por Ismael Machado
Texto publicado no Scream & Yell em 2011 em ocasião dos 15 anos da morte de Renato
Talvez por ter uma coluna de assuntos ligados ao universo pop no jornal em que trabalho e por ter escrito um livro sobre o rock paraense dos anos 80, sempre sou convidado a bate-papos sobre música e literatura pop. Na primeira semana de outubro, por exemplo, participei de mais uma dessas conversas, desta vez patrocinada pela Livraria Saraiva de Belém. Era sobre os 15 anos de morte de Renato Russo.
Foi curioso, porque alguns dias antes fiquei lendo os comentários sobre o disco “Dois”, resenhado de forma muito bacana aqui nesse espaço pelo Tiago Agostini. E constatando o quanto há de paixão – a favor e contra – quando se fala em Legião Urbana. A falta de contexto é algo que se destaca – talvez seja porque muitos dos que comentam talvez não tivessem a idade de serem contemporâneos da banda no período em que seus primeiros discos foram lançados (segunda metade dos anos 80).
Falta, nas discussões, um pouco de contextualização. Há muito ranço amargo (de algumas pessoas) sempre que Legião Urbana é citada. A banda ficou sendo odiada por muitos por causa do público que possui. Algo semelhante ao que veio a acontecer com Los Hermanos tempos depois. Como se fosse um pecado imortal uma banda ser amada incondicionalmente.
O público que apareceu no auditório da Livraria Saraiva era jovem, interessado e com perguntas e ponderações inteligentes. Lembrei, em determinado momento, de uma frase do mago da indústria musical, André Midani. Ele costumava dizer que as gravadoras sonhavam encontrar outra Legião Urbana. Segundo ele, uma banda talentosa, que vendesse bem, sem ceder a caprichos modistas e com uma aura de honestidade.
Durante muito tempo depois da morte de Russo, a Legião continuou sendo a terceira maior vendedora de discos da Emi Odeon no mundo inteiro. É uma marca que impressiona, seja lá qual o ângulo que se queira olhar. Ou o fato de até hoje, ‘Há Tempos’ ter batido o recorde de pedidos de execuções nas rádios no dia do lançamento. Ou mesmo de apenas Frank Sinatra e Michael Jackson terem ocupado tanto tempo no Jornal Nacional no dia da própria morte como Renato Russo.
São números, índices. Para muitos não representa algo a mais do que isso. Mas volto a falar de contextualização, com base em algumas críticas que costumam ser associadas à Legião Urbana.
Critica-se a sonoridade da Legião Urbana. Vamos nos reportar à época. De 1982 a 1984, quando a Legião lançou ‘Será’, o cenário pop brasileiro tinha algumas vertentes bem delineadas no saco de gatos que era aquele nascente rock 80. Não cabem aqui análises sobre o punk paulista ou a vanguarda paulistana, movimentos mais undergrounds. Fiquemos no mainstream.
Pois bem, esse cenário era recheado de bandas digamos ‘praieiras’, ‘luminosas’. Era a tal ‘niueive’, como ironizavam na época. Placa Luminosa, Herva Doce, Rádio Taxi, Grafitte, Absintho, Dr. Silvana, entre outras, disputavam espaço com Blitz, Kid Abelha, Paralamas, Titãs. Entre 1982 e 1984, as duas únicas bandas que efetivamente estavam razoavelmente no mainstream e fugiam da estética predominante de letras pueris, visual coloridinho e músicas com batidas semelhantes eram Barão Vermelho e Camisa de Vênus. Ambas lançaram os primeiros discos em 1982. Barão era mais visceral que seus pares, muito pela influência stoneana e pelas letras de Cazuza. Já o Camisa transformava musicas de bandas punks como The Jam e Buzzocks em suas (o que eram “Passatempo” e “O Adventista”?).
Só que tanto Barão Vermelho quanto Camisa de Vênus ressentiam-se de uma produção mais adequada às idéias sonoras que possuíam. Vale destacar que havia uma espécie de fórmula para as músicas. A bateria com uma sonoridade meio computadorizada, típica da New Wave, o baixo quase sem força e uns solinhos de guitarra com mixagem baixa e sem potência alguma.
