500 Toques por Marcelo Costa
“Changing Horses”, Ben Kweller (Ato Records)
Lançado em fevereiro de 2009, o quarto álbum de Ben Kweller passou batido por muita gente, talvez pela mudança na sonoridade do jovem prodígio de São Francisco: sai o rock indie (que rendeu pérolas como “Falling” e “Sundress”) e entra um country tradicional com direito a muito dobro e steel guitar. A bela “Gypsy Rose”, que abre o disco e poderia ter uns 50 anos, pode confundir os desinformados, mas “Fight”, “Sawdust Man” e “On Her Own”, a melhor faixa do disco, confirmam o talento de Ben Kweller.
Preço em média: R$ 45 (importado)
Nota: 6
Raditude, Weezer (Universal)
Rivers Cuomo poderia cravar uma dezena de canções chiclete se quisesse, mas prefere bancar o difícil. Com quatro produtores diferentes, “Radidute” é um dos discos mais variados do Weezer abrindo espaço para hard rock setentista (a ótima “The Girl Got Hot”), balada power pop (“Put Me Back Together”), estranhezas (“Love Is the Answer” poderia ter entrado na trilha sonora de “Caminho das Indias”) e o grande hit da vez, a empolgante “(If You’re Wondering If I Want You To) I Want You To”. É pouco, mas é Weezer.
Preço em média: R$ 30 (nacional)
Nota: 6,5
Leia também:
– “Red Album”, do Weezer, soa preguiçoso, por Marcelo Costa (aqui)
“Varshons”, Lemonheads (CD Promo)
Evan Dando tem mão boa para pop songs perfeitas, mas já gravou covers ótimas. “Luka”, de Suzanne Vega, e “Mrs. Robinson”, de Simon e Garfunkel, são festejadas, mas as dezenas de b-sides vão de “How Will I Know“, de Whitney Houston, a “Fade To Black”, do Metallica. Em “Varshons” ele sai de Gram Parsons (“I Just Can’t Take It Anymore”) e chega em Christina Aguilera (“Beautiful”) sem perder a uniformidade. Destaque para a linda “Hey, Thats No Way to Say Goodbye“, de Leonard Cohen, com backing de Liv Tyler.
Preço em média: R$ 20 (nacional)
Nota: 7
Leia também
– Fantasma do Lemonheads passa rouco por São Paulo, por Marcelo Costa (aqui)
Vou correr atrás de ouvir esse novo do Kweller, gosto muito do primeiro dele, que inclusive me lembrava bastante, em alguns momentos, o Weezer. Falando no Weezer, pra mim a banda teminou após Pinkerton. Nunca mais lançaram nada comparado aos dois primeiros. A banda mudou, ok. Mas não agradou.
Bela seleção de resenhas. Infelizmente há um lapso no lançamento de cd’s do Ben Kweller no Brasil. Depois de “On my way”, deixaram de lançar o melhor dele “Ben Kweller” e esse “Changing Horses” então, nem pensar.
Quanto ao Weezer, eu me pergunto se alguma gravadora irá bancar o cd de b-sides do Blue Album. Até agora, nada…
Quanto aos Lemonheads, vamos esperar pelo último álbum de Evan Dando sob o nome Lemonheads, segundo o próprio afirmou.
Pra mim esse disco do Ben Kweller é o melhor dele, junto com o sha sha.
Vale muito o download.
E Evan Dando cantando Leonard Cohen, com backing de Liv Tyler é algo que eu preciso ouvir.
Dos três, o Ben Kweller é o que acho que vale mais. Quanto ao Lemonheads, a versão para “Beatiful” ficou boa e surpreendente.
Changing Horses é o melhor do Kweller até aqui, mas sou suspeito: (quase) sempre troco Weezer por Ryan Adams sem pensar muito.
Por sinal, Weezer ainda é relevante. Eles tomam riscos que nem sempre terminam bem (Love is the anwser é uma aberração, lil wayne era dispensável também), mas não consigo pensar em uma banda dos anos 90 com o folêgo e importância deles hoje (foo fighters esfriou hein). Sem falar que precisa de cojones para tentar fazer algo diferente (sim, Bono é uma garotinha), coisa que fazem desde o começo. É uma pena que este disco esteja mais próximo do Make Believe que do Red, mas ainda é Weezer até a medula (guitarras crescentes, refrões grudentos, letras honestas e únicas). Vai marcar a vida de muita gente.
