texto por Marcelo Costa
Completando dez anos de carreira, o Autoramas chega ao quarto disco, “Teletransporte”, mantendo-se fiel aos princípios roqueiros que marcaram a estréia da banda, com “Stress, Depressão e Síndrome de Pânico”: uma mistura bem dosada de surf-music envenenada, new wave dançante, jovem guarda assoviável e punk rock acelerado. Nos três trabalhos anteriores, a mistura criou gemas pop e porradas rock and roll em alta escala. “Teletransporte” honra o histórico da banda, e traz mais algumas canções para animar a festa.
“Teletransporte” abre com “Mundo Moderno”, faixa que a banda já havia liberado em versão ao vivo em seu My Space. Gabriel Thomas, vocalista e guitarrista do Autoramas (em entrevista a este colunista) conta: “Essa música fala das pessoas que não conseguem se adaptar aos novos tempos, que não conseguem fazer escolhas diante de tantas opções, tanta informação disponível… E preferem os meios e padrões antigos. Essa música já é uma exemplo real do mundo moderno: nem foi lançada e já é um hit nos shows”. A estrutura é a de um rock sujo com aquele baixo característico dos Autoramas (agora nas mãos de Selma Vieira), que salta para fora da melodia, e compete com a ótima letra de Gabriel.
“Fazer Acontecer” traz Kassin (que divide a produção do álbum com Berna Ceppas) pilotando os teclados em uma faixa estranha e dançante. “Marketeiro” é um rock quebrado em várias partes. “Hotel Cervantes” chama a atenção logo na ótima introdução suja e matadora. “Já Cansei De Te Ouvir Falar” traz Selma comandando (e bem) os vocais. “Surtei” tem um crescendo poderoso. A instrumental “PanAir” conta com o lendário pianista Lafayette (que tocou teclados em alguns dos principais álbuns de Roberto Carlos e da jovem guarda) alternando as teclas pretas e brancas. Joana Ceccato, do Biônica, marca presença na cover de “Digoró”, dos candangos do Radical Sem Dó. E “Guitarrada” mostra o trio passeando pela sonoridade paraense da banda La Pupuña (com Gabriel tocando teclados e guitarra, e Berna narrando).
O ponto alto do repertório, porém, acontece quando o trio diminui a velocidade, abre os braços para a jovem guarda, abraça o estilo e entrega duas grandes faixas sob influência: a deliciosa balada cinquentona “Identificação” (com Constança Scofield, ex-Penélope, nos teclados) e a homenagem para Roberto e Erasmo na melhor canção de todo o disco (e uma das grandes canções pop do ano): “A 300 Km/H”, uma parceria romântica de Gabriel com Renato Martins cujo refrão grudento avisa: “Eu estou a 300 kilômetros por hora na sua direção / Sem Freio / Faço questão de ficar com você”. Ouça e saia cantoralando para o seu amor.
Assim que ver por ai, comprarei na certa…
🙂
Boa dica eh!
Este blog tem otimas dicas de bandas brasileiras…
Flw…
Oi Marcelo, tudo bem? Sugestão de amiga fã de BRMA que não consegue parar de ouvir o novo cd: coloca Baby 81 como disco da semana. Acho que merece 🙂
Beijo
Adoramos Autoramas…
E aguardem: ainda nesse semestre lançaremos um disco com o Gabriel Thomaz, “Vai Thomaz no Acaju”, em que fazemos um tributo ao saudoso Little Quail and the Mad Birds.
[]´s
BC
O Autoramas é indiscutivelmente um bandão! Os shows são ótimos e sempre compareço quando eles aparecem aqui em Belo Horizonte. O único problema é que o setlist é totalmente engessado. No último show aqui em BH, pedi ao Gabriel para tocar “Caso perdido” e ele me disse que não fazia parte do setlist. Pedi para tocar “Paciência” e idem. Putz! Os caras simplesmente fazem o show e vão embora… Rolava da banda escutar mais o público e ser mais flexível na hora de tocar as músicas no show. Mesmo assim, a banda é muito boa e vale a pena ir aos shows! Diversão garantida!
engraçado dia 12/06 vai ter um show
tão bom e ninguem comenta nada
ou sera que algum dia aparecera uma banda igual ao symphony x
agora dessas bandinhas de fundo de quintal se comenta bastante e isso ai vamos encher os ouvidos de porcaria para o povo ficar mais burro