Esse é o primeiro ponto a se destacar na Legião Urbana. Quando o então quarteto lançou “Será”, no final de 1984, a banda surpreendeu os desavisados. O som era ‘cheio’, a bateria mixada de forma que quase não se via no Brasil, e a música sem firulas de solinhos chochos. Era uma sonoridade compacta, que acertava em cheio. A letra da música também chamava a atenção. “Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você, não é me dominando assim, que você vai me entender…”. Pense no período. Era 1984, o último ano do regime militar. E Renato Russo habilmente jogava com a ambigüidade na letra. Poderia ser uma polaróide instantânea do momento político, mas ao mesmo tempo era pessoal. Era íntimo.
Não se via isso então. Esse é um fator importantíssimo para se entender o fascínio da Legião. O primeiro disco vinha com a recomendação: ouça no volume máximo. Não era uma figura de retórica. Nenhum disco lançado em 1985 tinha aquela qualidade de produção. 1985 foi o ano de “Televisão”, dos Titâs, um disco ainda indeciso. Foi o disco do primeiro do Ira!, “Mudança de Comportamento”, talvez o único álbum que ombreasse com a Legião nesse quesito sonoridade. Mesmo o anárquico “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, do Ultraje a Rigor, perdia em potência na caixa de som.
Com o primeiro disco, a Legião também ajudou a solapar as bandas fajutas e oportunistas e engraçadinhas que se proliferavam. Foi o disco que fez com que muita gente sonhasse em ter uma banda de rock. Pode-se tentar ignorar o que representou sonoramente “Geração Coca-Cola”, mas eis uma música que continha intensidade, agressividade, urgência e uma letra que conseguia dar conta de um recado importante no período. Quando essa geração 80 começou a tomar conta dos espaços, seja na música, na literatura, nas artes plásticas ou no cinema, foi acusada de tudo o que não presta. Principalmente de alienada. É necessário entender a época para analisar o que dizem as letras da Legião Urbana.
Em 1985 a Legião surgia como um saudável sopro de novidade no pop nacional. E é importante mais uma vez analisar de forma contextualizada essa aparição. O rock brasileiro parecia fosco, pobre de argumentos e informação. Renato, no entanto, tinha informação. Inexperientes, poucas bandas sabiam se portar no palco. Com raríssimas exceções, não havia frontman que merecesse esse nome. Pois bem, a atitude de palco de Renato Russo foi impactante. Era diferente de tudo no Brasil.
Os que falam mal disso o acusam dele simplesmente copiar trejeitos de Morrissey, Jim Morrison, Ian Curtis e quem o detrator quiser escolher. Pois bem. Vejam os vídeos de Morrissey à mesma época. Encontrem semelhanças entre o Renato que cantava “Ainda é Cedo”, no Globo de Ouro, enrolando uma camisa branca de manga comprida, com o Morrissey enfiando um galho de planta na bunda…
Todos temos influências. Acredito que o editor desse site, Marcelo Costa, deve ter se inspirado em muitas coisas de Ana Maria Bahiana e André Forastieri, para ficar em dois, antes de começar a arriscar as primeiras resenhas. E muitos dos rascunhos iniciais devem ter sido bem parecidos. Hoje ele tem um estilo próprio.
Dizem que a Legião era apenas xerox de influências. Não se diz mais isso de Paralamas do Sucesso, por exemplo. Mas o que eram os primeiros discos da banda se não imitação pura de Police? Só que isso não desmerece o fato de que, sob essa descarada e explicita influência, era ótimo ouvir “Óculos”, “Meu Erro”, etc…
Toda a música pop foi construída sob essa gama de influências. Chuck Berry foi surrupiado por Beach Boys, e o Bech Boys anos depois serviria de ‘inspiração’ para que o R.E.M. fizesse “Near Wild Heaven”. A lista de exemplos é imensa, infinita talvez. O incensado Los Hermanos praticamente se apropria das idéias e sonoridades de Rufus Wainwright. Ninguém diz nada. E o que é o primeiro disco dos endeusados Strokes? Alguém mandou a fatura para Lou Reed, Pretenders, Iggy Pop, The Fall?
O segundo disco da Legião Urbana é o álbum que apresenta algumas das mais memoráveis canções pop do Brasil. Fato. O problema é que quem não gosta, não admite. Ora, não é preciso gostar de Bossa Nova para perceber que João Gilberto e Tom Jobim são geniais e o quanto a música deles foi importante. Você pode não gostar de Beatles, por exemplo, mas isso não quer dizer que por isso deva desmerecê-los.
