por Mac
Ontem o pessoal da firma fez um happy hour para encontrar um amigo querido que saiu do iG e foi para Abril. Entre cervejas mexicanas e burritos conversamos muito sobre Friends e Seinfeld. Eu fiquei horas tentando lembrar de um episódio do Seinfield que eu tinha achado foda quando vi uns anos atrás, mas quem diz que a minha memória funciona? Aliás, sobre o que eu estava falando mesmo? (risos). O fato é que estou com o coração apertado por algumas bobagens, e escrever sempre foi – e sempre vai ser – a maneira de aliviar um dia de merda na vida.
Por outro lad0, desde que estreei a Calmantes com Champagne 2.0, meu modo de lidar com este blog mudou. Antigamente ele era beeeem mais pessoal (e acho que mais divertido) enquanto hoje em dia o vejo mais informativo (e menos divertido). Essa percepção me faz pensar em procurar encontrar o meio termo entre o antigo e o novo, algo que não sei se vou conseguir, mas que vou tentar. E assim que fui procurar por aquele post antigo sobre Seinfield da versão 1.0 bateu uma vontade danada de repostar aquele pensamento aqui. Então vai. Não estranhe se você achar que já leu isso. A chance é grande… (hehe)
De 09/02/2006
Assisti nesta manhã ao episódio piloto da série Seinfeld, que abre o box especial com as duas primeiras temporadas do programa. Acho que devo gostar da série conforme ela engrenar. O episódio piloto tem vácuos e buracos que o próprio Seinfeld assume no making of. Não traz cenas antológicas, mas é bem interessante. No entanto, o que me faz escrever dele aqui é o tema, bem sacado, e bem desenvolvido no final do episódio: como os homens confundem os pseudos-sinais das mulheres.
É mais ou menos assim: Laura, uma garota que Jerry conheceu em uma viagem, liga para ele avisando que estará em Nova York para um seminário, e que gostaria de vê-lo. A pergunta que fica é: “Por que ela ligou? Será que ela está interessada em algo? Será que vai rolar algo?”. Bem, corte para a véspera da chegada da garota. Ela liga à noite perguntando se pode dormir na casa dele, porque não encontrou um quarto de hotel vago. O amigo George dispara: “Devem existir milhões de quartos de hotéis em Nova York. Como ela não encontrou?”. No dia seguinte estão os dois esperando Laura no aeroporto. Jerry a recebe, a leva pra casa. Ao chegar, diz para que ela se sinta à vontade. Ela tira o sapato, coloca os pés no sofá. Ele oferece pão, chá. Ela pede vinho e pergunta se pode diminuir a luz. Ele se empolga. Ela pergunta se pode ficar um dia a mais e eles fazem planos para o dia seguinte. Nisso toca o telefone e é o… noivo de Laura. No monólogo final, Jerry define sabiamente:
– Juro que não faço idéia do que as mulheres pensam. Eu não entendo, certo. Eu não capto os sinais. As mulheres são muito sutis. Tudo o que fazem é muito sutil. Os homens não são sutis. Nós somos óbvios. Elas sabem o que eles querem. Eles também. O que nós queremos? Mulheres. É isso. É a única coisa de que temos certeza. Como conseguir mulheres? Isso não sabemos. Nós ignoramos o passo seguinte. O incrível é que ainda conseguimos mulheres. Os homens estão com mulheres. Você os vê com elas. Como eles conseguem mulheres, muitos se perguntam. Vou contar um pouco sobre a nossa organização. Onde estiver uma mulher, tem um homem trabalhando na situação. Ele pode não ser o melhor dos homens. Há muitas áreas para cobrir, mas alguém da nossa equipe sempre estará no local. Por isso ficamos chateados quando vemos mulheres lendo artigos “Onde conhecer homens?”. Nós estamos em todos os lugares.
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Vamos combinar que a opinião do Jerry Seinfeld é um bocadinho machista (risos). Mas ele têm razão em muitos pontos, principalmente quando diz que nós, homens, nunca entendemos os sinais ou seja lá o que for que vocês, mulheres, deixam escapar aqui e ali. Não entendemos e isso é um fato. Uma amiga querida me prometeu um manual que irá versar sobre ser homem e amigo de uma mulher. De cara me lembro do Harry (de Harry & Sally – Feitos Um Para o Outro) defendendo que homens não conseguem ficar amigos das mulheres. É uma generalização tola, mas que também tem seu fundo de verdade. Acredito que podemos sim ser amigos de mulheres, mas a admiração (tanto física quanto de personalidade) muitas vezes pode levar um casal de amigos a se transformar em um casal de namorados. Há problema nisso? A Cá, que irá fazer o manual, diz que temos que ser mais claros em nossos intentos: ou queremos ser amigos ou queremos ficar com elas. Não vejo isso de forma tão simples. Primeiro porque o interesse pode surgir com o tempo. Segundo porque uma boa parcela de nós homens é romântica. A gente não vai sair por ai dando em cima das amigas apenas porque descobrimos que estamos afim delas. Há um momento x para isso acontecer. A gente espera esse momento pacientemente. E quando acontece a gente erra tudo, mas tudo bem. O problema é sempre o risco de se perder uma amizade especial pelo simples fato de se querer estar um pouco mais próximo do que amigos podem ficar. De repente, aquilo que não era nada pode se transformar em uma bela história de amor. Ou não. O fato intrigante, na verdade, é o quanto confundimos os sinais. Pelo começo que tive em 2006, desisti de entender estes malditos sinais (risos). Só cometo erros, e tudo bem que apaixonados só vivem cometendo erros, mas às vezes tudo parece tão claro, tão claro, mas tão claro, que é impossível imaginar que seja outra coisa. E é outra coisa. Quase sempre é outra coisa. Seria tão mais fácil se tudo fosse mais simples, não? Seria, mas nunca é simples. Depois dizem que nós, homens, não entendemos as mulheres. Eu ainda acho que não precisamos entender as mulheres, precisamos apenas ama-las. Mas para se amar é preciso entender um pouco de sinais. Alguém tem um manual prático ai?
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Me lembrei de Bob Dylan: “É impossível amar e ser esperto ao mesmo tempo”. Anote.