por Adriano Costa
“Do Seu Amor, Primeiro É Você Quem Precisa”, Gustavo Telles & Os Escolhidos (Trama)
Baterista da Pata de Elefante, o gaúcho Gustavo Telles recrutou vários amigos para sua estreia solo, um trabalho que destaca as ambientações instrumentais que servem como condutoras para canções que tratam sempre sobre amor, resgatando muito do cancioneiro brega popular nacional dos anos 70 e 80, tendo no folk e no country seus maiores vínculos. As letras incomodam às vezes, focando no amor de maneira óbvia, mas isso pode até ser proposital se compararmos o tom em que as músicas são cantadas e o alinhamento delas com cantores populares de outrora. Os melhores momentos do disco ficam por conta da faixa título, do country rock “Faltou Luz”, da influência de Mutantes de “Quero Mais”, do ritmo pop e despretensioso de “Girando Em Descompasso” e da bonita “Posso Me Perder”. Para quem tem a taxa de açúcar no sangue meio alta e gosta de coisas mais guitarreiras, o disco não deve agradar muito. No entanto, para quem gosta de canções de amor e músicas bem tocadas e executadas, pode ser um prato cheio.
Baixe gratuitamente: http://albumvirtual.trama.uol.com.br
Nota: 6
“A Banda de Joseph Tourton”, A Banda de Joseph Tourton (Coquetel Molotov)
O baú de influências da banda recifense consegue unir de forma coesa e bem trabalhada progressivo, rock, hardcore, jazz, pop, krautrock, post rock e regional tanto em passagens comuns quanto em ambientações aleatórias. Uma vantagem do som instrumental é justamente deixar mais tranquila essa união de ritmos. Além da cozinha trabalhada e das guitarras adicionando melodia, viagem e peso de maneira consistente, o uso da flauta institui um ambiente regionalista, lembrando Mombojó (Felipe S. e Marcelo Machado foram alguns dos responsáveis pela produção). As participações especiais também engrandecem o disco, como o pianista Vitor Araújo e os metais do Móveis Coloniais de Acaju. “A Banda de Joseph Tourton” é um álbum para ser escutado primeiramente com calma, tendo como intuito degustar texturas e idéias. Depois, uma aproximação maior é bem vinda. Faixas como “16 Minutos”, “Aquaplanagem”, “100m”, “O Triunfo de Salomão” e “A Festa de Isaac” são provas mais do que suficientes para corroborar isso.
Baixe gratuitamente: http://www.josephtourton.com.br
Nota: 7,5
“Veroz”, Maglore (Independente)
Um jovem caminha pela rua de uma grande cidade com o coração cheio de idéias e sonhos enfiados pelos bolsos. Entende que clichês são necessários e acredita que a vida é boa acima de tudo. “Às Vezes Um Clichê”, música dos baianos do Maglore, talvez pudesse ser a trilha sonora deste singelo e inocente roteiro. A viagem segue: em “Tão Além”, esse jovem descobre que o mundo não é tão fácil como pensava. Em “Enquanto Sós”, ele aparece mais triste, perdido no meio de escuridão e ilusão. Outras faces surgem: a ótima “Todos Os Amores São Iguais”, as fotos rasgadas de “Lápis de Carvão”, a melancolia de “Despedida”, e a paz e harmonia da praiana “Pai Mundo”, que une Dorival Caymmi e ritmos da Bahia em uma surpreendente canção. Gravado de maneira independente, “Veroz” é um disco leve, saboroso e essencialmente pop que dispensa virtuosismos presunçosos ou elaborações mais profundas. É música pop com melodias doces e letras para decorar e se distrair cantando sem compromisso. Simples como a vida deveria ser.
Baixe gratuitamente: http://www.maglore.com.br
Nota: 7
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Adriano Mello Costa (siga @blogcoisapop) assina o blog Coisa Pop
Joseph Tourton é do caralho!
Aumenta essa nota aí, cara! Vale um 8,5/9,0.
E o mais bacana é que é uma banda de “meninos” 19/20 anos.
Som de gente grande!
PS: O ótimo Guizado tb participa do disco.
putz!!!! toda vez que eu leio as resenhas, lá vem a opinião definitiva do Zé ( onipresente ) Henrique
Hehehehehe
Obrigado pelo “definitiva”, Paulo.
Abraço
olá,
linkei o scream lá no on the rocks. tava na hora! – rs
abs
Sensacional o disco da Maglore: faz tempo não encontrava um disco com tantas canções. Todas saborosas de ouvir e cantar junto.
O disco do Maglore é ruim. Parece um LS Jack pseudo-intelectual. “Me trataram com tanto desdém/ Se eu falo estranho mas me entendem então tudo bem”. Talvez não entendam e talvez não seja uma fala estranha ou diferente – mesmo.
Na boa, o Veroz do Maglore é um disco muito bom! Pode não ser nada que vá romper barreiras, mas é muito bem feito. principalmente pq a banda é independente.
Nada a ver com lsjack!
Pô. LS Jack foi realmente uma comparação infeliz. Fico assustado com certos parâmetros.
Gostei demais desse Gustavo Telles… Pegajoso esse disco aí…