Há quem diga que as letras de Renato Russo são bregas, pobres. Está lá, nos comentários sobre o texto do Tiago Agostini. Bom, sejamos sinceros. Se isso: ‘Preparei a minha tela / Com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar / A armação fiz com madeira / Da janela do seu quarto / Do portão da sua casa / Fiz paleta e cavalete / E com lágrimas que não brincaram com você / Destilei óleo de linhaça / Da sua cama arranquei pedaços / Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes / E fiz, então, pincéis com seus cabelos / Fiz carvão do batom que roubei de você / E com ele marquei dois pontos de fuga / E rabisquei meu horizonte…’, fosse escrito em inglês e cantado por Wilco, Radiohead, R.E.M., qual seria a avaliação? O mesmo se pode dizer de “Andrea Doria”, ou “Tempo Perdido”… ou muitas outras canções desse mesmo disco.
Dary Jr. (ex-Lorena Foi Embora e Terminal Guadalupe) é leitor desse espaço e foi meu amigo por pouco tempo no início dos anos 90. Começamos no Jornalismo quase no mesmo período em Campo Grande (MS). Não sei se ele lembra, mas houve uma festa em que só tocava vanerão, um ritmo meio forró de gaúcho. E ficávamos eu e ele perto do aparelho de som esperando uma brecha para tocar um pouco de Legião Urbana. Um grupinho se fechava ali para dançar ao som da banda, até que alguém viesse e retomasse o vanerão. Era um exemplo do que significava Legião.
Legião Urbana é sempre ridicularizada por muitos por se tratar de uma banda onde não havia músicos virtuoses. Essa talvez seja uma das maiores bobagens que se pode dizer. Primeiro porque a maioria das pessoas que diz isso nem sabe identificar direito quantos acordes tem uma canção. Repetem isso como papagaios porque a própria banda dizia isso de si própria. Era o próprio Renato Russo que ironizava a ausência de técnica do grupo. Ora, mas quantos acordes mesmo tem as músicas de Lou Reed, Iggy Pop, Ramones, Camisa de Vênus, as primeiras músicas dos Beatles, Stones, Sex Pistols? Desde quando quantidade de acordes ou virtuosismo técnico de músicos garante qualidade? Nesse sentido, as maiores bandas do mundo seriam o Toto, o Asia, o Boston, Europe… No Brasil, Herva Doce, Radio Taxi e Roupa Nova seriam a santíssima trindade musical.
Ao final do livro “31 Canções”, Nick Hornby diz o seguinte a respeito de uma canção de Patti Smith. “Por outro lado, a canção chamava-se ‘Pissing in a River’; foi tocada com guitarras, durou quatro ou cinco minutos e seu efeito emocional dependeu inteiramente dos acordes, do refrão e da atitude. Em outras palavras, é uma canção pop e como um monte de outras canções pops, é capaz de praticamente qualquer coisa”.
A Legião sabia fazer canções pop. Sabia traduzir em poucos acordes e poucos minutos (às vezes nem tão poucos assim) o que de relevante uma canção pop possui: sentimento, um certo olhar diante do mundo e uma maneira inusitada de expressar esse olhar.
Diz José Emílio Rondeau, na orelha do livro “Como se não houvesse amanhã”: “A Legião Urbana poderia ter sido apenas uma banda de rock. Mas tornou-se bem mais que um grupo musical que mudou as regras de jogo ao impor sua assinatura, sua personalidade, suas convicções e sua ética a uma indústria fonográfica que apodrecia, a um país em transição. Quando a música da banda demonstrou ser capaz de traduzir e espelhar a intrincada trama de emoções dos meninos e meninas que descobriam o mundo e a si próprios – e assim, passavam a se expor a todas as vicissitudes que isso implica, a Legião virou ícone, fábula”.
Não é jequice ou ser ‘bocó’, como afirmam alguns, reproduzir o que disseram ou pensam pessoas cujo conhecimento e sensibilidade inspiram respeito. Jornalistas como Ana Maria Bahia e José Emílio Rondeau, por exemplo, sempre ensinaram, a partir da leitura de seus textos em diversas revistas, a analisar e refletir sobre a música que gosto ou mesmo a que não gosto. A humanidade é feita de trocas de experiências. Os que dizem pensar apenas por si próprios, sem influência de ninguém, mentem. Para si ou para os outros.
Enfim, a experiência de trocar idéias com pessoas mais jovens do que eu, com meus quase 45 anos, sobre uma banda que fez parte da minha transição da adolescência para a idade adulta e perceber o quanto canções se tornam perenes, não por sua infantilidade, mas sim por sua relevância, me fez concordar com o escritor Henrique Rodrigues, quando ele diz que uma manifestação artística é importante não quando as descobrimos, mas quando, por meio dela, também nos redescobrimos. “Quem cresceu – e ainda está crescendo – ouvindo músicas da Legião Urbana sabe do que estou falando”, diz ele.
