por Mac
Eu tinha vários planos para este domingo: arrumar o quartinho bagunçado, escrever sobre “Shortbus”, fazer uma macarronada com molho carbonara, assistir “Linha de Passe” no cinema e ainda escrever sobre o disco da semana. Não consegui fazer nada disso. Passei a manhã toda afogado numa ressaca que parecia ser só um dorzinha de cabeça, mas que depois das 13h se transformou numa ressaca de verdade. E fazia tempos que eu não tinha uma ressaca de verdade, mesmo bebendo o que ando bebendo.
Na verdade, desde a viagem que voltei a beber um pouquinho além da conta, mas as cervejas européias (mesmo com o meu alto consumo) nunca chegaram a dar ressaca (com exceção da Duvel, mas ai mais por incompetência minha em beber cinco long necks de uma cerveja que você PRECISA parar na terceira). Ontem, porém, foi uma mistureba, e não ainda fazer essa cara de “esperava o que misturando tudo”, pois foi só cerveja, mas de diversos graus alcoólicos e procedências. E quer saber: são as Pilsen nacionais que me derrubam. Sempre.
Ainda na parte da tarde, após ter dormido umas três horas na manhã anterior depois da balada de sexta, abri um Budweiser enquanto escrevia umas bobagens. Desceu mezzo. A Bud lembra muito as Pilsen nacionais. Fui dela para uma Baker Pale Ale, mais saborosa, e capotei na cama. Acordei com o celular tocando Oasis. Amigos marcavam uma cerveja com kebab para duas horas depois. Quando chegamos, o local estava abarrotado, e acabamos ficando no bar ao lado. Foram quatro Brahmas para quatro pessoas. Deu tempo de beber uma Baker de Trigo e comer um kebab.
Antes da balada passamos em casa. Abri uma Wacfteiner de 1 litro, cerveja alemã – e eu definitvamente não gosto tanto assim das alemãs. Pulamos dela para a temida holandesa 8.6 Red, docinha apesar de seus 7,9% de grau alcoólico. De saideira encaramos uma Hoogaarden, a maravilhosa cerveja belga (que agora está à venda no Pão de Açucar por R$ 3,50, assim como a Leffe) com gostinho cítrico e muito sabor. Uma corrida para fugir da chuva, algumas alucinações no caminho e cá estávamos na porta do Studio SP, show do Del Rey.
Os amigos fecharam um acordo que devido ao desfile de cervejas gringas, eu não pagaria cerveja na balada, e foram se alternando nas Bohemias. Eu acho que foram seis… ou sete. Podem ter sido oito, mas eu não me lembro bem. Acabei pegando uma por minha conta mais no fim da noite, e toda bebedeira tornou o show (com abertura excelente de discotecagem samba do grande Tatá Aeroplano) muito mais agradável, mas mesmo assim com momentos de VA total. Continuo achando o medley “Detalhes / Como é Grande o Meu Amor Por Você” uma das coisas mais fodas do repertório.
Não lembro que horas era quando deixei o Studio SP. Coloquei os pés na Augusta, e um grande amigo estava chegando. Resultado: mais uma cerveja, Original, no boteco quase em frente ao Studio SP. Fui dormir pra lá de bêbado, e feliz, e acordei com uma dorzinha de cabeça que parecia que iria embora rápido, mas não foi. A coca-cola não resolveu nada nem o banho demorado, então a solução foi limpar o estômago. O mundo voltou a ser razoável comigo, mas queria entender qualé o motivo dessa ressaca?
Ok, exagerei. Vamos descontar as cervejas da tarde, antes do cochilo, e concentrarmos apenas nas da noite. Uma Brahma, uma Backer de Trigo, uma taça de Wacfteiner, outra de 8.6 Red, uma long neck de Hoogaarden e… sete Bohemia long neck na balada. E meio copo no bar para fechar a conta da madrugada. Na boa, em vários dias das férias na Europa eu bebi muito mais do que isso, e não tive ressaca. Na Espanha era Amstel (ou Mahou ou San Miguel) durante o dia e copos de um litro de Heineken à noite. Vários copos.
Na Bélgica era Leffe, Orval ou Duvel durante o dia, e vários copos de Stella Artois no festival. Em Berlim foram três dias de uma cerveja atrás da outra. Eu chegava na frente da geladeria, fechava os olhos e apontava uma cerveja (tamanha a variedade exposta) e assim ia experimentando sempre uma cerveja diferente. E mesmo com tudo isso não houve ressaca em nenhum dia na Europa. O que aconteceu aqui? Será a Pilsen nacional que me detona? A água brasileira não é tão boa quanto a européia?
Na boa, a cerveja brasileira perde para a européia. Para efeito de comparação, se eu beber cinco Leffe, durmo feliz e acordo bem (já fiz isso). Se eu beber cinco Bohemia, minha nacional predileta, a chance de eu acordar de ressaca e com um dorzinha de cabeça é de uns 90% (já aconteceu dezenas de vezes). Ou seja, a saida é não beber nas baladas, mas quem consegue (risos). Aliás, quando vão colocar para funcionar a lei antifumo em lugares fechados? A casa inteira amanheceu cheirando à cigarro hoje… até minha alma estava transpirando nicotina. E eu não fumei.
Agora já está tudo normal por aqui. Estou ouvindo Hindu Love Gods, e já fui justificar meu voto no primeiro turno. Apesar de estar em São Paulo faz nove anos, ainda não transferi meu título de eleitor, algo que definitivamente farei após esta eleição. Comi um gnhoci maravilhoso e derrubei meu veto de refrigerante no almoço, algo que já venho fazendo faz umas três semanas: é impossível viver sem coca-cola quando se está de ressaca. Vou me jogar na sala, me enrolar no edredom e ver um filme para não dizer que o dia todo foi improdutivo…mas acho que vou apagar na primeira cena… vamos ver.