manguebeat) e o frevo, como vc deve ter visto, é executado no carnaval a toda hora.
Enfim, é burrice ou má vontade. Ou as duas coisas.
Polêmica à parte, o carnaval de PE é do caralho! :>)
Parabéns pela matéria minha Amiga, fantástica! E que pique invejável este seu!!
Grande Beijo – Suzana
Muito bom! Deu pra viajar juntinho e curtir essa beleza de festa pernambucana!!!
Tom, minha pesquisa antes de decidir ir para Olinda foi exatamente sobre a ausência do axé kkkkk
Custódio, eu não mudei nada. Deixei tudo do jeitinho que encontrei, prometo!
Suzana, pique é com a gente mesmo. Da próxima eu vou levar você, hein?
Gosto muito como a jornalista Shirley Ribeiro relata os dias musicais de carnaval em Recife/Olinda, algo que parece impossível, pois com uma programação vasta de shows qualquer pessoa ali teria que ser onipresente para desfrutar de tantas opções. Shirley com uma narrativa clara descreve como numa agenda seu dia-a-dia (noite-a-noite) musical numa mixegenação de genêros fazendo o leitor vivenciar e entender toda essa “frevolândia” que acontece em Pernambuco e para quem estava lá só constata com saudades o que a jornalista com muita simplicidade e humor escreveu sobre o carnaval multicultural 2012. Parabéns Shirley! Com tanta festa noites a dentro na Veneza brasileira viramos zumbis, porém, com noção! Viva o maracatu, Viva Nação Zumbi, Viva o rabo do tatu! Feliz 2012!
Larissa, ñ se contente com a viagem virtural. Ano que vem tem mais.
Guido, é mesmo difícil entender tudo o que acontece na “frevolândia”, mas, entender pra que, né? Melhor se jogar!
parabens shirley ótimo texto. transmitindo o calor dos dias.
Shirley, parabéns pela descrição. O curioso do carnaval do Recife e Olinda é que no relato de cada um provavelmente todos têm a sensação de ter feito as escolhas certas, pois há sempre muitas opções incríveis acontecendo ao mesmo tempo. É assim o melhor carnaval multicultural do mundo!
Eu lendo seu texto também me identificava com as fases que o nosso corpo passa. A vibração, surpresa, êxtase, cansaço, tristeza e muita felicidade! Sou pernambucano do interior, mas este foi apenas o terceiro carnaval de Olinda/Recife que estive. Há tanta coisa por descobrir ainda! Sugiro também a Noite dos tambores silenciosos (na segunda), o Bloco Quanta Ladeira dentro do RecBeat e o Orquestrão Multicultural na madruga da terça para a quarta + o arrastão do frevo logo em seguida, no amanhecer do Marco Zero.
O grande trunfo do Carnaval de lá é que ele não pode somente ser assistido. Como bem falou, você tem que ir lá e se jogar para ter uma dimensão do que é! E no final, sempre o sentimento é de recompensa.
Sejam todos bem-vindos a Pernambuco. =)
Sobre o comentário de Zé Ricardo em relação a Ariano, eu acho que você confundiu as coisas. Pelo que saiba ele jamais se pronunciou contrário a esses grandiosos eventos que são os carnavais de Olinda e do Recife.
Apenas como grande artista brasileiro que é, ele faz sua arte voltada para as matrizes que considera mais brasileiras, como a indígena, africana e européia. Ele não gosta da cultura de massa e dos instrumentos eletrônicos. É uma opinião dele e o mesmo tem todo o direito de escolher como será a sua arte. E felizmente por pessoas como ele podemos ter um carnaval riquíssimo com rock, música eletrônica, mas sem faltar a valiosa cultura tradicional de Pernambuco. Graças a sobrevivência dessa tradição, que possui elementos complexos como observado por Simeon Coxe III, podemos ter as fusões criativas e modernas que hoje tanto encantam ao mundo inteiro.
Portanto cabe-nos considerar e compreender a opção do mentor do Armorial, mas que em nada interfere na aceitação do sentimento de multiculturalidade que está consolidado nestas cidades.
Um abraço a todos! =)
Fala, Diego, como coloquei acima elegi o Ariano(não sem razões) como figura emblemática da questão. Ressaltei que ele não tem se manisfetado sobre o assunto.