Assino embaixo.
– Ismael Machado é repórter especial do Diário do Pará e está lançando o livro “Sujando os Sapatos – O Caminho Diário da Reportagem”. Saiba mais aqui
Leia também:
– Clássicos do Rock Nacional: “Dois”, da Legião Urbana, por Tiago Agostini (aqui)
– DVD “Legião Urbana e Paralamas Juntos” é um retrato exemplar, por Marcelo Costa (aqui)
– Mônica e Eduardo, uma análise comportamental, por Adolar Gangorra (aqui)
– Top 20 Melhores dos anos 90 Scream & Yell: dois álbuns da Legião Urbana na lista (aqui)
– Entrevista: Henrique Rodrigues, organizador do livro “Como Se Não Houve Amanhã” (aqui)
– Matérias Antológicas: “Alfredinho”, o missionário que se vai, por Marcelo Rubens Paiva (aqui)
Que coisa! Pois o Dois sempre foi o meu preferido da Legião, e eu admito! Rsrs
Adorei o texto, apesar de não gostar muito quando alguém cita um monte de banda pra falar da outra, mas entendo que às vezes seja necessário levantar essas questões para que um certo público entenda o ponto.
Talvez o “problema” da Legião foi chegar muito mais que o “mainstream”. Lembro, qualquer debate sobre comportamento na mídia nacional e lá estava o Renato Russo como representante “mor” da adolescência/juventude brasileira. Isso enche o saco de qualquer um, enche mesmo! Eu não suportava ver fotos/imagnes/matérias da Legião. Era tudo superexposição, na minha visão de “adorador do underground”. Hoje vemos o quanto foram geniais e importantes para a música brasileira. E deram, sem dúvida nenhuma, uma nova concepção musical ao país pela sinceridade na arte. Também acho o Dois um dos melhores discos produzidos no Brasil, mas os dizeres de Nelson Rodrigues permeiam qualquer obra de arte: toda unanimidade é burra. Parabéns pela escrita Ismael Machado!
Quando o cara faz a transcrição de letra do Renato Russo no texto ele já perde a razão.
No mais, fico com o apelido “Religião Urbana”, dado por amigos do Russo, para falar do messianismo bobo que rondava essa bandinha.
Sensacional. Ótimo texto para mostrar àqueles que adoram escrachar o Legião e se acham superiores por isso.
“…uma manifestação artística é importante não quando as descobrimos, mas quando, por meio dela, também nos redescobrimos. ‘Quem cresceu – e ainda está crescendo – ouvindo músicas da Legião Urbana sabe do que estou falando’, diz ele.”
Eu entendo isso perfeitamente. Me lembro quando tinha 14 anos, como foi ganhar de presente e começar a escutar “As quatro estações”. Eu nem havia pedido ele nem nada, foi quase por acaso que ganhei. Em pouco tempo, passei a ouvir o disco todo santo dia, não conseguia prestar atenção na aula pq ficava cantarolando as músicas na minha cabeça, sem parar. Todos sabem como a adolescência é complicada, e a importância que esse disco e o Legião tiveram para mim, nesse período, foi imensa. Me abriu muitas perspectivas e me fez interessar por várias coisas que antes passavam despercebidas. Foi a minha primeira banda. Hoje, quase não escuto mais, mas sempre serei grato ao que os discos do Legião me proporcionaram. E sempre reconhecerei a qualidade deles.
Renato Russo, Legião Urbana, decada de 80, estão começando a me mostrar o verdadeiro significado da palavra saudade… músicas que não se fazem mais… letras que não são mais escritas… e tem gente que não gosta!!!
O que o joão e outros detratores da LEGIÃO URBANA não desmentem, em nenhum momento: Renato Russo foi o melhor cantor/intérprete que o Rock Nacional já teve!
Gostei muito do texto, embora as contextualizações às vezes tenham me feito perder o foco principal, que era a Legião. Mas foram importantes para compreender melhor as intenções do autor.
Sempre fui muito fã da Legião (desde 1986), e, para desespero de meus professores de literatura, considero Renato o maior poeta da língua portuguesa na minha geração. A importância de suas letras e da música do grupo em minha adolescência é enorme, e tenho consciência de que, se não tivesse conhecido o grupo, seria alguém totalmente diferente hoje em dia.
