por Marcelo Costa
“Storytellers”, David Bowie (EMI)
Lançado em 2009 e ainda inédito no Brasil (apesar de já ter sido lançado na Argentina), “Storytellers” registra a passagem de Bowie pelo programa homônimo em 1999. David conta histórias divertidíssimas em um show em Nova York para uma platéia diminuta de sortudos enquanto pesca uma música aqui (a versão de “Life on Mars?” é simplesmente arrasadora) e outra ali – a citação de “Rebel Rebel” arrepia e “China Girl” surge em um arranjo bacana com Bowie relembrando passagens de sua fase berlinense. São apenas oito canções (doze no DVD) e praticamente o mesmo tempo de conversa. Em certo momento, ele canta uma versão de “Can’t Help Thinking About Me”, uma de suas primeiras letras, e brinca: “Existem dois versos nessa música que são terríveis. São os piores versos que escrevi, mas não vamos olhar as letras do Tin Machine, ok”. Até por seu caráter discursivo, é um belo registro que funciona muito mais no DVD (que traz quatro vídeos bônus gravados no programa e não exibidos na época) do que no CD.
Preço em média: R$ 60 (CD/DVD importado)
Nota: 8
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O disco de estréia de David Bowie em edição deluxe, por Marcelo Costa (aqui)
“Raw Power – Legacy Edition”, Iggy and The Stooges (Sony Music)
Lançado em 1973, o terceiro disco dos Stooges era para ter sido o debute solo de Iggy, que assinou com a gravadora após o fracasso comercial dos dois primeiros discos da banda (hoje clássicos). Iggy assumiu a produção, reuniu os irmãos Ron e Scott Asheton, acrescendo à formação o guitarrista James Williamson. Não adiantou muita coisa… para a gravadora, que recusou o disco taxando-o de anticomercial, e intimou Iggy: ou Bowie mixava as oito músicas, ou eles não lançavam. Iggy concordou… em 1973. Na primeira reedição para CD em 1997, Iggy remixou os tapes originais tal qual tinha feito na época obtendo um som muito mais selvagem e violento do que o do lançamento oficial. Este relançamento traz o mix de David Bowie (mais comportado, mas clássico), que fracassou nas paradas na época, mas tornou-se objeto de culto para muitos (“Search and Destroy” é um hino protopunk), e um CD bônus com duas faixas inéditas e barulhentas das sessões do disco mais um show ensurdecedor em Atlanta, 1973. Histórico.
Preço em média: R$ 35 (CD duplo nacional)
Nota: 10
Leia também:
– “The Weirdness”, o “quarto” disco dos Stooges, por Marcelo Costa (aqui)
“The Stone Roses 1989/2009”, Stone Roses (Sivertone)
Muitos britânicos consideram o álbum de estréia do grupo de Ian Brown o melhor disco de todos os tempos, um exagero, mas há de ser concordar que “The Stone Roses” é um disco extremamente influente e nada menos que sensacional. O álbum, que bateu forte na geração inglesa dos anos 90 (Oasis e o britpop que o digam), retorna remasterizado (incluindo os dez minutos de batucada do single “Fools Gold” como bônus track) em seu aniversário de 20 anos acrescido de um CD bônus com quinze demos (de várias sessões em 1988/1989) mais um DVD que reúne os seis clipes do disco e ainda flagra 56 minutos de um show da banda em agosto de 1989 com pretendentes a clássicos fresquinhos como “I Wanna Be Adored”, “Elephant Stone” e “She Bangs The Drums” no repertório. Isso o pacote simples. A edição de colecionador ainda traz um CD com doze b-sides, três vinis de 180 gramas e um USB com todo o conteúdo de áudio e vídeo do pacote (mais extras como o making of do clipe ““Fools Gold”) que só confirmam a força do disco.
Preço em média
R$ 30 (edição simples com um CD – importada)
R$ 90 (edição com dois CDs e um DVD – importada)
R$ 400 (edição de colecionador)
Nota: 10
Simplesmente FODA essa edição de colecionador do Stone Roses. Pica das galáxias!
Mac
Para mim a estréia dos Roses só perde para “Definitely Maybe”, cujo álbum eu tive o prazer de escrever no “faixa-a-faixa” do S&Y.
Enquanto o debut do Oasis se assemelha à uma Chimay Blue, o debut dos Roses é uma Delirium Tremens. Ou seja, ambos maravilhosos e altamente recomendados…rs
Gosto não se discute mas, é impossível pra mim colocar lado a lado a estréia do Oasis com a do Stone Roses. Lembro inclusive que na época a comoção era tão grande que muita gente achava que o SR seria possivelmente algo tão grande quanto os Beatles(ahh jornalistas).
Hey Marcelo, queria muito falar com vc, poderia me mandar um email? 🙂
beijos
Vc ainda pegou leve mac… Life on Mars do ST é de chorar.