Mas, acho que nem precisa, né?
É óbvio que o mais importante do carnaval de Pernambuco é a cultura tradicional – maracatu, frevo, caboclinho… e seus mestres.
O que quis, e fiz, foi contrastar um pensamento arcaico, como o do Ariano. Com um renovador e cheio de frescor como o do Science para reprensentar o Fla x Flu que existe na cidade em relação aos moldes do atual carnaval.
Sorte de PE que, assim como no Rio – o carnaval de rua voltou com tudo por lá. Blz!, a maioria, ou seja, o Fla, gosta de olhar pra frente. Sem JAMAIS esquecer o passado.
Enfim, é um paradoxo, mas achei relevante trazer a baila essa picuinha.
PS: Ouve a música “O Ariano e o Africano” que o Fred 04 fez em homenagem ao grande escritor.
Shirley, sua matéria nos faz transportar do nosso comodismo; desejar participar de uma festa renovadora de energias e culturas diversificadas. Quem lê se vê dentro da folia. Parabéns!!!
Valeu Patrick, você foi um guia antes e durante e continuará sendo nesse depois, até o próximo carnaval.
Pelo jeito, e pelos comentários do Diego Lós, eu perdi um bocado de coisa (eu sabia disso desde q comecei a planejar a viagem, cheguei a falar “preciso me transformar em 12 pessoas!!!) e vou voltar para me jogar mais um pouco nesse carnaval sem limites.
Quanto à polêmica, ñ consigo ver muito dela. Considero mesmo q o pernambucano ñ tem nada de xenófobo. E, ao mesmo tempo, aprecia e orgulha-se da sua cultura. Por isso conseguiu fazer um movimento tão complexo e mundial como o mangue beat. Concordo com o Diego quando diz que o fato de um ou outro grande mestre pernambucano por vezes se abster de “celebrar” o multicultural não interfere na forma como Recife e Olinda celebram isso.
No mais, que saudade…
É claro que não interfere, Shirley. Eles são minoria e voto vencido, mas existem e são ruidosos.
Me lembrei do outro Chico, o Buarque.
“Bate palma com vontade faz de conta que é turista”
No caso é mesmo. :>)
Fico por aqui. Ótimo relato e volte sempre.
Ainda bem que vc sobreviveu p poder nos contar e, que bom saber que ainda existe carnaval p/ ser curtido pelo povo e não somente p assistir. Essa coisa de misturar culturas é fantástico. Seu relato realmente nos faz ter vontade de “se jogar” (adorei isso). PARABÉNS!!
Janice e Angela, programem-se para participar desse carnaval no próximo ano. É uma experiência que precisa ser vivida.
Zé Henrique, por favor, não desapareça. Se puder me diga o seu twitter para que eu possa seguir você e, no próximo carnaval, aproveitar suas dicas para conferir o que não pude ver esse ano. O meu tuiter é @poptals
Como definir o carnaval em Recife/Olinda: Vá e se jogue!
Tem razão Shirley, pra que tentar entender essa “frevolândia”… SE JOGUE!
Vou desaparecer só do seu belo post, Shirley.
Tô sempre por aqui no Scream & Yell.
PS: Nem tenho tuiter, mas meu email é esse: joshenrique26@gmail.com
Se bem que vc me parece bem informada e formada em matéria de carnaval de PE. :>)
Acho que por aqui no carnaval todo mundo passa pelo dia que vai dormir achando que vai precisar ir no posto médico no dia seguinte. Daí acordamos e sempre tem mais, arrumamos forças não sabemos de onde e depois que acaba, bate aquela gripe, quarta e quinta é dia de lotação nas farmácias da cidade. Bom relato, Shirley, volte mais vezes.
É Rodrigo, imagino a dor de cabeça para os farmacêuticos foliões kkkkkkkkk
Pessoal, aproveitando que hoje é aniversário de Olinda e Recife, coloquei mais umas informações sobre o carnaval no meu blog, com dicas que podem ser úteis. Tá no http://popetals.blogspot.com/
Mis um relato super legal, realmente por td que vc fala lembra muito os carnavais legais do RJ. Adorei.
Shirley,
Sua materia bombou,hein!
Até ano que vem em Olinda novamente!
Abraços,Ze