Parabéns pelo ótimo post, Ismael, e, se me permites, gostaria de colocar um link para a minha própria homenagem a este gênio que nos faz tanta falta: http://consultoriadorock.blogspot.com/2011/10/15-anos-sem-renato-russo.html. Obrigado!
Ismael, vc com 45 primaveras ainda tem saco pra fazer um post sobre esses caras?!
Ia rebater alguns de seus questionamentos, mas acho que o defunto não vale reza.
Faço um a vc – se puder/quiser responda.
Vc não acha amar uma banda/artista de forma incondicional uma baita idiotice?
Eu já fui fã da Legião, mas o tempo passa e a gente cresce – nem todos é bem verdade.
Outros interesses, outros parâmetros…
É banda pra menores de 25 anos. Pueril, trivial.
Agora, sempre foram uma banda honesta. Isso ninguém pode negar.
Enfim, foram bem legais na época. Mas, como diria Cazuza: O Tempo Não Pára.
O Russo nunca chegou nem perto de escrever algo forte como essa música.
Quer dizer, chegou perto algumas vezes. Mas sempre tinha recaída adolescente.
O rock sempre será pueril e juvenil. Rock é algo muito limitado tempo em 4x 4, gritos, microfonia e distorções, acredito que a Legião Urbana e Renato Russo, mesmo sem sair do mundinho Rock, transcendeu. Isso sempre irá irritar que paga pau pra gringo, e idolatra artistas que morrem de fome no Brasil.
Saber que muitas frases nas canções do Cazuza,Raul Seixas, Romulo Fróes entre tantos, não são deles, mas que representam ou representarão muito a nossa música em relevância é tão importante quanto a história da Legião.
Alias o Wilco é uma merda.
Bosta Rala 2 – A Missão
Absurdamente bem escrito, aula de história interessantíssima e, acima de tudo, aula de jornalismo musical. E mais: sem o uso de “os caras” ou “o petardo”. Como jornalista, me dá esperança na vida.
[Ah, e tudo isso independentemente de concordar ou não com o tema]
Obrigada. Muito.
Zé…respondendo: saco? tenho, sim, na boa…e sem culpa alguma…hehehe.
amar algo ou alguém incondicionalmente…se acho idiotice? não, embora nunca tenha conseguido isso, embora almeje…desculpa, minto> lui e gabriel, meus dois filhos…mas isso não conta né?
Não ouço mais Legião…não assim, eu mesmo colocando…muito raramente…mas isso não quer dizer que deixo de reconhecer a importancia que teve pra mim, assim como Marcelo Paiva, Caio Fernando Abreu, o filme Conta Comigo…etc.
Acho que Cazuza e Renato Russo foram os melhores daquela época. Um influenciou o outro. a grande diferença é que o cazuza quis o reconhecimento dos medalhões da MPB. o renato queria se sentir parte de uma banda de rock, fazendo música pop. acho que em determinados momentos cazuza foi superior ao renato e em outros o contrário…ok? é só o que penso…abs;
ah…andré, wilco não é uma merda, vai…
Ahh, Ismael, filhos, mulher da vida… Não vale mesmo.
Amar incondicionalmente nesses casos é um privilégio.
Agora, amar uma banda/artista desse modo é muito babaca. Coisa para fã de Justin Bieber.
Eu acho o Arnaldo Antunes, na época e hoje em dia, bem melhor que o Renato Russo.
Bem, discordando mais uma vez.
A “grande diferença”, ao meu ver, era que o Cazuza tinha o reconhecimento dos medalhões e o Renato, não.
Abraço, man.
Tb, Isabela, os caras não têm nenhum petardo pra ser citado. rsrsrsrs
A Legião sempre foi bem meia-boca e superestimada.
Até tinha algumas boas músicas, mas a maioria, pfff.
Isso quando não era pura vergonha alheia.
E nem venham falar das letras, que na maioria também não eram tudo isso.”Pais e filhos” deve ser uma das coisas mais constrangedoras já escritas no rock nacional. Marcelo Nova, Sérgio Britto, Clemente, Cazuza e até mesmo o Arnaldo Antunes escreviam MUITO melhor que o Renato.
Vocês todos falam em Renato Russo, Cazuza, Arnaldo Antunes, Marcelo Nova e até Sérgio Britto, mas pra mim, o melhor letrista dos anos 80 foi, disparado, o Cadão Volpato do Fellini.
