por Marcelo Costa
O Libertines bateu tão forte, mas tão forte na música britânica que só poderemos ter ideia do impacto daqui alguns anos. Com dois discos lançados (o segundo sem um dos cabeças pensantes da banda, o garoto problema número 1 das ilhas, Pete Doherty), a banda deixou um rastro de hits, canções matadoras, drogas pesadas e confusão que merece ser estudado com calma e respeito. E após o fim da banda, quem apostava todas as fichas em Pete e seu Babyshambles deu com a cara na porta do traficante gritando “Fuck Forever” (uma das poucas canções relevantes do primeiro álbum do grupo, “Down in Albion”, fracasso de crítica e público).
Quem se saiu bem foi Carl Barat, a ‘outra metade pensante’ do grupo, que pegou um Libertines em frangalhos, trocou o nome da banda e lançou este excelente e encorpado “Waterloo To Anywhere”, que bateu no terceiro posto da parada britânica em maio, quando foi lançado (o disco só chegou nos Estados Unidos em agosto), e está vendo seu terceiro single abrir caminho nas paradas (“Wondering”, que foi precedido pelas ótimas “Deadwood” e “Bang Bang You’re Dead”). O Dirty Pretty Things é um terço da banda que o Brasil viu ao vivo no Tim Festival dois anos atrás, incluindo o ótimo baterista Gary Powell e o guitarrista Anthony Rossomando – que substituiu o demissionado Pete nos compromissos do Libertines – além do “novato” Didz Hammond, que largou o Cooper Temple Cause.
A rigor, não há diferença estética do Libertines para o Dirty Pretty Things. A fonte ainda é o som do bom e velho Clash, que soa preguiçosamente tosco (apesar do disco ter sido produzido nos EUA e masterizado na Inglaterra) seja em punk songs aceleradas, skas entupidos de guitarrinhas deliciosamente safadas e um ou outro rock matador. “Deadwood” abre o disco de forma inspirada lavando roupa suja ao falar dos “anos em que estivemos perto – sim, alguns foram bons – mas agora sei que você era um covarde”. Uma linha de trumpete abre uma das grandes canções do disco, a excelente “Bang Bagn You’re Dead”, cujo entrelace de guitarras cria um clima ótimo. “Blood Thirsty Bastards” parece que vai engatar em formato balada, mas explode em um bom rock.
“The Gentry Cove” e “Last Of The Small Town Playboys” são skas com diferentes andamentos no refrão (a primeira mais acelerada, a segunda mais pop). “Eu coloquei Gin no meu leite para matar todos os germes”, grita Carl na letra de “Gin & Milk”. Já “Enemy” tem algo de cabaré enquanto “If You Love A Woman” manda um recado para os Kadu Moliterno da vida: “Se você ama uma mulher, você não deve bater nela”. Ainda vale citar a esporrenta “You Fucking Love It” e a grande canção do CD, “Wondering”, que garante: “Não há mais necessidade de questionar a vida”.
Leia também:
– “Up The Bracket”, a estreia do Libertines, faixa a faixa (aqui)
– Em São Paulo, Carl Barât fez uma digna apresentação de fim da carreira (aqui)
– Pete Doherty opta por sonoridade acústica em seu primeiro álbum solo (aqui)
– “Shotter’s Nation”: três faixas matadoras e um bando de canções medianas (aqui)
Olá Marcelo. Estou adorando o seu blog, visito sempre. Esse disco do DPT está maravilhoso. Realmente quem tem saudades do Libertines, praticamente fica satisfeito de ouvir waterloo to anywhere. Eu não consigo parar de ouvir.
Hmm, a santa preguiça e o desinteresse ainda não me deixaram baixar este álbum. Mas vou baixá-lo hoje para dar uma conferida. “Bang bang you´re dead” é um ótimo nome para uma canção. E me lembra Kill Bill. Por falar em filmes, vi que você colocou V de Vingança na sua lista de melhores. Eu gostei do filme, mas acho que nas mãos de um diretor mais habilidoso o resultado final poderia ter sido beeem melhor. A verdade é que a história do personagem é tão boa que dificilmente poderia sair um filme ruim. O diretor teria de ser medíocre. =)
um disco mais do mesmo, mas mesmo assim supera as expectativas. se é que essa afirmação não é contraditória.
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Ola, conhecia o teu trabalho no Scream mas não sabia que tinha um blog… Bem interessante, mesmo.
Apesar de todo o hype, fui um dos poucos que conseguiu gostar do Libertines, pra mim a melhor dessas bandas “revival” do rock. Vou dar uma conferida nesse DPT, pq o babyshambles é, realmente, uma grande %!@$&@#junkie.
abraço
Confesso que não gosto muito não…mais do mesmo (mas afinal o que não é)…gostos pessoais…
Abraços
🙂
fala MAC… legal saber que vc gosta do Libertines… eles sofreram daquele efeito crítica-da-moda, também chamado de efeito-oasis: No lançamento, o disco é ótimo. Depois, ele começa a ser tachado de sofrível. Dessas bandas inglesas, o Libertines foi a primeira que eu realmente gostei. Outra que eu gosto muito é o British Sea Power (mais do primeiro disco que do segundo).
efeito-oasis é boa Jairo rs… isso acontece com várias bandas, foi assim com Coldplay, Travis (bandas coxinhas segundo o Mac rs) e tantas outras. gosto do Libertines… pena q a banda tenha recebido mais manchetes por causa dos casos com drogas (nada contra, mas o foco poderia ter sido apenas a música). Aliás, desceram a lenha no segundo disco… mas não acho tão horrível assim… não dá pra ficar comparando com o Clash. mas a banda era bacana
Eu prefiro Libertines pq tem um ritmo mais forte com”I get along”, “Up the bracket”, “Horroshow”, “Boys in the bands” e ect… Mas entre DPT e Babyshambles eh 1000 vezes DPT!! Essi Babyshambles eh armada d um drogado q acabou com uma banda do karaiu e fica dizendo q Libertines foi uma banda montada feito Sex Pistols(eh brincadeira)!!! Se eu tivesse grana compraria o “Waterloo to anywhere” mas como toh sem fica no mp3 q eh melhor auhauauauha!! Tmais!
Bah, virei sua fã hehehe!
Você foi a primeira pessoa, aqui no Brasil pelo menos, que falou bem do DPT sem ficar fazendo aquela onda saudosista em relação ao Libs! beijão