Giovanni, como assim vc não consegue pensar em uma banda dos anos 90 com mais importância e relevância que o Weezer???? E quanto ao Radiohead, que segue sempre instigante e criativo???? E o retorno do Portishead em grande estilo, com o Third???? E o Foo Fighters nunca foi muito relevante mesmo…
Fala sério, o Weezer lançou muita coisa boa depois de Pinkerton. Fala sério, o Maladroit é bem melhor que os dois primeiros, e talvez seja o melhor deles. O Green Album também é uma pequena obra prima, sempre que coloco pra rodar, só consigo para de escutar depois de repetir o disco três vezes. Não sei porque esse endeusamento dos dois primeiros albúns… não entendo.
Ok, gosto é gosto. Mas se vcs pensam isso mesmo, só posso lamentar. É difícil querer comparar os demais discos do Weezer aos dois primeiros. O Blue Album é um clássico. E o Pinkerton a obra-prima inicialmente incompreendida, mas uma jóia, sem dúvida. Timbres estranhos, letras confessionais e desconcertantes ao extremo. Não à toa, veio reverberar em um dos discos brasileiros mais sensacionais dos últimos dez anos: bloco do eu sozinho. Camelo nunca escondeu sua adoração pelo Blue Album. E os timbres de guitarra e teclado, em vários momentos mais “guitarreiros” do bloco, remetem à sonoridade de Pinkerton. Os demais discos do Weezer são rascunhos mal acabados, com algumas boas canções e nada mais. Eu aprecio muito Weezer, mas não posso negar que a banda nunca mais foi tão certeira quanto em Pinkerton, um clássico atrás do outro, afinal, como ignorar o poder de fogo de canções tão diretas e redondas como “No Other One”, “Across The Sea”, “Why Bother”, “Tired Of Sex” ou “The Good Life”. Mas tudo bem, fiquem com a parte “menos atraente” de Rivers Cuomo.
Pinkerton é um grande album, assim como Blue Album, e, com certeza, são os mais influentes. Só não entendo. Os discos posteriores são tão bons quanto os primeiros (ok, tire o Red e o Raditude da lista). O Make Believe, por exemplo, foi detonado pela crítica, mas, pra mim, e pra várias pessoas que eu conheço, é um puta disco, com melodias incríveis. Tipo, não sou viúvo dos dois primeiros discos. O Weezer é muito subestimado por aquilo que faz atualmente, mas o tempo fará justiça.
Concordo plenamente com Bob Malboro, Weezer vai além dos primeiros dois albúns (e por sinal, Red ainda é bastante subestimado).
Quanto às bandas dos anos 90, tanto radohead como portishead (cujos últimos discos são muito bons mesmo), são bandas cuja influência na música e cultura pop são muito menores que Weezer. Disto eu tenho certeza. Radiohead enfiou-se em um exílio voltado a poucos (posso contar em uma mão as pessoas que conhecem uma música de kid a ou bends), retornando a pouco tempo à atenção geral mais pelo formato (download de suas músicas) que pelo conteúdo em si. Já o Portishead, é bem mais difícil falar de influência desde que eles pararam (o retorno é recente e passou despercebido por muitos ,sim) – vejo pouca gente aprendendo um instrumento ou querendo soar como eles, mas vejo isso às pencas com Rivers e cia. (ok, pensando bem, bem menos)
Ae Giovanni. Se vc acha o Radiohead menos influente que o Weezer, sei lá cara, nem tenho como discutir contigo. Melhor deixar pra lá. Pra mim, a menor possibilidade de ter que discutir porque o Radiohead é muito maior que qualquer Weezer da vida (e olha que eu gosto de Weezer) já é perda de tempo o bastante. Difícil querer equiparar QUALQUER banda do mundo com a trupe de Thom Yorke. Os caras tem a manha de transitar entre rock e o pop, e mainstream e o underground, o convencional e o experimental como NINGUÉM. Se vc e teus amigos não conhecem canções do kid a ou do the bends, eu me pergunto: o problema é de quem????? Quem sai perdendo?????
Chega a ser engraçado nego falar que Radiohead influenciou mais que Weezer… Não que eu goste de alguma das bandas, mas belê.