Há tempos não discuto sobre bandas de rock,minha adolescencia passou faz muito tempo…postar contra a Legião Urbana,numa matéria feita sobre a banda,e ficar “inventando ” sandices e boçalidades afirmando que Marcelo Nova,Sergio Brito são superiores ao Renato como letristas,isso é uma ridicula e risivel tentativa de aparecer…falar mal de quem tão bem escreveu…no minimo é recalque de quem tentou alguma vez fazer algo na música e não conseguiu…chamo isso de frustração,recalque.inveja…não tem outro nome.
Uma brilhante música dos Smiths falava sobre plágio de palavras e idéias o que vemos por aqui contra a Legião Urbana é justamente isso…tentativa risivel de atingir o que são inabaláveis : o talento e a credibilidade da banda…lembro de já ter lido coisas contra a Legião,e sempre nessa linha de pasmaceira…coisa de gente sem criatividade e acima de tudo com péssimo gosto musical…
Urbana legio omnia vincit!
Grande texto!
Para mim, não há dúvidas de que a Legião Urbana foi a melhor banda que o Brasil já apresentou. Uma opinião pessoal, diga-se de passagem.
Mas para quem afirma que, por exemplo, as letras do Renato Russo são pobres, faça o favor de rever os conceitos e me apontar apenas um compositor atual do calibre do Renato. Sem fanatismos, o cara era um poeta e merece respeito.
Legião vem de uma época em que eu, infelizmente, ainda não tinha nascido. Literalmente, como na música Índios: “Saudades do que eu ainda não vi”…
Enfim, apenas deixando minha opinião e agradecimento pelo texto. Por falar nisso Ismael, em Campo Grande (MS) as festas continuam tocando vanerão e outros ritmos “obscuros”. A diferença é que o grupo dos que curtem Legião e outras maravilhas é ainda menor (infelizmente)
vanerão igual a forró ?
wilco é uma merda ?
uau !
This is no time for my country Right or Wrong
remember what that brought
Eu sou um dos que acham Legiao Urbana a melhor banda nacional que ja surgiu no Brasil.
Mas concordo que “Pais e Filho” é vergonha alheia. Letra bem chatinha, sentimental e fraquinha. Renato escreveu muita coisa boa como Indios, Será, perdidos no Espaco, Acrilic on canvas, etc
Nao sei como o publico identifica com Pais e Filhos e no Rock in Rio a legiao urbana cover ainda tocou essa musica duas vezes. Haja paciencia. 🙂
Parabéns pelo texto Ismael, achei muito bem escrito e descreveu exatamente o que eu penso, acho e sentia sobre a Legião e o fato de ter um monte de gente que simplesmente não gosta porque eles são amados por muitas pessoas e não cantam em inglês.
Parabéns novamente!
Força sempre, Ismael. Legião Urbana vive. O coração não mente.
“O incensado Los Hermanos praticamente se apropria das idéias e sonoridades de Rufus Wainwright”.
Putz… Discordo totalmente.
De qualquer forma, texto bem legal.
Aqui em Marabá (no futuro Estado de Carajás) ainda toca de vez em quando na rádio. Tenho todos os vinis lá em casa (fiz questão de adquiri-los em sebos e afins).
A quem questiona o potencial poético do Renato, suas opiniões me interessam menos que assistir a um show dos Loser Manos (coisa que o Radiohead já me obrigou a fazer). Conheço dezenas de professores de Língua Portuguesa que dizem o contrário. Confio mais na opinião acadêmica deles.
Já fui um fã incondicional da Legião. E quero saber qual é esse adolescente que nunca ficou vidrado em seja lá qual for o artista, mesmo que fosse por pouco tempo. Eu mesmo tive minha fase Raul Seixas, seguida da fase Legião Urbana, finalmente superada pela fase Radiohead. Atualmente eu só sou fã incondicional de Rock ‘n’ Roll. E já estou começando a ouvir outras coisas…
Urbana Legio Omnia Vincit! Força sempre.
Antes que eu me esqueça, teve também uma fase Pato Fu ali depois da fase Legião Urbana e anterior à fase Radiohead.
Não tirando o brilhantismo dos músicos do Legião Urbana, mas essa timbragem de “som cheio”, como o Ismael colocou, deve-se muito ao trabalho de um dos maiores produtores musicais brasileiros: Mayrton Bahia.
Com relação à questão técnica da banda, posso dizer que o belo nunca precisou ser complexo. O Legião Urbana é uma das poucas bandas, tecnicamente fracas (como dizem alguns), que se deu ao luxo de gravar músicas instrumentais lindíssimas.