por Marcelo Costa
“Os Replicantes 2010”, Os Replicantes (Marquise 51)
Após a segunda tour européia dos Replicantes, em 2006, Wander Wildner passou a régua no posto de vocalista para dedicar-se à carreira solo. Os irmãos Claudio e Heron Heinz (guitarra e baixo) e o batera Cléber decidiram recrutar Júlia Barth (atriz: “Houve Uma Vez Dois Verões”, “Sal de Prata” e o curta “Ilha das Flores”) para os vocais, e “Os Replicantes 2010”, primeiro registro em álbum com Júlia à frente, mostra que os caras acertaram na escolha. “Terrorismo Sem Bomba”, a primeira faixa, é puro Replicantes, com Júlia cantando muito (principalmente na segunda metade). O bicho pega em “De Sul a Norte” (“É muito fácil fumar e beber, difícil é fazer acontecer”, crava a letra), “Alguém Explica?” e “Rock, Luxúria e o Diabo”. Impossível não estalar um sorriso no rosto ao ouvir “Solo é Pra Minhoca”, provável novo clássico dos gaúchos com seu refrão poético: “Cada um tem sua filosofia, o cachorro late, o gato mia / Todo mundo tem suas paranóia, o tempo voa, a merda bóia”. Honra a discografia.
Nota: 8
“Caminando e Cantando”, Wander Wildner (Unimar Music / Fora da Lei)
Ele já foi hippie, rajneesh e punkbrega. Agora se traveste de milongueiro em seu 6º álbum solo, um disco que respira as passagens do bardo por Buenos Aires, Montevidéu e Berlim. “As Coisas Mudam”, composta meses atrás num quarto da capital alemã, abre o disco revelando: “Eles nunca dizem adeus. Os índios dizem vá em frente”. Wander aceita o conselho, e coloca o pé na estrada. “No walkman eu tenho carga pra seis horas e Johnny Cash”, avisa em “Boas Noticias”, e aproveita para levar para um passeio a belíssima “Dani”, do disco solo de Jimi Joe, mas se preocupa: “E quando o espírito se libertar, quem tomará conta dos gatos?”. Há ainda versões de Belchior (o hino “A Palo Seco”, que se encaixa como uma luva ao constatar: “O tango argentino me cai bem melhor que um blues”), Sergio Sampaio (“Viajei de Trem”) e Julio Reny (“Amor e Morte”) além de uma parceria com Jimi Joe e Arthur de Faria, o tango punk “Calles de Buenos Aires”, que funcionam como trilha sonora do livro “On The Road”, de Jack Kerouac.
Nota: 8
Leia também:
– Entrevistas com Wander: 2001 (aqui), 2004 (aqui), 2006 (aqui), por Marcelo Costa
“Breakdance”, Walverdes (Monstro Discos)
A capa homenageia o rap (o vocalista e guitarrista Mini arrisca um breaking sob o olhar sério de mano Marcos e a pose rapper do baixista Patrick) e o reggae (com as cores jamaicanas – a Walverdes curte dubs malucos). Porém, na hora que a luz do laser beija o disquinho prateado, o som que sai pelas caixas é rock honesto, conciso e eficiente (“desde 1993”, como a banda costuma frisar). “Breakdance” soma 23 minutos que parecem resgatar o melhor dos dois álbuns anteriores, o violento “Playback” (2005) e o intenso “Anticontrole” (2002). As canções são curtas e densas. O som está mais limpo e minimalista (dica de “Spray”), mas os riffs parecem serras elétricas. “Função” traz uma bela linha de baixo. “Não Edifício” (“Criar… não é difícil. É só olhar e reproduzir”, berra Mini), “Tempos Interessantes” e “Diagonal” (com vocal matador) parecem trens punks desgovernados enquanto “Basalto” e “Dissolução” diminuem a velocidade, mas não a intensidade de um disco que merece ser ouvido no volume máximo.
Nota: 8
Leia também:
– Gustavo Mini Bittencourt fala sobre “Breakdance”, por Marcelo Costa (aqui)
– Entrevista com a Walverdes, 2005, por Marcelo Costa (aqui)
Replicantes , muito foda , Wander foda. Minhas escolhas.
cool
Wander é foda…..Foda de se aguentar ! Ele é a maior prova de que qualquer porcaria musical tem seu público. É tão merda, que tem que melhorar pra ser brega.
Ah ! O nome dele é WANDERLEY………………KAKAKAKAKAKA !!!!!!!!