por Mac
Um dos grandes problemas de Mostras de Cinema em geral, e da de São Paulo em particular, é que são muitos filmes para serem devorados num curto espaço de tempo. E o bom cinema não é algo como um chiclete, que você masca, masca, masca e joga fora. Ele te acompanha por alguns dias. Na Mostra, porém, você sai de uma sala e em outra em outra e quando vê aquilo que você estava sentindo no primeiro passa a ser ocupado pelo segundo. E é tão… angustiante.
Por exemplo: hoje assisti na sessão das 19h uma comédia romântica alemã fofíssima, daquelas de sair sorrindo da sala de cinema. Chama-se “Monogamia para Principiantes”, tem um trilha sonora ótima, começa em Paris (num ângulo da Torre Eiffel que eu cheguei a enquadrar para uma foto) e desenvolve-se em Berlim. Sai nas nuvens sorrindo à toa (escrevo mais sobre ela na sequência) para encontrar uns amigos e encarar uma sessão de “Segurando as Pontas”, uma comédia hilária na linha “Corra Que a Polícia Vem Ai”. Acho que eu não ria tanto dentro de uma sala de cinema deste “Quem Vai Ficar com Mary?”.
Estou indo dormir agora (depois de três Xingu entre as sessões) e os dois filmes ficam rodeando a minha mente e muito embora a idiotia do segundo devesse ser esquecida em detretimento da teorização do primeiro, ambos dançam de mãos dadas sob minha alma de cinéfilo. O problema é que se não for assim, se atropelando, as coisas vão passando pela gente. E só tende a piorar. Eu acordo nesta quarta para ir ver a cabine de “Vicky Cristina Barcelona”, o novo de Woody Allen, sem ter me entregue totalmente a desgustação dos dois filmes que vi hoje. E não existe culpado… é só um desabafo… sem começo, meio e fim.
Ps. Acho que vou ver o show do Kanye West…