Homens Que Não Amavam As Mulheres

Por Adriano Mello Costa

O jornalista e escritor sueco Stieg Larsson morreu em novembro de 2004 aos 50 anos, deixando para a posteridade uma trinca de livros que virariam um sucesso de público e critica. Larsson não viu sua obra triunfar, o que convenhamos acaba por se tornar um marketing a mais para qualquer produto de cultura em geral, é só analisar outros casos na história. A Companhia das Letras é a responsável pela publicação da obra no Brasil.

O primeiro livro da trilogia “Millennium”, recebe o subtítulo de “Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”, com 524 páginas e publicado originalmente lá fora em 2005. Nele temos um suspense policial histórico, que trabalha em cima de um estilo já difundido, o mistério do quarto fechado, que consiste em chegar ao culpado pela situação desmembrando fatos que se correlacionam somente com um grupo definido de pessoas.

No livro, o personagem principal é Mikael Blomqvist, jornalista e fundador da revista Millennium que tem como especialidade investigar as entranhas do mercado financeiro sueco. Em uma dessas investigações comete um terrível engano de confiança e acaba processado por um famoso empresário chamado Wennerström, recebendo uma pena que compete em pagar uma alta quantia, como também passar três meses na prisão.

No meio desse inferno pessoal, Blomqvist recebe uma proposta de trabalho de um grande empresário que lhe permitirá além de sair dos holofotes para descansar e repensar a vida, ganhar também um ótimo dinheiro. O empresário em questão é Henrik Vanger, que construiu um verdadeiro império e deseja que Blomqvist escreva um livro sobre sua família, mas principalmente que busque respostas para o desaparecimento de uma sobrinha querida há 40 anos.

Harriet Vanger, a sobrinha desaparecida, sumiu de dentro de uma ilha durante uma reunião empresarial e de família, logo uma quantidade definida de personagens pode ser responsável por isso. Quanto mais se aprofunda na história de lama e segredos da família Vanger, mais Blomqvist se envolve com o caso. Para lhe ajudar, entra em cena uma garota problemática ao extremo de nome Lisbeth Salander, uma hacker que consegue tudo que deseja e acaba por roubar a cena em vários momentos.

Em “Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”, o autor cria uma história densa e bem amarrada em que ninguém é realmente bom ou realmente mau, tudo depende dos pontos de vista apresentados. Mesmo sem conseguir fugir de alguns clichês do gênero e deixar que o mistério seja resolvido pelo leitor antes da hora, Stieg Larsson constrói uma trama bem desenhada que prende o leitor ao incluir temas diversos como política, religião, amores e família.

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Adriano Mello Costa assina o blog cultural Coisa Pop

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